Música: Where you are – Jessica Simpson & Nick Lanchey
Uma semana já havia se passado desde que Gina e Stephanie tinham voltado, e elas continuavam na mesma pousada. Gina a tinha levado para passear várias vezes no Beco Diagonal, mas sempre que iam até lá, se vestia de um modo que ninguém a reconheceria.
Stephanie adorava ir ao Beco, nunca teve muita chance de desfrutar seu mundo, apesar de ter lido bastante sobre ele. Mas ver tudo aquilo de perto era interessantíssimo para ela. Adorava a "Artigos de Qualidade para Quadribol", e confessou à mãe que era louca para montar em uma vassoura. Realmente, não negava ser filha de quem era.
Na maioria das vezes faziam as refeições no Caldeirão Furado, a comida da pousada não era muito apetitosa.
Quando Stephanie avistou a loja dos gêmeos, pediu à mãe para que fossem lá, mas Gina lhe explicou que seus irmãos eram os donos da loja, e a menina teve de se conter. Ela prometeu que assim que voltasse para casa, a traria para visitar a loja.
Naquele momento, Gina estava deitada na cama lendo uma revista bruxa. Tinha passado muito tempo longe do mundo da magia, e precisava se informar. Stephanie estava debruçada na janela olhando o movimento na rua trouxa. Carros de um lado e de outro, pessoas andando apressadas.
- Não fica assim, meu amor. – falou Gina levantando-se da cama e indo em direção à filha.
- Assim como? – perguntou sem entender.
- Entediada. – respondeu ela.
- Ah! Eu não estou entediada, mamãe. – falou apoiando o queixo nas mãos e voltando a olhar para a rua.
- Dói te ver assim, sabia? – falou Gina a abraçando e beijando. - Não quero te ver triste.
- Não estou. – disse sorrindo e tranqüilizando a mãe. – Mas quando a gente vai naquele lugar que você disse que iríamos?
- Ah, aquele lugar. Bem, hoje eu estou muito cansada. Que tal amanhã?
- Ok. – falou Stephanie mais contente.
- Vou escrever a Dumbledore. – falou voltando para cama. – Não demoro.
- Vamos a Hogwarts!? – perguntou a menina animada. – Sério?
- Sério. – falou Gina sorrindo ao ver a felicidade da filha.
Stephanie assistiu ao pôr-do-sol pela janela. Quando já estava quase totalmente escuro, Gina finalmente terminou a carta.
- Pronto. – falou Gina levantando-se e alongando os braços, tinha passado muito tempo numa mesma posição.
- Mãe, eu quero pôr a carta na pata da coruja. – pediu Stephanie. O "Empório de Corujas" oferecia o serviço de entrega. – Nunca pus.
- Tudo bem. Agora, troca de roupa para a gente ir. – falou Gina animada.
- Ok. – e em poucos instantes ela já estava na porta esperando a mãe. – Sempre estou pronta antes de você. – brincou.
- Claro, eu te arrumo primeiro. – riu Gina. – Já estou indo, é que tenho que me vestir com cuidado para ninguém me reconhecer.
- Você fica estranha nessas roupas. – confessou a menina. – Parece bem mais velha.
- Esse é o objetivo. – falou Gina fechando a porta. – Vamos.
- Eu quero tomar sorvete. – disse a menina pulando os degraus da escada.
- Cuidado para não cair. – advertiu Gina. – E quanto ao sorvete, primeiro vamos jantar no Caldeirão, depois sorvete.
- Não, mãe. – falou indignada. – Eu não estou com fome. Por favor?
- Ok. Mas isso não vai se repetir. – falou puxando-a para si enquanto caminhavam.
Primeiro elas foram ao Empório despachar a coruja para Dumbledore. Depois Stephanie pediu para olharem a vitrine da loja de Quadribol, ela andava "paquerando" uma vassoura muito bonita que estava exposta, a Nimbus 2006. Em seguida foram a Florean Fortescue tomar sorvete.
Enquanto Gina ainda estava saboreando o primeiro, Stephanie já estava no terceiro.
- Eu amo esse sorvete. – falou a menina com a boca toda melada.
- Deu para notar. – riu Gina entregando um guardanapo a ela. – Sua boca está suja.
- Estou morrendo de sono. – falou logo após acabar o terceiro sorvete.
- Eu também. – confessou Gina bocejando. – Vamos?
- Vamos. – disse saltando da cadeira. – Não vejo a hora de dormir.
- Nem eu. – falou Gina andando abraçada a ela. – Nós podemos dormir até tarde amanhã, só iremos a Hogwarts à tarde.
Stephanie logo que encostou a cabeça no travesseiro dormiu. Gina, mesmo estando com sono, não conseguia pregar os olhos. Estava preocupada e tensa. A cada minuto que passava, via que o dia de voltar à Toca se aproximava, não podia ficar ali a vida toda. Prometera à Stephanie que ela conheceria sua família.
Só conseguiu dormir pouco depois das três da manhã. E, quando acordou, Stephanie estava sentada na cama brincando com o casal de bonecos que ganhara de Josh e Mel.
- Você demorou a acordar. – disse beijando a mãe. – Bom dia.
- Bom dia, meu amor. – falou sorrindo e se espreguiçando. – Também eu demorei a dormir.
- Eu acordei há mais de uma hora. – falou largando a boneca na mala.
- Está com fome? – sentou-se na cama e tomou coragem para levantar-se.
- Aham. – respondeu Stephanie.
- Então vamos almoçar ao Caldeirão Furado antes de irmos a Hogsmeade. Vem para tomarmos banho. – falou dirigindo-se ao banheiro.
- E como chegaremos a Hogwarts? – perguntou Stephanie curiosa.
- Por uma chave do portal. Não vou via flu porque você nunca viajou assim, e tenho medo de te perder em alguma lareira.
- Bem, pelo que li sobre o transporte via pó de flu, não deve ser nada legal. – falou fazendo caretas.
- Eu não vejo problema. Mas enfim, vamos por uma chave do portal até Hogsmeade, um povoado que fica perto das terras da escola, e de lá iremos a Hogwarts. – explicou-lhe.
- Já li sobre Hogsmeade. – falou prontamente. – É o único povoado inteiramente bruxo da Grã-bretanha.
- Você está me saindo uma perfeita Hermione. – Gina sorriu ao lembrar da amiga.
- Uma o quê? – perguntou sem entender.
- Hermione. Ela é casada com o seu tio, Ronald. Sempre que falávamos sobre algo novo, ela já tinha lido em algum lugar. E prontamente dizia todos os detalhes sobre tal assunto. Vivia lendo, e foi uma das melhores alunas que Hogwarts já teve. – explicou-lhe Gina.
- Ah, sim. Mãe, quanto mais você fala nesse pessoal, mais vontade eu tenho de conhecê-los. – confessou.
- Você vai conhecê-los. – prometeu Gina. – É só a mamãe se sentir preparada.
- Eu sei. – falou abraçando a mãe. – Eu espero.
Logo estavam no Caldeirão Furado almoçando, e assim que terminaram o almoço, Gina programou a chave do portal. Ela não tinha usado muita magia nos últimos anos, mas o curso de Feitiços não tinha sido em vão.
Pegaram uma carruagem até Hogwarts e subiram até a torre onde ficava a sala de Dumbledore. Esperaram pelo diretor, e ele não demorou a aparecer. Não tinha mudado absolutamente nada naqueles oito anos.
- Olá, Virginia. – disse sorrindo bondosamente.
- Olá, diretor. – disse sorrindo de volta.
- E quem é essa adorável garotinha? – perguntou olhando-a curiosamente.
- Minha filha, Stephanie. – explicou-lhe Gina.
- Olá. – disse ela sorridente. – Gostei disso. – completou referindo-se à gárgula que girava levando-os à sala do diretor.
- Eu também adoro subir nela. – confessou com seu bom humor. – Sentem-se.
- Obrigada. – disseram as duas em uníssono.
- Bem, Virginia. Você fez um curso de Feitiços, sim? – ela assentiu. – E há quanto tempo se formou?
- Quatro anos. Demorei um pouco por conta da gravidez. Mas durante esse tempo não fiquei parada, sempre lia e me informava um pouco mais sobre o assunto. – respondeu ela.
- Entendo. – disse avaliando o que ela tinha lhe dito. Logo ele estava falando sobre os tópicos que ela deveria abordar por turma, entregou-lhe o calendário do ano letivo. E pediu-lhe para informá-lo sobre quais livros iria adotar.
Se despediram do diretor e pegaram uma carruagem para voltarem a Hogsmeade. Gina queria levar Stephanie ao Três Vassouras, e mostrar-lhe um pouco do povoado.
Primeiro foram a Zoko's. Ela adorou os logros e brincadeiras da loja. Depois foram a Dedosdemel, e a menina fez uma verdadeira feira de doces.
- Mãe! – ela chamou-lhe a atenção. – Olha, uma daquelas lojas. – e apontou para uma loja nada discreta, na sua fachada tinha um nome, também nada discreto, "Gemialidades Weasley." – Ok, sei que tenho que esperar. – completou cabisbaixa.
- Ei. – falou Gina levantando o queixo dela. – Vamos fazer um trato. Eu fico te esperando e você dá uma olhadinha, ok?
- Ok. – falou sorrindo e beijando a mãe em seguida. – Obrigada.
Entrou saltitante na loja, e começou a olhar as muitas prateleiras cheias de invenções dos seus tios. Jorge, que não estava atendendo ninguém, ficou observando a menina. Ela lembrava-lhe alguém, mas ele não conseguia lembrar quem. Resolveu ir falar com ela.
- Posso ajudá-la? – perguntou de repente. A menina tomou um susto.
- Só estou dando uma olhadinha. – falou constrangida.
- Ok. – disse sorrindo para ela. – Pode ficar à vontade. Mas, você está sozinha?
- Não. Minha mãe ficou em outra loja enquanto eu dou uma olhada nessa. – falou assustada.
- Ah, sim. – Stephanie começou a fazer mil e uma perguntas a ele. Ele em nenhum momento se aborreceu com ela, era tão curiosa quanto ele e Fred eram na sua idade.
Gina, discretamente, a chamou pelo lado de fora, e ela teve de se despedir. Tinha gostado muito do tio.
- Bem, agora eu já vou. – disse ela.
- Até mais. Foi um prazer conhecê-la... hm... Qual seu nome? – perguntou curioso.
- Stephanie. – disse sorrindo, amava seu nome. – E o seu?
- Jorge. – respondeu.
- Até mais, Jorge. – disse acenando para ele.
Ela contou tudo o que tinha falado com Jorge à mãe, que riu enquanto a menina falava sobre algumas invenções deles. Foram ao Três Vassouras e Gina escolheu a mesa em que sempre sentava com Mel.
A Sra. Gray veio atendê-las, e fizeram o pedido. Como o bar estava vazio, os pratos logo chegaram.
- A última vez que estive aqui foi com sua tia. – falou lembrando-se da ocasião. – Ela me chamou para irmos morar em Nova York.
- E você aceitou. – ela concluiu. – Não foi?
- Não. Não aqui. Eu decidi pouco antes da formatura. – contou-lhe.
- A formatura é tipo um baile? – perguntou curiosa.
- Sim. E tem a estória do par também. Todo mundo tem de ter um par. – Gina respondeu.
- E quem foi seu par? – dessa vez ela estava mais curiosa ainda.
- O nome dele era Kevin Coogan, era da mesma casa que eu, Grifinória. – contou-lhe. – Mas, vamos logo, estou morrendo de sono.
Voltaram ao Beco também com uma chave do portal. E deram uma voltinha por lá antes de voltarem à pousada. Tomaram banho e ficaram deitadas em uma das camas conversando. Gina logo caiu no sono, mas aquela noite foi a vez de Stephanie ficar sem sono.
Para pegar no sono, ficou mexendo nos cabelos da mãe, ela adorava a cor ruiva dos cabelos dela. Gina, que tinha o sono leve, acordou com o toque da filha.
- Está sem sono? – perguntou acariciando-lhe os cabelos também.
- Aham. – confirmou se aconchegando nos braços da mãe.
- Eu fico acordada até você dormir. – falou beijando a testa da menina.
- Não precisa. Eu já já pego no sono. – ela não queria que a mãe ficasse acordada por conta dela.
- Precisa. – disse a abraçando. – Eu te amo, sabia?
- Eu também. – a menina disse sorrindo.
Uma semana se passou, e Gina não podia mais adiar a sua volta à Toca. Acordou cedo naquela manhã de Segunda-feira e foi tomar banho. Decidiu acordar Stephanie depois de sair do chuveiro, ela devia querer dormir um pouco mais.
Demorou o máximo que pôde no banho, e depois acordou a filha. Logo estavam a caminho do Caldeirão Furado para tomarem café da manhã. Apenas Stephanie estava comendo, Gina nem tocou na comida.
- Mãe, lembra que você não jantou ontem? – lembrou Stephanie preocupada.
- Eu quem deveria tomar conta de você. – riu Gina. – Mas eu não consigo comer quando fico nervosa.
Foram até a Londres trouxa e pegaram um táxi até a Toca. Gina estava com uma sensação ruim, um frio na barriga. Stephanie olhava a paisagem atentamente.
- Você está com medo? – perguntou ao ver a inquietação de Gina.
- É... mais ou menos isso. – falou com um sorriso enviesado.
- Não fica não. Eu estou com você. – disse apoiando a cabeça no ombro dela.
- Já disse que você é a melhor filha do mundo? – perguntou Gina a beijando.
- Um montão de vezes. – falou sorrindo.
A vista da Toca a fez sentir um calafrio. Oito anos sem ver aquele lugar, oito anos longe do lugar em que viveu por toda sua infância e adolescência. E nada tinha mudado, pelo menos, não pelo lado de fora.
Desceram do táxi e se dirigiram à porta de entrada. Gina levou a mão trêmula até a campainha e a tocou. Escutou a voz da mãe pedindo para esperar, e aquilo a fez sentir-se mais nervosa ainda.
- Desculpe a demora, é que... – mas Molly não disse nada além disso. Não podia acreditar no que estava vendo. Parecia... Parecia Gina! Mas estava mudada, não parecia a menina que os deixara há oito anos, era uma mulher agora, e qualquer um via isso.
- Gi... Gina?! – perguntou incerta. Gina assentiu, e ela a abraçou. – Minha filha! Meu amor! Como senti sua falta! Como desejei te ver!
- Desculpa, mãe. – disse ela soluçando nos braços de Molly. – Desculpa...
- Você não tem do que se desculpar. – falou Molly, que também chorava. – Eu quem errei. Eu que te ignorei. Me perdoe, minha filha.
- Eu já te perdoei há muito tempo. – falou sorrindo para ela.
- Você mudou. – disse passando as mãos enrugadas pelo rosto dela. – Está mais mulher, mais madura. Mas continua linda.
- Obrigada, mamãe. – disse beijando a face dela.
- E quem é essa garotinha? – perguntou referindo-se à Stephanie. – Não me diga que é sua...
- É minha filha. – falou trazendo a menina para junto de si. – Stephanie, essa é a sua avó.
- Olá. – a menina falou sorrindo.
- Olá, querida. – Molly respondeu sorrindo de volta. – E onde está o pai dela?
- Ele morreu. – respondeu Stephanie tristemente.
- Sinto muito, meu bem. – falou Molly a abraçando. – Quando vocês chegaram, Gina? Venham, sentem-se. – ela dirigiu-se à sala.
Gina notou que as coisas tinham mudado por dentro da Toca. Os móveis estavam mais luxuosos, a casa estava decorada de uma maneira elegante.
- Chegamos há duas semanas. – respondeu já sentada numa das poltronas da sala. – Eu estava me preparando para voltar aqui.
- Entendo. – falou Molly sorrindo-lhe. – Seu pai vai ter um troço quando te vir.
- Vovó, tia Rachel mandou avisar... – de repente uma figura muito ruiva vestindo uma camisola branca apareceu na sala. Ficou muito constrangida ao ver aquelas pessoas estranhas.
- Ah, querida! Essa é sua tia Virginia, e essa é sua prima Stephanie. – apresentou-lhe Molly.
- Oi. – disse timidamente. – É você no relógio da cozinha?
- Sou eu sim. – respondeu Gina sorrindo. – Seus pais são?
- Hermione e Ronald. – respondeu ela sorrindo de volta.
- Ah, sim. – falou Gina.
- Emily, o que você ia dizendo quando chegou? – perguntou Molly.
- Mamãe mandou uma coruja dizendo que a tia Rachel mandou avisar que a festa começará às oito horas. Também disse que não poderá me apanhar às seis, só às sete. – falou ela já não tão constrangida.
- Festa? – perguntou Gina sem entender.
- Aniversário do Harry. – respondeu Molly. – Venha conosco.
- Ah, não. Iria atrapalhar a festa dele. – falou Gina. Ela não se sentia preparada para aparecer para todo mudo de uma só vez.
- Harry Potter!? – perguntou Stephanie excitada. – Vamos, mãe! Por favor!
- Ok. Eu vou. – rendeu-se diante do sorriso da filha. – Mãe, precisamos conversar, não é?
- Ah, claro. – falou Molly sorrindo. – Emy, leve sua priminha para conhecer a casa e mostre as corujas a ela. Vocês têm muito que se conhecerem ainda.
- Ok. – falou Emily. – Vamos?
Stephanie beijou a mãe antes de seguir com Emily. E ali estava nascendo uma amizade que seria tão forte quanto a de Mel e Gina
- Me conte tudo. – pediu-lhe Molly. – Desde o momento que saiu de Hogwarts.
Elas passaram o resto da manhã conversando. Almoçaram apenas com as meninas, pois Rony estava resolvendo um problema no Ministério. E Arthur, como ministro, mesmo nas férias não podia deixar o trabalho de lado. E quase todos os dias dava uma passada por lá.
Passaram a tarde toda conversando também. Gina tinha muito que contar à mãe, e Molly também contou o que aconteceu com todos eles. Contou que Harry casara com Cho, e que eles brigavam muito. Gina ficou feliz por eles não estarem mais juntos.
Quando já estava escurecendo, Gina decidiu voltar à pousada.
- Vão se arrumar e voltem para irmos à festa do Harry. – disse Molly animada.
- Mãe, hoje é o aniversário dele, a festa dele, não quero chegar lá e causar um tumulto. – falou Gina contrariada. – É melhor eu voltar aqui amanhã.
- Não, filha. Tem ocasião melhor para você aparecer?
- Ai mãe, ta bem, eu vou. Mesmo contra minha própria vontade... – rendeu-se de novo. Stephanie sorriu. – Eles moram na mesma casa?
- Moram sim. – respondeu-lhe.
- Então a gente se encontra lá. Até mais. – disse a abraçando. - Foi um prazer conhecê-la, Emily.
- Tchau, senhora. – falou Stephanie à Molly.
- Vó. – corrigiu sorrindo para ela. – Me chame assim.
- Ok. Tchau, vó. – repetiu da maneira correta. – Tchau, Emily.
- Mãe, prende o meu cabelo. – pediu Stephanie. Ela estava usando um vestido branco com detalhes verdes que combinavam com seus olhos. – Mãe, você está linda!
- Obrigada, meu amor. – Gina vestia uma saia jeans de ponta, e uma blusa vermelha que realçava com seus cabelos ruivos. Tinha feito uma maquiagem leve, mas que a deixara mais sensual. – Pronto, agora você também está linda. – ela tinha prendido o cabelo da menina com um prendendor vermelho em forma de estrela.
- Vamos. – falou Stephanie saltitando. – Está com o presente? – Elas tinham ido ao Beco Diagonal comprar uma lembrançinha para ele.
- Estou sim. – falou enquanto trancava a porta do quarto.
Pegaram um táxi até a casa de Harry e demorou um pouco para chegarem lá, era do outro lado da cidade. "Está tão diferente", pensou assim que o motorista estacionou o táxi.
Saíram do carro e foram até a porta de entrada. Tocaram a campainha e esperaram alguém vir atender.
- Quem mora aqui, fora Harry Potter? – perguntou Stephanie.
- Os padrinhos dele e o filho deles. – respondeu tensa. Estava mais nervosa do que de manhã.
- Boa noite. – falou um elfo com a porta entreaberta. – Quem são as senhoritas?
- Virgínia Weasley. – apresentou-se. Rachel, que estava por perto, tomou um susto ao ouvir o nome, e correu para ver se era verdade.
- Gina?! – perguntou assustada. – Meu Deus!
- Olá, Rach. – Gina falou abraçada a ela. – Essa é minha filha, Stephanie.
- Olá, querida. – disse beijando a menina.
- Olá. – falou Stephanie sorrindo.
Rachel levou-as até a sala. O lugar estava um barulho só, todos conversando e rindo. Mas no momento que Gina e Stephanie cruzaram a porta da sala, o silêncio tomou conta do lugar e ninguém acreditava no que estava vendo.
Arthur foi o primeiro a levantar-se e abraçar a filha, choraram abraçados, e Molly ficou emocionada com a cena. Todos a abraçaram e deram boas vindas. Depois de muito tempo, voltaram ao sofá e não tiravam os olhos dela, ainda não acreditavam.
Harry ainda não tinha falado com ela, então ela aproximou-se com o pacote, e Stephanie entregou-lhe. Ele não falou nada, levantou-se e ficaram se olhando por instantes, até que ele tomou a iniciativa de abraçá-la.
Senti-lo de novo, sentir seu corpo junto ao dele, como tinha ansiado por aquilo. Ela deitou a cabeça no ombro dele e sentiu os olhos encherem de lágrimas, mas lutou contra elas, e eles soltaram-se do abraço.
- Parabéns, Harry. – foi a única coisa que veio à cabeça dela.
- Obrigado. – falou sorrindo. – E quem é essa menina linda? – agora que estavam mais calmos, todos se perguntavam a mesma coisa.
- É minha filha. – explicou. Todos instantaneamente olharam para ela querendo mais explicações.
- Amanhã ela nos contará tudo. – falou Molly quebrando o clima. Gina sorriu agradecida.
- Olá. – falou Stephanie para a platéia que a observava.
- Desculpa por estragar sua festa, Harry. – falou Gina constrangida.
- Você não estragou nada. – falou carinhosamente. – Para ser sincero, as festas em família já estavam ficando um saco. – ela riu.
Todos se dirigiram à mesa do bolo e cantaram parabéns, distribuíram-se entre a sala de visitas e a sala de estar para comerem, a família tinha crescido tanto que não cabiam mais numa única mesa, a não ser que fosse uma super mesa.
O clima estava um pouco pesado, e eles não estavam falando quase nada. Apenas as crianças brincavam no primeiro andar, mais precisamente no quarto de Remo.
- Pessoal, nós já vamos. – anunciou Rony, levantando-se do sofá. – Amanhã terei de ir ao Ministério de novo.
- E eu vou ter que visitar a mamãe amanhã, ela está um pouco doente. – falou Hermione. – Vou chamar as crianças.
- Mione, chama a Michelle e a Ashley, por favor. – pediu-lhe Katie. – A gente também já vai, temos que abrir a loja amanhã.
- Se não for pedir muito, diretora, chama o Gui. – brincou Fred.
- Nossa, todos indo embora? – perguntou Harry, fingindo-se magoado.
- Fiquem mais. – Sirius pediu.
- Não podemos. – falou Jorge. – As lojas, vocês sabem...
- Eu vou lá na pousada pegar a sua bagagem e a da Stephanie com o Fred. – falou Arthur. Gina não iria mais ficar hospedada lá, não tinha mais lógica. Ela iria voltar para a Toca.
Logo Hermione desceu com os quatro e eles foram embora. Gina, Molly e Sirius começaram a arrumar as coisas nas salas, enquanto o elfo e Rachel arrumavam as coisas na cozinha. Não demorou muito para eles acabarem.
- Eu vou tomar um pouco de ar. – falou Harry dirigindo-se ao terraço.
- E eu vou dormir. – disse Sirius. – Boa noite.
- E então, Gina? – Rachel chamou-lhe a atenção, ela estava pensativa. – Como foi sua vida durante esses anos? Onde esteve?
- Manhattan, Nova York, Estados Unidos. Bem, me casei, tive a Stephanie. A Mel também casou, acho que foi isso.
- Você não quer falar sobre isso agora, não é? – perguntou Rachel compreensiva.
- Amanhã eu falo tudo a vocês. – falou exausta. – Desculpa, Rach.
- Tudo bem. – falou sorrindo.
- Vamos lá na cozinha. – Molly chamou. – Fiquei de te ensinar aquela torta que preparei no aniversário das gêmeas.
- Eu vou ver se a Stephanie já quer ir embora. – falou Gina.
Ela foi até o quarto de Remo e encontrou os dois entretidos jogando xadrez bruxo, Stephanie estava adorando aquela novidade, e pediu para a mãe ficar mais um pouco.
Ela desceu as escadas e escutou a voz de Molly ensinando Rachel a fazer a torta, ela não estava nem a fim de escutar receita, e decidiu-se por ir até o terraço, sabia que Harry estava lá, na verdade ela queria falar com ele.
Ele estava sentado no balanço que ficava no terraço, devia estar absorto em pensamentos, pois não notou a presença dela até que sentasse ao seu lado.
- Oi. – falou Gina.
- Oi. – falou Harry olhando-a e depois voltando a olhar para frente. – Como você está?
- Bem, e você? – perguntou virando-se para frente também.
- Também. Só um pouco cansado de não fazer nada. Estar de férias é legal, mas chega uma hora que ficar sem fazer nada cansa. – queixou-se.
- Eu estou indo ensinar em Hogwarts esse ano. – contou-lhe.
- Ah, então é você a nova professora de Feitiços. – concluiu. Ela assentiu. – A Claire saiu, o pai dela estava com problemas de saúde. Ela é namorada do Malfoy.
- É... eu soube. – falou vagamente, na verdade ela estava se sentindo estranha. Não sabia o que falar, media as palavras.
- Sua filha é linda. – falou olhando-a de novo.
- Obrigada. – falou sorrindo.
- Quem é o pai? Ele veio? – agora ele já tinha voltado a olhar para o jardim.
- Ele faleceu há um ano e quatro meses. – falou sem olhá-lo. O jardim estava muito bonito, cheio de flores diversas.
- Sinto muito. Deve ter sido horrível. – falou tristemente.
- É... Mas e você? Alguma novidade? – ela estava tentando fazer aquela conversa durar.
- Acho que você já deve saber. Eu casei com a Cho, mas não deu certo. Ela quer voltar, mas a gente vai acabar se magoando mais, entende?
- Aham... – novamente não sabia o que falar.
- O papo acabou, não é? – ele riu.
- Parece que sim. – ela também riu.
- Você não seguiu meu conselho... – falou de repente.
- Qual conselho? – perguntou sem entender.
- De não fugir dos problemas, mas enfrentá-los de cabeça erguida...
- Ah... – falou constrangida. – É...
- Não queria te deixar sem jeito. – ele quem estava sem jeito agora. – Me desculpe.
- Ok... Quero dizer, eu tenho muito que explicar, te devo muito uma explicação. Mas peço tempo para isso.
- Tudo bem. – falou olhando-a de relance.
- Você nunca vai me perdoar, não é? – perguntou olhando para ele.
- Desde o momento que li aquela carta eu te perdoei. – falou também a olhando. – Entendi o porquê de você ir embora. Mas... E a Mel? Ela também voltou?
- Não. A Mel encontrou sua alma gêmea lá em Nova York. Ele se chama Joshua Taylor, e é filho que um grande amigo do pai dela. Eles são os padrinhos da Stephanie. – explicou-lhe.
- Ah, sim...
- Mas, bem, você cumpriu a promessa... – falou sorrindo timidamente.
- A da carta? – ela assentiu. – É... E não fui feliz.
- Desculpa, eu não queria estragar sua vida. – falou sem olhá-lo.
- Você não tem culpa. – eles passaram um bom tempo sem falar nada depois disso.
- Harry, eu vou chamar a Stephanie para a gente ir embora, ok? – falou vendo que a conversa tinha acabado.
- Ok. – disse apenas.
Stephanie ainda reclamou por já estarem indo, mas era tarde, e Molly iria demorar a ir embora. Chamaram um táxi, se despediram de Rachel e Molly e ficaram esperando o carro chegar no terraço.
- Tchau, Harry. – falou Stephanie sorrindo para ele.
- Tchau, Stephanie. – disse beijando-lhe a cabeça. Gina sentiu um calafrio ao ver a cena.
- Até mais, Harry. – disse o abraçando.
- Até mais. – e beijou-lhe o rosto.
No caminho até a Toca, Stephanie adormeceu, e Gina levou-a até seu antigo quarto. Notou que eles não tinham mudado absolutamente nada, e se emocionou com aquilo.
Tomou banho, vestiu a camisola e foi até a escrivaninha, escreveu no diário, assim como Mel recomendara. E depois escreveu uma carta à amiga.
"Querida Mel,
Hoje finalmente voltei para casa. Saí logo cedo da pousada com a Stephanie e fomos de táxi à Toca. Fomos recebidas por minha mãe, que se emocionou ao me ver. Conversamos todo o dia e descobri muitas coisas.
Entre elas, soube que o Harry casou mesmo com a Chang, mas eles se separaram, pois o casamento não andava bem.
Eu não lembrei, mas hoje é o aniversário dele. E minha mãe praticamente me obrigou a comparecer à festa. Encontrei todos lá e eles me receberam de braços abertos.
Estou melhor agora, Mel. Muito melhor. Parece que perdi mil quilos num só dia, estou me sentindo mais leve.
Mas bem, no fim da festa eu e o Harry conversamos a sós. Foi uma conversa bem formal, mas eu senti todo aquele amor de novo. E quando estávamos nos despedindo, ele beijou a Stephanie, aquela cena me fez arrepiar-me toda. Me senti a pior criatura do mundo.
Agora estou no meu antigo quarto na Toca, e imagina só, eles não mudaram nada. Nada mesmo, Mel. Está tudo do mesmo jeito que deixei. Chorei emocionada, nunca imaginava.
A Stephanie está dormindo. Aprendeu a jogar xadrez bruxo hoje. Falando nisso, conheci meus sobrinhos. Tenho quatro, mais o filho da Rachel e do Sirius, que será como um sobrinho para mim.
A filha da Mione e do Ron é linda. Chama-se Emily e é ruivinha. Um amor de menina. Jorge e Katie tiveram gêmeas, Michelle e Ashley. Elas têm os cabelos loiros como os da Katie, são lindas também. O filho do Fred e da Angel se chama Gui, um ruivinho lindo. O da Rachel e do Sirius chama Remo, em homenagem àquele nosso ex-professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, lembra? Eles eram muito amigos.
Bem, agora vou fazer companhia à minha filhota na cama. Manda um super beijo para o Josh, e diz que estamos morrendo de saudades de vocês.
Da sua amiga de sempre,
Gina Weasley".
Where you are
There
are times
Tem horas que...
I swear I know you're here
Eu juro que sei que está aqui
I forget about my fears
Eu esqueço meus temores
Feelin' you my dear
Sentindo você, meu querido
Watchin'
over me
Olhando dentro de mim
My hope sees
Minhas esperanças enchergam
What the future will bring
O que o futuro trar
When you wrap your wings
Quando você cobre suas asas
And take me
E
leva-me
Where you are
Aonde você est
Where you and I will be together
Onde você e eu estaremos juntos
Once again, we'll be dancin' in the moonlight
Mais uma vez, estaremos dançando sob o luar
Just like we used to do
Assim como costumávamos fazer
And you'll be smilin' back at me
E você estará sorrindo para mim
Only then will I be free
Só então, estarei livre
When I can be, where you are
Quando eu puder estar, onde você está...
And I can see your
face
E eu posso ver seu rosto
Your kiss I still can taste
Seu beijo eu ainda posso provar
Not a memory erased
Nenhuma lembrança apagada
Oh, how I see your
star
Oh, como eu vejo sua estrela
Shinin down on me
Brilhando abaixo de mim
And I'd do anything
E eu faria qualquer coisa
If I could just, be right there where you are
Se eu pudesse apenas, estar bem aí onde você est
Where
you and I will breathe together
Onde você e eu respiraremos juntos
Once again we'll be dancin in the moonlight
Mais uma vez, estamos dançando sob o luar
Just like we used to do
Assim como costumávamos fazer
And you'll be smilin back at me (you'll be smilin back at me)
E você estará sorrindo para mim (estará sorrindo para mim)
Only
then will I be free
Só então, estarei livre
Then I will be free, so take me where you are
Então eu estarei livre, leve-me aonde você est
Now
baby there are times when selfishly
Existem momentos quando, de maneira egoísta
I wishin that you were here with me
Eu desejo que você estivesse aqui comigo
So I can wipe the tears from your eyes and make you see
Para que eu possa enxugar as lágrimas dos seus olhos e fazer você
perceber
That
every night when you are dreamin'
Que todas as noites quando você está sonhando
I'm here to guard you from afar
Eu estou aqui para protegê-lo de longe
And anytime I feel in love
E toda vez que eu sinto amor
I'll close my eyes and dream of where you are
Fecharei meus olhos e sonharei aonde você est
Where
you are
Aonde você est
Where
you and I will breathe together
Onde você e eu respiraremos juntos
Once again we'll be dancin in the moonlight
Mais uma vez, estaremos dançando sob o luar
Just like we used to do
Assim como costumávamos fazer
And you'll be smilin back at me (you'll be smilin back at me)
E você estará sorrindo para mim (estará sorrindo para mim)
Only
then will I be free
Só então, estarei livre
Then I will be free,
Então eu estarei livre,
Baby
I still believe
Amor, eu ainda acredito
Oh I gotta believe
Oh, eu preciso acreditar
I still believe
Eu ainda acredito
I will touch you that sweet day
Eu o tocarei nesse doce dia
That
you take me there
Que você me leva at
Where you are (where you are)
Onde você está (onde você está)
I still believe
Eu ainda acredito
(Whoooooa), I gotta believe
Eu tenho que acreditar
I still believe
Eu ainda acredito
I will touch you that sweet day
Eu o tocarei nesse doce dia
That
you take me there
Que você me leva
Where you are, oh where you are!
Onde
você está, oh, onde você está!
I still believe
Eu ainda acredito
I gotta believe
Eu preciso acreditar
I still believe
Eu ainda acredito
I'll always be waiting here
Estarei sempre esperando aqui
That
sweet day (that sweet day, yeah!)
Nesse
doce dia (nesse doce dia, sim!)
I
still believe......I still believe....
eu
ainda acredito... eu ainda acredito
