Capítulo 17
Catherine vai direto ao apartamento de Sara, quer contar a novidade a ela
primeiro. Depois verá se ela quer contar os outros. Sente uma felicidade
incrível, sabia o quanto eles se amavam e nada melhor para completá-los
que um bebê. Só não sabia se esta era a hora certa.
CW: Sara, abra a porta. Quero falar com você.
SS: Oi, estou abrindo.
Catherine subiu, Sara estava de pijama, pronta para dormir. Tinha tido um
turno puxado, além da visita no hospital.
SS: O que foi Catherine ? Não dava para esperar até amanhã.
CW: Não, pois precisava: primeiro ver como você estava e depois lhe contar
uma novidade.
SS: Eu estou bem. Qual a novidade ?
Sara estava esperançosa, talvez ele tivesse acordado.
CW: Bom, já que está bem. Sente-se. Por que tenho uma noticia boa para lhe
dar e é sobre você.
SS: Está bem.
CW: Bem .. Você está grávida.
S
A
R
A
E
M
P
A
L
I
D
E
C
E
Não podia ser. Era muito cedo. Ele ainda estava em coma. Ela não estava
preparada
SS: Não posso ter essa criança agora, Cath. Eu não ..
CW: Sara, qualquer coisa que você decida. Eu vou lhe apoiar, mas não tome
nenhuma decisão precipitada.
SS: Está bem.
Catherine fica preocupada com o estado de Sara, resolveu passar a noite
com ela. Liga para casa
CW: Oi, mãe. Eu vou passar a noite aqui na Sara, ela não está bem. Ok. Não
amanhã eu sei que a Lindsey tem médico, eu levo ela, pode deixar. Ta
certo. Tchau.
SS: Você não precisa ficar.
CW: Se não se importa, eu prefiro ficar. Está bem?
SS: Não me importo não, será bom ter alguém com quem conversar. Vou
preparar sua cama.
Catherine vai dormir no quarto de hóspedes mais antes elas resolver tomar
um chá com bolachas e conversarem,
CW: Então, vocês realmente se entenderam?
SS: Sabe, sempre houve uma troca de olhares, uma frase dita com duplo
sentido, muitas vezes fui eu que acabei falando demais.
CW: Como assim?
SS: Sabe, uma vez eu pedi ele para dormir comigo.
CW: Assim direto.
SS: Sim, nós estávamos investigando um caso onde não conseguimos provar
que o marido tinha matado, e eu pedi que dormisse comigo para quando eu
acordasse com os gritos que ouvia, ele estaria lá para dizer que era só
empatia.
CW: Ele não aceitou, aceitou?
SS: Não, ele voltou a observar as evidências, foi quando ele colocou o
porco para se decompor, depois ainda examinamos o corpo e conseguimos
resolver o caso.
CW: Ele o fez por você.
SS: Eu acho que sim.
CW: Houve alguma outra vez?
SS: Depois da explosão do laboratório, eu fui convidá-lo para sair. Ele
disse que não sabia o que fazer. Eu disse que sabia e quando ele
descobrisse poderia ser tarde demais, ele também não saiu.
CW: Bom, neste dia tinha uma desculpa razoável.
SS: Qual?
CW: Ele estava indo fazer os últimos exames para operar o ouvido.
SS: Como assim?
CW: Ele tinha ortoesclerose, é uma doença genética que ele herdou da mãe.
Estava perdendo a audição e se não operasse poderia fica surdo.
SS: Por que ele não me falou?
CW: Talvez ele quisesse lhe poupar.
SS: Ele me fez pensar que não me queria. Eu achei que estava sendo
inconveniente.
Sara pensou em tudo que tinha pensado depois daquela negativa, em como
tentará sair e encontrar outras pessoas, outros caras. Mas sempre que
encontrava alguém, era nele que pensava. Não adiantava. Estavam mais
ligados do que imaginava. Agora que sabia o motivo real, amava-o ainda
mais.
Agora mais que nunca queria ter esse bebê.
SS: Sabe, foi bom conversar. Acho que está na hora de dormir.
CW: Sim. Vamos.
Depois de uma noite de sono mais tranqüilo, elas tomaram café e foram
juntas ao trabalho. Sara decidiu ir à tarde ao hospital, assim poderia
visitá-lo com mais calma e depois ir para casa.
CW: Decidiu se vai contar ao pessoal sobre a gravidez?
SS: Ainda não. Está bem?
CW: Tudo bem, por enquanto eu não falo nada. Vamos.
SS: Vamos.
No laboratório, o Dr. Robbins parece tem uma explicação para o que
aconteceu aos assaltantes, está conversando com Nick.
AR: Olhando a entrada da bala no corpo deste e a saída, parece que a bala
entrou pelo meio das costas, desviou na coluna e saiu pelo baço em
trajetória quase retilínea entrou no outro assaltante, que era mais baixo
e acertou direto o coração. Como um estava ferido mas não sabia o quanto.
Imagino que deve ter carregado o outro para casa, onde ambos morreram.
NS: Se um foi baleado nas costas e a mesma bala acertou o outro então
alguém acertou um e pegou outro. Acho que vou voltar na farmácia.
Obrigado, Doutor.
AR: De nada, boa sorte.
Fora um dia inusitado com nenhum caso novo. Apenas fechando os antigos.
Sara resolveu ir logo depois do almoço para visitá-lo. Poderia ficar mais
tempo com ele.
Antes de sair, passou pela sala dele. Lembrou que seus insetos precisavam
se alimentados. Depois de alimentá-los, limpou a mesa dele, encontrou umas
fotos dela, algumas antigas, outras recentes, dentro de uma agenda que
estava em cima da mesa. Ela sabia que ele não deixaria lá se soubesse que
alguém ia mexer. Havia poesias escritas, frases bonitas, ela resolveu
deixá-lo lá. Se ele quisesse um dia ele lhe mostraria.
Foi para o hospital, a enfermeira já a conhecia. Estava preparando a Sara,
quando Dr. Spelmann a encontrou.
TS: Olá, sua amiga esteve aqui. E eu lhe contei sobre a gravidez. Acho que
não lhe causei nenhum problema, não é?
SS: Não, foi bom. Nós conversamos muito.
TS: Se você quiser saber o que há na carta, eu lhe entregarei depois da
sua visita, está bem?
SS: Está bem.
Ela entrou na UTI e eles estavam limpando a cicatriz. Não era muito
grande, tinha uns 10 pontos no máximo. Eles estavam enfaixando de novo.
SS: Oi, Gil. Estou aqui. Eu vou lhe contar uma novidade maravilhosa: estou
grávida. Nós vamos ter um bebê. Já imaginou um pequeno grissom ou um
pequena sara. Se fosse menino eu gostaria de chamá-lo de Allan e se fosse
menina acho que Ana. Mas nós podemos trocar idéias sobre isso.
Suspira, parece ter aliviado um peso dos ombros. Está dividindo com ele a
responsabilidade. Mesmo que ele não pode falar, acredita que possa ouvir.
Senta-se na cadeira que fica perto da cabeceira.
SS: Eu trouxe o livro, vou ler mais uma página para você.
- Colírio para os olhos.
- Fartura para a abelhas.
- Não existe outra floresta igual a nossa – comentavam os bichos,
satisfeitos como se a floresta fosse criação deles.
Nela moravam animais grande e pequenos, além de milhares de aves e insetos.
Uma vez por mês todos se reuniam e cada um podia dar seu palpite, fazer
sua reclamação:
- As gabirobas este na estão muito sem doce – queixou-se um dos sanhaços.
- Mas as flores das jabuticabeiras nunca deram tanto pólen –exclamaram as
abelhas.
Dava gosto de ver: desde as minúsculas formigas até a musculosa
onça-pintada naquela confabulação.
E o esperto macaco aconselhando:
-Não devemos nos lembrar só do que a floresta pode fazer por nós, mas do
que nós podemos fazer por ela.
SS: Aqui termina uma parte da história, tem desenhos de bichos de todos os
tipos. Coloridos com cores diferentes. Juntos no mesmo lugar e separados
pelos caprichos da natureza. Que nós não sejamos assim. Volto amanhã.
Sara se levanta, dá-lhe um beijo na testa e sai. Mais um dia. Mais um dia
sem ele.
Está saindo da UTI quando o Dr. Spelmann vem até ela com um envelope na mão.
A carta, pensou ela. O que será que ele escreveu nela ? Será que
ela devia ler antes dos 7 dias ? . Acho bom eu ler junto com alguém,
vou pedir a Cath que leia comigo, afinal eles se conhecem a mais tempo.
TS: Aí está você.
SS: Sim, estou aqui.
TS: Aqui está a carta, você pode lê-la quando quiser. Está bem ?
SS: Está bem. Eu vou levar e leio mais tarde. Tchau.
TS: Até amanhã.
