CAPITULO 5

A claridade fraca da manhã fria e chuvosa, não incomodava a moça que dormia na cama, os cabelos espalhados pelo travesseiro, imersa no sono profundo e agradecido. A porta se abre lentamente para fazer o menor barulho possível, por ela entra a governanta da casa, uma senhora idosa e bem vestida, trazia uma bandeja de café da manhã, seguindo a senhora vinha uma empregada trazendo toalhas e um vaso com flores. A mulher mais velha coloca a bandeja em uma mesinha, enquanto abre as cortinas fala carinhosamente: - Hora de acordar, menina. Já está tarde. - Acordar para que, Mary. Para observar o tempo? – Lois fala toda preguiçosa se rolando na cama. - Que tal para ver as flores que recebeu? – A mulher fala educadamente, de forma polida, mas carinhosa. A governanta, Mary, leva o vaso até a mesa de cabeceira, mostrando as belas rosas brancas que ornavam o vaso. Entrega um pequeno envelope na mão de Lois. - Vieram acompanhando o arranjo. Sr. Wayne trouxe pessoalmente mais cedo, sem contar que ficou algum tempo conversando com o Sr. Lane no escritório. - Mentira!...O que será que eles conversaram? – Lois pergunta com um misto de descrença e curiosidade. - Não sei...Não deu para saber, conversaram no escritório a portas fechadas, mas o seu pai saiu radiante, conversando de forma animada com o Sr. Wayne. – A mulher falou de tal forma que dava para notar a estranheza dela em relação ao acontecido. - Animada? Tem certeza?...A última vez que vi meu pai sorri foi quando cogitaram a possibilidade de uma nova guerra. – Lois estava intrigada. - Talvez o bilhete tenha um indicio. – Mary mostra de forma inteligente. Lois abre o bilhete, estava escrito em letras bem desenhadas, e neste ela podia ler: "Srta. Lane, Agradeço-lhe a dança. Abraços, Bruce." - Muito esclarecedor... Tão esclarecedor... Fez-me entender tudo, até o sentido da vida! – Lois estava cheia de ironia, enquanto entrega o bilhete para Mary. - Será que o senhor veio pedir autorização ao seu pai para cortejá-la? – Mary pergunta impressionada. - Mary, isso não acontece desde o século passado, a muito tempo os homens no máximo e muito contrariados pedem a mão da moça em casamento. Alguma coisa deve ser. Isso me deixa seriamente intrigada. – Lois já estava de pé. - Mas antes de qualquer coisa, tome seu café, de barriga vazia ninguém consegue pensar direito, depois do café poderá refletir um pouco. – Mary falava preocupada. - Depois do café falarei com meu pai, tentarei arrancar dele esta informação. – Lois falava impulsiva enquanto servia uma xícara. - Creio que vai demorar um pouco, pois ele saiu logo depois de conversar com Sr. Wayne, nem motorista se quer levou, ele mesmo tratou de chamar um dos homens do quartel para apanhá-lo. E este estava completamente animado, estava até perdido de tanta empolgação. Saiu pela porta sem se quer deixar recados, recomendações e ordens como de costume. – Mary falava enquanto arrumava a cama, já que tinha discretamente dispensado a empregada. - Ora, então só pode ser assunto militar... Mas o que um advogado pode ter com os militares? – Lois se questionava, cheia de duvidas sobre Bruce Wayne.