A manhã de Lois Lane no Talon, passou de forma normal, a sorte que Martha Kent quando era gerente tinha ensinado muitas coisas para ela, que na época era apenas uma garçonete. Então Lois passou a manhã conferindo o estoque, atendendo os clientes, cuidando do caixa, do funcionamento da cozinha, do atendimento, até que a garçonete, cujo nome já sabia ser Judy, chega para ela e fala:
- Sra. Kent – Depois de um olhar de censura conserta rapidamente – Digo, Lois, já é 11 e meia, as crianças não estão esperando a senhora na escola?
- Droga! – Lois fala irritada. – Obrigada Judy! Cuida de tudo, talvez eu não volte hoje a tarde, só amanhã, pois as crianças precisam que ajude elas em algumas coisas, não sei. Estou indo.
Lois sai correndo, dirigindo em alta velocidade, chegando alguns minutos depois na porta da escola, mas aqueles minutos para as crianças já tinha significado uma grande perda de paciência, entraram no carro de cara amarrada e nem se quer falaram com ela, mas por um lado isso era bom, por que tinha-se silêncio e ausência de briga no carro.
Mas deu para ver que ambos tinham aspectos da personalidade dela e de Clark, ela aproveitou aquele momento para analisar. Thomas tinha a expressão leve, mas o olhar sério e irritado com uma grande pitada de acusação, só daria para saber que ele queria comer seu fígado ao olhar para os seus olhos cheio de acusação. Já Louise, não fazia muito esforço em esconder isso não, sua expressão era de puro tédio e seu olhar de raiva, ou seja, Louise estava irritada por passar o tédio da espera, já Thomas se irritava pela irresponsabilidade de quebrar um juramento ou faltar um compromisso, será que um padrão poderia ser visto aqui?
Mas ela já tinha notado essa pequena cópia de ambos os lados, não se admirava do fato deles se estranharem tanto, se irritarem tanto, mas no fundo eram cúmplices, por que os dois tinham se juntado naquela greve de silêncio, muito bem articulada, pois nenhum ousava quebrar o juramento ou promessa.
Ao chegar em casa depois do silêncio incomodo que tanto odiava, o que reforçava que os seus filhos conheciam muito de sua personalidade, e sabia que aquele seria um excelente castigo, viu cada um ir cuidar da sua vida, tomar seu banho, trocar de roupa e guardar suas coisas (neste último caso só Tom guarda suas coisas, Lo joga as suas coisas em qualquer lugar que elas caiam e não atrapalhem a locomoção no quarto).
Lois encontrou um bilhete na porta da geladeira:
"Lois, fui a Metropolis, falar com o Perry, ele queria ver uma nova estratégia editorial para a minha coluna, volto ainda hoje, cuide do almoço, juro que amanhã eu faço. Te amo, Clark."
Era bem estranho ler "Eu te amo" vindo do cara que você mais achava imbecil e fora de cogitação. Mas apavorante saber que tinha que fazer almoço, para duas crianças que estão furiosas com você, quando na verdade não sabe fazer nada, então nós vamos fugir para o trivial, pizza.
- Mãe, o almoço já está pronto? – Thomas aparece na porta da cozinha com aquele olhar ofendido.
- Thomas, vem aqui. – Lois senta-se em uma cadeira e o menino por volta dos 6 anos para diante dela a observando atentamente.
- Sim, mãe. Pode falar.
- Desculpa pelo atraso, é que hoje estou tendo um daqueles dias estranhos, e acabei me perdendo um pouco no tempo, isso acontece com todo mundo. Desculpa. – Lois falava isso enquanto pensava que só o seu filho mesmo para fazê-la pedir desculpas tão facilmente.
- Tudo bem, mãe. Sem problema. Já esqueci. – Ele dá um pequeno sorriso parecido com um que já viu inúmeras vezes no rosto de Clark quando ele a perdoava. – E o almoço?
- Essa é a questão. Para selar a paz vou pedir uma pizza, vamos almoçar pizza. Que tal?
- Legal! Deixa que eu ligo! – Fala Thomas empolgado, pois ele podia ser certinho e sério como o pai, mas na verdade era uma criança.
- Tudo bem, eu arrumo a mesa e apresso a sua irmã. – Lois se levanta falando e sorrindo.
E assim seguiu-se mais um almoço na casa da família Kent, não tão comum, mas em paz, e Lois aos poucos ia notando que este papel de mãe ia se apossando dela naturalmente, como se toda mulher já nascesse preparada para tal função, mas será que no quesito esposa a regra é a mesma?
