Capítulo Dois - Natal
Harry estava chegando do curso quando viu uma carta sobre a mesa da sala. Largou as coisas no sofá e a apanhou. Era de Dumbledore e bastante pequena. Sentou numa cadeira e começou a ler.
"Caro Harry,
Assim como me pediu, estou lhe convocando à uma pequena reunião sobre o cargo de professor de Defesa Contra as Artes das Trevas que pretende assumir em dois anos. Por favor, queira comparecer ao meu escritório amanhã às dez da manhã. A senha é: Goiabada.
Atenciosamente, Alvo Dumbledore."
Após ler a carta ele foi até o quarto trocar de roupa e esperar por Sirius, já que seria o dia dele de fazer o jantar. O que significava que hoje eles teriam macarronada, a única coisa que Sirius sabia fazer.
Não demorou muito para o seu padrinho chegar. Harry desceu para dar a notícia a ele. Sabia que Sirius ficaria feliz por ele, afinal, sempre falava que queria voltar para aquele castelo o mais rápido possível.
- Como foi o dia no Ministério, Sirius? - perguntou sentando-se à mesa. - Muitos problemas?
- Pra variar, sim, Harry. - disse com ar de cansado. - O Ministério está de pernas pro ar, assim como o mundo mágico em si.
- É verdade. As pessoas andam assustadas demais. - disse Harry. - Olham para os lados como que esperando um desastre acontecer. Isso é realmente estranho.
- É, eles ainda não acreditaram que Voldemort foi destruído. Afinal, quando todos pensaram que tinha sido, ele retornou. Isso os leva a ter uma certa insegurança. Mesmo porque os acontecimentos também estão bastante recentes.
Eles continuaram conversando e não demorou muito para Rachel desaparatar em casa. Ela deu um breve "oi" para os dois e subiu para tomar banho. Parecia realmente exausta.
- Viu? Ela se cansa muito nesse tal trabalho. - disse Sirius. - Um dia ela larga essa vida meio trouxa, meio bruxa.
Todos sentaram à mesa para saborear a macarronada. Harry não sabia se era pelo tamanho da sua fome, mas a macarronada do seu padrinho nunca estivera tão gostosa.
- Sua macarronada está melhor do que nunca, meu amor. - disse Rachel carinhosamente. - O que você pôs hoje?
- Amor. - disse segurando uma das mãos dela.
- Seu bobo. - disse sorrindo para ele. - Agora que eu terminei de comer vou dormir. Nunca estive tão cansada.
- Notamos. - disse Harry.
- Por que não larga de vez isso, hein? - perguntou Sirius.
- Porque eu gosto disso, Sr. Black. Agora eu vou subir. - disse se espreguiçando. - Tou com um soninho...
- Quer uma massagem? - perguntou ele sorrindo maliciosamente. - Elas sempre te fazem relaxar.
- Claro. - disse sorrindo da mesma maneira. - Boa noite, Harry.
- Boa noite. - respondeu contendo o riso.
- Não demora a dormir, ok? - recomendou Sirius.
Harry já tinha se acostumado com as trocas de carinho entre os dois na sua frente. Ele sabia que eles estavam repondo o tempo perdido ainda. Subiu logo em seguida e, ao deitar-se na cama, dormiu imediatamente.
Na manhã seguinte Harry levantou cedo e nem tomou café. Aparatou em Hogsmeade e foi andando até Hogwarts. A visão daquele castelo o fazia lembrar dos melhores momentos da sua vida junto com seus melhores amigos. Ele fora muito feliz naquele lugar.
Não deixou de notar um só detalhe quando pôs os pés no saguão de entrada. Cada pedaço daquele lugar o lembrava algo ou alguém. Ali passara os sete anos mais felizes de toda sua vida. Mesmo com Voldemort. Pois ali fizera todos os amigos que hoje possuía. E essas eram suas melhores lembranças.
Ao chegar na entrada da sala de Dumbledore, ele pronunciou "Goiabada", e o gárgula deixou a passagem livre. Dumbledore já o estava esperando sentando em sua mesa.
- Bom dia, Harry. - disse sorrindo. - Sente-se.
- Bom dia, Prof.Dumbledore. - disse se dirigindo à cadeira.
- Como estão Sirius e Rachel? - perguntou ainda sorrindo. - E você? - completou.
- Estou bem, e eles também. Acho que as únicas pessoas que conheço que não se encontram muito bem são Molly e Gina.
- Molly irá superar, com o tempo é claro. A Srta. Weasley anda muito triste pelo que vejo, mas a melhor amiga dela, Melissa Conner, está sempre com ela e deve ajudar bastante. Não há nada melhor que os amigos nas horas difíceis.
- É. Espero que ambas se recuperem. - disse Harry tentando mudar de assunto. Dumbledore notou que aquele assunto o atormentava.
- Mas vamos ao que interessa. - disse mexendo na barba. - Harry, você realmente quer esse emprego? Você acha que pode ensinar?
- Sim, diretor. - disse sinceramente. - É o que mais quero.
- Se está tão obstinado... Bem, então a vaga é sua. Daqui a dois anos e poucos meses estará morando aqui de novo. Quando estiver próximo dessa época, você terá de vir aqui, e eu te darei o calendário de aulas, onde você encontrará, especificados, os assuntos que deverá abordar em cada série.
- Está bem, diretor. E obrigado. - disse sorrindo e apertando a mão dele. - Agora... Hum... posso dar uma passadinha na sala comunal da Grifinória? Gostaria de vê-la novamente.
- Claro que sim. A essa hora deve estar vazia. A senha é "fênix". E até breve.
- Até. - disse sorrindo e se levantando.
Harry saiu da sala de Dumbledore e foi até o sétimo andar, onde ficava a sala comunal da Grifinória. O retrato da mulher gorda estava lá, afinal fazia tão pouco tempo que ele estivera ali como aluno.
- Olá, Sr. Potter. Há quanto tempo. - disse o retrato cordialmente. - Senha?
- Olá. Hum, fênix. - disse gentilmente. "Que exagero" pensou ele. Fazia muito pouco tempo que estivera ali.
- Perfeitamente. - disse a mulher, e girou deixando a passagem livre.
A cada passo que ele dava, lembranças vinham à sua mente. Lembrança de todos os seus bons momentos ali. Mas ao olhar para o sofá em frente à lareira viu que tinha alguém lá. Foi se aproximando e viu Gina, ela tinha adormecido com um livro bem grosso em suas mãos.
- Gina? - chamou ele enquanto balançava ela suavemente.
- Hum. - disse abrindo os olhos devagar. - O quê?! O que eu estou fazendo aqui? E você? Ai meu Deus! Perdi as aulas da manhã.
- Calma. - disse Harry sorrindo. - Posso me sentar? - Gina estava deitada tomando o sofá inteiro.
- Claro. - disse timidamente, e se sentou. - Meu Deus! A Melissa deveria ter-me acordado. Nem dormi hoje lendo esse livro, por conta dos N.I.E.M's, entende? Então apenas troquei de roupa e esperei que ela descesse, como ela demorou muito acabei adormecendo.
- Talvez tenha sido melhor assim, afinal, você não ira prestar muita atenção nas aulas.
- É. Você me convenceu. - disse sorrindo. Um sorriso extremamente triste. Harry sabia que nas circunstâncias que ela se encontrava era difícil esboçar um sorriso de felicidade. - E o que te trás aqui?
- Vim falar com Dumbledore sobre meu futuro emprego. Irei ensinar Defesa Contra as Artes das Trevas daqui a dois anos.
- Que legal. Mas não consigo te imaginar ensinando. - Harry apenas prestava atenção na maneira como ela gesticulava quando falava. Tudo em Gina parecia... Perfeito. - O que foi? - perguntou sem graça.
- Nada. Desculpe. - disse voltando à realidade. - O que pretende fazer depois que se formar?
- Não sei. Sinceramente, não tenho perspectivas para o futuro.
- Deixa disso, Gina. - disse colocando uma das mãos sobre a dela. - Você terá um futuro brilhante. Qualquer um pode ver.
- Não, Harry. - disse corada. - Eu não terei um futuro brilhante. Eu tenho uma mãe que nem ao menos olha para mim. Uma mãe que me culpa por ter sido estúpida, por ter me deixado usar. - Lágrimas brotavam dos olhos dela enquanto falava.
- Gina, você não se deixou usar, você não foi estúpida. Ele te pôs sob uma maldição, você não tem a mínima culpa. - disse a abraçando. - Molly sabe que não foi você, ela apenas está chocada com tudo e quer culpar alguém, alguém além de Voldemort. Um dia ela vai ver a verdade. E vai sair desse estado de choque em que se encontra.
- E enquanto isso eu sofro? Eu agüento tudo calada? - disse se desvencilhando do abraço. - Não, Harry! Eu não tenho que agüentar, não mesmo.
- O que pretende fazer? Fugir? Gina, pessoas corajosas não fogem dos problemas, elas os enfrentam de cabeça erguida.
- Então me chame de covarde. - disse secamente. - Porque é isso que eu sou.
- Se você fosse covarde não estaria na Grifinória, e você está. O que prova que você é corajosa. - disse levantando o queixo dela. - Não faça besteira, está bem?
- Tudo bem. - disse sorrindo para ele. - Obrigada, Harry.
- Quando precisar de um amigo, é só chamar. - disse abraçando-a novamente. - Sempre irei te ajudar, sempre.
Era domingo, e estava realmente muito frio. Rachel e Sirius tinham saído para fazer compras, e Harry resolveu ficar em casa. Fez uma xícara de chocolate quente e aconchegou-se na cama. Ele adorava fazer isso em dias frios.
Ligou a TV, Rachel tinha muitas coisas trouxas em casa, e Harry adorava isso na madrinha, mas só estava passando coisa chata. Resolveu tentar dormir. Já estava quase conseguindo quando a campainha tocou. Ele rapidamente trocou de roupa e desceu.
Ao abrir a porta ele teve uma grande surpresa. Cho Chang estava ali parada. Vestia um elegante vestido azul escuro, acima dos joelhos, um casaco de pele branco e tinha os cabelos presos em um rabo de cavalo.
- Cho? - perguntou ainda abobado. - É... P-pode entrar. - gaguejou enquanto abria espaço para ela passar.
- Não esperava nunca que eu viesse aqui, não é? - perguntou acompanhando-o até a sala de visitas.
- Não mesmo. - disse sentando no sofá. - Senta.
- Obrigada. - ela sentou e cruzou graciosamente as pernas. - Bastante frio hoje, não é?
- Muito. Quer uma xícara de chocolate quente?
- Sim, obrigada.
- Espere só um instante. - disse se levantando. - Não demoro.
- Eu vou com você. - disse Cho segurando o braço dele.
- Tudo bem. - disse meio constrangido.
Cho observava enquanto ele fazia o chocolate. Ele estava realmente nervoso e derrubava as coisas de minuto em minuto. Ela segurou-se para não rir. Iria deixá-lo mais nervoso ainda.
- Quer ajuda? - perguntou com um sorriso maroto.
- Não. Você é a visita. - disse sorrindo nervosamente.
- Ora, deixa disso. Comigo não tem cerimônia. Eu vou ajudar, sim senhor.
Depois dos chocolates prontos, eles voltaram para a sala. Cho falava sobre os jogos, o emprego, e Harry contou sobre ter ido a Hogwarts há algumas semanas.
- Harry. - começou ela calmamente. - Eu não vim aqui sem um propósito. Eu realmente tenho algo a te dizer.
- Então fale. - disse começando a ficar nervoso de novo. Ele estava até normal, mas a presença dela simplesmente o deixava desconfortável. Talvez fosse o sentimento que ainda guardava por ela.
- Você foi o melhor namorado que eu já tive. E eu, bem, eu nunca esqueci de você. Nenhum outro homem me fez sentir do jeito que você me fez. - ela estava demonstrando nervosismo. - E, bem, naquele dia que eu te encontrei, o sentimento que eu tinha por você, o amor, despertou. E simplesmente, desde aquele dia eu não consigo parar de pensar em você. Toda noite a única pessoa que vem em minha mente quando eu fecho os olhos é você. Eu te amo, Harry Potter.
- Cho, eu... - ele não tinha palavras para dizer o que estava sentindo. Ele queria aquilo, mas ao mesmo tempo não queria. Talvez fosse medo, ou porque ele não esperava por aquilo.
- Não precisa falar. - disse colocando os dedos nos lábios dele. - Eu sei... - Cho colocou seus lábios junto aos dele, e eles se beijaram. Um beijo provocante. Ela se inclinava cada vez mais sobre ele.
- Cho. - disse acordando do "sonho" - Não agora, ok? O Sirius e a Rachel estão para chegar e...
- Tudo bem. - disse sorrindo e acariciando o rosto dele. - Você parece tão cansado, sabia? Já que não podemos fazer isso, eu vou fazer aquela massagem para te fazer relaxar. - ela sentou atrás dele e começou a massagem. Era realmente maravilhosa. Harry se sentiu nas nuvens.
- Estou realizada. - disse dando um breve beijo nele. - Finalmente consegui meu namorado de volta.
- Eu também estou realmente feliz. - disse abraçando-a.
Rachel e Sirius logo chegaram, e quando o fizeram encontraram o casal de mãos dadas na sala em meio aos beijos. Sirius pigarreou antes de falar.
- Peço licença aos pombinhos. - disse Sirius sorrindo marotamente. - Mas é hora do jantar. Olá, Cho.
- Olá, Sirius. - disse sorrindo.
- Vamos jantar. - disse Harry puxando-a pela mão.- Ah! E Rachel, essa é a Cho, minha namorada. - completou sorridente.
- Prazer querida. - disse apertando a mão de Cho.
Após o jantar Harry se despediu de Cho. Aquele foi o melhor dia que ele teve depois da maldita guerra. Quando encontrou Rony, ele logo contou a novidade. Rony comentou depois que Hermione não ficou nada satisfeita com a escolha do amigo.
Logo o Natal chegou. Era mais uma manhã fria de inverno quando Harry acordou. Tinham dois pacotes em cima da cama. O de Sirius era um casaco de couro que Harry vira em uma loja no Beco Diagonal. O de Rachel era a fita de um filme trouxa que Harry adorava, "Um lugar chamado Notting Hill". Ele adorou ambos os presentes
Foi até o quarto dos padrinhos e os encontrou ainda dormindo. Estavam dormindo abraçados, o que o fez sorrir. Pôs os presentes de ambos em cima da cama e desceu para preparar um café da manhã especial. Não demorou a Rachel aparecer.
- Bom dia, meu anjinho. - disse dando um beijo no afilhado. - Feliz Natal. E obrigada pela agenda, eu realmente vou precisar dela nesse ano que está chegando.
- Bom dia, Rach. - disse ternamente. - Feliz Natal para você também. E valeu mesmo pela fita, adoro aquele filme.
- Sabia que você vai ficar a cara do Hugh Grant quando estiver mais velho? - disse sorrindo. Harry fez uma cara de "nem-me-venha-com-essa". - É verdade. Nesses anos em que vivi como trouxa, a coisa que eu mais amei foram os filmes. Eu sempre ia ao cinema, e esse é o ator de que mais gosto.
- Sei, sei. - disse sorrindo. Rachel era tão louca pelos trouxas quanto o Sr. Weasley, ou até mais. Só que ela não chegava a colecionar tomadas. - Cadê o Sirius?
- Daqui a pouco ele desce. Foi tomar banho. Vejo que o senhor preparou um café da manhã especial. - disse passando manteiga em uma bolacha.
- Pois é. Acordei bem cedo e os vi ainda dormindo, então resolvi ser útil.
Sirius desceu em seguida. Estava com a cara mais amassada do mundo. Parecia que tinha dormido por uma semana. Harry não agüentou e começou a rir do padrinho.
- Está rindo do quê, moleque? - fingiu estar bravo.
- Da sua cara amassada. - disse Harry tentando não rir mais. - E Feliz Natal pra você também.
- Feliz Natal. - disse abraçando o afilhado. - Obrigado pelo livro.
- De nada. Obrigado pelo casaco. E agora, aprecie o café da manhã feito por mim.
- Fazer o que, né? - disse dando um beijo em Rachel e sentando. - Vai ter uma comemoração na Toca. Arthur resolveu isso ontem. Molly não queria, mas ele a persuadiu dizendo que afastaria as tristezas, então ela concordou.
- Ela está melhor? - perguntou Harry preocupado.
- Está sim. - disse Rachel. - Estive com ela há dois dias atrás e ela me parecia bem normal. Só não fale da Gina perto dela.
- Coitada da menina. - disse Sirius tristemente.
- Quando a vi em Hogwarts, ela estava realmente abalada. Até chorou. - disse Harry.
- E você a consolou, não foi? - perguntou Sirius com um sorrisinho malicioso. - Eu acho que vocês combinam bastante. Mas bem...
- Mas, - interrompeu Rachel. - o Harry tem namorada. Se ele estivesse só poderia até ser. Harry, não siga os conselhos do seu padrinho, ele era o maior galinha de Hogwarts.
- Calma. - disse Harry. - A Gina é uma irmã mais nova. A Cho é quem eu amo. - Harry falou essa última frase como que para convencer a si próprio.
Cho esteve lá pela tarde, mas disse que não poderia ir à Toca com ele de noite porque queria estar com a própria família já que uns tios que ela não via há tempos estariam lá.
Umas oito horas eles aparataram na Toca. Estavam todos esperando-os na sala. Molly, Arthur, Hermione, Rony, Gina, Fred, Jorge, Katie e Angelina.
- Feliz Natal. - disse Molly abraçando Harry. E assim todos se desejaram "Feliz Natal", e fizeram toda aquela festa, já que o trabalho em excesso não permitia que se vissem com freqüência. Apenas Sirius via constantemente Arthur e Rony, uma vez que trabalhavam no mesmo local.
Molly era bastante amiga de Rachel, e sempre que podiam se visitavam. Rachel ia mais à Toca do que Molly lá, e ela não reclamava disso. Adorava a Toca como qualquer ser que pisasse lá. Podia ser bem simples, mas era extremamente aconchegante. Para Harry era a melhor casa em que já estivera.
- Como você está, Harry? - perguntou Hermione dando-lhe um abraço daqueles. - Faz tempo que não te vejo.
- Bem, e vocês? - perguntou Harry logo após sentar no sofá. Ele se sentia praticamente em casa.
- Todos bem. - disse Rony. - Acho. - completou ao olhar para a irmã.
- Novidades? - perguntou Hermione com um tom meio bravo.
- Nada que você não saiba. - disse secamente. - Por favor Mione, não começa.
- Tudo bem. - disse ela.
- Venham jantar. - chamou Molly.
O jantar transcorreu bem. Molly demonstrava-se bastante alegre. Os gêmeos estavam fazendo suas respectivas mulheres rirem bastante junto a Rony e Hermione ao contarem histórias sobre alguns clientes atrapalhados. Gina, que parecia estar em outro mundo, não ria, não falava, parecia nem estar ali.
- Está tudo bem com você, Gina? - perguntou Harry.
- Sim. - respondeu automaticamente, como se nem tivesse escutado a pergunta.
- Não fica assim, minha princesinha. - disse Arthur enquanto Molly ria de uma piada de Sirius. - Não suporto te ver sofrendo.
- Eu estou bem, papai. - disse ao dar um beijo no rosto dele. - Estou sim.
Depois do jantar, Rony, Hermione, Harry e Gina foram até o jardim para poderem conversar mais à vontade. Afinal, aquele clima estava péssimo para ela. Ela se sentia um tipo de E.T, mesmo estando com a própria família.
- Animada para a formatura, Gina? - perguntou Hermione tentando quebrar o clima.
- Normal. - disse olhando para a amiga. - Sem perspectivas.
- Olha, maninha, a mamãe vai acordar desse pesadelo em breve e verá o quanto está errada. - disse Rony abraçando a irmã. - Você sabe que a gente te ama, né?
- Também amo vocês. - disse começando a chorar.
- Não chora. - disse Hermione enxugando as lágrimas que caíam dos olhos dela.
Rapidamente eles mudaram o assunto, aquilo machucava muito Gina. Começaram a falar sobre as coisas que tinham feito em Hogwarts. Gina até contou algumas aventuras dela e sorriu.
- Harry, por que a Cho não veio? - perguntou Rony do nada.
- Ã? Ah, porque uns tios que ela não via há muito tempo estão na casa dela hoje, e ela queria ficar um pouco com eles.
- Sei. - disse Hermione num tom desconfiado.
- Mione, ela é minha namorada, e eu confio nela. - disse Harry com raiva. Gina ao ouvir a palavra "namorada" demonstrou mais tristeza ainda. E se apressou em se despedir.
- Eu... - começou ela. - vou dormir, é, estou totalmente cansada. Boa noite. E até logo, Harry.
- Fica mais, Gi. - pediu Hermione. - Dormir cedo? Logo hoje?
- Não, Mione. - disse com um olhar que queria dizer algo que apenas Hermione entendia. - Estou cansada.
- Ah, claro. Então vá dormir. - disse Hermione com um sorriso encorajador para a amiga.
- Mione. - chamou Rony depois que Gina entrou em casa. - O que houve com ela? Porque pelo jeito que ela olhou para você... Como se estivesse se comunicando.
- Nada demais. - disse tentando terminar aquela conversa. - Você está muito calado, Harry. - completou para mudar o assunto.
Harry havia notado que o assunto Cho Chang não desagradava apenas a Hermione como a Gina também. Ele nunca imaginou que a moça ainda gostasse dele, fazia tanto tempo...
