Capítulo 32
Na clinica
Uma enfermeira chamada Simone Plumes entra no quarto enquanto ele está dormindo, vê a carta e como já estava endereçada nestes envelopes pré-pagos, ela pega para colocá-la no correio. Examina as informações e como não está na hora da cirurgia, sai do quarto deixando ele dormindo.
Quando for para casa eu passo no correio e coloco a carta, pensa Simone,
Mais tarde, outras duas enfermeiras entram no quarto e o acordam. Está na hora da cirurgia.
Ele está sendo preparado para a cirurgia, veste aquela camisola ridícula, mede-lhe a pressão, a temperatura, daí é levado ao centro cirúrgico. Nota que a carta não está mais no criado-mudo.Quem sabe alguém já a levou. Que bom.
Entra no centro cirúrgico. A operação transcorre bem. Depois de 2 horas, ele é levado a UTI onde deve ficar até à noite.
No laboratório
Sara chega ao laboratório e vai falar com Catherine, quer lhe contar as novidades. Primeiro, as boas. Depois as do Grissom.
SS: Oi, Cath. Como vão as coisas aqui?
CW: Indo, acho que coloquei metade dos relatórios em ordem. Estava indo almoçar.
SS: Que bom. Vamos juntas e lhe conto as novidades.
Elas saem e vão até um pequeno restaurante na quadra seguinte do laboratório. Depois de se sentarem e pedirem o menu, começam a conversar.
CW: Muito bem, quais as novidades ?
SS: Bom, fiz minha primeiro ecografia. Foi lindo. É um pequeno ser e ele já se mexe.
CW: Por que não me chamou? Eu ia com você.
SS: Não, eu queria ir sozinha mesmo. Aliás, mandei gravar e vou levar para o Griss ver.
CW: Quando você pretende levar para ele?
SS: No fim de semana.
CW: Ué, só no fim de semana. Mas faltam 3 dias ainda.
SS: Esta é a outra novidade. Ele não esta mais no hospital Kindred, ele está numa clinica chamada Mayo, no Arizona.
CW: Como?
SS: O doutor Spelmann chamou um especialista e ele achou melhor levá-lo para lá. E eu e Nick vamos neste fim de semana para vê-lo.
CW: Sinto muito. Mas se é para o bem dele. Vamos pedir a comida, depois temos muito trabalho. Já vi que você vai tirar umas férias.
SS: Certo. As duas coisas.
Ambas riem.
Na clinica
A enfermeira Simone Plumes acabou de ir para casa, deixou a carta no correio. O rapaz que recebeu a carta disse-lhe que saia ainda hoje. "Até amanhã ela chega."
Ele acorda no fim da tarde. Está sentindo muito formigamento nas mãos e nos pés. Como está com o tubo, não pode falar. Então faz sinal com a mão. A enfermeira que está cuidando dele, fala: "Vou chamar o médico, ele já vem. Agüente só um pouco."
Ela sai e logo volta com o doutor Dorn.
LD: Olá, Grissom. Estávamos esperando você acordar.Já sabe do procedimento, tussa.
Griss faz o que manda o doutor. A primeira coisa que fala: "estou sentindo as pernas formigarem".
LD: Isto é bom sinal. É a primeira coisa que deve aparecer. Hoje, você fica aqui para ser monitorado e amanhã, vai para o quarto. Se tudo correr bem, a tarde você já começa a fisioterapia, certo.
GG: Certo. Posso ligar para alguém?
LD: Não, você não pode se agitar. Eu posso passar informações no hospital e eles comunicam seus amigos. Mas você não deve nem ligar nem receber ligações. Ate o fim de semana.
GG: Quanto tempo?
LD: Três dias. Só três dias.
No laboratório
Sara, Greg, Sofia e Catherine estão trabalhando a todo vapor. Parecia que tinham recebido uma injeção de animo.
GS: Como você vai fazer para ir até o Arizona?
SS: Nick vai me levar, depois eu fico e ele volta.
SC: Você e Nick juntos. Grissom não vai ficar com ciúme ?
SS: Não, porque ele sabe que eu o amo e Nick apenas um amigo.
Não sabe porque ficara tão irritada com a insinuação da Sofia. Mas seria melhor que o Grissom soubesse que ela estava indo com o Nick por ela, não pelos outros. Iria tentar ligar para lá. Melhor conseguir o telefone pela internet, com certeza no hospital eles não lhe dariam.
Sara nem vê o tempo passar, já está na hora de ir embora. Como não tem nenhum caso especifico, ela resolve navegar um pouco antes de ir para casa. Encontra informações sobre a clinica e liga. Afinal, uma clinica funciona 24 horas.
Recepcionista: Clinica Mayo, boa noite. O que deseja?
SS: Gostaria de saber informações sobre a clinica. Se eu poderia visitá-la e quais os dias, essas coisas.
Recep.: Bom, você pode visitá-la qualquer dia. Ela está aberta a visitas das 8h às 17 horas até durante os fins de semana.
SS: Se eu tivesse um colega internado ai, poderia visitá-lo também?
Recep.: Claro, você quer saber alguma informação dele ?
SS: Sim. O nome dele é Gilbert Grissom.
Recep.: Um minuto. Aqui está, o senhor Grissom passou por um cateterisma, está na UTI por precaução e amanhã deve ir para o quarto.
SS: Isto é um procedimento normal?
Recep. Sim, ele tinha uma pequena veia entupida por isso não estava mexendo as pernas.
Sara se assusta, ele não tinha lhe dito nada. Nem o doutor.
SS: Ele vai poder receber visitas este fim de semana?
Recep.: Sim. Mais alguma coisa?
SS: Não, obrigada.
Sara desliga o telefone. Agora está mais que decidida. Vai este fim de semana vê-lo com certeza. Não quero saber se ele vai estar numa cadeira de rodas, quero estar ao lado dele.Vai para casa e resolve escrever alguma coisa para entregar para ele, senão puder vê-lo.
Querido, vou lhe visitar na clinica. Um amigo nosso, Nick, vai me levar. Estou mandando esta carta para lhe avisar e junto vai uma poesia que fiz pensando em você. Boas melhoras. Sara.
Esta é a poesia:
Foi pensando em ti que me recolhi a este silencia tão triste.
Foi estando em meu coração que a ti eu escrevi.
Foi por te amar que um dia a felicidade inteira me pertenceu.
Foi por conhecer teu sorriso que um dia eu soube definir o que era paz.
Foi por saber que tu existias que eu compreendi a minha própria existência.
Foi lembrando de ti nos momentos de abandono que conseguia lembrar de mim.
Foi recordando que teu ideal maior é a liberdade que passei a entender a minha própria liberdade.
Foi esperando que ver-te chegar que aprendi a esperar pelo meu futuro.
Foi crendo na esperança de tê-lo que descobri a presença de um Deus maior.
Foi te querendo tanto assim que aprendi a dar de mim em tudo que faço no ideal por que luto.
Foi te querendo, amando teu sorriso, acreditando na tua liberdade e aceitando nesta tênue esperança que hoje escrevo este poema a ti, porque aprendi que na vida tudo passa, mas existe sempre um ideal por que lutar, uma esperança para se viver, um amor a quem buscar e um Deus em quem confiar.
Aprendi que a vida é essa força interior que me projeta para além do infinito, onde encontro a paz que tanto procuro e onde teu sorriso acalenta minhas horas de solidão e de saudade.
Foi por estar no meu coração que a ti escrevi.
Foi por te amar que um dia a felicidade inteira me pertenceu, e foi acreditando nessa esperança que te escrevi esse poema...sem dor, tentando, sem magoar, fazer-te uma declaração de amor.
Depois que termina, suspira aliviada. Conseguiu colocar em palavras seus sentimentos, ele terá uma grande surpresa ao ler.
Na clinica
A tarde, ele está todo animado. Mexeu os dedos dos pés.
LD: Está é a doutora Michele Rock e vai ser sua fisioterapeuta.
Grissom olhou para a médica, parecia nova, tinha a pele branca e os cabelos ruivos, cacheados. Ela lhe lembrava alguém. Mas ele não conseguia lembrar quem.
GG: Boa tarde, doutora.
MR: Boa tarde. Posso chamá-lo só que Gil?
GG: Sim.
MR: Nós vamos fazer uma sessão leve, luz ultravioleta, alguns movimentos de aquecimento, de alongamento e depois de reforço, certo.
GG: Certo.
LD: Bom, vou deixá-los. Está em boas mãos pode ter certeza.
GG: Até mais, doutor.
Seja o que Deus quiser, vou me dedicar ao máximo, pensa Grissom.
Ele é levado de cadeira de rodas para a sala de fisioterapia. Norma do hospital.
MR: Nada de forçar a barra. Vamos devagar assim você se recupera melhor.
GG: Sim , doutora.
No outro dia
Na clinica Grissom acorda mais disposto. Sente vontade de levantar e andar, mas se contém. Não quer abusar, faltam ainda dois dias para poder ligar para Sara, só ela importa.
No apartamento de Sara, chega a carta do Grissom. Ela lê e guarda com carinho junto com a outra. Como na carta veio o endereço certo, ela resolve mandar uma cópia da poesia, vai guardar o original. Se por acaso não chegar, eu ainda tenho o original para entregar a ele.
