Respondendo aos meus gentis e caros leitores...:

LULIX: Será que estes dois capítulos maiores compensam a "miudeza" dos anteriores? Nossa... fico feliz que tenha mostrado minhas maluquices pra outras pessoas também! Espero que goste desse também! Beijos

Thaty: Você acha mesmo que eu vou falar como vai acabar? hehehehe Mas o prefácio da uma boa idéia de como essa história vai se desenrolar. Embora seja em parta uma UA, deixei alguns pontos iguais à história original. Valeu pelo incentivo! Beijos

Belle Lolly Perversa Black: Ah, que bom ouvir (ou ler) a opinião de alguém que leu e também amou Lolita! É realmente um livro maravilhoso... Eu estava mesmo preocupada em manter um ritmo parecido, e devo confessar que tentar reproduzir toda aquela obsessão e o amor de Humbert não é lá muito fácil. Valeu pelo incentivo! Beijos

miss Jane Poltergeist: super feliz com essa boca escancarada Sim, é realmente forte, além de ousado. Ah, eu resolvi pôr essa citação de Tiago por que um amigo meu comentou isso outro dia comigo, e eu achei o máximo o fato de que pelo menos um homem na face na Terra tem consciência de que nós percebemos essas olhadas e que, por vezes, nos sentimos incomodadas... daí eu não resisti, eu tive que escrever aquilo. Sim, nós mulheres somos demais! E é melhor eu parar por aqui por que quando eu me empolgo, não paro mais de falar (de escrever, então...), muito menos quando algumas idéias levemente feministas estão envolvidas... rs A propósito, a idéia do batom também surgiu por causa do meu amigo observador... huahuahuha Beijos!

jehssik: Olha, se você gosta de ler, eu recomendo Lolita! Essa fic é só uma idéia mirabolante que eu tive, não chega nem aos pés da obra-prima original...

Tiago tem vinte e cinco anos, se não me engano há uma parte em que ele comenta que estava voltando a Hogwarts depois de oito anos da formatura. E então, é oficial: Lily tem dezessete e Tiago, vinte e cinco. Não acho que seja uma diferença muito grande...

Sim, o maior empecilho no romance é o fato de ele ser professor, resolvi não colocar muita diferença de idade por que Lolita é cheio disso, e eu quis fazer diferente. Encher o saco! Imagine! É ótimo receber comentários! Quanto maior, melhor. Se surgir outra dúvida, é só perguntar. Valeu pelo incentivo! Beijos

Washed Soul: Huahuahuahuha Agora quem ficou confusa fui eu! É fluffy ou não? Bom, eu acho que isso depende mais de você... Leia sim! É meu livro preferido! Beijos

brocktuela: Eu também amei seu comentário! Perfeito! rsAqui está o outro capítulo. Beijos

Muito obrigada a todos vocês que me deixaram reviews! Continuem acompanhando, sim? Aqui está o capítulo 2. Estou ajustando e revisando o próximo, ele sairá em breve. Beijos pra vocês!

Capítulo 2

Senti como se um novo tipo de felicidade de instalasse dentro de meu peito no momento em que adentrei o salão principal para o café da manhã, uma hora antes do início das aulas. Na verdade, poderia até não ser exatamente felicidade, me pareceu mais um déjà- vu extremamente saudoso... Quantas vezes eu não havia entrado pelas mesmas portas, vislumbrado as mesmas mesas amarrotadas de alunos tagarelando e comendo? Acontece que, anteriormente, tais alunos eram meus colegas e, percebi com um súbito frio na barriga muito inoportuno, que, agora, eles seriam meus alunos.

Sentei em minha cadeira (achando totalmente estranha a perspectiva que se tinha dali, pois eu estava acostumado a me acomodar na mesa da Grifinória) e me servi de ovos e bacon, ainda refletindo sobre as casualidades (ou ironias) do destino. Se alguém tivesse me dito, na época em que ainda era estudante, que eu voltaria a Hogwarts como professor, eu riria e diria que a pessoa tinha tomado muito uísque de fogo. Franzi ligeiramente a testa ao cogitar a possibilidade de dar aulas marotas. Parecia uma boa idéia, pois eu definitivamente não estava disposto a ser um professor rígido e pentelho. Sorri. Aqueles jovens jamais iriam se esquecer do professor mais maluco que já havia pisado naquele castelo... exceto talvez os sonserinos. Até imagino meus olhos brilhando ao me imaginar descontando pontos dos verdinhos. Reprimi uma gargalhada. Talvez as coisas não fossem assim tão difíceis e/ou chatas, ser professor possuía suas vantagens, afinal.

Continuei comendo sem pressa, pois eu tinha o tempo livre após o café da manhã, minha primeira aula era antes do almoço, para o quarto ano da corvinal e lufa-lufa. Tiago Potter ainda estava perdido em divagações sobre as aulas, quando ouviu uma risada escandalosa. Sentindo borboletas no estômago e arrepios de reconhecimento, eu levantei os olhos.

Entrando pelas portas, ladeada pelas amigas, gargalhando gostosa e escandalosamente enquanto colocava uma mecha dos cabelos rubros atrás da orelha e retirava a capa da escola com uma desenvoltura e descontração com um toque fatal de sensualidade natural, Lily não percebeu que era observada minuciosamente por seu professor de defesa contra as artes das trevas.

Minha ninfeta, alheia às sensações e divagações insanas que me proporcionava, sentou-se normalmente e pôs-se a tomar seu café da manhã. Soltei um suspiro, indignado comigo mesmo. Aquilo era, no mínimo, humilhante pra alguém acostumado com relacionamentos volúveis e passageiros. Céus! Eu só havia conversado com ela uma vez e Lily já ocupara meus sonhos! Passei as mãos no cabelo, exasperado, ainda com os olhos grudados nela, pouco me importando se alguém teria reparado no meu grande interesse na ruiva.

"Pare com isso, Tiago Potter! Ela é sua aluna, só tem dezessete anos. E ela nem é tão bonita assim... saco. A quem eu estou querendo enganar? Ela é linda. Ela é perfeita. Oh, Merlim... O que está acontecendo comigo! Ok. Eu admito, como maroto e alguém perfeitamente racional, que estou atraído por Lílian Evans. Certo. E não vou fazer nada a respeito disso. Nada. Nossa relação será de professor e aluna. Ou eu não me chamo T...".

Mas nem meus pensamentos eu pude completar, já que eu ainda olhava para ela e, no momento que eu começava a fazer um juramento que eu jamais seria capaz de cumprir por motivos de força maior, ela subitamente levantou os olhos e me viu. Ela sorriu fracamente e acenou, levantando-se e se encaminhando para a aula. Foi só tão, me sentindo um idiota de marca maior, que eu percebi que estivera tão absorto em meus pensamentos que não reparei que o salão principal estava praticamente vazio.

Matei o tempo até minha primeira aula andando em círculos pela minha sala, e, no lugar de pensamentos nervosos a respeito do início de meu novo cargo, toda e qualquer conjectura que tenha passado por minha cabeça foi ocupada por Lily. Eu estava tão imerso em divagações, em sonhos loucos e lúbricos, em sentimentos totalmente contraditórios que, tenho certeza, proporcionei a meus alunos uma aula péssima, com um professor avoado. As coisas se confundiam... coração, cabeça, tudo. Lily, Lily, Lily, Lily, Lily, Lily, Lily, Lily, Lily, Lily, Lily, Lily, Lily, Lily…

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A figura de um professor pode ter várias faces. Eu, por exemplo, tive milhares.

Na minha primeira semana como professor me deparei com vários olhares. Uns eram desconfiados, afinal, era do conhecimento de todos as divergências ocorridas no Ministério quanto a possibilidade de Potter vir a se tornar professor. Outros eram curiosos, pois era a primeira vez que tinham um professor tão jovem (e bonito), talvez. E, é claro, havia os olhares das garotas. Como não podia deixar de ser, eu sentia que, mais uma vez, eu arrasava corações... mas não me importei. Além de já estar acostumado com isso, eu tinha maturidade suficiente para não dar-lhes esperança e encarar essas paixonites adolescentes como coisa passageira. Sim, foram vários olhares... mas um, e apenas um, me importava. E esse não existia. A Srta. Evans não olhou pra mim nem com curiosidade, desconfiança ou interesse. Ela me olhou normalmente. Como olharia para qualquer um. Ao menos foi o que constatei na primeira aula que dei para o sétimo ano da Grifinória.

Quarta-feira, depois do almoço. Foi a primeira vez que vi Lily em sala de aula. Eu estava curiosíssimo para ver como ela se saía na minha matéria, considerada por muitos uma das mais difíceis do currículo e, consequentemente, de extrema importância.

Quando estudante, achava aqueles discursos que todo professor novo fazia uma chatice, mas não encontrei outro meio de iniciar minhas aulas, embora não estivesse muito satisfeito com isso.

Andando por entre os alunos, porte altivo e voz grave, eu falava:

-Devo alerta-los de que irei exigir muito dos senhores, pois além de estarem se preparando para prestarem os N.I.E.Ms, o exame mais avançado que Hogwarts oferece, vocês também estão atingindo a maioridade e, logo, terão que enfrentar a realidade fora dos muros da escola – parei na frente do quadro e os encarei, sério. Todos me escutavam atentamente. Não pude evitar olhar para ela. – E esta realidade, como vocês bem sabem, não é nada promissora. Há uma guerra lá fora e vocês terão que enfrentar isto. Portanto, posso concluir que minha prioridade não é dar-lhes um diploma que de nada adiantará diante de Lord Voldemort – a maioria de meus alunos prendeu a respiração ao ouvir o nome que, tolamente, muitos teimavam em não pronunciar. Mas curioso mesmo foi o estranho brilho que passou pelos olhos de verdes de minha Lily – mas sim ensinar-lhes como se defender das trevas que, eu espero, sejam detidas antes que seja tarde demais.

Um silêncio palpável seguiu-se ás minhas palavras. Todos tinham semblantes sérios e preocupados, me encarando e esperando que desse continuidade a aula. Bem, quase todos. Uma certa garota ruiva olhava para sua carteira com o olhar desfocado, parecendo desatenta e até mesmo entediada. Ela bocejou abertamente.

Não sei explicar o que aconteceu comigo. Me senti nervoso ao notar a desatenção dela, senti raiva pois parecia que ela não estava nem um pouco interessada em mim como eu estava nela. Num impulso, chamei:

-Srta. Evans! – ela não se sobressaltou. Levantou o olhar para mim, com uma expressão de educada curiosidade, bocejou mais uma vez (me fazendo ficar ainda mais nervoso) e respondeu:

-Sim, professor?

Sem saber exatamente o porquê, eu a encarei desafiadoramente e disse:

-A Srta. parecia distraída, achei melhor chamar sua atenção.

Ela franziu o cenho o disse:

-Mas eu não estava distraída. Na verdade, o que o senhor disse me interessa bastante.

Subitamente, meu nervosismo passou. Me esforcei para não sorrir e perguntei:

-E eu posso saber o porquê?

Ela sorriu. Senti uma ligeira pulsação no baixo-ventre.

-É claro, professor. O senhor falava sobre a guerra, como poderia eu não me interessar por algo que ameaça o meu mundo? Eu tenho consciência de que essa ameaça está cada vez maior e, por isso, decidi que farei o possível para ajudar a combater as trevas. Quero ser auror quando sair daqui.

Esta foi apenas a primeira vez que Lílian me surpreendeu. Eu não esperava que uma garota jovem e bonita com ela estivesse decidida a se arriscar tanto no meio de uma guerra. Não que eu subestime os jovens. Pelo contrário. Acontece que, com todos os conflitos que se desenrolavam no Ministério, pouquíssimos bruxos queriam ser auror. E eu tive a confirmação disso naquele mesmo dia. Depois de ouvir as palavras de Lily, fiquei curioso para saber qual carreira os outros queriam seguir. Apenas Alice, amiga de Li, falou que pretendia ser auror também. Fiquei decepcionado. Esperava encontrar nos outros a mesma coragem que meus amigos, Lily e eu possuímos.

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Até este ponto da história, o leitor há de ter percebido que minha relação com Lily não passava de professor e aluno. Todo o mês de setembro assim passou. Mas ela continuava me surpreendendo. Além de ser ótima, quase um perito em DCAT, eu poderia dizer que ela era o que eu denominei de Marota Honorária.

Eu já disse que, em minha época de estudante, eu era terrível. Matava aulas para ir a Hogsmeade, passava trote nos calouros, arranjava confusão com os sonserinos (principalmente com certo Severo Snape), dificultava consideravelmente a vida do zelador, Argo Filch (ele ficou em estado de choque quando me viu voltar ao castelo como professor), e, é claro, colecionava garotas. Lily não era muito diferente.

Já na segunda semana de aulas, eu a flagrei rindo de um primeiranista que, caindo na sua armadilha, acabara preso num armário de vassouras. Se fosse outro aluno qualquer, posso assegurar que teria rido junto, disfarçadamente, é claro, mas não teria nem mesmo chamado a atenção do dito cujo. Eu não tinha moral para tanto. Mas acontece que era Lily quem se divertia com a pobre criança. Eu tinha que falar com ela. Nem que fosse só para tirar pontos da Grifinória. Além disso, eu estava louco para ver a reação dela: ficaria desapontada? Tentaria se justificar? Se desculparia?

-Srta. Evans? O que está fazendo?

Eu perguntei num tom informal, cheio de curiosidade. Eu já havia desistido de tentar bancar o professor responsável. Ela olhou pra mim, parecendo levemente surpresa ao me ver ali (ou talvez a surpresa fosse por causa do meu tom), mas um sorriso lindo permanecia nos lábios carmim, que me pareceram incrivelmente convidativos naquele momento. Ela encolheu os ombros antes de responder:

-Ora, o senhor viu. Estou apenas me divertindo um pouco com os calouros. Sorte que não foi a professora McGonagall quem descobriu – ela abaixou um pouco a voz, me segredando, num tom sarcasticamente temeroso – Cá entre nós, ela é terrível. Aquele olhar de maníaca que ela faz quando pega um aluno infringindo uma regra chega a dar medo...

-Tem razão – eu falei, rindo. Eu juro que eu não percebi imediatamente o que eu havia feito, minha ficha só caiu quando Lily começou a rir escandalosamente (de um jeito muito parecido com o meu, somos ambos naturalmente escandalosos). O que eu poderia fazer? Acabei rindo junto.

Controlando-se, Lily, me perguntou, ainda risonha:

-O senhor tem medo da Professora McGonagall?

Eu meneei a cabeça antes de responder num tom maroto:

-É... digamos que eu não era um exemplo de aluno. Acho que McGonagal só me perdoava porque eu garantia que a taça do campeonato de quadribol estivesse todos os anos na sala dela.

Ela riu e perguntou:

-Você era do time?

-Oh, sim. Apanhador.

-Legal! Eu amo quadribol!

Eu poderia continuar a conversar com ela animadamente pelo resto do dia, se não fosse o garotinho que ainda se encontrava dentro do armário começar a esmurrar a porta e pedir socorro. Senti vontade de rir. Que espécie de professor vê um aluno azarando o outro e, em vez de repreendê-lo, comenta que a Professora McGonagal dá medo?

-Oh, coitadinho! – Lily falou em tom de deboche quando o garoto caiu no chão depois de ter sido libertado por mim. O calouro saiu correndo, assustado. Lily ria e eu, num súbito assomo de inspiração, me senti hipnotizado pela sua risada infantil ao mesmo tempo em que tive uma idéia maravilhosa. Ora, ela tinha azarado um calouro. Então, eu acho que ela precisava de uma...

-Detenção, Srta. Evans – eu declarei, encarando-a desafiadoramente. Ela parou de rir abruptamente e me olhou com ares de riso. Linda, por sinal.

-Ok. Quando e onde?

Eu estreitei os olhos. Estava mais do que na hora de dar-lhe pelo menos uma pista do que eu queria. E eu tinha certeza que ela iria entender. Lily não era o tipo de menininha ingênua. E eu iria ter a prova disso muito em breve.

-Olha... quando, eu ainda não sei. Mas, desde que você esteja presente na minha sala – dei um passo em direção a ela, olhando fixamente para sua boca – ou no meu quarto, e fazendo o que eu mandar... pode ser quando você quiser.

Ela não se deixou afetar nem pela proximidade, nem pelo que eu insinuava em minhas palavras. Pelo contrário. Expressão dura, cara fechada. Ela ergueu as sobrancelhas, não com surpresa, mas com desdém. Tive vontade de rir ao perceber que ela estava irritada com meu atrevimento, pois, sinceramente, eu ficaria desapontado se ela reagisse positivamente ao constatar que seu professor estava flertando com ela. Oh, não. Se ela resistisse, as coisas só iriam tornar-se mais interessantes.

Lily cruzou os braços e disse, com frieza:

-Ótimo. Sugiro sexta-feira, porque não pretendo ir a Hogsmeade e, eu acho que seria mais conveniente se o castelo estivesse um pouco mais vazio, pois assim não poderão ouvir o escândalo que farei se o senhor me mandar fazer algo um tanto quanto absurdo.

E, sem esperar uma resposta ou qualquer outro tipo de reação de minha parte, ela saiu caminhando pelo extenso corredor. Indignado, eu a chamei.

-Evans! Pode ir parando, eu ainda não acabei com você!

Ela parou, de costas pra mim, depois virou-se, irritada, para perguntar grosseiramente:

-O que é? Professor. – ela acrescentou depois. Eu alarguei meu sorriso.

-E quem disse que vai ser apenas uma sexta na qual você fará uma visitinha aos meus aposentos? Nada disso, minha caríssima aluna. Serão três detenções.

-Três? – ela grasnou – Por quê?

-Um: você foi extremamente indiscreta comigo no trem. Eu não admito isso.

Ela ficou, se possível, ainda mais indignada e retrucou:

-O senhor não pareceu se incomodar antes, não é mesmo? E além disso, não é como se o senhor fosse uma pessoa discreta para poder me dar lição de moral, professor – vale ressaltar que ela sempre dizia o "professor" com um leve toque de malícia e ironia.

-Dois: você estava azarando um aluno, poucos minutos atrás.

Ela continuou me olhando, inexpressiva. Não tinha como ela retrucar agora.

-Três: você foi muito mal-educada agora! Eu fiquei até ofendido... Mas, espere! Você acabou de ser levemente atrevida ao dizer que eu sou indiscreto! Eu acho que são quatro detenções, Evans.

Eu acho que ela se esforçou para não gritar. Eu me esforcei para não rir de alegria, de contentamento. Eram, ao todo, quatro finais de semana com Lily confinada junto comigo. Mas eu não pretendia fazer nada demais. Sério mesmo. Eu queria conversar com ela, conhecê-la mais. Sem esperar que ela dissesse alguma coisa, eu acrescentei:

-Quatro horas da tarde, quatro sextas seguidas, na minha sala. Até mais.

Assoviando alegremente, eu segui para os meus aposentos.

(--------)

Eu estava tão ansioso e excitado na quinta - feira anterior a detenção, que escrevi uma carta endereçada a Sirius, contando tudo. Era uma carta extensa, na qual eu falava apenas de Lily, descrevendo-a com perfeição. Aqui está o conteúdo de tal correspondência.

"Caro Almofadinhas:

Estou escrevendo apenas para pedir sua opinião sobre que atitude devo tomar. Quero um conselho, pois me encontro numa situação inusitada, eu diria.

A causa de meus conflitos interiores tem nome e sobrenome. Cabelos ruivos, olhos verdes e um par de pernas como eu nunca vi igual. Linda e inteligente, ela é a melhor aluna da minha matéria.

Vi Lílian Evans pela primeira vez no expresso e, acredite ou não, sonhei com ela naquela mesma noite. Não acho que devo ignorar tamanha atração, apenas se ela não for recíproca. E isso eu vou descobrir amanhã, pois a ruivinha, numa grande demonstração de irritação e falta de educação para comigo, ganhou quatro detenções de presente.

Mas, mesmo convencido de que vale a pena tentar alguma coisa a mais com ela, estou num impasse que me irrita e exaspera. Ela é minha aluna, afinal de contas. O que Dumbledore diria se soubesse?Ele enfrentou meio mundo para me pôr aqui dentro, acho que seria muita ingratidão se eu manchasse o nome de Hogwarts dessa maneira. Pelo menos ela é maior de idade. De pedofilia, eu não serei acusado. Lílian definitivamente não é uma criança. Cara... que corpo! Ta certo que eu já vi muita mulher bonita, mas Lílian é diferente! Não sei explicar. Ela é tão sensual e também tão inocente (eu acho). Um jeito que mistura mulher com menina. Ela é atrevida, sexy.

E extremamente parecida comigo. Conosco, quero dizer. Acredita que ela costuma dar trote nos calouros e vive arranjando encrenca com os sonserinos? Além de matar aula às vezes. Ontem mesmo, McGonagall chegou à sala dos professores meio estressada, contando que meia dúzia de garotos estava brigando. Adivinha a causa? Evans. Por tudo isso, posso dizer que ela é uma espécie de Marota Honorária. Acho que encontrei minha versão feminina.

Devo seguir em frente ou desistir dela? Me dê um bom conselho, pelo amor de Merlim! Ela esta me deixando maluco, Almofadinhas! Só pensei nela desde que a vi! Isso não me parece muito normal...

Espero sua resposta.

Pontas"

Mesmo com um pouquinho de esperança de que Sirius iria me ajudar de alguma maneira a entender meus sentimentos e me dar um bom conselho sobre que atitude tomar (se é que eu deveria tomar alguma espécie de atitude), eu continuava inquieto. Eu queria uma solução rápido! E, de preferência, uma solução que envolvesse uma Lily bem próxima de mim...

Totalmente mal humorado por causa desses pensamentos paradoxais, eu descia as escadas do corujal barulhentamente, com o cenho franzido. Senti raiva de mim. Por que diabos eu tinha que ser tão um homem tão viril? As coisas seriam infinitamente mais fáceis se eu simplesmente fosse menos ativo, como a própria Lily disse. Era a primeira vez aquilo me incomodava, pois antes essa minha característica era um motivo de grande orgulho... E, afinal de contas, para que homem não seria? E então, lá estava eu em mais um impasse. O que estava acontecendo comigo? Num momento, tal coisa era motivo de orgulho, no outro, ela me punha num beco sem saída... E a culpa era de quem? Daquela garota petulante!

Revirei os olhos e passei as mãos pelos cabelos num gesto que deixava transparecer toda a minha exasperação. Lily, Lily... Qual terá sido o feitiço que ela colocou em mim?