Música: Avril Lavigne - Why

Capítulo Vinte e Três
Fugindo dos sentimentos

O clima entre Gina e Draco nas semanas seguintes não estava sendo um dos melhores. Desde o ocorrido, ela procurava ficar o mais longe dele possível, e ele se divertia com isso.

Stephanie estava sempre se correspondendo com ela. A menina contou-lhe que a avó constantemente saía com ela e Emily, iam visitar algum familiar ou passeavam por Londres. Quando Arthur tinha folga, as levava para conhecer algo do mundo trouxa.

Rony prometera ir a Hogwarts com elas uma semana após o Halloween, e Gina mal podia esperar para rever a filha.

O mês de Outubro passou muito rápido, e logo o Halloween chegou. Vários professores ficaram até tarde arrumando o Salão Principal para o dia seguinte, e por esse motivo Gina acordou muito indisposta. Tomou um banho gelado para despertar e dirigiu-se ao Salão Principal. No caminho encontrou Neville, que também estava com uma cara péssima.

- Bom dia. - ele disse sonolento.

- Dia, Nev. - falou da mesma maneira.

- Sabe que quando tentei dormir não consegui?! Estava com muito sono, mas não consegui pregar os olhos. - ele contou.

- Eu apaguei assim que deitei. Nós fomos dormir muito tarde. Não sabia que era tão cansativo preparar o salão para o dia das bruxas. - comentou fazendo careta.

- Bem, faço isso há seis anos. Ainda mais tenho que cuidar da plantação de abóboras. Não temos mais o Hagrid para fazer isso, não é mesmo? - lembrar do amigo sempre trazia boas lembranças.

- O Hagrid... - falou Gina pensativa.

- Vamos falar em coisas mais felizes. - Neville mudou o rumo da conversa.

Hermione já estava sentada à mesa quando eles entraram no salão. Foram até lá, deram bom dia aos presentes e sentaram-se.

- Vocês estão com terríveis olheiras. - Hermione comentou.

- Nem sei como consegue estar tão disposta. - Neville falou.

- Digamos que recebi uma carta especial hoje. - falou com um sorriso bobo.

- Deixa-me adivinhar... - Gina fingiu-se pensativa. - Será que foi o meu irmão!?

- E da sua sobrinha. - Hermione completou sorrindo. - Ela disse que agora que tem a Stephanie, ficar na Toca está sendo mais divertido.

- Se não fosse a Emily, a Stephanie ia sofrer mais ainda com a distância. - Gina falou.

- É verdade. - Hermione falou e depois se virou para Neville. - Nev, como estão a Lilá e a Letícia?

- Estão bem. A Lilá me conta tudo que ela faz nas cartas. - os olhos dele brilhavam quando falava nelas - Eu não quero perder a infância da minha filha. E como próximo fim de semana estou vago, pedi autorização a Dumbledore para ficar com elas.

- Que bonitinha. - Gina falou sorrindo. - Ainda não a conheci.

- Ela estava doente quando viemos para cá, por isso a Lilá ficou em casa com ela. - ele contou.

- Ela é uma fofura, Gi. - assegurou Hermione.

As aulas daquele dia quase não passaram. Todos mal podiam esperar para a festa, e assim que o sinal tocou na última aula, os alunos correram para se arrumarem. Bailes sempre causavam tumultos em Hogwarts.


- Gina, por que você está demorando tanto? - Hermione perguntou na porta do dormitório dela.

- Entra, Mione. - ela gritou. - Eu já estava de saída quando chegou uma coruja com uma carta da Mel.

- Ah, sim. Então lê logo, a gente não pode se atrasar. - falou sentando-se na cama.

- Deixa, quando eu voltar eu leio. - ela atirou o envelope na escrivaninha. - Ainda tenho que arrumar meu cabelo.

- Merlin! Você é muito devagar! - riu Hermione.

- Calminha... - falou apressada.

Quando chegaram ao salão, todos os outros professores já estavam lá; Gina se desculpou pelo atraso. Notaram que Cho estava vestida de uma maneira totalmente provocante, o que não combinava nem um pouco com um membro do corpo docente de uma escola.

- Veja, Chang... Só você veio com esses trajes. - zombou Draco em voz baixa.

- Vamos crescer? - falou Harry, que não agüentava mais aqueles dois.

- Obrigada, Harry. - falou Cho, dengosa.

Dumbledore fez um pequeno discurso antes que o jantar fosse servido. Depois de comer, o pessoal foi dançar. A festa do dia das bruxas estava mais descontraída do que antigamente.

O diretor dançou com a professora de Aritmancia, que já era uma senhora de idade. Gina recusou o pedido cínico de Draco, e foi dançar com Neville. Ela também não queria dançar com Harry, preferia que não tivessem tanto contato. Assim seria mais fácil.

Harry dançou com Hermione, e por pura falta de opção, Draco teve de dançar com Cho.

Dançar com Neville não era nada confortável, ele pisava constantemente nos pés de Gina. Não tinha nascido para aquilo. Draco e Cho dançavam divinamente; Hermione e Harry se divertiam dançando juntos.

Ás onze horas, a festa acabou. E os alunos voltaram para suas respectivas salas comunais. Hermione, Gina, Neville e Harry foram ao quarto desse último tomar vinho e conversar. Eles mal tinham tempo de conversar, e aquela era uma boa oportunidade.


- Gente, eu vou dormir. - Neville falou - Boa noite, não agüento mais.

- Boa noite. - disseram todos em uníssono.

- Na verdade, eu também vou. - Hermione levantou-se da cama e piscou para a amiga - Já tomei bastante vinho, e amanhã tenho aulas para dar.

- Tchau, Mione. -Harry falou pouco antes da amiga fechar a porta.

- Eu também já vou. - Gina falou levantando e dirigindo-se a porta - Até amanhã, Harry.

- Não. - pediu segurando um dos braços dela - Fica mais... - diante da cara de cachorro sem dono dele, ela não pôde negar o pedido.

- Ok. - sorriu e sentou-se de novo.

- Como está a Stephanie? - ele perguntou.

- Bem, e com muita saudade. Eu também estou. Mas o Rony prometeu que daqui a uma semana vai trazê-las aqui. - ela contou.

- Gina, você tem medo de mim? - perguntou quebrando o silêncio que tomou conta do lugar por alguns minutos.

- Ahn? - perguntou sem entender.

- Você está sempre fugindo de mim, está sempre na defensiva. Por quê? - ele estava tendo dificuldades em se expressar. Não queria cobrar nada dela, prometera que lhe daria o tempo necessário.

- Eu não estou fugindo... - ela não olhava para ele enquanto falava - Você está imaginando coisas...

- Ok, então. Se você não quiser falar... Mas saiba que quando precisar de um amigo, pode contar comigo. - ele pôs uma das mãos sobre a dela - Eu já te disse isso há alguns anos atrás.

- Eu sei. - ela tocou o nariz dele de leve e sorriu. Ele sorriu de volta.

- E o Malfoy? - ele queria saber mais do que ela esperava.

- O que tem ele? - perguntou novamente sem entender onde ele queria chegar.

- Por que você foge dele? - perguntou curioso - Sei que não é da minha conta, que não devo me meter na sua vida... - completou não querendo que ela pensasse que ele era um bisbilhoteiro.

- Bem, digamos que ele fez algo que não devia. Algo que me magoou muito. - ela contou sem detalhes.

- Ele parece se divertir com o que fez... - ele queria arrancar mais coisas dela.

- Ele é um Malfoy, não esperava um pedido de desculpas ou algum traço de arrependimento da parte dele. - ela riu. Draco podia ser o que fosse, mas era engraçado de certa forma.

- Foi algo sério? - ele parecia preocupado.

- Nem tanto... - ela pensou por alguns instantes - Ok! Eu não vou conseguir te enrolar por muito tempo. Mas saiba que isso não vai mais colar. - ele sorriu - Ele... hum, ele... No primeiro dia de aula, eu saí do dormitório da Mione um pouco tarde, estava indo em direção ao meu quarto quando ele me puxou e me beijou.

- O quê?! - berrou indignado - Ele não fez isso!

- Calma. Depois eu demonstrei o quanto gostei, e passamos a não nos falar direito. - ela se assustou com a reação dele.

- Idiota! Ele te machucou? - ele a olhava atentamente.

- Não. Harry, faz quase dois meses, relaxa!

- Hum... mais um motivo para odiá-lo. - Gina sorriu com o que ele disse - Você gosta da Cho? - perguntou algum tempo depois.

- Bem... nem gosto, nem desgosto. Mas, por alguma razão que desconheço, ela não gosta muito de mim.

- Ela tem ciúmes. - ele disse.

- Ciúmes? Ora, ciúmes de quê?

- Do modo que eu te olho, do modo que eu te trato, do modo que falo com você e de você. - ele falou isso olhando nos olhos dela, e ela ficou meio sem jeito.

- Harry... - ela falou depois de se recuperar do que ele tinha dito. O clima tinha ficado estranho - Eu já vou. Fui dormir tarde ontem, estou morrendo de sono.

- Viu? Você foge de mim... - eles ficaram se olhando por um tempo, ela não sabia o que dizer.

- Eu não fujo de você. - disse finalmente - Eu fujo do meu coração. Eu não estou preparada, preciso pensar. Preciso de tempo. É difícil para você entender agora, mas...

- Eu não quero te cobrar nada. - ele a cortou - Me desculpe, você já tinha me dito que precisava de tempo. - falou meio cabisbaixo.

- Abaixar a cabeça não combina com você. - ela segurou o queixo dele - Obrigada por me entender. - levantou-se e o abraçou.

- Boa noite. - disse ainda abraçado a ela.

- Boa... - e beijou-lhe o rosto.


No sábado que iria visitar a mãe, Stephanie acordou bem cedo e foi até a cama da prima acordá-la. Estava extremamente ansiosa para rever Gina.

- Emy. - ela chamou a prima balançando-a de leve. - Acorda.

- Hum... - disse a outra esfregando os olhos. - Já é de manhã?

- Já. - falou empolgada. - Vamos, não agüento mais de saudades da mamãe.

- Tá... - falou voltando a dormir.

- O tio Rony já vai chegar... - falou Stephanie dirigindo-se ao banheiro.

Quando saiu do banho, Emily já não estava mais no quarto. Deveria estar tomando banho no quarto dos avós.

Emily estava na Toca, já que no dia anterior tinham saído com Molly e Arthur, e ela pediu a Rony para ficar por lá mesmo. Na verdade, até Rony passava mais tempo na Toca do que em sua casa quando Hermione estava em Hogwarts.

Tomaram café com Arthur e Molly, e ficaram sentadas na sala, esperando por Rony. Ele atrasou um pouquinho, pois dormiu além da conta.

- Desculpem a demora. - foi a primeira coisa que disse quando entrou em casa - Dormi demais.

- Olá, papai. - Emily se jogou nos braços dele - Você devia ter dormido aqui hoje.

- Cheguei tarde do Ministério ontem, meu amor. - disse beijando-lhe a cabeça - Olá, Steph.

- Oi, tio. - disse sorrindo. - Vamos?

- Divirtam-se, meus amores. - disse Molly.

- Até mais tarde. - Arthur acenou, antes de eles desaparecerem. Foram para lá através de uma chave do portal.

- Wow! - falou Emily tonta - Esse negócio é estranho.

- Vamos pegar uma carruagem. - falou Rony, puxando as duas pela mão.

- Mal vejo a hora de rever a mamãe! - Stephanie falou saltitando.

Em pouco mais de quinze minutos, eles desceram da carruagem e encontraram os três os esperando. Stephanie correu logo para a mãe.

- Ai, que saudades! - falou Gina a abraçando forte - Como você está, minha pequenininha?

- Estou bem. - disse deitando a cabeça no ombro da mãe - Também senti muita saudade.

- Se comportou bem? Não deu trabalho pra sua avó, deu? - perguntou beijando-lhe o rosto.

- Claro que não. - logo avistou outra pessoa que sentira muita falta também - Harry!

- Olá, princesa. - ela o abraçou - Como você está?

- Muito bem! - falou com um enorme sorriso - E você?

- Bem, na medida do possível. - respondeu também sorrindo.

- Melhor agora, maninha? - Rony perguntou, beijando-a.

- Muito. Obrigada. - falou sorrindo-lhe - Como andam as coisas lá em casa?

- Todos estão bem. - Rony respondeu - E vocês?

- Trabalhando bastante. - Hermione disse, andando abraçada à filha.

- O que faremos agora? - Emily perguntou.

- Jogaremos quadribol. - Harry falou animado.

- Vamos! - Stephanie falou animada.

- Já?! - Hermione perguntou. Para ela era horrível, já que não jogava.

- Eu fico com você. - Rony a puxou para si e beijou-lhe o rosto - A gente assiste a eles jogarem.

- Ok. - ela disse dando-lhe um beijo - Tudo bem pra você, filha?

- Aham. - falou puxando a prima pelo braço e correndo em direção ao campo de Quadribol.

- Você vai jogar? - Harry perguntou a Gina.

- Claro! Vou desenferrujar, faz séculos que não jogo. - ela disse.

- Eu jogo com a Emily. - Harry falou. - Você joga com a Stephanie.

Quando eles chegaram ao campo, já havia duas pessoas lá: Cho Chang e Draco Malfoy. Estavam discutindo sobre alguma coisa que eles não conseguiram entender bem. Ela estava irritada, ele apenas esboçava seu costumeiro sorriso cínico.

- Vamos jogar. - Harry deu uma indireta para que eles se retirassem.

- Nós também. - Draco falou cinicamente.

- Algum problema? - Cho perguntou com seu sorriso falso. Emily olho-a com raiva. Stephanie não tinha gostado dela, mesmo tendo acabado de "conhecê-la".

- Não. - Gina falou contendo a raiva.

- Na verdade tem. - Stephanie falou - A gente veio pra jogar em família, entende? - Gina olhou espantada para a menina, mas logo ela se lembrou de Mel. Ela costumava ser sincera daquela maneira, e Stephanie tinha aprendido direitinho com a tia.

- Quem é você?! - Cho perguntou olhando-a de cara feia.

- É minha filha. - Gina respondeu olhando-a da mesma maneira - Por quê?

- Nada. - respondeu e sorriu falsamente para a menina que cerrou os olhos em sua direção - Ela é linda. - completou tentando melhorar a situação.

- Linda, como a mãe. - Draco falou sorrindo malicioso, ele adorava provocar Harry, que o olhava de soslaio naquele momento.

- Eu e o tio Harry vamos jogar juntos e a tia Gina e Stephanie juntas. - falou Emily - E vocês?

- Eu ficarei com o Harry. - Cho entrelaçou seu braço ao dele. Ele suspirou e olhou suplicante para Gina, essa lhe deu um olhar de "Não posso fazer nada" e sorriu.

- Então eu jogo com a Virgínia. - Draco falou.

O jogo foi bem disputado. Stephanie era muito veloz, tão veloz quanto seu verdadeiro pai era. Certamente seria uma ótima apanhadora como ele fora. Emily defendia muito bem os aros, ela estava em dúvida sobre querer ser goleira ou artilheira, mas certamente daria uma ótima goleira.

No fim do jogo, o time de Harry ganhou por uma diferença de apenas dez gols. Eles não tinham jogado com pomo, apenas com as goles.

- Engraçado como os olhos dela parecem com os seus. - Cho falou assim que voltaram ao chão. - E os cabelos também... - estava se referindo a Stephanie parecer com Harry.

- Aonde você quer chegar, Chang? - Gina explodiu. Nunca tinha-na chamado pelo sobrenome, mas ela já estava torrando sua paciência.

- Calma, Gina. - ela levantou os braços como que se rendendo. - Não precisa ficar nervosa.

- Vamos, mãe. - Stephanie entrelaçou sua mão a de Gina. - Vem, gente. Tchau Draco, e adeus... Chang.

- Nem a guria gostou de você. - Draco falou quando eles saíram.

- Ah! Dá licença. - ela saiu do campo pisando duro.


- Como foi o jogo? - Hermione perguntou.

- Pensei que iriam nos assistir... - Harry sorriu maliciosamente. - Me enganei?

- Não enche? - Rony perguntou sarcástico. - Mas e aí? Brigaram?

- Novidade a gente brigar com a Chang, não? - Gina suspirou cansada - Ela encheu o saco quando chegamos no campo, e quando o jogo acabou.

- Quem é aquela mulher?! - Stephanie perguntou.

- É minha ex-mulher. - Harry respondeu.

- Jura? - Stephanie olhou para ele incrédula - Ela não combina com você.

- Stephanie... - Gina a repreendeu - Você está me saindo uma bela cópia da Mel.

- Adoro o jeito dela. - a menina confessou - Ela fala tudo diretamente com a pessoa, não fica enrolando, ou mentindo. - Gina sentiu um imenso remorso à menção da palavra "mentindo".

- Eu não conheci bem a Melissa, mas ela me parecia uma pessoa bem... descontraída. - Hermione falou.

- E é! - Stephanie falou sorrindo ao lembrar da tia - Ah, mãe, você vai passar o Natal com a gente?

- Claro que sim, meu amor. Jamais irei passar uma data como essa longe da minha princesinha. - ela beijou o rosto da menina.

- E o ano novo? - Stephanie perguntou novamente.

- Bem, o ano novo não vai dar. Vai ter um baile na escola, e eu não posso deixar de participar. Sinto muito. - disse com um sorriso torto.

- É nessas horas que o papai faz falta. - disse cabisbaixa.

- Não fica assim, meu amor. - Gina a trouxe para junto de si e a abraçou. Olhou de relance para Harry. Novamente sentiu aquele remorso consumi-la; aquilo estava acabando com ela.

- Eu vou com o Neville ao baile. - Hermione falou quebrando o clima.

- Antes com ele do que com o Malfoy. - Rony ponderou.

- Eu gosto dele. - Emily falou. Rony olhou incrédulo para a filha.

- Bem, não achei nada de errado nele. - Stephanie concordou com a prima - Mas deu para ver que vocês não gostam muito dele.

- Digamos que ele não seja tão agradável conosco. - Gina tentou explicar.

- Acho que, de nós quatro, a pessoa de quem ele mais gosta é a sua mãe. - Hermione falou olhando para Stephanie.

- Que tal mudarmos de assunto? - Harry sugeriu - Chang e Malfoy não são assuntos interessantes.

- Estou com fome. - Emily disse.

- Vamos ao Três Vassouras. - Gina falou entrando na carruagem.

- Depois podemos visitar a loja dos gêmeos e o salão das meninas. - Hermione deu a sugestão.

- Hoje o Fred e a Angel estão em Hogsmeade. - Rony informou.

- Que tal irmos à Casa dos Gritos também? - Harry perguntou. As duas meninas olharam para ele assombradas.

- Mas... não é perigoso? - Stephanie perguntou.

- Não. Diziam que era o lugar mais mal assombrado da Grã-Bretanha, que almas violentas de outro mundo assombravam o local. Pura lenda. - Harry contou - Remo Lupin era quem "assombrava" o local, ele era um lobisomem, e toda lua cheia vinha para essa casa através de uma passagem de Hogwarts até aqui.

- Ahn!? - Stephanie não tinha entendido nada.

- O amigo do tio Sirius!? - Emily perguntou assustada.

- Sim. Ele foi nosso professor em Hogwarts. - Gina respondeu.

- É uma história muito longa, um dia contaremos tudo. Vocês ainda têm muito que saber... - Harry falou piscando para Rony e Hermione.

- Não! - berraram as duas juntas.

- Ok. - Harry sorriu para a dupla. - Eu conto.

Harry contou tudo a elas, passou o almoço quase todo matando a curiosidade das meninas. Depois, como combinaram, foram até a loja dos gêmeos e em seguida ao salão.

Por último foram à Casa dos Gritos. E Harry relembrou do episódio do seu terceiro ano, as vezes que usou a casa como abrigo na guerra...


- Weasley. - ouviu a voz arrastada de Draco.

- Não ouse me beijar. - falou assustada - Lumus! - uma luz surgiu na ponta da sua varinha e pôde ver o loiro com as costas apoiadas no corrimão da escada.

- Nem pensei nisso. - falou cinicamente.

- O que você quer dessa vez?! - ela perguntou com raiva - É só comigo, ou você tem essa mania de surgir da escuridão mesmo?

- Só quando quero algo. - respondeu se aproximando dela.

- E o que você quer?! - perguntou num tom irritado - Eu não tenho tempo para você e suas criancices.

- Quero te perguntar algo. - ele tocou-lhe o braço, ela empurrou a mão dele com violência - Calma, não farei nada que não queira. - completou sorrindo maldosamente.

- Dá para ser mais rápido? Eu tenho o que fazer. - ela revirou os olhos, impaciente.

- Weasley, Weasley. Tsc, tsc. - ele sorriu e balançou a cabeça - Queria saber o porquê de você ter ficado tão nervosinha quando a Chang comentou que os cabelos e os olhos da sua filha são iguais aos do Potter.

- O quê?! - perguntou atordoada.

- Não finja que não entendeu. - ele pôs as mãos nos bolsos e ficou encarando ela.

- Me desculpe, mas eu não te devo satisfação alguma! - disse secamente - Na verdade, Malfoy, eu nunca fui sua amiga, falei pouquíssimas vezes com você quando estávamos estudando aqui. Então, não sei por qual motivo você se sente no direito de especular o que faço, o que penso, ou como ajo.

- Quem não deve, não teme. - ele sorriu cínico para ela.

- Se você tiver o mínimo caráter que seja, não vai mais dirigir sua palavra a mim. Na verdade, era para você ter feito isso desde aquele beijo idiota! Finge que não existo, pois é isso que farei em relação a você a partir de agora. - ela passou por ele bruscamente e quase o derrubou.

- Eu vou descobrir o que ela esconde. - disse antes de voltar às masmorras - Nem que seja a última coisa que eu faça. - Gina não sabia o quanto aquela discussão seria prejudicial a ela.


"Querida Gina,

Me desculpe pela demora. Não pretendia demorar tanto a te responder, mas acontece que as coisas aqui não estão das melhores.

A mãe do Josh voltou. No nosso casamento ela pareceu ser um amor de pessoa, mas agora quer controlar tudo aqui em casa. E você sabe o quanto sou pavio curto. Já brigamos algumas vezes por conta dela, e ela simplesmente não percebe que não é bem-vinda.

Pedi ao Josh para sugerir para ela ir morar num condomínio para o pessoal da terceira idade. Mas ele disse que ela está notando o quanto estamos incomodados, e vai ficar só de pirraça. Claro, ela é a mãe dele, ele a ama. Mas ela fica criticando tudo, se ela ao menos ficasse na dela, né? A gente não teria problemas... Ok, eu mereço uma coisa dessas.

Mas e aí? Como estão você e a minha sobrinha linda? Espero que ela tenha se adaptado com o pessoal. Na verdade, tenho certeza que sim. Ela é um amor. O Josh está dizendo que não vê a hora de rever vocês, e que ama muito vocês duas.

E o Harry!? Bem, já aconteceu algo? Conhecendo você, provavelmente não. Anda logo, menina! E escuta bem, conte a verdade a ele. Ainda não é tarde demais, Gi. Não alimente essa mentira, porque de alguma maneira ele vai descobrir. Por favor, não quero te ver sofrendo mais ainda.

Como está sendo ensinar? Deve ser legal voltar a Hogwarts, ainda sinto saudades das nossas aventuras, sabia?

E a Chang? Agora que você voltou, ela não tem mais chances. Me mantenha informada sobre TUDO, ok? Você sabe que adoro essas coisas.

Novidade! Minha menstruação está uma semana atrasada, amanhã eu vou fazer o teste, espero que dê positivo! O Josh ficou muito animado quando contei. Ele é louco para ser pai, disse que prefere que seja um menino. Mas seja qual for o sexo, essa criança será muito amada. E você será a madrinha.

Quando responder, quero que me conte tudo o que está acontecendo na sua vida, ok?

Sentimos a falta de vocês. Um beijão pra nossa princesinha e outro pra você.

Dos seus amigos de sempre,

Melissa e Joshua Taylor."

Gina adormeceu assim que terminou de ler a carta de Mel. Ela não era a única que estava com problemas...


Why

Why, do you always do this to me?
(Por que sempre faz isso comigo?)
Why, couldn't you just see through me?
(Por que não poderia apenas ver através de mim?)
How come, you act like this
(Como você pode agir assim)
Like you just don't care at all
(Como se não se importasse)

Do you expect me to believe I was the only one to fall?
(Espera que eu acredite que fui o único a cair?)
I could feel I could feel you near me,
(Eu podia sentir, eu podia sentir você perto)
even though you're far away
(mesmo estando longe)
I could feel I could feel you baby, why
(Eu podia sentir, eu podia sentir você, amor, por quê?)

It's not supposed to feel this way
(Não devia ser assim)
I need you, I need you
(Eu preciso de você, preciso de você)
More and more each day
(Mais e mais a cada dia)
It's not supposed to hurt this way
(Não devia doer assim)
I need you, I need you,
(Preciso de você, preciso de você)
I need you
(Eu preciso de você)
Tell me, are you and me still together?
(Diga, ainda estamos juntos?)
Tell me, do you think we could last forever?
(Diga, acha que duraríamos para sempre?)
Tell me, why
(Diga-me, por quê)

Hey, listen to what we're not saying
(Ei, escute o que não estamos dizendo)
Let's play, a different game than what we're playing
(Vamos jogar um jogo diferente)
Try, to look at me and really see my heart
(Tente olhar para mim e ver meu coração)

Do you expect me to believe
(Espera que eu acredite)
I'm gonna let us fall apart?
(Que vou deixar a gente acabar?)
I could feel I could feel you near me,
(Eu podia sentir, eu podia sentir você perto)
Even when you're far away
(Mesmo estando longe)
I could feel I could feel you baby, why
(Eu podia sentir, eu podia sentir você, por quê)

It's not supposed to feel this way
(Não devia ser assim)
I need you, I need you
(Eu preciso de você, preciso de você)
More and more each day
(Mais e mais a cada dia)
It's not supposed to hurt this way
(Não devia doer assim)
I need you, I need you,
(Preciso de você, preciso de você)
I need you
(Eu preciso de você)
Tell me, are you and me still together?
(Diga, ainda estamos juntos?)
Tell me, do you think we could last forever?
(Diga, acha que duraríamos para sempre?)
Tell me, why
(Diga-me, por quê)

So go and think about whatever
(Então vá e pense)
You need to think about
(No que precisa pensar)
Go ahead and dream about whatever
(Vá em frente e sonhe)
You need to dream about
(Com o que precisa sonhar)
And come back to me when
(E volte para mim)
You know just how you feel, you feel
(Quando souber o que sente, o que sente)
I could feel I could feel you near me,
(Eu podia sentir, eu podia sentir você perto)
Even though you're far away
(Mesmo estando longe)
I could feel I could feel you baby, why
(Eu podia sentir, eu podia sentir você, por quê)

It's not supposed to feel this way
(Não devia ser assim)
I need you, I need you
(Eu preciso de você, preciso de você)
More and more each day
(Mais e mais a cada dia)
It's not supposed to hurt this way
(Não devia doer assim)
I need you, I need you,
(Preciso de você, preciso de você)
I need you
(Eu preciso de você)
Tell me
(Diga-me)

It's not supposed to hurt this way
(Não devia doer assim)
I need you, I need you
(Eu preciso de você, preciso de você)
More and more each day
(Mais e mais a cada dia)
It's not supposed to hurt this way
(Não deveria doer assim)
I need you, I need you,
(Eu preciso de você, preciso de você)
I need you
(Preciso de você)
Tell me, are you and me still together?
(Diga-me, ainda estamos juntos?)
Tell me, do you think we could last forever?
(Diga-me, você acha que duraríamos para sempre?)
Tell me, why