Virgínia Hawkins estava caminhando por entre as lápides de um dos muitos cemitérios de Nova York. Trajava uma saia preta, uma blusa de botão branca e tinha os cabelos presos em um rabo de cavalo. Em suas mãos levava um buquê de rosas vermelhas.
Ajoelhou-se diante de uma das lápides e pôs as flores que carregava sobre ela. Com os olhos transbordando de lágrimas, ela deslizou os dedos sobre a foto e o epitáfio dele.
"Ryan Williams Hawkins
1977-2005
Um grande homem, um grande pai."
Há um ano Ryan havia morrido, vítima de um câncer pulmonar. Tentaram de tudo para salvá-lo. Tanto métodos trouxas como bruxos, mas de nada adiantou. Desde aquele dia a vida de Virgínia mudara completamente.
Quatro meses após o nascimento de Stephanie, eles tinham se casado numa cerimônia muitíssimo discreta. Josh e Mel tinham casado um ano depois, e a cerimônia deles não foi nada discreta.
As duas tinham concluído o curso, mas nunca tinha exercido a profissão. Trabalhavam na empresa de Josh, que não era apenas dele agora. Ryan tinha comprado algumas ações, e eles eram os sócios majoritários. Tinham se tornado grandes amigos.
Stephanie agora tinha seis anos, na verdade faltava um dia para o seu aniversário de sete anos. Gina e Mel planejaram uma festa para ela, já que no ano anterior seu presente tinha sido muito amargo. A menina sofrera muito com a perda do pai. Os dois eram muito unidos, e ela o tinha como uma espécie de herói.
Gina estava lembrando do último Natal que passaram juntos, antes de ele saber da notícia. Tinham ido patinar quase todos os dias ali mesmo, no Rockfeller Center. Estavam felizes e riam das quedas um do outro. Ryan auxiliava Stephanie, que não tinha muita prática. Foram anos muito felizes.
Não mais tivera notícias da família. Não a procuraram, pelo menos ela achava isso, e ela muito menos. Tinha feito alguns outros amigos no trabalho, mas andava pensando muito em voltar à Inglaterra. Ela não tinha o direito de negar uma família à filha. Tudo bem que Mel e Josh eram como tios para ela, mas não seria justo. Já tinha mentido muito para a menina ao dar-lhe outro pai. Ela nem desconfiava que Ryan não era seu pai biológico.
Assim como Mel dissera, Stephanie tinha cabelos muito negros e olhos intensamente verdes. O rosto era a replica do da mãe, não negava ser filha dela. Era muito esperta, e aos quatro anos questionou o porquê da mãe usar um pedaço de madeira para fazer certas coisas. Gina teve que lhe explicar que era bruxa e provavelmente ela também seria. "Filha de quem é, impossível ser um aborto", pensou na ocasião. Aos cinco perguntou onde estavam seus avós, e Gina, com muito pesar, mentiu dizendo que tinham morrido.
Mel e Josh eram apaixonados pela menina. E ela também era louca por eles. Chamava-os de tio e tia, e sempre pedia à mãe para dar uma passadinha no apartamento deles.
Já fazia duas horas que estava ajoelhada ali. Olhou para o relógio e viu que estava atrasada, Stephanie já tinha saído da aula há meia hora. Levantou-se apressada, deu uma última olhada no túmulo e foi até o carro, era uma caminhoneta de luxo, preta.
Quando estacionou o carro, Stephanie correu arrastando sua bolsa escolar de rodinhas. Gina deu-lhe um beijo estalado e a ajudou a pôr a bolsa no porta-malas.
- Você demorou, mamãe. - falou ela fazendo biquinho.
- Desculpa, meu amor. - disse Gina pegando-a nos braços. - Mamãe estava no... Estava levando flores a alguém.
- Eu sei. Foi pro papai. - falou ela já sentada no banco de trás. - Fez um ano hoje.
- Você lembrou?! - perguntou Gina espantada.
- Foi um dia antes do meu aniversário, então... - falou ela séria.
- Bem, eu não quero te ver triste. Esse ano você terá sua festinha. Papai também não iria querer te ver triste no seu aniversário.
- Eu sei que não. - falou ela sorrindo. - Onde estamos indo?
- Vamos à casa da tia Mel. - respondeu ela. - Ela está nos esperando.
- Eba! - comemorou Stephanie toda sorridente.
Por conta do congestionamento, Gina levou meia hora para chegar até o apartamento dela. Estacionou o carro e pegaram o elevador. Tocaram a campainha e ouviram a voz de Josh pedindo para esperar, para variar, deviam ter perdido a chave. Eles quase nunca usavam magia.
- Tio Josh! - falou a menina o abraçando.
- Olá, princesa. - disse ele carinhosamente. - Olá, Gina.
- Oi, Josh. - disse o abraçando também. - Tudo bem?
- Tudo. E você? - perguntou preocupado.
- Relaxa, estou ótima. - falou sorrindo docemente. - Onde está a Mel?
- Se vestindo. - respondeu ele.
- Meu amor!! - disse Mel abraçando Stephanie.
- Oi, tia. - falou ela feliz.
- Gina, tudo bem? - perguntou Mel.
- Se você estiver se referindo ao aniversário de morte, pode ficar tranqüila, estou muito bem. Acabei de visitar o túmulo. - Mel indicou Stephanie com a cabeça. - Ah, nem precisei lembrar a ela. Ela mesma falou que já sabia. Não foi, meu amor?
- Foi sim. - falou a menina.
- Que tal jogarmos vídeo game enquanto as duas planejam sua festa? - sugeriu Josh quebrando o clima.
- Vamos. - disse ela correndo para o seu quarto. Eles eram tão grudados com a "sobrinha", que ela tinha um quarto só para ela no apartamento deles.
- Me sinto melhor quando a vejo sorrindo. - falou Gina apoiando a cabeça no ombro da amiga.
- Eu também. - falou Mel. - Mas, e a senhorita?
- Vou melhorar. Já fez um ano, e só fiquei assim porque é o aniversário. Não o esqueci, e nunca o farei, mas parte da ferida já cicatrizou.
- Então, estou mais tranqüila. - falou Mel sorrindo. - Agora vamos ao supermercado comprar as coisas enquanto esses dois se divertem jogando.
Rachel acordou cedo aquela manhã e foi preparar o café. Harry estava passando o fim de semana em casa, o que era raro, e ela queria que esse fosse especial para ele.
Ele havia casado com Cho e ficaram juntos por longos cinco anos. No começo tudo era maravilhoso, e ele tinha certeza que em pouco tempo poderia amá-la da mesma forma que ela o amava. Mas os anos foram se passando, e o fato de ele não amá-la foi estragando o relacionamento deles.
Cho era muito "chiclete", e ele odiava aquilo. Sabia que aquele era o jeito dela de amar, e se odiava por está-la enganando. Sua vida se transformou num inferno e chegou ao ponto de não suportar mais as brigas. Então, ele pediu o divórcio, e ela, muito relutante, assinou a papelada.
Rachel e Sirius tiveram um filho, ficaram em dúvida sobre o nome, pois tinham dois amigos a homenagear. Mas se decidiram por Remo, já que se um dia Harry chegasse a ter um filho, dar-lhe-ia o nome do seu pai. Remo Black tinha os cabelos castanhos como os da mãe, e os olhos azuis do pai. Tinha apenas cinco anos, mas era apaixonado por quadribol. Ele adorava Harry, e Sirius sempre o levava a Hogwarts, onde Harry trabalhava, para dar uma volta de vassoura com o "irmão".
Após preparar tudo, ela foi ao quarto do filho acordá-lo. Ele dormia como um anjinho, e ela ainda ficou olhando-o por um tempo.
- Remo. - chamou ela. - Hora de acordar, meu amor. - Ele acordou com uma cara muito feia. "Igualzinho ao pai quando acorda", pensou ela divertida.
- O papai já acordou? - perguntou ele se levantando.
- Não. Daqui a pouco ele levanta. - falou separando uma roupa para ele. Ajudou-o a vestir-se, e ele saiu correndo para acordar o pai.
- Acorda, pai! - falou ele cutucando Sirius. - Vamos pra Toca. Jogar quadribol lá.
- Ei. - falou Sirius acordando. - Calma aí, moleque. Ainda estou acordando.
- Vai logo, pai. - falou ele pulando da cama. - Agora vou acordar o Harry.
Ele correu até o quarto de Harry, a porta estava trancada, então ele gentilmente pediu para a mãe destrancar.
- Agora, nada de pular na cama. - falou ela sorrindo. - Estou lá embaixo. Peça para o Harry descer.
- Harry, Harry. - chamou ele balançando o "irmão". - Acorda, vamos pra Toca.
- Ta, Remo. - falou Harry colocando o travesseiro sobre o rosto. - Eu já vou descer.
- Ok. E leva a vassoura, a gente vai jogar quadribol. - falou ele saltitante.
Harry e Sirius demoraram um pouco para descer. Tomaram café e foram de carro à Toca, afinal, Remo não podia aparatar. Ao chegarem lá foram atendidos por Molly.
- Bom dia, Molly. - falou Rachel abraçando a amiga.
- Bom dia, queridos. - disse ela abraçando cada um.
- Tio Harry! - falou Emily o abraçando fortemente.
- Olá, minha linda. - disse ele beijando-lhe o topo da cabeça.
- Tia Rachel! Tio Sirius! - falou ela toda feliz abraçando-os. Ela chamava todo mundo de "tio".
- Emily! - falou Remo feliz.
- Olá, Remo. - disse ela sorrindo.
Emily tinha os cabelos lisos e ruivos, como maioria dos Weasley. Os olhos eram castanhos como os de Hermione. Era meio tímida quando não conhecia as pessoas, e adorava ler assim como a mãe.
- O Rony teve que resolver algumas coisas no ministério e a deixou aqui comigo. - informou Molly. - Sentem.
- A Mione mandou isso para você. - falou Harry entregando um pacote da Dedosdemel à Emily. - Ela está louca pra vir visitar vocês, mas anda muito ocupada.
- Nós entendemos. - falou Molly. - Além de professora, ela é vice-diretora, então, quase sempre está ocupada.
- Papai falou que próximo mês a gente vai visitá-la. - disse Emily feliz. Ela já estivera em Hogwarts muitas vezes. - Mas é segredo, então não diga a ela, tio Harry.
- Pode deixar. - falou ele sorrindo. - Daqui não sai nada.
- Olá, pessoal. - falou Arthur, que acabara de acordar. - Hoje dormi demais. Estava precisando mesmo.
- Querido, o Rony foi resolver um probleminha no Ministério. Ele não quis te acordar, disse que era coisa boba.
- Ta bem. - falou ele indo em direção à cozinha. - Querem tomar café?
- Não, obrigado. Já tomamos. - disse Sirius levantando-se e dirigindo-se à cozinha também. Conversa de mulher não era tão interessante. Harry o acompanhou junto com Remo.
- Ele ainda está só? - perguntou Molly em voz baixa.
- Ainda. - respondeu Rachel. - Acho que ele não está preparado para outro relacionamento agora. Tadinho, sofreu muito nesse casamento tempestuoso.
- Quase nove anos após a guerra, e ele nunca encontrou paz, Rachel. - falou Molly indignada.
- Eu sofro por ele, Molly. - falou ela triste. - Passa o ano todo em Hogwarts, tem que conviver com a ex-esposa e com o Malfoy. Esse sempre o provoca, sempre.
- Espero que ele encontre alguma moça que o faça feliz. - falou Molly. - Ele, mais que ninguém, merece isso.
- Eu sempre achei isso. - falou Emily. - O tio Harry tem que casar de novo.
- Basta eu dar as costas para virar o assunto? - perguntou ele divertido.
- Não estamos falando nada demais. - defendeu-se Rachel.
- Tudo bem. - disse ele sorrindo. - O Rony está demorando, hein?
- Falando nele. - disse Arthur olhando o relógio. O ponteiro de Rony tinha acabado de se deslocar para, "Em casa".
- Bom dia a todos. - falou Rony sorrindo. - Prontos pra uma partida de quadribol?
- Eu vou jogar no time do papai. - falou Emily o abraçando.
- Então fico eu, Remo e Sirius num time, e Rony, Emily e Arthur no outro. - falou Harry. - Garotos, peguem as Cleanswep que foram dos tios de vocês na garagem.
À tarde, os gêmeos, Katie e Angelina estiveram por lá. Fred e Angelina tiveram um filho, deram-lhe o nome de Guilherme em homenagem ao irmão falecido. Gui tinha seis anos, assim como Remo. Katie e Jorge tiveram gêmeas, Michelle e Ashley, que tinham cinco anos.
Os gêmeos tinham aberto uma loja em Hogsmeade, e essa era a maior atração do vilarejo. Katie e Angelina também abriram um salão lá, e elas dividiam o turno. Um dia uma ficava no Beco e a outra em Hogsmeade, e iam alternando. Os gêmeos também faziam a mesma coisa.
O resto da tarde eles passaram jogando quadribol. As gêmeas e Jorge entraram no time de Rony, e Arthur saiu. Gui e Fred entraram no time de Harry.
Harry, Remo e Sirius chegaram exaustos em casa, e nem ao menos jantaram. Caíram na cama e só acordaram no outro dia.
No dia seguinte, Stephanie acordou super cedo. Estava ansiosa para a sua festinha. Tinha convidado algumas amigas apenas, entre elas Maya McPhee, sua melhor amiga.
Gina ainda estava dormindo, então ela foi para a sala e deitou no sofá para ver televisão. Estava passando alguns desenhos legais.
- Bom dia, meu amor. - falou Gina. - Meus parabéns. - completou a abraçando.
- Obrigada, mamãe. - disse ela dando-lhe um beijo.
- Faz tempo que acordou? - perguntou Gina.
- Uma hora, mais ou menos. - respondeu Steph.
- Vamos tomar café. - disse Gina. - Hoje teremos um dia cheio.
- Bom dia, Madeline. - falou Gina. Madeline era uma senhora que trabalhava lá. Ela era babá de Stephanie desde que ela nascera, e se apegou tanto a eles que continuou trabalhando lá, mesmo depois de tanto tempo.
- Bom dia, dona Virgínia. - disse ela com um sorriso bondoso. - Feliz aniversário, pequena. - completou abraçando a menina.
- Obrigada, Madeline. - disse ela sorrindo.
- Bom apetite. - disse ela virando-se e dirigindo-se à área de serviço.
- Madeline. - chamou Gina. - Sente-se conosco. Você já é parte da família. - completou sorrindo carinhosamente.
- Obrigada. - disse ela envergonhada.
- Não tem nada a agradecer. - falou Gina.
Gina foi trabalhar e deixou que Stephanie faltasse na aula, ela raramente permitia isso. Madeline fez alguns docinhos, e Stephanie ajudou-a a colocar nas forminhas. Quando essa não estava olhando, ela enfiava um docinho na boca.
Na hora do almoço, Gina foi com Stephanie e Madeline ao shopping almoçar, por conta dos preparativos para a festa, Madeline não fizera o almoço.
Mel chegou lá depois do almoço para ajudá-las, a festa começaria às cinco horas, e elas tinham pouco tempo. Josh ficou encarregado de pegar o bolo na doceria, onde tinham encomendado.
O tema da festa seria "A Bela e a Fera", e o pessoal da decoração estava arrumando todo o salão de festas enquanto elas providenciavam as outras coisas no 15º andar.
- Mãe, não tou conseguindo subir o zíper do vestido. - falou Stephanie preocupada.
- Deixa eu te ajudar. - disse Gina se ajoelhando. - Pronto. Vira. Deixa eu ver como ficou.
- E então? - perguntou Steph segurando a barra do vestido e fazendo pose.
- Linda. - disse ela beijando a filha. - Uma autêntica princesinha.
- Você também está linda. - disse ela mexendo no cabelo da mãe. Ela adorava mexer no cabelo da mãe e da tia. - Eu te amo, mamãe.
- Eu também te amo, meu amor. - disse ela a abraçando forte. - E quero que você saiba que jamais, jamais, te deixarei só. Ninguém nunca irá me tirar de você.
- Eu sei. - disse ela beijando a mãe. - Eu também nunca quero ficar longe de você.
- E não vai. - disse ela se levantando. - Agora vamos descer, suas amiguinhas já devem estar chegando.
- Olha como ela está linda! - disse Mel abraçando a afilhada. - Aqui está o meu presente.
- Obrigada, tia. - disse ela sorrindo e arrancando o papel de presente. - Que linda! Eu estava louca por essa boneca.
- E aqui está o meu. - disse Josh entregando um pacote a ela. - E você está arrasando.
- Obrigada, tio Josh. - falou ela com um enorme sorriso. - Uou! Olha mamãe, o marido dela. Tenho o casal agora!
- Vocês dois. - riu Gina. - Não precisava de dois presentes.
Maya foi a primeira a chegar. Veio acompanhada do pai, da mãe e do irmãozinho.
- Parabéns, Steph. - falou Maya entregando o presente e abraçando a amiga.
- Obrigada, May. - disse Stephanie colocando o presente dentro da cestinha.
- Parabéns, Stephanie. - disse a mãe de Maya a abraçando. - Olá, Virgínia.
- Olá, Alisson. - disse Gina. - Obrigada por vir. Essa é minha amiga, Melissa Taylor, e o marido dela, Joshua Taylor.
- Prazer, Alisson McPhee. - disse apertando a mão deles. - E o meu marido, Harrison McPhee.
- Prazer. - disse Harrison sorrindo. - A Maya estava muito ansiosa por essa festa.
- A Maya é uma menina adorável. - falou Gina sincera.
- Vem, May. - chamou Stephanie. - Vamos ficar ali na porta esperando o pessoal.
- Vamos. - falou Maya acompanhando-a.
Outras colegas dela chegaram com seus pais, e logo a festa estava animada. Gina também chamara algumas pessoas da empresa, e os que tinham filhos os trouxeram.
Umas casinhas de brinquedo faziam parte da decoração, e as crianças estavam todas lá brincando. Tinham também um palhaço para entretê-las.
- Pessoal, hora de cantar parabéns. - chamou Gina às sete horas da noite.
O pessoal todo logo se reuniu ao redor da mesa e cantaram "Parabéns pra você", para Stephanie. O fotógrafo contratado bateu muitas fotos daquele momento.
- Vamos, querida, assopre as velas. - disse Gina sorrindo para a filha. Em um sussurro, Stephanie desejou encontrar seu pai novamente. Não passaram de susssurros, mas Gina pôde escutar o pedido da sua filha, que lhe trouxe um aperto no coração.
A festa durou até dez horas, pois no dia seguinte todo mundo iria trabalhar, e as crianças iriam à escola. Gina ficou com Mel e Madeline arrumando a bagunça em casa, pois ela tinha contratado pessoas para limpar o salão de festas. E somente à meia-noite elas acabaram com a limpeza.
Gina tomou banho e vestiu a camisola. Antes de dormir foi ao quarto da filha. Esse era todo decorado em tons de amarelo, assim como a mãe, ela não gostava de rosa. Stephanie dormia, e ela sentou ao lado dela e beijou-lhe a bochecha.
- Está queimando em febre. - disse ela preocupada. Fez um feitiço para saber a temperatura e deu trinta e sete e meio. Ela levou-a nos braços até seu quarto, não iria dormir longe da filha quando essa estava doente.
- Mamãe. - chamou ela no meio da noite.
- Oi, meu amor. - respondeu Gina ao chamado.
- Minha garganta. - disse ela com a voz falha. - Ta doendo.
- Vou pedir um antibiótico na farmácia, ok? - disse Gina se levantando e calçando a sandália. - Mamãe já volta. - beijou a filha e foi até a sala onde tinha anotado o número do telefone da farmácia. Pediu o antibiótico e voltou para a cama. Em menos de quinze minutos o porteiro interfonou, e ela falou para deixar o rapaz da farmácia subir.
- Obrigada, Geraldo. - agradeceu ela ao rapaz. Ele sempre quem trazia as entregas a ela, e quando era para ela, ele não demorava.
- Disponha. - disse ele bondosamente. - Espero que ela melhore logo.
Gina foi até a cozinha e encheu um copo de água. O remédio não tinha um gosto muito bom.
- Aqui, filha. - disse ela entregando o copinho de medida a ela. - Toma tudinho e depois você bebe água.
- Ok. - disse ela fazendo careta. - Argh! Que coisa horrível!
- Mas tem que tomar. Não quero minha princesinha doente. - disse Gina a abraçando. - Agora, vamos dormir, mocinha.
- Não vou pra escola amanhã! - ela comemorou.
- Se acordar melhor, vai sim. - disse Gina cortando o barato dela.
- Ah, não, mãe! - reclamou ela. - Deixa, por favor!
-
Só amanhã. - rendeu-se ela. - O que eu não faço por você, meu amor. - disse
ela beijando a filha. - Agora vamos dormir. Uma hora da manhã já.
