Capítulo 7
CW: Está bem ?
SS: Sim.
Catherine chegou um pouco antes das 8 horas. Estava vestindo uma calça jeans preta, uma blusa verde oliva e sapatos baixos bege. Tocou o interfone.
CW: Oi, Sara. Abra que eu vou subir um pouco.
SS: Está bem.
A porta abre e Catherine entra. Sara está se vestindo, já colocou e tirou umas 4 roupas diferentes. Esta colocando a 5a escolha, um vestido de alças azul escuro, uma sandália preta. Catherine olhou para ela e disse:
CW: Uau, você realmente quer acordá-lo !
SS: Não brinca, Cath. Eu vou visitar alguém no hospital e acho que devo me arrumar melhor.
CW: Depois vai assim para o trabalho ?
SS: Claro que não. Vou levar uma calça e uma blusa na sacola e me trocar quando for para o laboratório.
CW: Claro, é só para ele.
Sara corou. Deu uma risadinha de lado, como o Grissom faz. Sentia que a Cath estava realmente querendo ajudá-la. Então notou a roupa da colega.
SS: Ei, e você. Se arrumou assim para quem ?
CW: Para mim, a gente tem que se gostar sabia.
SS: Sei, e também a um certo moreno .. gostoso. ..haha.
CW: Há.. foi você que falou. Agora vamos!
Foram para o hospital no carro da Catherine, era perto do apartamento da Sara, mas mesmo assim levaram uns 20 minutos para chegar.
No laboratório estavam todos trabalhando a vapor. Tinham um monte de evidências a serem processadas.
Hodges era o que mais reclamava.
NS: Hodges, eu cheguei primeiro ontem lhe dei duas amostras e você não sabe onde pôs ?
DH: Tem mais de 30 aqui, só estou organizando. Dê-me meia hora e coloco tudo em ordem, certo.
NS: Tá bom, daqui a meia hora eu volto.
Nick vai para a sala de reuniões onde encontra Warrick e Sofia conversando sobre o caso que ela pegou para resolver, o corpo estava sendo examinado pelo o Dr. Robbins e ela mandara fotos para especialistas em insetos de Nova York na Universidade de Columbia. Warrick estava esperando amostras de DNA que tinha colido no local da dançarina morta.
NS: Ei, alguém tem notícias do Grissom ?
WB: Cath e Sara estão indo agora para o hospital, como a visita é de no máximo 2 horas, lá pelas 10h 30 elas devem estar aqui.
NS: Ok. E você Sofia, como está ?
SC: Chateada, a gente não pode fazer nada por ele e a mesmo tempo, peguei um tipo de caso que tem a cara dele. Não gosto muito de insetos.
NS: Hahaha.. deixe ele te ouvir falando assim.
WB: Ia ser gozado.
Todos relaxam um pouco mas a dúvida sobre o real estado dele está sobre suas cabeças como os urubus ficam em cima da carniça.
Greg voltará ao internado, tinha entrevista com 10 internos que estavam no refeitório próximo do horário onde o adolescente foi morto. O diretor não gosta muito desta visita cedo, mas não pode fazer nada.
Sara chega na recepção, a recepcionista já tem seu nome numa lista fornecida pelo departamento. E diz que ela pode ir até a ante-sala da UTI, que uma enfermeira vai prepará-la para entrar.
SS: Vou indo, você vai ficar esperando ?
CW: Sem problemas, tem um shopping aqui em frente, vou ficar passeando um pouco. Tenho a desculpa de estar te esperando.
SS: Certo, só não vá gastar muito. Depois você vai dizer que foi minha culpa.
CW: Pode deixar. Agora vá para lá. Até daqui a pouco.
SS: Até.
Sara foi por um corredor até a penúltima porta da direita, onde se lia: Sala de Preparação para visitas à UTI. Entrou e ficou alguns minutos esperando até que uma enfermeira ruiva venho lhe preparar. Ele teve que tirar o relógio, vestir aqueles aventais de médico, só que o dela e de quem ia visitar tinha cor verde-claro. Colocar uma toca da mesma fazenda e cor e aquelas mascaras que cobrem a boca e o nariz. Como ele vai me conhecer deste jeito. É ridículo, pensava ela.
Foi levada a UTI 4, passou pelas 3 anteriores. Numa tinha um adolescente que tinha levado um tiro e não tinha documento nenhum, não sabiam que era ele. Na segunda um homem que entrara com parada cardíaca e na outra uma mulher que acabara de sair de uma cirurgia.
Enfermeira: É aqui! Você pode tocá-lo mas não force nada, está bem.
SS: Pode deixar. Ele pode me ouvir ?
Enfermeira: Em alguns casos sim, não temos certeza.
SS: Obrigada.
Sara entrou e olhou para ele. Ele estava deitado numa maca, com um tubo saindo da boca, e com vários fios no peito. Devem ser para monitorá-lo. Ela se aproximou da maca, ele parecia estar precisando de proteção. Meu amado, o que foi que fizemos com nós mesmos? Passou a mão pela mão dele, a que não estava com soro. Ele gemeu, será que está sentindo alguma dor ?. Resolveu falar em voz alta.
SS: Grissom, sou eu. Sara . Estou aqui.
Grissom não falou, não abriu os olhos. Mas conseguia ouvi-la. Queria dizer-lhe o quanto precisava dela, mas parecia que seus músculos não lhe obedeciam.
SS: Eu vou vir aqui, dia sim dia não. Vamos nos revezar, eu e o Dr. Robbins.
Passou-lhe a mão pela testa, podia sentir sua força. Olhou a marca deixada pela Lady, pensou: ela cobrara um preço alto por uma despedida. Não devia ter feito isto.
SS: Vou me sentar aqui do seu lado, trouxe uma história, um conto para ler para você.
Grissom interiormente sorriu, apesar de seus lábios não terem se mexido. Ela vai ao meu lado.
Sara começa a ler devagarzinho;
Paulo acompanhava um amigo, Daniel, à banca de jornal. Daniel cumprimentou o jornaleiro amavelmente, mas, com retorno, recebeu um tratamento rude e grosseiro.
Pegando o jornal que foi atirado em sua direção, Daniel sorriu atenciosamente e desejou ao jornaleiro um bom final de semana. Quando os dois amigos desciam pela rua, Paulo perguntou:
-Ele sempre lhe trata com tanta grosseria ?
-Sim, infelizmente é sempre assim.
-E você é sempre tão atencioso e amável com ele?
-Sim, sou.
-Por que você é tão educado, já que ele é tão rude com você ?
-Porque não quero que ele decida com eu devo agir. (Momentos de fé, ed. Novo rumo).
Quando terminou a história, ele estava olhando para ela. Dos seus belos olhos azuis, corria uma lágrima. Ele não podia falar devido ao tubo, mas seus olhos diziam um muito obrigado silencioso. Ela também começou a chorar, se aproximou dele e deu-lhe um beijo na ponta do nariz dizendo:
SS: Fique acordado, vou chamar a enfermeira.
SS: (gritando) Enfermeira, ele abriu os olhos, você pode vir aqui , agora.
Enfermeira: Isto é comum, em pacientes em coma.
Ao fundo ouvia-se um It´s now or never by Elvis Presley.
