Acidentalmente Amando

- blá blá blá- fala dos personagens

- blá blá blá - pensamento dos personagens

Capítulo 1 – Mais um dia em minha vida

Seis e meia da manhã: um despertador toca no templo Higurashi, mais exatamente no quarto de uma jovem colegial de lindos olhos azuis escuros, cabelos negros, pele clara e um corpo de dar inveja a qualquer um. Seu nome? Higurashi Kagome, 15 anos.

Ao ouvir o som do despertador, e garota relutou um pouco a sair da cama, mas não teve jeito, uma empregada da casa logo veio acordar-lhe a mando de sua mãe.

Então, sem nenhuma escolha, a garota tratou de levantar-se logo, antes que seu sono tratasse de embalá-la ao mundo dos sonhos novamente.

Tomou sua habitual ducha, e vestiu seu uniforme, já separado pela mesma empregada que lha acordara, que se encontrava em sua cama, também já arrumada. Pegou sua mochila pendurada em uma cadeira em frente a sua escrivaninha e desceu rapidamente as escadas.

Chegando a sala de jantar, encontrou seu irmão mais novo, Souta, sentado à mesa juntamente à sua mãe.

-Bom dia querida! Dormiu bem?- Perguntou a mãe de Kagome, enquanto servia-se de um pouco de suco de laranja.

- Mais ou menos... Tive um pesadelo...- Respondeu a colegial sentando-se ao lado de seu irmão.

- Não fique assim mana! Eu também já tive muitos pesadelos, mas você esquece esse assim que tiver outro!- Disse Souta sorrindo.

- Isso era para me animar? Porque se for, não está funcionando.- Respondeu a Kagome rindo.

- Não mesmo! Era só para te deixar assustada!- Falou o garoto.

- Mas isso também não está funcionando!- Disse Kagome olhando nos olhos do irmão sorrindo.

- Há! Muito engraçado maninha! Eu sei que você está com medo, mas não se preocupe: eu te protejo do bicho-papão!- Falou Souta divertindo-se.

-Muito bem, a brincadeira de vocês acabou!- Interrompeu um homem velho, com uma expressão séria estampada em seu rosto, as mãos para trás, e um olhar frio lançado aos garotos.

- Hã... Bom dia vovô!- Disseram Kagome e Souta parando de sorrir.

-Souta, você sabe que não deve ficar brincando assim com sua irmã, senão ela não irá se acostumar a ficar séria e ser responsável! Sabe que ela herdará os tesouros da família e o dinheiro, juntamente da empresa, e não deve ser interrompida com brincadeirinhas bestas.

- Sim, vovô.- Respondeu Souta sem ânimo.

- E você Kagome? Não te ensinei a ser mais educada?- Perguntou o avô.

- Sim senhor.- Suspirou a colegial.

Kagome terminou de tomar seu café da manhã rapidamente e foi para sua escola.

Resolvera ir a pé, para refrescar a mente um pouco. Estava estudando demais em casa com os professores particulares que o avô contratara, coisa que ela detestava. Se fossem matérias normais de escola, ela até engoliria, mas ter que estudar economia, como manter o lucro de sua empresa, subornar ou não, entre outras coisas... Aquilo, para ela era um absurdo, e sabia que para sua mãe também. Mas a colegial nunca que iria reclamar com a mãe. Não queria causar problemas para sua ente materna.

Suspirou. Um suspiro longo e pesado, até que ouviu uma voz chamar-lhe pelo nome. Olhou para trás e viu sua melhor amiga acompanhada de um garoto, correrem em sua direção acenado com a mão. A garota sorriu. Pelo menos enquanto não estava com o avô podia ser ela mesma.

- Bom dia K-chan!- Disse a garota a sua frente.- Fomos até a sua casa e sua mãe disse que você já havia saído.

-Bom dia, K-chan!- Copiou o garoto ao lado de Sango.- Sango estava querendo te chamar para ir caminhando com a gente até a escola, mas vejo que você teve a mesma idéia, só que esqueceu da gente.- Recomeçando a andar para a escola.

-Desculpe Miroku, foi o meu avô de novo... Ele e aquela estúpida mania de querer me educar a forma dos imperadores... som sorrir, sem conversar, sem ter amigos...

-Sem ter alma, sem namorar, sem beijar, sem...-Miroku ia completar com mais algumas indecências mas fora interrompido por Sango.

- Já entendemos o recado Miroku. Não precisa complementar. -Kagome sorriu.- Mas não leve a mal Kagome, nós também temos que fazer esse tipo de coisa, sabe... Ser herdeira de empresas desse tipo não é muito bom, mas tem suas vantagens!

- Ah, sim... Posso pegar minhas garotas de limusine, comprar roupas sexys para elas, aliás, eu bem que gostaria de comprar umas pra vocês!- Disse Miroku.

PAFT!

- Seu hentai! Acha que eu sou o quê? Vagaba! Vai arranjar outra!- Berrou Sango, o rosto tão vermelho de raiva, quanto o de Miroku pelo tapa levado.

- Vocês são tão perfeitos!- Disse Kagome sonhadora, o que fez ambos os amigos ficarem mais vermelhos ainda, isso, se fosse possível.

- Bem – Começou Sango, com a voz meio falhada.- Como eu ia dizendo, eu não entendo o porquê do estresse do seu avô para com você. Quero dizer, você só poderá assumir a empresa e os negócios quando fizer 18 anos, né? Acho que seu avô está exagerando...

- Nem me diga. – Disse Miroku. – Eu acho que ele enlouqueceu! Desde que você tem 13 anos ele não larga do seu pé! – Terminou num só fôlego.

- É verdade. Eu também não sei o motivo direito porque ele faz isso comigo, mas não posso reclamar. Tenho medo que ele contrate mais professores particulares dessas matérias malucas.- Riu Kagome. Com seus amigos, tudo o que ela passava em casa com seu avô e professores, era motivo de riso, embora ela soubesse que aquilo não era coisa pra rir, mas, fazer o quê?

Finalmente, após cinco minutos, chegaram ao seu destino, um conjunto de cinco prédios altos, quatro deles amarelos claros, enquanto o quinto era azul claro. O conjunto formava um círculo e no meio havia uma praça, com uma linda fonte com uma estátua de um anjo, bancos para os alunos descansarem e algumas flores para enfeitarem, além de um pequeno bosque atrás do prédio azul. Assim era a escola desses três colegiais.

Kagome foi logo sentar-se em um banco, juntamente a uma garota de cabelos castanhos e olhos de mesma cor, pele clara e um corpo tão bem feito quanto de Kagome. Essa era Sango. E também sentou-se a seu lado um garoto de cabelos pretos amarrado num baixo rabo-de-cavalo, olhos azuis escuros e pele clara. Tinha um corpo bem trabalhado, o que o ajudava na conquista das garotas bonitas. Esse era Miroku.

Puseram-se a apreciar a fonte, e prenderem-se, cada um, em seus próprios pensamentos.

-Como a vida é estranha...- Pensava Kagome.- Há dois anos atrás eu não precisava de nada disso. Tinha minha vidinha de sempre, conversando, brincando, rindo das piadinhas sem graça do Miroku, saindo para festas com meus amigos... Agora...- Suspirou. – Estou sempre estudando não sei pra quê. Às vezes acho que vou enlouquecer sem poder sorrir... sem ser eu mesma...- Kagome foi retirada de seus pensamentos ao ouvir um grito seguido de um tapa.

Já sabia o que era, mas não custava nada olhar, afinal, eles foram feitos um para o outro.

- Miroku! Se você ousar fala comigo mais uma vez neste milênio, considere-se um hentai morto!- Berrou Sango, chamando a atenção de todos ali, mas que, aos poucos foram deixaram de se interessar. Aquela era uma cena típica de toda manhã, e todos já estavam acostumados a ouvis aquele grito, seguido do tapa e da mesma frase.

- Vamos Kagome, não quero ficar perto desse hentai.- Falou Sango puxando uma Kagome que prendia o riso.

- Me esperem!- Gritou Miroku pegando sua mochila e correndo atrás das garotas, que andavam em direção ao prédio azul.

Em alguma casa de Tókio, um pequeno grupo discutia algo. Parecia muito importante, já que uma das duas garotas que ali se encontravam parecia bastante aflita.

- Vocês acham que ele consegue? E se ele for flagrado e não conseguir escapar?- Pergunta a garota num princípio de pânico andando descontroladamente de um lado para o outro.

- Desde que ele não diga nada que nos denuncie, não tem problema. Não nos fará falta.- Respondeu um garoto que estava sentado em uma cadeira em um canto da sala onde se encontravam, os braços cruzados a frente do peito e a cabeça baixa.

- Não fará falta para você! Mas para mim fará! É o meu namorado!- Gritou a garota explodindo! Como aquele youkaizinhu ousava falar de seu namorado daquele jeito.

- Calma Kikyou, ele está tão nervoso quanto você sobre o que acontecerá com seu amor, não é Kouga?- Perguntou um outro rapaz ali presente.

- Ah, sim, claro.- Respondeu o outro indiferente.

- Não sinto arrependimento nenhum nas palavras dele.- Respondeu Kikyou.

- Então, sabemos que ele está bem, afinal, desde quando o Kouga se arrepende de algo que faz ou fala?- Perguntou a outra garota, sorrindo enquanto fitava Kikyou.

- Nunca!- Responderam os dois. Kouga sorriu.

A sala ficou em silêncio durante alguns minutos e de repente, Kikyou pareceu se lembrar o porquê estava nervosa.

- Mas o que será que vai acontecer? Não agüento essa tensão!- Gritou a garota novamente.

-Kikyou, vê se dá um tempo, ta legal?- Falou Kouga.- Ou você quer começar a ter rugas aos quinze anos?

-Olha como fala comigo, moleque!- Ameaçou Kikyou. Dava-se para ver chamas em seus olhos.

- Humph!- Esnobou o garoto.- Como se eu ficasse com medo de uma humana idiota.

Foi o bastante para Kikyou se atiram em direção ao youkai. Mas não conseguiu ao menos tocar nele, já que o outro a segurou.

- Matar o Kouga agora não fará você se sentir melhor. Apenas, sente-se e espere notícias.- A garota assentiu e sentou-se ao lado da amiga. Aquele seria um longo dia.

Kagome conseguira convencer Sango a desculpar Miroku. Também, caso isso não fosse feito, a amiga ficaria arrastando-a o tempo todo pra lá e pra cá para longe de Miroku, coisa que Kagome achava super desconfortável, até porque, o garoto as seguia onde quer que elas fossem. Só não entrava no banheiro feminino, porque já havia levado duas advertências por causa disso.

Depois dos dois se acertarem, começaram a agir como se nada tivesse acontecido e pondo-se a estudar e prestar atenção na aula, afinal, química não é pra qualquer um e a aula era prática.

- Kagome, me passa o tubo de ensaio com cloreto de sódio por favor?- Pediu Sango enquanto verificava a temperatura da água que aquecia.

- Toma.- Respondeu a garota esticando a mão que segurava o tubo até a amiga.

- Obrigada.

- Ei, nós temos que andar logo, porque a aula vai acabar em menos de um minuto!- Disse Miroku olhando para o relógio digital de parede em cima do quadro.

- Rápido Sango!- Apressou Kagome.- Agora coloca 1 g de cloro!- Sango rapidamente colocou e o sinal tocou.

- Ufa!- Suspirou a colegial.- Conseguimos!

Miroku e Kagome sorriram.

O grupo desceu as escadas apressadamente e foram para o bosque. Conseguiram sentar sob uma das árvores mais disputadas de lá, já que ela tinha uma sombra enorme e sempre batia um ventinho ali, além de ter grama fofa para eles sentarem.

Os três abriram suas marmitas e começaram a come.

- Nossa, isso que é criatividade dos mordomos.- Observou Kagome.- Nós três trouxemos sushi, bolinho de arroz e soba(1).

- É verdade.- Disse Sango olhando para os seus.

- Mas, voltando ao assunto da entrada, até quando você pretende aturar seu avô dessa forma Kagome? Não vai se rebelar? Eu te dou o maior apoio!- Falou Miroku, a boca cheia com um dos sushis.

- Acho que não. Irei aturar ele assim mesmo. Afinal, é para o meu bem.

- Seu bem? Para o bem da empresa! Nós também vamos herdar nossas empresas, mas nem por isso deixamos de nos divertir.- Disse Sango.

Kagome sorriu fracamente.

- Não posso fazer nada. Se eu reclamar, só vou estar causando problemas. Tenho que aceitar. Só isso, e vocês não estão ajudando!

- É verdade. Sua mãe já teve que brigar com seu avô só para você poder vir a escola, senão só teria professores particulares em casa.- Lembrou a melhor amiga da colegial.

- E nem poderia nos ver ou ir ao shopping pelo menos uma vez por semana.- Disse Miroku, novamente com a boca cheia de sushi.

-Seu porco! Trate de engolir a comida antes de falar com a gente! Também estamos comendo, sabia?- Reclamou Sango.

- Desculpa.

- É a vida.- Divertiu-se Kagome.- Isso parece briga de namorado.

- Ei! Nunca que eu namoraria esse porco, mulherengo com essa mãozinha amaldiçoada aí!- Gritou Sango apontando para Miroku.

- Quê isso Sangozinha! Eu mudo pra você!

-Quando isso acontecer a gente conversa.- Devolveu a garota voltando a comer.

- Isso quer dizer que tenho uma chance?- Perguntou o rapaz, os olhos brilhando de emoção ao ouvir tais palavras.

- Já disse, quando você mudar, a gente conversa.

Ali perto, um rapaz de olhos âmbar, cabelos prateados e orelhinhas de cachorro no topo de sua cabeça observava a herdeira da empresa Higurashi, enquanto se escondia atrás de uma árvore próxima. Deu uma mordida na suculenta maçã em sua mão e jogou-a fora.

- Higurashi Kagome...Finalmente e reencontrei...

Continua...

(1)Um tipo de macarrão