Capítulo Sete - Dor

Após acordar, Harry foi ao salão principal, onde os outros estavam. Enquanto comiam, não disseram uma palavra. Depois eles se despediram de Dumbledore e foram até a carruagem que os esperava. Todo esse tempo ninguém falava nada, pareciam mudos. E todos deixavam transparecer o quanto estavam abalados.

- O clima está pesado, hein? - comentou Sirius em voz baixa com Rachel.

- Muito. - disse ela se aconchegando nos braços dele. - Harry, você está bem, meu anjinho?

- Tou sim, Rach. - respondeu com um sorriso triste.

- Se quiser desabafar, pode contar com a gente, ok? - falou acariciando-lhe os cabelos.

- Tudo bem.

Rony não dissera nada desde então, estava abraçado com Hermione e parecia que nem estava ali. Rachel e Sirius conversavam baixinho. Fred, Jorge, Katie e Angelina consolavam os meninos. Arthur e Harry apenas olhavam a paisagem pela janela. Harry estava absorto em pensamentos, e nem precisa falar sobre o que eram esses pensamentos.

Logo eles chegaram a Hogsmeade e desaparataram na Toca. Sabiam que a parte difícil chegara. Todos temiam pela reação de Molly. E tinham certeza que ela iria se machucar. Iria viver com o sentimento de culpa eterna.

Molly estava na cozinha folheando uma revista sobre moda bruxa, quando olhou no relógio, ele indicava todos os integrantes da família "Na Toca", menos um deles, Gina Weasley. O ponteiro dela estava em "Viajando". Largou a revista sobre a mesa, e foi até a sala. Quando entraram, a primeira coisa que notou foram as caras de enterro que todos apresentavam. Depois viu que Gina realmente não estava entre eles. O que acontecera a ela? Onde estava sua filha? Viajando? Mas viajando pra onde?! Arthur não lhe falara de viagem alguma.

- Arthur. - começou ela com a voz falhando. - O que aconteceu?

- Molly, querida. É.... É... - gaguejou ele. Como iria dizer a ela? Qual seria a melhor maneira? Não queria ver a mulher que amava sofrendo. Mas era impossível que ela não sofresse, e de qualquer jeito não teria como esconder isso dela.

- Arthur, me conte. - ela já estava totalmente nervosa e tremia. - Onde está Gina? O ponteiro dela está em "Viajando", Arthur. - ela apontava em direção à cozinha. - Onde está minha filha?!?

- Ela... Ela... - gaguejou de novo. Não sabia como dizer aquilo. Então alguém foi mais direto.

- Foi embora. - completou Rony secamente.

- Como assim!? - perguntou Molly se virando para o filho e depois voltando a olhar para o marido. - Embora pra onde, meu Deus!? - ela olhava cada um como que esperando que alguém desse uma resposta mais clara.

- Não sabemos. Ela nos deixou, Molly. Pra sempre. - disse Arthur.

Molly não disse mais nada, apenas sentiu-se fraca e desmaiou. Foi muita emoção para ela. Arthur a pegou nos braços e a levou até o quarto. Os outros ficaram na sala e procuraram lugares para sentar.- Como imaginávamos. - comentou Fred. - Ela saiu do estado de choque para sofrer outro choque. Agora vai se culpar eternamente.

- A Gina bem que poderia ter pensado um pouco antes de fazer isso! - exclamou Jorge.

- A Gina, - começou Rony com raiva. - sofreu o ano inteiro! Então não exija nada dela. Você não sabe pelo que ela passou!

- Calma, rapazes. - falou Sirius. - Estamos todos muito abalados. Brigar agora só pioraria. Vamos ser mais sensatos.

Rapidamente o silêncio voltou a tomar conta do lugar. E só foi quebrado quando Arthur desceu até a sala. Ele aparentava ter dez anos a mais, e tinha uma cara péssima.

- Como ela está? - perguntou Rachel preocupada.

- Dormindo. Quando acordar vai querer mais explicações. E eu estarei lá pra isso. Espero que ela não se culpe, mas estou pedindo demais. Isso é muito óbvio, não?

- É impossível, papai. - disse Jorge sincero.

- Ela precisará de nós. - disse Hermione.

- Queria que a Gina se arrependesse e voltasse. - falou Katie. - Vou sentir falta dela.

- Nós também, Katie. - disse Rony com um pequeno sorriso. - Mas é outra coisa impossível. A Gina é uma Weasley, se esqueceu? A possibilidade de que ela volte é nula.

Jorge, Katie, Angelina e Fred embora um pouco depois, pois iriam abrir a loja, e as duas precisavam resolver algumas coisas do salão. Harry, Sirius e Rachel foram embora no meio da tarde. Rony e Hermione passaram a tarde inteira no quarto. E Arthur ficou na sala esperando Molly acordar. Ele mandara uma carta a Mundungo explicando a situação, e ele disse que ele só precisava ir ao trabalho quando as coisas se acertassem.

Arthur não soube quanto tempo ficou na sala, pois até adormeceu. Acordou sentindo alguém lhe acariciar a face. Quando abriu os olhos, deu de cara com Molly. Ela estava com uma cara péssima, mas esboçou um sorriso amarelo quando ele acordou.

- Isso tudo é um pesadelo. Diga que é, Arthur. - disse olhando fixamente nos olhos dele. - Diga que a Gina não se foi e que em alguns segundos ela vai entrar por aquela porta.

- Infelizmente eu não posso, Molly querida. Perdemos nossa filha. - ele pegou uma das mãos dela e beijou. - Quer ler a carta que ela deixou? Se sente preparada?

- Sim. - ela respirou profundamente enquanto ele tirava o envelope do bolso da carta.

Arthur estendeu o envelope, e Molly, com as mãos trêmulas, o pegou. Ele apenas ficou observando-a. Quanto mais ela lia, mais lágrimas caiam dos seus olhos. Ela já não via as letras direito e soluçava. Tremia. Deixou o pergaminho escorregar por entre os dedos e abraçou o marido.

- Minha culpa. - soluçou ela. - Eu fiz minha própria filha fugir de mim. Eu a ignorei, a culpei. Pobrezinha. Como Arthur? Como fui capaz? Eu... Eu quero vê-la. Preciso do perdão dela pra continuar. Vamos atrás dela, Arthur. Por favor.

- Shh. - disse ele beijando o topo da cabeça dela. - Calma, meu amor. Não se culpe. Ela disse que lhe perdoou na carta. Ela não queria que se culpasse.

- Mas ela foi embora por minha causa.

- Molly. Não há nada pra se fazer. Apenas torcer pra que elas estejam bem.

- Elas? Quem mais foi com ela?

- Melissa Conner.

- Pelo menos ela está com a melhor amiga.

- É... - disse vagamente.

- Como ela estava na formatura? O que ela vestiu? - perguntou Molly se desvencilhando do abraço e olhando esperançosa para o marido.

- Ela estava usando um vestido azul claro. Era tomara-que-caia e tinha brilhos. Ela também foi oradora e fez um discurso muito bonito. Fez-me encher os olhos de lágrimas.

- Esse vestido... - os olhos dela voltaram a encher-se de lágrimas. - Eu que fiz, Arthur. Pra formatura dela. Há dois anos atrás. Lembro-me como se fosse hoje. A Gina deu um sorriso lindo quando eu lhe entreguei o vestido. Ela usou, Arthur.

- Ela ama você, Molly.

- E eu a amo...

A conversa continuou até tarde, e ela chorou bastante. Rony e Hermione se juntaram aos dois. Mas Hermione não pôde ficar por muito tempo. Ela também tinha família e estava com saudades dos pais, que não via há tanto tempo.

Rony escreveu a Harry como o amigo pedira. E contou a reação da mãe e que Arthur a acalmara bastante.


Gina e Mel estavam trabalhando em uma loja de roupas em um shopping trouxa na rua 59. Não que elas precisassem realmente de dinheiro, mas depois de uma semana conhecendo as coisas, elas ficaram sem o que fazer. Elas ainda estavam procurando algum curso bruxo por ali, mas parecia que a cidade só tinha trouxas. Mel já estava providenciando a assinatura de um jornal bruxo que circulava na América, só assim elas poderiam achar algum anúncio.

Acordaram cedo e fizeram qualquer coisa para comer. Nenhuma das duas era muito fã de cozinha. Depois desceram para pegar um táxi. Táxi era algo que não faltava em Nova York, a toda hora passavam vários.

- Não vejo a hora de aprender a dirigir. - comentou Mel. - Aqui a idade mínima é 16 anos. Quando eu tiver tempo, irei pra alguma auto-escola.

- Eu também quero dirigir. - disse Gina animada.

- Mas no momento eu quero um namorado. - e sorriu marotamente. - Quase duas semanas que eu não beijo.

- Ai, Mel. Cala a boca. - ironizou Gina sorrindo.

- Legal ver a senhorita alegrinha. - caçoou Mel.

- É assim que você me verá sempre. Eu saí de lá pra ser feliz, e não pra ficar mais deprimida. Então a partir de hoje eu sou uma nova mulher. E nada de tristezas. Cansei.

- É assim que se fala, Srta. Weasley.

Logo chegaram ao shopping. Foram ao segundo andar, onde ficava a loja, e encontraram apenas a gerente sentada em frente a um computador.

- Bom dia, garotas. - disse a gerente, Sarah, animada. - Como estão?

- Bem Sarah. - disse Gina. - E você?

- Muito bem. - disse virando-se para as duas. - Eu pedi pra que vocês viessem mais cedo, pois foi me passado ontem que teremos uma promoção especial.

- E qual será? - perguntou Mel.

- Quem comprar uma calça da liquidação, leva outra pela metade do preço. Mas as formas de pagamento têm... - Sarah ficou falando a mesma coisa umas mil vezes. E elas não conseguiam acreditar naquilo. Ela as chamara super cedo para falar que quem compra uma calça leva outra pela metade.

- Ninguém merece. - comentou Gina com Mel em voz baixa enquanto Sarah estava olhando o estoque.

- Ainda mato essa estúpida. Estou morrendo de sono por culpa dela.

Aquele dia foi horrível para ambas. Por conta da promoção, a loja lotou, e só tinha as duas de vendedora. Além do quê, Gina às vezes se enrolava e confundia cheque com cartão. Então Mel tinha que ajudá-la também.

- Não,minha senhora. - explicava Mel pela milésima vez. - Compra uma pelo valor inteiro e leva a outra pela metade. Não são as duas. E as mercadorias da promoção não podem ser pagas com cartão de crédito. Ou cheque pra dez dias ou dinheiro vivo.

- Mel. - chamou Gina exasperada. - Me ajuda aqui!!

E assim foi aquele dia terrível. Mel sofria mais, porque além de ter que explicar a promoção mil vezes, ainda tinha que ajudar Gina, que não sabia como passar um cartão de crédito e coisas do tipo.

Depois do expediente, elas ainda tiveram que arrumar a loja. Porque as roupas ficaram todas fora de lugar. Sarah já tinha ido embora, o que as deixou extremamente indignadas.

- Perua. - disse Mel com raiva. - Passa o dia todo falando no celular e serrando as unhas e ainda sai cedo.

- Nojenta. Isso que ela é. Não vou agüentar isso por muito tempo, Mel.

- Nem eu. - disse rindo. - Relaxa, Gi. A gente fica trocando de emprego e vendo como é ser cada coisa.

- Legal. - disse Gina sorrindo. - E agora, o que vamos fazer?

- Apenas espere.

Depois que terminaram de arrumar a loja, elas foram ao cinema. Gina não sabia o que era aquilo na prática, pois apenas ouvira falar na aula de "Estudo dos Trouxas". Elas assistiram "Cidade dos Anjos". Gina, que já estava meio deprimida, chorou como uma criança. Mel chorou, mas pouquinho.

- Que filme triste. - comentou Mel enquanto saíam da sala.

- Muito. - disse Gina enxugando as lágrimas. - Me fez lembrar dele, Mel. Depois da noite de amor, eu fui embora, igualzinho no filme.

- Calma, Gi. - disse Mel passando o braço pelos ombros dela. - Ele deve estar bem.

- Espero. - disse com um sorrisinho nos lábios.

- Vamos comer algo. E fazer alguma coisa interessante. Isso está ficando chato.

- Fazer o que, Srta. Conner?! - Gina conhecia Mel o suficiente para saber que as idéias dela eram meio loucas.

- Relaxa. Vamos numa boate. Dançar.

- Desculpa, mas eu simplesmente não sei o que é isso.

- Eu também nunca estive em uma. Só ouvi falar.

- Que ótimo. - disse Gina sorrindo. Como uma pessoa podia ser tão sem juízo?!

No fim elas acabaram indo direto à boate. Ambas se divertiram bastante. Mel até conheceu um rapaz interessante e marcou de encontrá-lo no dia seguinte. Gina apenas dançou, mas não conheceu ninguém. Talvez porque ela não quisesse mesmo. As lembranças de Harry a perturbavam, e ela travava quando outro homem se aproximava.

- Conseguiu relaxar, Gina? - perguntou Mel se jogando no sofá. - Eu dancei tanto que quase não agüento ficar em pé.

- É. Foi legal sim. São ótimas essas músicas trouxas.

- Concordo. Fora que eu conheci um cara chamado Peter. Ele é um gato.

- Pois é. Eu vi que você passou mais da metade da noite com ele.

- Claro. E a gente se beijou.

- Tinha que ser você. Mas vocês pretendem se encontrar de novo?

- Claro, Gi. Eu não o beijei por nada, né? Já tínhamos conversado muito. Então a gente marcou de se ver hoje. Ele vem mais tarde.

- Ah ta. Porque vindo de você, né, querida? - ironizou Gina sorrindo.

- Ta me chamando de quê, hein, mocinha?

- Nada. - disse Gina se trancando no quarto. - Boa noite, Mel.

- Boa. - respondeu ela.


Já fazia duas semanas desde que Gina fora embora. Harry tinha voltado do curso e encontrou Sirius deitado no sofá vendo programação trouxa. O que era um tanto estranho. Sirius não costumava chegar em casa tão cedo, geralmente ele chegava muito depois de Harry.

- Tão cedo em casa. - comentou sentando no outro sofá. - O que houve?

- A Rach não se sentiu bem e veio pra casa. Então ela me escreveu e eu vim correndo.

- E o que ela tinha?

- Bem, eu chamei o médico, mas ele disse que pode ser apenas alguma coisa estragada que ela comeu. Nada sério. Ela está dormindo.

- Que bom. Menos mal.

- É. Mas e aí? Como foi seu dia?

- Foi até bom. Almocei no Caldeirão e passei a tarde com os gêmeos. Adoro ficar na loja com eles. E também ajudo de uma certa forma.

- Já notei que gosta. Sempre volta à tardinha porque ficou por lá ajudando. Mas eu tenho uma novidade.

- O quê? Boa ou ruim?

- Não sei. Mas a Cho veio aqui. Esperava te encontrar sozinho. Mas eu disse que você ainda não tinha chegado. Então ela pediu pra você passar na casa dela assim que chegasse. - Sirius olhou fixamente para ele. - Você vai?

- Vou. - disse sério. - Até mais tarde. - e aparatou na frente da mansão Chang. Ele resolveu não escutar o padrinho, pois sabia que ele iria querer impedi-lo.

Chamou na campainha e esperou resposta. Quando o viu, Cho correu para atendê-lo, e espantou todos os elfos que estavam por perto; achava-os um pé no saco.

- Harry. - disse sorrindo. - Que bom que veio. Entre.

- Olá. - disse sorrindo de volta.

Ela se dirigiu à sala de estar, que era bastante luxuosa. A decoração era em tons pastéis, e parecia que não tinha um único vestígio de poeira nos móveis.

- Você está sozinha? - perguntou notando o silêncio da casa.

- Sim. Minha mãe saiu pra fazer compras, e meu pai vai ficar até tarde na empresa.

- Ah. - limitou-se a dizer.

- Harry, eu te chamei aqui pra te pedir perdão. - os olhos dela pareciam extremamente tristes. - Por favor. Eu sei que eu fui muito egoísta, mas eu não quero te perder. Nunca.

Era só o que faltava para completar essas duas últimas semanas dele. O que diabos diria a ela? Gina não iria mais voltar... E ele prometera que iria ser feliz. Tudo bem que estar com Cho não era realmente estar feliz, mas era o melhor que podia ter. Como ele não sabia o que fazer, apenas a beijou,e ela aceitou aquilo como um perdão.

Harry chegou bastante tarde aquela noite, e encontrou Rachel na cozinha. Ela estava com uma cara horrível e sorriu ao vê-lo passar pela porta com uma carinha de felicidade.

- Está melhor, Rach? - perguntou ele sentando-se ao lado dela.

- Estou sim, meu amor. - disse ela ternamente.

- Que bom. E o Sirius?

- Dormindo, tadinho. Ele veio correndo quando eu o chamei e ficou extremamente nervoso. É a vez dele de descansar. E você? Onde estava? Parece um pouco melhor.

- Eu fui na casa da Cho. - disse com um meio sorriso. - E voltamos.

- E você não queria?

- Eu estou traindo meu coração. Eu sinto que a traí.

- Traiu quem, Harry? - perguntou com um misto de desconfiança e curiosidade.

- A Gina. - e olhou nos olhos dela.

- Ah. Eu não sabia que você a amava. Desculpa. - ela estava realmente surpresa com aquilo. - Mas sempre soube que ela te amava. Qualquer um notava. - completou sorrindo.

- Rach, eu preciso contar isso a alguém. Promete que não fala pra ninguém? - ele tinha um olhar suplicante. Como se o que estava prestes a dizer fosse a coisa mais importante da vida dele.

- Claro que sim,meu anjinho. - disse o abraçando. - Você anda muito triste mesmo. Desabafe.

- Eu e a Gina. - ele não sabia como dizer aquilo. Era meio constrangedor, mas ele não podia contar aquilo a Rony, porque ele iria quebrar a cara dele. Se contasse a Sirius, ele iria zoar, ou talvez não, pois a situação era séria, e ele sabia diferenciar as coisas. Mas ele precisava de uma mãe no momento.

- Você e a Gina? - perguntou carinhosamente.

- A gente. Bem... Na noite da formatura que eu fui dormir cedo e ela também... A gente se encontrou por acaso no lago, e então eu a consolei, e daí a gente se beijou e fomos mais adiante. E bem.... Nós...

- Eu entendi. - disse acariciando os cabelos dele. Sabia que ele estava constrangido e não queria deixá-lo pior.

- Então no outro dia, quando acordei, eu soube de tudo aquilo... Eu não sabia o que fazer, Rach. Eu tinha acabado de descobrir que a amava. E então ela me escapa.

- Eu sinto muito. Ela também deve ter sofrido.

- Sofreu. Ela me deixou uma carta. E nela pediu que eu fosse feliz. Que casasse e tivesse filhos. Então por esse motivo eu voltei com a Cho. Mas não a amo, Rach.

- Harry. Se você não a ama, espere outra pessoa aparecer na sua vida. Você não será feliz. Não faça isso.

- Quem, Rach? Eu não quero ninguém mais. Eu quero a Gina. - os olhos dele estavam cheios de lágrimas.

- Ow, meu amor. - disse o abraçando novamente. - Eu mais que ninguém sei como é horrível quando nos tiram alguém que amamos. Só o tempo para curar. E não fique pensando na possibilidade de ela voltar, e esqueça da vida. Porque isso vai te matando por dentro. Experiência própria.

- É difícil. Eu não consigo.

- Porque é recente. Eu também fiquei assim. Mas depois eu encontrei pessoas que me ajudaram. Mas nunca esqueci seu padrinho. E um dia, quando menos esperava, ele voltou. Então deixe o tempo fechar essa ferida e viva. Eu queria muito que você e a Gina dessem certo e ficassem juntos. Ela é uma moça maravilhosa. Meiga, delicada e super compreensiva. Ela seria uma mulher perfeita pra você, Harry. Mas a vida nos prega peças. E você é forte e vai enfrentar isso de cabeça erguida, entendeu?

- Obrigado, Rach. - disse beijando a face dela. - Não sei o que seria de mim sem vocês dois.

- Nem eu. - disse uma voz de homem. Quando olharam para a porta, viram Sirius sorrindo. - Sem querer, ouvi tudo. Mas não se preocupe, não vou brincar dessa vez porque sei o quão sério isso é. E quando precisar de ajuda, pode contar comigo.

- Eu sei. - disse Harry o abraçando. - Vocês dois são maravilhosos.

Sirius deu alguns bons conselhos a Harry, e ele decidiu que cumpriria a promessa que fizera à Gina. Iria ficar com Cho, mesmo que não fosse tão feliz. Ela se mostrara arrependida, isso era um começo. Fora que apesar do jeito dela, ela o amava e talvez ela conseguisse ensiná-lo a amá-la também.

No outro dia Rachel acordou cedo e preparou o café. Era sábado,então os dois sempre acordavam um pouco mais tarde. Tomou uma xícara de chá e aparatou na Toca. Molly, Hermione e Elizabeth, mãe de Hermione, já a esperavam sentadas no sofá.

- Bom dia. - disse Rachel sorrindo para as três. - Como está a futura mamãe?

- Olá, Rach. - disse Molly dando dois beijinhos nela.

- Estou bem. - disse Hermione a abraçando. - E você? O Harry, o Sirius?

- Todos bem. Apesar de que eu tive doente ontem, mas acordei bem. Elizabeth, como dizem, quem é vivo sempre aparece.

- Há quanto tempo, Rachel. - disse Elizabeth a abraçando. - Andei com muitos problemas e andei sumida. Mas já está tudo bem.

- Então, já que estamos todas aqui. - disse Hermione animada. - Vamos?

- Vamos. - disse Molly. As três combinaram de tentar animá-la mais. Na verdade, todos estavam fazendo isso, principalmente Arthur.

Elas aparataram no Beco Diagonal, e primeiro foram até a loja dos gêmeos. Eles estavam sem tempo para visitar a mãe, e ela estava cheia de saudades.

- Fred! Jorge! - disse sorrindo e abraçou cada um. - Como estão? E as meninas?

- Estamos bem. - disse Jorge. - Elas também.

- E estão no salão no momento. - informou Fred. - Dêem uma passada por lá. Elas adorarão ver vocês.

- Onde está o Roniquinho? - perguntou Jorge sorrindo marotamente para Hermione.

- Em casa. Ficou dormindo. Estamos aqui pra comprar as coisas pro casamento. E sinceramente, vocês homens não têm o mínimo jeito pra isso.

- Concordo. - disse Rachel.

- Ih! Lá vêm vocês com esse feminismo. - disse Fred sorrindo.

Elas não passaram muito tempo por lá. Tinham muita coisa pra fazer. Mas ainda deram uma passadinha no salão de Angelina e Katie. Depois foram até Madame Malkin encomendar o vestido de Hermione. Iria ser amarelinho claro, ela mesma que escolheu. O modelo foi tirado de uma revista bruxa especializada em vestido de noivas.

- Na próxima semana pode vir apanhar, Srta. Granger. - disse Madame Malkin animada.

- Qual dia? - perguntou Hermione ansiosa.

- Hm... Na sexta já estará pronto.

- Eu não posso. Hoje mesmo irei pra Hogwarts e só voltarei duas semanas mais tarde. - disse Hermione triste.

- Tudo bem, filha. Eu pego pra você. - sugeriu Elizabeth.

- Obrigada, mamãe. - disse sorrindo. - Até mais, Madame Malkin.

- Até mais, queridas. - disse a sorridente senhora.

Depois de Madame Malkin, elas encomendaram as lembrançinhas. Era um coraçãozinho, e dentro estaria uma foto do casal. A escolha foi de Molly.

- Que tal comermos? Eu estou morrendo de fome. - sugeriu Rachel. Elas já tinham andado bastante, Hermione era a única que não mostrava sinal de cansaço. Talvez fosse a ansiedade e a vontade de que tudo ficasse perfeito.

- Ok. Vamos ao Caldeirão Furado. - falou Elizabeth. - Se eu não comer agora, não ando mais um metro.

- Estamos na mesma situação. - riu-se Molly.

- Vocês são muito fracas. - falou Hermione.

- É que você está tão empolgada, filha, que nem sente fome de tanta excitação.

Depois de comerem, elas foram numa loja especializada em festas, encomendaram toda a decoração e marcaram o dia e hora para eles irem até a Toca montar tudo.

Don Kennedy iria celebrar a cerimônia. Ele era tipo um padre para os bruxos, um celebrante. E era o celebrante mais conhecido na Inglaterra. Hermione já tinha marcado com ele.

- Agora está tudo confirmado. - falou Molly olhando a lista. - Os convites eu começarei a mandar amanhã. Quando chegarmos à Toca, com certeza já estarão lá.

- Eu vou dormir lá pra te ajudar a endereçá-los, Molly. - falou Hermione sorrindo.

- Sempre sonhei em ver minha filhinha se casar um dia. - disse Elizabeth acariciando os cabelos de Hermione. - E saber que serei vovó é uma honra.

- Também estou muito feliz por ter uma nora tão maravilhosa como você, Hermione. - disse Molly abraçando a moça. - É como uma filha pra mim.

- Obrigada, gente. - disse Hermione sorrindo. - E Rachel, não se sinta por fora. Você é parte da família também.

- Eu sei. - disse sorrindo. - Espero que ambos sejam muito felizes, porque vocês se amam muito. E essa criança - ela pôs a mão na barriga de Hermione. - será a alegria de todos nós. Desejo tudo de bom pros dois

- Obrigada. - disse Hermione a abraçando. - Vocês três também merecem ser muito felizes.