Capítulo 28

No laboratório todos estão trabalhando. Quando Dr. Robbins chega já estão a espera dele, dois corpos foram encontrados. O Super David apenas limpo-os.

No hospital, Dr. Spelmann está avaliando as condições do Grissom junto com o neurologista Paul Lakes.

PL: O cérebro dele já está com os níveis normais, podemos baixar a medicação.

TS: Depois do que aconteceu hoje aqui. Prefiro deixá-lo hoje com esta medicação e começaremos a reduzir amanhã. Assim ele terá mais chances de recuperação.

Grissom ouve e pensa, Será até quando vão me deixar dormindo. Eu gostaria de pelo menos enxergar quem vem me visitar.

Mais um dia ...

Sara recebe alta do hospital e pode ir para casa. Antes de sair ela vai até o quarto do Grissom, ele ainda está sedado. Entre pé ante pé como se pudesse acordá-lo e fica ao lado dele.

SS: Oi querido. Eu recebi alta e vou para casa. Quer dizer, vou para o meu apartamento e depois passo no laboratório. Eu vou vir aqui só depois de amanhã por que eu estou atolada de coisas para colocar em ordem. Quero deixar tudo bonito para quando você sair. Olhe, eu vou ler o resto da história para você pois acho que vai nos ajudar.

Até que um dia, sem ninguém saber de onde nem por quê, veio o fogo. As labaredas, com línguas de gigante, se alastravam pela floresta, fazendo estalar os galhos e folhas secas. Foi tudo tão rápido e assustador que os animais só pensavam em fugir apavorados.

- Pernas, para que te quero! – exclamavam as capivaras, correndo desengonçadas.

As codorninhas e as perdizes escapavam no seu vôo rasteiro.

As raposas pulavam os paus tomados como se fossem obstáculos.

Os besouros e percevejos, aos pinotes, voavam por onde o fogo e a fumaça ainda não tinham passado.

Onças e porcos-espinhos, araras, papagaios e periquitos, mosquitos e borboletas, todos fugiam o mais depressa que podiam.

Só ficou o passarinho calado. Resolvera não fugir, pensando: "Ué! Não é agora a hora de fazer alguma coisa pela floresta? Ela, que até hoje só nos protegeu?"

E, voando até a nascente do riacho, encheu o bico de água, que veio derrubar sobre o fogo da floresta. A minúscula quantidade de água sobre o fogaréu imenso.

E voava da mata para o riacho, voltando sempre com o bico cheio de água, que derramava sobre a floresta em chamas.

Do fogo para a água, da água para o fogo, incansável, sem parar para pensar no perigo que corria no meio da floresta dominada pelo incêndio.

Depois de muito tempo, o fogo foi baixando e os outros bichos, admirados com a valentia do passarinho, voltaram para lhe perguntar:

- Mas... de que adianta todo seu esforço ?

- Você não conseguirá apagar o fogo da floresta ...

Então o passarinho, que nunca falava mas muito pensava, respondeu:

-Sei disso, mas, quando o fogo se apagar e o chão estiver coberto de cinzas, se me perguntarem o que fiz para evitar a destruição, posso responder: "Fiz o que pude!".

Sara senta ao lado dele na cama. Passa a mão pelas faixas que estão na cabeça.

"Meu amor, cada um de nós, por menor que seja, tem um importante papel a cumprir! Eu não sei qual é o seu, mas o meu. Eu sei. É estar ao seu lado."

Ela sai. Deixa o livro no criado-mudo ao lado da cama. Primeira coisa a fazer é ir para casa e tomar um banho. De preferência daqueles que duram 1 hora.

Mal saberia ela que ainda teria notícias dele.