Pov Bella

Minha ansiedade era tão absurda que verifiquei novamente minha bagagem, já tinha perdido as contas de quantas vezes eu havia feito isso, mesmo sabendo que se esquecesse de algo, era possível que eu viesse em casa em um final de semana para buscar, mesmo assim após ter certeza que aparentemente não estava esquecendo nada, terminei de levar as malas e caixas para o carro e parecia que a cada segundo tudo ficava mais real e sentia minha respiração ficando levemente mais pesada. Ainda faltava uma semana para as aulas começarem, mas na matrícula pediram para que os alunos fossem com antecedência para que a adaptação fosse mais tranquila, afinal, o campus era imenso e tentar se situar ao mesmo tempo que corre para chegar na hora da aula, seria impossível.

- Bella – ouvi o grito de Alice ecoar pela garagem e encolhi-me levemente com o eco que deu – Você já viu quem vai estudar na e no mesmo curso que você? – a animação dela era grande até mesmo para Alice, a garota que surta cada vez que uma marca lança algo novo, e mesmo querendo fingir desinteresse fiquei extremamente curiosa.

- Não, quem? – questionei tentando parecer casual enquanto terminava de colocar minhas caixas no porta malas da Land Rover que Charlie me presentou por ter sido aceita na faculdade.

- Príncipe Edward Cullen – Alice gritou, assustando-me e pulando de alegria com os olhos tão arregalados de excitação que senti um leve medo da minha irmã.

- O príncipe? – murmurei chocada enquanto Alice mantinha a expressão maníaca em seu rosto.

Não conseguia acreditar que Edward Cullen, o príncipe, estaria na mesma faculdade que eu, ou melhor, no mesmo curso que eu. Lembro-me de ter vários pôsteres dele colados na minha parede, foi meu grande crush dos anos iniciais da minha adolescência, assim como de todas as garotas do Reino Unido, quem sabe, do mundo. Ele deve ser o homem mais bonito e um dos mais importantes do Reino Unido, seu cabelo sempre levemente despenteado quebrando qualquer protocolo de perfeição, o maxilar tão definido que causa inveja em todos aqueles que precisam fazer harmonização facial pra conseguir um igual e aqueles olhos... Aqueles olhos. De repente um choque de realidade passou pela minha mente rompendo todos os meus devaneios e resquícios de paixão adolescente, ele é o príncipe e estará na minha sala mas não irá passar disso, ele provavelmente será o ser humano mais cobiçado daquela sala, enquanto eu tendo a passar despercebida nos ambiente, então nem amigos seremos e eu estou aqui fantasiando sobre sua imagem, pelo menos poderei dizer em entrevistas de emprego que estudei com o futuro rei da Inglaterra.

- Você tem que tentar conseguir uma foto pra mim – direcionou-me um olhar mortal e eu comecei a rir.

- Alice, ele provavelmente vai estar rodeado de seguranças – pontuei e ela revirou os olhos – Você vai ter que se contentar com as fotos dele na internet – dei um sorriso irônico jogando uma almofada que estava no porta mala nela e gargalhei com todos os xingamentos que ela inventou em tão pouco tempo.

- Você é uma péssima irmã – resmungou enquanto batia o pé porta a fora.

- Você me ama – gritei e escutei um "vai se fuder" em resposta, fazendo-me rir, eu sentiria falta dessa anã de jardim.

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O momento de me despedir chegou e eu sentia o meu estômago revirando só de pensar no que estava por vir, seria a etapa mais importante da minha vida, aquele momento que todo mundo sonha de vivenciar o mínimo de liberdade possível. Despedi-me de Alice e meu pai sentindo meu coração apertar de pensar que não verei esses dois dias todo dia, mas era preciso passar por isso. Após muitas lágrimas e promessas de ligação, peguei meu carro e fui em direção à casa da Angêla e Jessica, minhas melhores amigas, que iriam ser minhas parceiras nessa aventura que era a faculdade, porém, estaríamos em cursos diferentes, mas mesmo assim era bom ter um rosto familiar na loucura que é sair de casa.

- Oi Bellita – Angela e Jessica entraram sorridentes no meu carro e eu não contive o meu próprio sorriso.

- Ansiosas? – as questionei enquanto voltava a dirigir tentando disfarçar meu próprio nervosismo.

- Demais – gritaram juntas jogando os braços pra cima me fazendo suspirar aliviada por não ser a única.

- Acredita que conseguimos ir juntas pra faculdade? – questionei animada lembrando que esse sempre foi nosso sonho e agora se tornava realidade.

- Não consigo nem acreditar – Ângela exclamou – Tudo passou tão rápido, as vezes ainda acho que somos aquelas menininhas que ficavam sonhando acordadas – sorriu calorosamente no banco do passageiro.

- Meu Deus, vocês são muito emotivas – Jessica resmungou – Vamos curtir a faculdade até o limite e ainda ganhar um diploma – revirei os olhos discretamente, mas Jessica estava apenas sendo... Jessica.

Angela e Jessica são gêmeas, mas não eram parecidas, para que pudéssemos ir juntas para a faculdade, elas enviaram suas coisas para a faculdade por uma equipe de transportes. Nós éramos amigas desde muito novas, não consigo nem determinar que idade tínhamos quando nos conhecemos, mas lembro claramente delas estarem ao meu lado durante o divórcio dos meus pais, não só do meu, mas como o de Alice também. Nossa amizade era daquelas que contamos tudo umas pras outras, desde futilidades e banalidades do dia a dia, como a primeira vez que tivemos sexo e eu era imensamente grata por tê-las na minha vida.

A viagem foi tranquila e quando chegamos ao campus já passava das 23h00min, como nós ficaríamos no mesmo quarto foi mais fácil subir com todas as minhas caixas e malas, mas não menos cansativo, ficar horas na estrada e ainda ter que desempacotar tudo não era o melhor serviço do mundo, mas eu estava feliz por estar ali. Depois de colocarmos todas as minhas coisas no apartamento de qualquer jeito junto com as coisas das meninas que já estavam aqui fomos dormir porque o dia seguinte seria recheado de organização e desfazer malas.

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Quando acordei passava das 09:00, mas as meninas ainda estavam dormindo e optei por não acordá-las porque eu entendia o cansaço, como não precisava assistir nenhuma aula decidi ir explorar o campus para começar a me familiarizar com os ambientes, porque o pouco que vi nas minhas pesquisas sobre e o que vi muito mal na escuridão na noite anterior, o campus é gigante e quanto antes me situar, mais fácil seria. Fiz minha higiene matinal, coloquei uma roupa bem casual, calça jeans, camiseta e all star eram suficientes para eu cumprir meu objetivo de conhecer a área.

Já estava andando a algum tempo quando percebi um tumulto na entrada principal e senti minha curiosidade atiçar, então decidir ir lá ver o que estava acontecendo já que não tinha nada para fazer. Depois de me enfiar entre várias pessoas, ouvir muitos xingamentos e sentir alguns empurrões consegui chegar até uma espécie de grade prateada e quando levantei meu olhar os vi, o príncipe Edward e o rei Carlisle estavam ali com todo seu porte real, sua beleza inexplicável e uma elegância que me deixou de queixo caído. Meu coração falhou uma batida só de ficar a alguns metros de distância deles, ambos eram ainda mais bonitos pessoalmente, mas Edward era algo que jamais conseguirei colocar em palavras coerentes, agora eu conseguia entender ainda mais o fascínio do mundo por eles. Por algum motivo inexplicável minhas bochechas esquentaram e sabia que estava corada e me senti uma idiota por estar naquela posição, eu era uma em milhares, e acredite quando digo, milhares de alunos que os admiravam e ainda me rebaixava a humilhação de ficar corada por pessoas famosas.

Rapidamente sai dali sentindo-me extremamente idiota e sem graça e fui me distrair vendo o resto daquele que seria meu lar por mais cinco anos, meu Deus... Meu lar. O campus era estonteante, a grama mesmo no outono parecia extremamente convidativa e decidi sentar um pouco recostada em uma árvore e ficar admirando a paisagem, todas as árvores estavam em tons amarelos e alaranjados típicos do outono, o vento gelado batia contra minha pele e ao invés de arder, era uma brisa gostosa e fechei os olhos deixando-me aproveitar aquele momento.

Após algum tempo, decidi procurar a secretaria para realizar logo a parte burocrática de pegar meu horário, regularizar qualquer papelada que estivesse em falta e tirar algumas dúvidas pontuais que fiquei após minha saga de explorar o campus. Demorei um pouco para encontrar a secretaria da faculdade, mas depois de andar igual uma barata tonta e dar de cara com várias portas erradas, cheguei no local certo e me deparei com uma doce senhora de mais ou menos uns 70 que, apesar da expressão cansada em sua face, ostentava um caloroso sorriso que me dava vontade de apertá-la.

- Olá querida – seu tom de voz era baixo e me passou uma calma instantânea, fazendo-me abrir um sorriso espontaneamente.

- Olá, gostaria de saber se já posso pegar meu horário – questionei educadamente e logo ela me deu uma resposta positiva e em seguida ela se encaminhou até uma salinha para pegar toda a papelada.

Ela já estava demorando um pouco e logo fui ficando entediante e comecei a bater a ponta das minhas unhas no balcão de madeira e prestei atenção na decoração do local, não era um ambiente muito grande, o balcão ficava a poucos passos da porta e nesse espaço entre um e outro havia algumas cadeiras para esperar, por trás deste estava uma mesa com um computador moderno e por fim, havia uma estante recheada de papéis e livros, ao lado desta estava a porta para a sala anexa e para tentar modernizar ou dar uma aparência de decorado, não sei bem qual era a intenção, tinha vários vasos de planta espalhados. Fui tirada da minha análise nada minuciosa pelo barulho daquele sininho irritante que tinha na porta avisando que havia chegado alguém, como a minha curiosidade era extremamente aguçada e nada sútil virei para ver quem era, tentando disfarçar o que estava fazendo, e quase morri do coração com o susto que tomei, tenho certeza que naquele momento meus olhos estavam levemente arregalados e na minha testa estava escrito "louca", na minha frente estava nada mais, nada menos que o rei Carlisle e o príncipe Edward e eles conseguiam ser ainda mais bonitos em um espaço tão pequeno.

- A senhorita trabalha aqui? – quando se é um britânico, a voz de todos os membros da realeza se torna comum para gente, mas escutá-la tão de perto era um tanto quanto surreal, parecia mais potente, soava até um pouco autoritária mesmo com ele sendo extremamente educado.

- Ér... Não – consegui murmurar com certa dificuldade e xinguei-me por ser tão idiota, primeiro eu coro só de vê-los e depois reajo como se tivessem alguns neurônios faltando no meu cérebro.

Antes que Carlisle pudesse dizer algo, a senhora – que descobri se chamar Mary – voltou com meus horários, e pude respirar aliviada por ter alguém para me distrair da minha patética resposta para um dos chefes de Estado do país, e me explicou o mapa da escola, sem parecer afetada pela presença dos dois sangue azul que dominavam o ambiente e fiquei abismada que ela não demonstrou nem mesmo preferência, atendeu-me primeiro e só depois de tudo resolvido comigo que foi atender a realeza.

Apressei-me a sair daquela minúscula sala e me sentia totalmente desorientada e envergonhada, os dois homens de maior poder do Reino Unido ficaram no mesmo local que eu por 10 min e agi como uma completa idiota, devem estar pensando coisas horríveis sobre mim. Ah, quem eu quero enganar, eles provavelmente esqueceram de mim dois segundos depois que sai da sala, eles têm assuntos mais importantes a tratar do que comentar sobre a aluna louca da St Andrews. Meu celular vibrou no meu bolso e era uma mensagem da Jéssica perguntando a onde eu estava, considerei responde-la, mas percebi que onde estava era próximo do nosso apartamento e acabei decidindo não responder.

- Não acredito que você fez papel de idiota perto do príncipe – Jéssica gritou depois que terminei de lhe contar do meu encontro desastroso com Edward e Carlisle Cullen – Edward Cullen ficou no mesmo ambiente que você e não conseguiu colocar o cérebro no lugar o suficiente para agir como um ser racional?

Angela apenas ria do ataque, desnecessário, que a irmã estava dando enquanto eu tentava explicar como a simples presença dos dois é capaz de deixar qualquer pessoa desorientada, mas parecia que de nada adiantava porque Jéssica continuava a gritar comigo como se eu tivesse feito algo muito ruim e aquilo começou a me irritar, o que ela acha que aconteceria se eu tivesse agido diferente perto deles?

- Chega – esbravejei – Não quero mais falar sobre isso. Eu não tinha obrigação nenhuma de ficar bajulando o príncipe e se eu agi como uma idiota, o problema é meu – Jéssica se assustou com a minha atitude já que faço o tipo de pessoa que coloca panos quentes na situação e raramente esbravejo dessa forma.

- Desculpa – Jess murmurou mesmo sem mostrar nenhum arrependimento e apenas rolei os olhos e fui para o meu quarto.

- Então, querem pizza? – Ângela tentou mudar o clima do ambiente e eu só concordei com a cabeça.

Quando a pizza chegou o clima já estava mais ameno e nos enrolamos em um edredom e ligamos uma série aleatória no notebook. A personalidade da Jessica sempre foi um tanto sarcástica e controladora, mas ela nunca havia me tratado como hoje com tanto desrespeito e no fundo, o fato da Ângela ter rido da situação me incomodou um pouco, mas espaireci e decidi focar nas partes boas do nosso dia, afinal, éramos amigos a anos e não valia a pena discutir por algo tão pequeno.

- Estou feliz por estar aqui com vocês – declarei e as duas me abraçaram apertado.

- Que venham os melhores anos da nossa vida – Ângela exclamou e Jessica concordou

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É hoje, primeiro dia de aula, minhas mãos tremiam, não conseguia respirar direito e juro que senti uma gota de suor escorrendo pela minha testa, mas todas essas sensações não eram ruins, era quase como uma antecipação do que viria e talvez pelo significado dessas reações no meu corpo foi até gostoso senti-las, olhei meu horário e o mapa do campus mais uma vez e agradeci quando percebi que a aula era em um prédio que eu já sabia onde ficava pelas minhas andanças ao longo da semana.

Ao longo dos dias no campus não vi mais Edward e assustei quando percebi que eu realmente estava procurando-o, depois de achar absurdamente ridículo o que eu estava fazendo, desencanei de toda a coisa sobre a realeza e fui desbravar o campus, descobri onde ficava o majestoso prédio da biblioteca e é preciso usar uma palavra tão longa pra descrevê-la, porque era sem palavras o tamanho e a beleza daquele lugar, provei a comida de alguns restaurantes e cafés próximos e já tinha uma pequena lista de favoritos e claro, contei tudo para Alice em nossas conversas via FaceTime e quando foi a vez de mencionar meu encontro desastroso com a realeza, minha irmã só riu da minha situação e disse que não esperava menos de mim. Ridícula.

Não demorou muito para eu chegar na aula de Anatomia Humana e encontrei a sala vazia por ter chego cedo demais, mas ocupei-me em organizar minhas coisas na mesa e controlar a ansiedade porque juro que meu coração parecia que ia sair do peito, não demorou muito para os alunos chegarem e logo um monstro de músculos sentou ao meu lado, ele seria meu parceiro de aulas, logo ele se apresentou como Emmett McCarty e embaixo da pilha de massa muscular estava um cara muito gentil, com suas covinhas, cabelo preto levemente encaracolado e olhos desnecessariamente azuis era fácil conversar com ele, logo acabei descobrindo que ele era colega de apartamento de Edward e senti aquela sensação esquisita toda vez que pensava no príncipe e me odiava cada vez mais por isso.

- Colega de apartamento do príncipe... Uau – murmurei sem saber muito o que dizer.

- Não tem nada demais pra falar a verdade, Edward é um cara bem comum – Emmett comentou casualmente enquanto copiava o que o professor passava no quadro e eu só o encarei chocada, tenho certeza que meu queixo até caiu um pouco.

- Você quer que eu acredite mesmo nisso? – olhei abismada para ele que soltou uma risada gostosa.

- As aparências enganam, pequena – cutucou-me com o cotovelo.

- Ei, eu tenho 1,65 – resmunguei fazendo-o rir.

Acabei decidindo encerrar o assunto antes que eu passasse vergonha de novo e comecei a prestar atenção na aula, quase pulando de alegria na cadeira por estar ali. Entre aulas, horas de estudos e passeios pelo campus a semana acabou passando extremamente rápida e a cada dia eu ficava mais apaixonada pela faculdade e mais certa da escolha de curso que fiz. Já era sábado e hoje teria uma festa, a minha primeira festa de universitária, e eu não via a hora de poder dançar até esquecer todo o cansaço da semana, porque eu disse que amo meu curso, mas não disse que amo a vida de universitária.

Chegamos na casa de irmandade em que a festa acontecia e o som era muito alto, além do espaço não ser grande o suficiente para aquele tanto de gente, então as pessoas estavam bem juntas algumas até juntas demais, se é que me entende. Não demorou muito para Jéssica e Angela sumirem no meio da multidão e mesmo querendo me sentir extremamente decepcionada pela atitude delas, tinha que admitir pra mim mesma que elas eram assim, então só me preocupei em achar algum canto qualquer em que eu conseguisse ao mesmo respirar. Alguém acenou para mim e pelo tamanho dos músculos imaginei que fosse Emmett e sem pensar duas vezes corri para o abraço dele, nessa semana nos tornamos muito próximos, ele é o tipo de pessoa que cativa no primeiro segundo e eu adorava que meu primeiro amigo na faculdade fosse alguém tão incrível.

- Sozinha na festa, pequena? – questionou enquanto me arrastava para que fossemos pegar uma bebida.

- Quem mandou não ser interessante – brinquei, mas ele logo me olhou com uma expressão nada agradável. Emmett odiava quando eu falava mal de mim mesma.

- Swan você não se vê como deveria – encarou-me sério. – Há pelo menos meia dúzia de homens te encarando nesse momento. – olhei ao redor rapidamente e vi apenas um rapaz me encarando resultando em duas bochechas vermelhas.

- McCarty não é fácil superar uma vida de inseguranças – dei de ombros levantando o copo em direção à ele para brindarmos.

- Então nós temos pelo menos 5 anos para trabalhar nisso – piscou pra mim e não consegui conter o sorriso.

Estávamos bebendo algo chamado de caipirinha, segundo Emmett era uma bebida brasileira e tinha na festa porque uma das garotas da irmandade era brasileira, apesar de eu não ser muito fã de bebida, devo admitir que gostei da mistura de gosto adocicado e cítrico, mas eu precisava tomar cuidado para não errar a dose, porque Bella bêbada não era algo interessante de se presenciar.

- Vou te apresentar um amigo meu – Emmett anunciou beijando minha bochecha e saiu correndo sem me dar tempo de responder.

- Isabella Marie Swan – ouvi os berros de Jéssica ao longe e me virei em direção de onde vinha o som – Você sumiu sua doida. Enfim, estou com sono e como você é a única com carro... Vamos embora – nem tive chance de reagir já que ela era consideravelmente mais forte que eu e fui arrastada pra fora da festa por uma egocêntrica Jéssica.

- Cadê a Ângela? – estranhei quando ela continuava me puxando sozinha.

- Ela conheceu um cara e acho que vai tirar as teias da vagina dela – comentou e percebi que ela estava levemente alterada pelo álcool – Nem parece que é minha irmã – revirou os olhos e suspirei pesado.

- Você não deveria falar assim da sua irmã – murmurei entrando no carro.

- Bella, você precisa deixar de ser tão puritana – contra argumentou colocando o cinto de segurança – As pessoas transam e não precisa ter sentimento para isso, as vezes é bom dar uma aliviada sem ser com um vibrador, você com certeza está precisando – depois dessa decidi calar minha boca antes que acabássemos discutindo, respirei fundo e repeti o mantra "ela está bêbada, não a leve a sério".

Jéssica é uma amiga maravilhosa, mas esses surtos de egocentrismo dela me cansavam, as coisas sempre precisam ser do jeito dela, na hora que ela quiser e bom, só resta às pessoas aceitarem e realizarem os seus desejos, não demorou muito pra chegarmos em casa e me arrastei para o quarto, foi quando lembrei que Emmett queria me apresentar a alguém, droga, não deveria ter cedido à Jéssica, pensei em mandar uma mensagem para ele mas sentia as pálpebras sucumbirem ao cansaço... Ah, depois falo com ele.

Pov Terceira Pessoa

O grande rapaz se sentia animado por dentro por apresentar seus dois amigos de faculdade, quem sabe poderiam sair juntos igual naquelas séries de TV, o orgulho o consumia enquanto puxava seu importante amigo pela festa e todos os olhavam, mas não pense errado dele, o orgulho dele não era por quem o amigo é, mas sim porque todos os olhavam, um homem tem que ter um pouco de ego, pensou brincalhão. Chegou no local em que havia deixado a amiga e sentiu sua animação cair quando encontrou o local sem ninguém, olhou para os lados mas nem sinal da cabeleira castanha da amiga.

- Cadê ela? – o ruivo, mais conhecido como o príncipe da Grã Bretanha, questionou o companheiro de quarto com decepção.

Após passar uma longa semana escutando Emmett se vangloriar sobre a amiga maravilhosa que havia conhecido na aula de Anatomia Humana, Edward seria hipócrita em dizer que não se sentia absurdamente curioso para conhecer a garota que roubou a atenção do seu colega de quarto, principalmente quando ele fazia questão de reforçar que eles se dariam muito bem.

- Ela tava aqui – Emmett coçou a cabeça frustrado querendo saber onde estava a amiga.

Infelizmente não foi naquela noite que Isabella Swan e Edward Cullen se encontraram, mas esse é apenas o começo da história dos dois e não demorará para que seus caminhos se cruzem e irão romper uma tradição de anos, afinal a plebe e a realeza não precisam viver mundos distintos.