Capítulo 24

Grissom acordou cedo antes mesmo da hora do café da manhã. Ainda não conseguia mexer as pernas. Depois que tomou seu café, ele revolveu ligar para a recepção.

GG: Oi, eu gostaria de fazer uma chamada e daqui não consigo ligar para fora.

AR: Sem problemas, pode me dizer o número.

GG: 555-40412(ep 4E04 evidencia invisivel 4E12 butterflied (borboleta))

AR: Assim que conseguir ligar eu passo a ligação, está bem ?

GG: Obrigado.

Grissom queria muito falar com ela, sonhara com ela e nem todos os sonhos foram bonitos.

AR: Olá, o telefone toca mas ninguém atende.

GG: Estranho, a Sara já devia estar em cas.

AR: O senhor está procurando sua namorada ?

GG: Sim

AR: Ela está internada aqui no 4A

GG: Como ? Internada ?

AR: Sim, ela entrou ontem inconsciente. Parece que um ex-namorado tentou atacá-la.

GG: Obrigado. Por favor, não diga nada que me contou, está bem?

AR: Sim, senhor.

Grissom agora estava preocupado. Ela estava ali desde ontem e mentira para ele que estava fora. Pensou ele, Será que ela estava machucada ? Quem será este ex-namorado? Como poderei vê-la senão consigo andar ?.

Ficou muito agitado, a dor de cabeça voltou com força e os aparelhos começaram a apitar. Logo depois o Doutor Spelmann e duas enfermeiras, Anne Helly e Elen Lay, já estavam ao redor dele. Tinham dado uma dose pequena de zolpidem, ele estava dormindo.

TS: Ele estava muito agitado quando você chegou Anne ?

AH: Ele estava com a mão na cabeça dizendo que doía muito. E com taquicardia.

TS: E você Ellen, sabe de algo ?

EL: Não, mas Alicia me disse que ele ligou para a recepção. Ela falou que a namorada estava internada.

TS: Ah, não. Esqueci de avisar que não podiam falar.

Spelmann não queria drogá-lo mais ainda. Mas ainda estava muito recente a cirurgia e ele devia ficar em completo repouso.

TS: Traga uma dose de maior de zolpidem ele precisa dormir hoje o dia todo até a noite. Só assim teremos tempo para avaliá-lo, seria péssimo ele ficar agitado assim logo após uma cirurgia como a dele.

Terris Spelmann considerou que talvez fosse melhor deixá-lo em coma induzido, até que passassem os dias críticos. Por enquanto, resolveu apenas sedá-lo.

TS: Ninguém visita ele hoje, nem devem saber em que quarto está. Certo ?

AH: Certo.

EL: E o que falamos para quem perguntar ?

TS: Que ele está sendo avaliado, está sedado e que não recebe visitas hoje!

EL: Muito bem.

TS: Agora vão. Eu vou continuar a minha ronda.

No laboratório, Cath chegou e foi falar com Al. Ela queria lhe pedir que você ver o Grissom e pudesse dar uma opinião sobre o estado dele.

AR: Chegou cedo, Cath ?

CW: Quero ver se Warrick já conseguiu um mandado para prender Hank, ele atacou a Sara ontem.

AR: Eu soube. Mas o que a traz aqui.

CW: Gostaria que você visitar o Grissom como amigo e pudesse me dizer a situação real dele como médico.

AR: Tudo bem. Vou logo após o almoço, e quando aqui fica mais calmo.

CW: Ah, poderia dar uma olhada na Sara. Ela também está no hospital, no quarto 4A .

AR: Pode deixar, tem alguma mensagem ?

CW: Apenas que ela descanse.

AR: Até.

CW: Até.

Catherine foi até a sala onde Hodges trabalhava, Warrick e Brass já estavam lá.

CW: Olá, Rapazes. Temos novidades ?

WB: Achamos o DNA do Hank nas roupas de Sara. As digitais dele estão na sala e a jaqueta é dos paramédicos.

JB: Já consegui um mandado de prisão, quer ir junto ?

CW: Não, se eu chegar perto dele hoje vai ser para dar um soco nele.

WB: Relaxe, Cath. Ele vai ficar bem longe da Sara de hoje em diante.

CW: Que bom. Al foi visitar os dois, vou esperar notícias dele. Estarei na minha sala.

No hospital uma ambulância trazia um ferido num acidente. Assim que chegou os médicos levaram o ferido para a cirurgia. Um dos paramédicos era o Hank, ele resolveu xeretar por ali antes de saírem de novo. Até que ouviu uma conversa entre as enfermeiras:

Estranho, o doutor Spelmann pedir que não falemos nada da namorada para o paciente- falou uma.

É que ele acabou de passar por duas cirurgias, saiu do coma e precisa de descanso - respondeu a outra.

Imagine, acordar e saber que a namorada foi atacada pelo ex-namorado – falou a outra.

Meu Deus, pensa Hank, será a Sara. Será que eu acabei machucando ela ? Quem será este paciente que eles estão falando ?

HP: Oi, eu sou paramédico Hank e acabei de trazer um ferido.

EL: Em que podemos ajudá-lo ?

HP: Gostaria de saber onde está internada Sara Sidle ?

EL: No quarto 4A . Você a conhece ?

HP: Somos amigos, obrigado.

EL: De nada.

Hank vai até o quarto de Sara, precisa tirar a limpo uma coisa. Ele a encontra dormindo. Está com um curativo na cabeça. Acho que ela bateu a cabeça. Era só o que me faltava.

Sara acorda e dá de cara com o Hank. Ela estremece. Como ele tinha entrado ?

SS: O que você quer aqui ?

HP: Só quero lhe perguntar uma coisa ?

SS: O que é ?

HP: Foi minha culpa esse curativo ?

SS: O que acha, você forçou a barra e me empurrou com força. O que acha que aconteceu depois ?

HP: Desculpe. Eu não queria machucar você.

SS: Não pareceu isso ontem.

Ele se aproxima da cama, ela ameaça chamar a enfermeira.

SS: Saia, não temos mais nada. Quero você longe de mim.

HP: Seu namorado está internado também, não é ?

SS: Como você sabe ?

HP: Ouvi as enfermeiras comentando. Dizendo que ele não podia saber do seu estado.

SS: Você sabe por que ?

HP: Parece que ele fez duas cirurgias.

SS: Não, não é ele. Ele fez uma cirurgia, entrou em coma e saiu.

HP: Talvez ele precisou fazer outra.

Ele falou com desdém, sabia que a estava machucando. Não queria que ela tivesse esperança com o outro, assim quem sabe ela voltaria para ele.

HP: Você pode ligar para a recepção e perguntar. Eu tenho que ir. Se precisar de mim, é só chamar. Tchau.

Hank saiu contente, tinha deixado ela com a pulga atrás da orelha. Precisava descobrir quem era esse namorado, tinha que separá-los.

Depois que ele saiu, ela chorou. Podia se verdade. Ela queria tanto vê-lo. Precisava falar com ele. Ligou para a recepção e perguntou se ele sabia do Grissom.

SS: Oi, eu gostaria de informações sobre o paciente Grissom.

A recepcionista Alicia Reals, não tinha sido instruída pelo Dr. Spelmann, lhe contou que ele tivera que passar por outra cirurgia, estava dopado e encontrava-se no quarto 15A .

SS: Posso visitá-lo ?

AR: Não tem nenhuma informação que não. Pode sim.

SS: Assim que tomar o café eu vou até ai. Obrigada.

AR: De nada.

Sara comeu pouco não estava com muita fome. Assim que terminou, colocou um roupão e saiu. Na enfermaria do seu andar perguntou onde ficava o quarto 15A , foi lhe informado que no primeiro andar e que devia pegar o elevador mais a esquerda, desceria quase em frente. Ela agradeceu e foi até lá.

Sara chegou no quarto, estava na penumbra. Ele estava dormindo, com um espécie de inalador no nariz, colocando-o para que ele respirasse oxigênio. Tinha soro colocado no braço direito e seu semblante era tranqüilo.

SS: Olá, meu amor. Parece que estamos nos desencontrando. Eu estou bem, só tive um pequeno problema com o Hank. Agora percebi claramente como ele é idiota. Sabe, quando eu saí com ele, até que ele era agradável. Só que ele tinha outra noiva. Pois é, ele saia comigo dois dias e nos outros com ela. Apenas terminou, não tinha como continuar.

Sara suspira, os aparelhos indicam algum mudança, mas logo voltam ao normal.

SS: Eu vou continuar lendo para você. Vou pegar o livro, lerei algumas páginas para você.

Sara vai até a estante no corredor, pega o livro e volta ao quarto.

SS:

Muito bem !

Bravo !

Todos batiam palmas.

Se é assim, acho que devemos cuidar mais do jequitibá, a maior árvore da floresta – disse a anta, coçando a pequena tromba.

Ele anda perdendo muitas folhas.

É mesmo! O sol até já penetra entre seus galhos – avisaram as cigarras na sua cantoria.

Sinal de que está mal-alimentado – recomendou o lobo.

O tatu foi logo falando:

Tenho uma idéia! Eu faço uma porção de buraquinhos perto do tronco do jequitibá e a gente coloca esterco neles. O que vocês acham?

Aprovado! – exclamou o gavião

Com a chuva, o esterco vai penetrar fundo na terra e atingir as raízes da árvore – reforço o cachorro-do-mato.

E o jequitibá, recebendo esse fortificante, vai agradecer, recobrindo-se de folhas como antigamente! – exclamou a borboleta azul-transparente.

Cada um dava seu palpite, pensando sempre no bem-estar da floresta, que, afinal, era a casa de todos.

No entanto havia um passarinho, pequenino, de uma cor que ninguém saberia dizer qual era: sem ser marrom, não era cinza, nem bege; um passarinho muito sem graça.

-Você nunca dá palpite ? Sempre tão fechado feito um caramujo.. – perguntou o avestruz, esticando o pescoço para ele.

O passarinho continuou sério e respondeu:

-Saber escutar os conselhos e as idéias dos outros também tem seu valor!

Você é assim como este passarinho. E eu sou como a cigarra sempre falando. Fique tranquilo que estou bem, tá certo. Amanhã eu venho de novo.

Sara lhe deu um beijo no rosto e foi para seu quarto. Não notou a lágrima que corria do olho dele. Mesmo dopado, ele conseguia lhe ouvir. Pensando, que bom que ela está bem e nada sabe do meu real estado.