Música: Britney Spears – Everytime
Capítulo 30 – Quando a verdade vem à tona
Draco saiu do quarto de Gina transtornado. Como ela ousara deixá-lo daquela forma? Como uma Weasley tinha feito aquilo com ele!
"Mas ela irá pagar!", ele falou tentando se acalmar. "Quero assistir ao circo pegar fogo! Ver o casalzinho perfeito brigar..."
Foi ao segundo andar, mais precisamente ao dormitório de Harry e esmurrou a porta. Não estava se importanto com a hora. Ele queria apenas cuspir na cara do Potter que ele fora, mais uma vez, enganado.
Potter! – ele disse entre dentes assim que o outro apareceu.
O que você quer aqui, Malfoy? – Harry perguntou cheio de sono. Provavelmente já estava dormindo.
Boa noite para você também. – Draco falou entrando, sem permissão. – Normalmente você estaria no quarto da Weasley ou ela aqui, não?
Malfoy, eu não estou com paciência. – Harry falou fechando a porta atrás de si e andando até onde Draco estava.
Por quê? A sua namoradinha anda te evitando? – perguntou sarcasticamente enquanto dava uma olhada na escrivaninha de Harry.
Não ouse falar nela! – Harry pegou o globo de neve que estava na mão de Draco.
Ora! Acho que você não a defenderá por muito tempo... – falou com desdém.
Dá pra falar o que quer! – Harry perguntou impaciente.
É uma coisa muito ruim, Potter. Por que a pressa?
Como se você tivesse algo de bom para me falar.
Sabe, você fica péssimo quando tentar ser sarcástico. – Draco falou fingindo dizer algo muito sério.
Dane-se. – Harry apertava o globo nas mãos com raiva. – Fala logo!
Você é muito tolo. Fácil de se enganar, Potter! Eu desconfiei disso desde o início! Tão parecida... Exatamente oito anos. E a Weasley ficava tão nervosinha...
O quê? – Harry perguntou confuso. – Onde você quer chegar?
Nunca fala do pai dela. – ele ignorou o que Harry havia falado e assim continuou: - Mas eu vi uma foto, sem querer, juro. E, bem, ele era meio loiro.
Do que você está falando!
Da garotinha, Potter! Da filha da Weasley! – Draco falou como se Harry fosse um grande estúpido.
O que tem a Stephanie?
Vou te contar, viu? Você é tapado! Porque depois de tudo que eu disse... – ele balançava a cabeça e ria descontroladamente.
Malfoy!
Poupe sua raiva para a sua namoradinha! Não é de mim que sentirá ódio. É da sua pura, doce e ingênua Virginia. – ele fez uma careta de nojo ao falar de Gina.
Fale o que sabe! – Harry falou cheio de ódio.
Não ganho nada com isso... Até ganharia. Mas a Weasley não teve coragem... – ele passou a mão pela boca ao lembrar da cena da toalha.
Coragem para quê? – as mãos dele estavam brancas de tanto apertar o globo.
Para ceder à minha chantagem...
E qual seria!
Olha, só digo que seria bem prazerosa... – ele sorriu maliciosamente.
Eu juro que te mato se encostar um dedo nela! – Harry o empurrou na parede.
Que medo! Você vai é matá-la! – Draco falou, ainda, com seu sorriso de costume.
O que você fez com ela!
Nada demais... Ela não deixou que eu concluísse o ato! – Harry o empurrou na parede e ele desmanchou o sorriso. Dessa vez, tinha-no machucado.
Diz logo, ou prefere apanhar!
A guria é sua filha, imbecil! – falou quase sem fôlego.
Que brincadeira é essa Malfoy? – cada vez mais ele sufocava o loiro.
Eu não estou brincado! – Draco exclamou com raiva. – Veja você mesmo! – apontou para o diário que estava sobre a cama de Harry.
Harry pegou o livro azul em suas mãos e sentou-se. Abriu na página que estava marcada por Draco.
"Eu não sei mais o que fazer. Eu simplesmente não sei o que fazer.
Acabei de voltar do curso, passei mal quando estava apresentando o trabalho com a Mel, e então fui levada à enfermaria. Acordei horas depois e a Mel me contou que estou grávida.
Deus! Eu saí de lá tentando mudar minha vida, tentando enterrar o passado que me perseguia e que não me deixava ser feliz. Tentando ter um pouco de paz. Como terei paz agora? Como?
Eu não quero voltar. Meu orgulho não me deixará voltar. Não... Não depois de tudo! Eu não posso, é contra os meus princípios fazer isso... Eu sinto muito, mas o Harry jamais saberá que é o pai da minha filha. Eu não posso... Além do mais, ele está casado.
Eu decidi que é melhor ficar aqui. O Ryan deve chegar a qualquer momento, e eu irei contar a ele. Espero, imensamente, que ele não me deixe. Espero que ele fique ao meu lado. Mas não tenho esperanças que isso aconteça..."
Harry não acreditava naquilo. Não... Ela não podia ter feito aquilo... Não Gina, não a sua Gina. Folheou o Diário e abriu em outra página mais adiante.
"Minha filha acabou de nascer, eu nunca me senti tão feliz. Não falei ao Ryan, mas queria que o Harry pudesse vê-la. Queria poder sair da maternidade com ele. Por mais que eu tente, meu amor por ele jamais acabará.
Na minha primeira noite na casa do Ryan, a Stephanie não me deixou dormir. Fui amamentá-la três vezes. Ela é tão linda. Tem os olhinhos verdes e é bem cabeludinha. Os cabelos são negros. Não nega ser filha dele.
A Mel e o Josh saíram tarde daqui. A Mel não se contenta de felicidade. Ela é louca por crianças.
Espero que minha filha seja feliz, e que jamais, jamais, passe pelo que passei e estou passando."
Folheou mais para frente. Queria ver algo sobre quando elas voltaram.
"Hoje eu revi minha família e também o revi. Eu não lembrei, mas hoje foi o aniversário de 26 anos dele.
Minha mãe me recebeu de braços abertos. Foi maravilhoso revê-la. Foi indescritível vê-la sorrir para mim, como não fazia há tantos anos.
Ver meu pai, nossa, como senti falta dele! A família cresceu tanto. A Mione e o Rony tiveram uma filhinha linda, a Emily. Os gêmeos também. Ashley e Michelle são filhas de Jorge e Katie e o Gui é filho da Angel e do Fred.
Até o Sirius e a Rachel tiveram um filhinho. O nome de é Remo.
Quanto ao Harry, bem, nós conversamos. Foi tão... Tão maravilhoso. Quando nos abraçamos... Sentir o corpo dele junto ao meu de novo... Eu sonhei tanto com isso...
O pior foi ver a Stephanie e ele, juntos. Eu me senti como um verdadeiro monstro. Pai e filha se conhecendo sem saber de nada. Eu sei que tenho de contá-lo... Mas eu não sei como fazê-lo."
Foi até o fim do diário para ver se ela ao menos estava pretendendo contar a ele, ele estava tão confuso...
"Acabei de voltar da Enfermaria pela segunda vez. É um menino.
Meu Deus! Eu preciso contar ao Harry... Eu preciso! Mas eu não me sinto preparada...
Agora, mais do que nunca, eu preciso falar com ele, eu não posso mais adiar! Eu não consigo mais dormir, e isso vai acabar afetando o meu filho.
Não quero que mais um inocente pague pelos meus erros, pelas minhas fraquezas...
Eu não sei quando, mas eu vou contá-lo... Eu tenho que fazê-lo."
Viu? – Draco perguntou alisando o pescoço. Harry nada respondeu. Saiu porta afora em direção ao andar de cima.
Um ódio que ele nunca sentira antes o consumia naquele momento. Queria matar, bater, descontar sua raiva em alguém. Por que toda vez que ele confiava em alguém esse alguém o decepcionava? Por quê?
Ele não podia acreditar naquilo. Stephanie não podia ser sua filha. Não era possível. Porque Gina faria algo daquele gênero? E ainda tinha o fato de ela estar grávida... Eram tantas perguntas e nenhuma resposta.
Abriu a porta abruptamente a assustando. Gina estava sentada na escrivaninha escrevendo, provavelmente uma carta à Melissa.
Ela viu toda a raiva que ele sentia naqueles olhos verdes. Eles estavam em chamas. Nunca tinha-no visto daquela maneira. Sentiu medo.
Harry... – ela sussurrou assustada.
Diz que não é verdade! Diz que o que eu li aqui não passa de uma brincadeira de muito mau gosto! – ele jogou o diário sobre a escrivaninha e ela tomou mais um susto. – Diz que você não seria capaz disso.
Eu... Eu não posso. – os olhos dela estavam cheios de lágrimas e já não via as coisas tão claramente. – Sinto muito.
Sente! Você sente! – ele esmurrou a escrivaninha e ela, novamente, se assustou. – Meu Deus! Como você foi capaz! Me escondeu uma filha por oito anos... Por que não voltou! Eu jamais te deixaria na mão! Eu te amava!
Eu tive medo de voltar, medo de você e a Cho estarem casados! Eu não queria atrapalhar sua vida! – ela sentou-se na cama, chorando compulsivamente.
Você pensou em mim! Por um minuto sequer pensou no que o idiota do Harry sentiria caso descobrisse? Pensou que o Harry também tinha direito de conhecer a própria FILHA? Pensou na NOSSA filha! – ele falava cada vez mais alto.
Eu...
Você deu outro pai a ela! Você me traiu! Você... É desumana.
Harry, não...
Não me chame pelo nome! – ele afastou a mão dela que tentou desesperadamente segurar seu braço. – Se você tivesse voltado, eu não teria casado com a Cho. Vivi cinco anos fingindo amar uma pessoa que não amava. A magoei e me magoei. Pensei que ela fosse a pior coisa que tinha acontecido na minha vida... Mas não! A pior coisa da minha vida foi você!
Ela agora soluçava e balançava a cabeça. Se martirizava por ter sido tão tola ao pensar que poderia viver com aquela mentira e escondê-la por toda vida.
Mal conseguia respirar, era como se todo o ar tivesse sido varrido do seu dormitório. Um buraco tinha sido aberto em seu peito e aquilo a sufocava de uma maneira agoniante.
Você consegue imaginar a minha cara quando o crápula do Malfoy me disse que a Stephanie era MINHA filha! Eu não acreditei! – ele riu nervoso. - Eu não podia acreditar! Então, ele me mandou olhar no diário e lá estava... Escrito com a SUA letra... Eu soube pelo meu maior inimigo, Virgínia! Porque VOCÊ não me contou? Quando voltou pelo menos! – Harry estava com tanta raiva que ele tremia ao falar.
Por anos, longos anos, ele tinha sido totalmente pacífico. Tudo estava bom, não reclamava, aceitava tudo sem contestar. Mas aquela revelação tinha trazido um Harry que estava há muito adormecido.
Eu não tive forças... – ela disse num fiozinho de voz.
Se você tivesse me contado, tudo seria diferente! Eu preferia que tivesse sido sincera... Eu pensei que você fosse outra pessoa... – ele balançava a cabeça. Ainda estava absorvendo aquelas palavras, ainda estava tentando entender...
Eu iria te contar!
Quando! Ou será que você iria fugir de novo? Dessa vez carregando a minha filha e o meu filho!
Eu não ia embora... Eu só estava reunindo forças!
Espero mesmo que não fuja com meus dois filhos...
Harry! Me perdoa! – ela exclamou quando ele deu as costas e já estava caminhando até a porta do quarto. – Escuta o que eu tenho para dizer!
Eu já escutei o bastante para entender o tipo de pessoa que você é. – falou ainda de costas, em seguida se virou e viu que ela tinha os olhos vermelhos e o rosto molhado de lágrimas. – Espero que encontre alguém para te ensinar a nunca tirar as coisas dos outros. Quem sabe o Malfoy? Vocês estão no mesmo nível.
Harry, não...
Sabe, eu ainda tinha algum respeito por você, mas no momento que ele me contou o que você faria para que ele não me contasse... Meu Deus! Nunca imaginei algo assim de você...
Eu não fiz nada! Ele que me agarrou... Deus! Eu te amo... Não faz isso...
Você não sabe amar, Virginia. – foi a última coisa que ele disse antes de fechar a porta.
Não... – ela sussurrou e deitou-se, chorando. Estava tão arrependida. Queria que o tempo voltasse e ela pudesse concertar tudo aquilo.
"Mel,
Me ajuda. Eu não sei mais o que fazer! Ele descobriu... O Malfoy o contou...
Desculpa por não te ouvir, desculpar por ser tão cabeça dura. Se eu pudesse voltar no tempo, eu teria voltado para a Inglaterra quando soube que estava grávida.
Nós brigamos ontem, e hoje, ele nem ao menos olhou para mim. Ele finge que não existo, ele está com ódio de mim. Você imagina como me sinto? Ver a pessoa que eu amo me ignora por completo? Eu estou grávida, Mel. Eu preciso dele...
O aniversário da Stephanie é daqui a seis dias. Eu vou conversar com ela e contar tudo. Mel, por oito anos ela acreditou que seu pai se chamava Ryan Hawkins. Como ela vai reagir ao saber que seu pai não é ele? Você via... Eles eram muito unidos.
Eu não estou mais conseguindo escrever, Mel. Desculpa... Espero que você o Josh e o Matthew estejam bem.
Gina Weasley."
Everytime
Come notice me
(Venha me ver)
And take my hand
(E segure minha mão)
So why are we
(Por que nós)
Strangers when
(somos estranhos quando)
Our love is strong
(Nosso amor é tão forte)
Why carry on without me?
(Por que continuar sem mim?)
And everytime I try to fly
(E toda vez que eu tento voar)
I fall without my wings
(Eu caío sem minhas asas)
I feel so small
(Me sinto tão pequena)
I guess I need you baby
(Acho que preciso de você, amor)
And everytime I see you in my dreams
(E toda vez que o vejo em meus sonhos)
I see your face, it's haunting me
(Eu vejo seu rosto, está me perseguindo)
I guess I need you baby
(Acho que preciso de você, amor)
I make believe
(Eu me fiz acreditar)
That you are here
(Que você está aqui)
It's the only way
(É a única maneira)
I see clear
(De ver isso mais claramente)
What have I done
(O que eu fiz)
You seem to move on easy
(Você parece encarar tudo facilmente)
And everytime I try to fly
(E toda vez que eu tento voar)
I fall without my wings
(Eu caío sem minhas asas)
I feel so small
(Me sinto tão pequena)
I guess I need you baby
(Acho que preciso de você, amor)
And everytime I see you in my dreams
(E toda vez que o vejo em meus sonhos)
I see your face, it's haunting me
(Eu vejo seu rosto, está me perseguindo)
I guess I need you baby
(Acho que preciso de você, amor)
I may have made it rain
(Eu posso ter fazido chover)
Please forgive me
(Por favor me perdoe)
My weakness caused you pain
(Minha fraqueza causou sua dor)
And this song is my sorry
(E essa música é meu lamento)
Ohhhh
At night I pray
(À noite eu sonho)
That soon your face
(Que em breve seu rosto)
Will fade away
(Vai desaparecer)
And everytime I try to fly
(E toda vez que eu tento voar)
I fall without my wings
(Eu caío sem minhas asas)
I feel so small
(Me sinto tão pequena)
I guess I need you baby
(Acho que preciso de você, amor)
And everytime I see you in my dreams
(E toda vez que o vejo em meus sonhos)
I see your face, it's haunting me
(Eu vejo seu rosto, está me perseguindo)
I guess I need you baby
(Acho que preciso de você, amor)
After all...
(Depois de tudo...)
After all...
(Depois de tudo...)
