Música: Everytime – Britney Spears

Capa: http/hgplace. 31 – Como deveria ter sido

Na manhã do dia 14 de Março, Hermione, Harry e Gina saíram logo cedo do castelo. Era o aniversário de oito anos de Stephanie, e Molly tinha organizado uma festinha.

Durante todo o percurso até Hogwarts, o qual fizeram por meio de uma carruagem, o silêncio reinou. Hermione sentia-se muito desconfortável quando estava entre os dois, e falava o mínimo possível.

Tinham combinado de Gina contar tudo a menina, e só então Harry falaria com ela. Hermione estava servindo de intermediário entre eles.

Gina sabia que ele tinha todo o direito de não querer mais nada com ela, mas, de certa forma, ele estava sendo um tanto quanto imaturo ao não mencionar o nome dela, e nem ao menos olhar para ela.

- Bem, Gi. Você está entregue. – disse Hermione de frente à Toca. Ela tinha-na acompanhado até lá já que a outra estava grávida, e era aconselhável. – Eu vou para casa. Mal agüento de saudades deles. – completou com um sorriso. – Boa sorte e até mais tarde.

- Obrigada, Mione. – disse abraçando a amiga.

Hermione aparatou em casa, onde encontrou o marido e a filha à sua espera. Após matarem as saudades, ela contou o ocorrido. Rony ficou incrédulo, mas entendeu o lado de Harry e deixou claro que odiaria que Hermione escondesse algo dele.


- Filha. – Gina chamou a menina que estava deitada com a cabeça em seu colo. Elas estavam no quarto de Gina.

- Oi.

- Eu tenho algo para te falar. – disse suspirando em seguida.

- Pode dizer.

- Eu espero que um dia você me perdoe. Espero que não me julgue...

- Eu nunca ficaria contra você. Nunca. – falou abraçando a mãe.

- Espero que não fique... – disse com os olhos cheios de lágrimas. Aquilo seria mais difícil do que pensara.

- Mãe, você está me assustando assim.

- Eu sinto tanto está te dizendo isso no dia de hoje. Eu não queria estragar seu aniversário. Não quero que seja como o de dois anos atrás. – ela acariciava os cabelos da menina enquanto falava.

- É tão ruim quanto a morte do papai? – perguntou com um olhar triste.

- Não. – ela riu entre lágrimas. – Não, meu amor. Não é ruim, mas vai ser um choque para você.

- Me diz, por favor. – a menina pediu.

- Eu vou dizer, sim. – disse acariciando o rosto dela. – Filha, durante esses oito anos, eu escondi uma parte da minha vida. Parte essa que derruba todas as mentiras que contei.

- Que parte?

- Ah, Deus! Como vou falar isso? – ela levantou-se, foi até a janela e depois de algum tempo virou-se. – Na noite da minha formatura em Hogwarts... Eu e o Harry nos encontramos por acaso no lago. E nós... Bem, nós... Fizemos o que os adultos fazem... – ela não sabia como explicar aquilo a uma garotinha de oito anos.

- Sexo? – Stephanie perguntou ingenuamente. Gina se assustou.

- O que você sabe sobre isso? – perguntou ainda assustada.

- Sei que é assim que os filhos são feitos. – respondeu sorrindo. Em seguida, pareceu assustada. Ela tinha compreendido onde a mãe queria chegar. – Mãe... Você não... – os olhinhos dela se encheram de lágrimas.

- Em Nova York, conheci seu pai e pouco depois descobri que estava grávida. – falou sem olhá-la. Ver Stephanie chorar cortava mais ainda seu coração. - Eu não podia voltar... Eu não podia!

- O meu pai... É o Ryan, não é? – o rosto dela já estava molhado pelas lágrimas.

- É, sim. – respondeu e em seguida se ajoelhou de frente a filha. – Ele sempre será seu pai. Ele te amou como uma filha. – Gina não conseguiu segurar as lágrimas após aquela última frase, e chorou junto à filha.

- Você estava grávida dele, não estava? Do papai... – perguntou num fiozinho de voz.

- Não, meu amor. Eu estava grávida do Harry. – respondeu cabisbaixa.

- Então, ele é meu pai? – a essa altura, ela já estava soluçando.

- Sim. – respondeu enxugando as lágrimas do rosto da menina com o polegar enquanto seu rosto ficava mais molhado.

- Ele sabe?

- Eu o contei.

- Então... Eu sou o motivo de vocês estarem brigados? – perguntou confusa.

- NÃO! – Ela não queria, de maneira alguma, que a menina se sentisse culpada. Ela não tinha a mínima culpa. Ela, Gina, era a culpada de tudo aquilo. – Não. Você é a coisa mais maravilhosa que me aconteceu. Você é a minha vida. – Stephanie chorou mais ainda após as duas últimas frases da mãe.

- O tio Josh e a tia Mel sabem?

- Sabem, sim. Sua tia sempre quis que eu contasse ao Harry. Ela nunca apoiou minha decisão de esconder a verdade.

- O papai sabia?

- Sabia. Sem ele eu nem sei o que teria sido de mim.

- Eu não sei o que dizer... – Stephanie nunca estivera tão confusa em sua curta vida. Ela crescera sabendo que Ryan era seu pai, e agora, de repente, descobrira que Harry era seu pai, não Ryan. Aquilo era muito confuso para a cabecinha dela.

- Eu vou te deixar só, ok? Quero dizer, assim você poderá pensar bem. – Gina falou e ficou de pé.

- Não, mãe. Fica comigo. – a menina falou com os olhos pedintes. – Não quero ficar só.

- Você... Você não está com raiva de mim?

- Não. Eu disse que nunca ficaria contra você.

- Eu te amo. – ela falou abraçada à filha.

- Eu também. – disse deitando na cama em seguida. – Onde está o Harry?

- Na casa dele. – respondeu deitando abraçada a ela.

- Ele não quer me ver?

- Claro que quer! Só que ele preferiu que eu falasse com você antes.

- Ah...

- Sua cabecinha está confusa, não está?

- Um pouco. Mas eu já entendi.

Stephanie acabou adormecendo. Gina não pregou os olhos. Sentia-se exausta, mas não conseguiu dormir e ficou deitada ao lado da filha, a observando.

Deus não poderia ter lhe dado uma filha mais especial que aquela. Depois de ter dito tudo aquilo, ela não ficou com o mínimo de raiva dela. Mesmo não sendo filha de Ryan, ela tinha muito dele. "A convivência torna as pessoas parecidas", lembrou das palavras de Mel.

O sol já tinha se posto quando Harry chegou à Toca. Perguntou por Stephanie, e Molly lhe disse que ela estava no quintal, mais precisamente nos balanços que os gêmeos tinham posto.

- Posso sentar? – Harry perguntou quando a achou.

- Claro. – respondeu com um sorriso enviesado.

- Creio que sua mãe já tenha lhe contado. – ele falou assim que sentou no balanço ao lado do dela.

- É, ela contou sim. – respondeu enquanto balançava devagar e olhava para baixo.

Por bons minutos os dois ficaram em silêncio. Geralmente ela não parava de falar com Harry, mas agora, tudo era diferente. Aquele homem ao seu lado não era apenas o namorado da sua mãe, não era apenas o "Garoto que sobreviveu", não era seu "tio", era seu pai. Era estranho falar com ele agora.

- Vocês brigaram... – ela quebrou o silêncio.

- Os adultos odeiam serem enganados... – ele tentou explicar.

­- Hum...

- Não se sinta culpada. – falou olhando para ela. – Você não tem culpa de nada.

- Isso é tão estranho. – ela começou a falar o que estava pensando. – Eu não queria dizer a mamãe porque ela já está sofrendo tanto. Mas eu estou muito confusa. Quer dizer, ontem meu pai era o Ryan, e toda minha vida eu acreditei nisso. Então, hoje ela vem e me diz que você é meu pai... – os olhos dela tinham se enchido de lágrimas. – Eu não entendo.

- O Ryan sempre será seu pai. Ele tem o lugar dele aqui. – ele pos a mão sobre o peito dela. – Entendeu? Eu não quero que pense que estou tomando o lugar dele.

- Você também mora aqui. – ela disse apontando para o coração e sorrindo.

- Mas não como seu pai. Eu não vou te cobrar que me chame de pai. Sei o quão difícil isso deve está sendo para você.

- Você está triste por saber que é meu pai?

- Triste! – ele riu. – Não, Stephanie. Eu nunca tive algo realmente meu em toda minha vida. Mal conheci meus pais, casei com uma mulher que não amava... – ele iria completar e falar de Gina, mas achou melhor não mencioná-la. Primeiramente doía falar nela, e depois, não queria falar de Gina na frente de Stephanie.

- Eu também não fiquei triste. – ela confessou sorrindo para ele. – Quero dizer, há dois anos eu perdi meu pai, ano passado pedi ele de volta, e esse ano eu ganhei um. – ele sorriu.

- Eu sempre quis ser pai. E agora eu ganhei dois filhos. – ela o abraçou carinhosamente e eles ficaram algum tempo daquela maneira.

- Vamos, hora do bolo. – ela falou animada.


- E o primeiro pedaço de bolo vai para quem? – Molly perguntou.

- Como eles sempre foram para a mamãe, esse ano vai para você. – ela entregou o pratinho com o bolo a Harry.

- Obrigado. – ele disse beijando o topo da cabeça dela. Gina sorriu para a filha depois. O sorriso não chegava aos olhos, esses demonstravam o quão arrasada ela estava.

- O segundo para você. – Stephanie entregou o prato à mãe.

- Obrigada. – ela abraçou a filha forte. Em seguida, sentaram-se junto aos outros.

- Tudo bem com você? – Rachel perguntou a Gina.

- Sim. – respondeu vagamente.

- Sua barriga já está aparecendo um pouco, mãe. – Stephanie falou animada enquanto passava a mão sobre o ventre de Gina.

- Está sim. – respondeu com um meio sorriso.

- É um menino ou uma menina, tia? – Gui, que estava jogando com Remo ali perto perguntou.

- Espero que seja uma menina. – Ashley olhou zangada para Gui.

- Meninas são bem mais legais. – Michelle concordou, fuzilando Remo com o olhar. Os dois garotos trocaram olhares e começaram a rir.

- É um menino. – Gina falou sorrindo da cara que ambas fizeram.

- Ainda bem, já tem muita menina. – disse Emily.

- Graças a Deus que não é menina. – Remo falou em alto e bom som para irritá-las.

- Quantos meses? – Hermione perguntou.

- Três.

- Ainda falta muito para nascer. – disse Katie.

- Você já começou a comprar os ítens do enxoval? – Angelina perguntou.

- Não. Próximo mês eu começo.

- Eu já comecei a fazer umas roupinhas. – Molly falou. – Poucas, já que a noticia só foi dada há uma semana. Mas é um bom começo.

- Obrigada, mãe. – Gina falou carinhosamente.

Por mais que todos dessem atenção a ela, por mais que fizessem de tudo para animá-la, a pessoa que ela queria ao seu lado era Harry. Ela se sentia vazia sem ele.


- Harry. – Sirius o chamou. Harry tinha ido para o terraço pensar e ficar um pouco sozinho. – Como você está?

- Levando... – respondeu.

- Eu sinto muito. – falou sentado ao seu lado. – Como descobriu?

- O Malfoy me contou.

- Como ele soube?

- Ele já vinha desconfiado. Só o idiota aqui que não viu. Cego de amor... Um completo tapado.

- Não se martirize.

- Me contou e eu fui atrás dela. Queria que ela dissesse que aquilo era mentira, que era uma brincadeira. Que ela não seria capaz... – pela primeira vez ele estava desabafando.

- Como a Stephanie reagiu?

- Ela está confusa. Não é para menos. Foi enganada... Passou oito anos acreditando em algo e agora descobriu que tudo era uma mentira.

- Imagino... Mas ela é forte. Vai superar.

- Espero...

- E vocês?

- Sirius, a última coisa que eu quero falar é sobre a Gina...

- Tudo bem. Mas você não acha que de certa forma isso vai afetar a menina?

Harry pensou um instante e depois a raiva tomou conta dele de novo.

- Ela não pensou em mim ou na Stephanie antes de tomar tal decisão. Se afetar, a culpa não é minha.

- Você não pode pensar assim, Harry. Ser pai é diferente...

- O que você quer dizer? Eu devo ir atrás dela? Depois disso tudo, Sirius?

- Não. Mas agora, você não pode só pensar em você. Tem que pensar na sua filha e nessa criança que vai nascer.


- Harry? – Stephanie o chamou. Ele e Sirius estavam sentados em silêncio.

- Oi. – ele sorriu para ela.

- Eu vou deixar vocês sozinhos. – Sirius falou e em seguida entrou em casa.

- Porque está isolado aqui? Todo mundo está se divertindo lá dentro. – ela falou sentando ao lado dele.

- Resolvi tomar um pouco de ar e pensar. – respondeu passando a mão pelos ombros dela e a trazendo para junto de si.

- Não queria ver vocês assim. – ela confessou.

- Sinto muito. – disse acariciando os cabelos dela.

- Quando vocês vão embora? – perguntou algum tempo depois, quebrando o silêncio.

- No Domingo.

- Dois dias...

- O que acha de sair comigo? Só você e eu?

- Claro! Aonde a gente vai?

- Onde você gostaria de ir?

- Hm... – ela pensou por instantes. – Quero ir a um parque de diversão.

- Então nós iremos.

­- Obrigada! – ela disse o abraçando.

- Stephanie. – Remo a chamou de repente. – Vamos fazer outro campeonato de xadrez, você não vem?

- Vai lá. – Harry falou.

- Não. Eu quero ficar com você. – ela disse carinhosa. Pelo que Harry tinha notado, Gina a criara com muito amor. A menina adorava abraçar e beijar as pessoas que gostava.

- Gente, depois ela joga. – Emily falou e piscou para a prima.

- Outro dia eu jogo. – ela falou para os primos e sorriu para Emily.


- Não chora, meu amor. – Molly estava abraçada a Gina em seu quarto. Ela não tinha agüentado ficar muito tempo na sala e tinha subido para chorar sozinha. Queria que aquela dor acabasse, queria poder sorrir novamente.

- Eu arruinei tudo. – ela chorou nos braços da mãe.

- Calma, meu amor. Tudo vai ficar bem. – Molly acariciava as costas da filha.

- Eu o perdi, mãe. Não sei o que fazer... Eu me arrependo tanto!

- O tempo, filha. Só ele fecha as feridas e acalma os corações.

- Ele me chamou de desumana... O homem que eu amo... Os olhos dele... Pareciam que estavam em chamas. Eu tive medo dele. Medo, mãe. Você tem noção do que isso significa? Ele me odeia...

- Ele estava de cabeça quente.

- Durante esses oito anos eu nunca o esqueci. Não houve uma única vez em que eu olhei para Stephanie e não lembrei dele. Tê-lo de novo foi maravilhoso, foi nascer outra vez. Eu não queria perder isso. Eu o amo...

- São os erros que nos fazem crescer e aprender.

- Eu estou pagando muito caro por esse erro...


- Mãe? – Stephanie perguntou sonolenta. Estava dormindo e acordou com o som da porta se fechando.

- Desculpa te acordar. – Gina falou enquanto tirava os sapatos e deitava na cama.

- Tudo bem. – ela abraçou a mãe e deitou a cabeça no colo dela. – Você está bem?

- Estou sim. Você não quis dormir com suas primas?

- Não. Bem, o pa... Harry me pôs na cama e adormeci.

- Filha, você não tem que temer chamá-lo de pai, ok? Ele é o seu pai.

- Ta bem, mas vocês estão brigados, então...

- Nossa briga não impede em nada o relacionamento de vocês.

- Hum... Mãe, você já pensou em um nome para ele?

- Já... Adivinha qual?

- Ryan? – falou sorrindo.

- É, espertinha. – disse fazendo cócegas na menina. – Gostou?

- Amei.


- Está pronta? – Harry perguntou a Stephanie. Como combinado, ele tinha chegado cedo para levá-la ao parque.

- Estou. – disse levantando-se da cadeira e indo em direção à mãe.

- Até mais tarde, meu amor. – Gina disse beijando a filha e lhe entregando a bolsa.

- Tchau, mãe.

- Divirta-se.

- Eu trago algo para você. – ela prometeu. – Tchau, vó. Tchau, vô.

- Tchau, querida. – disse Molly gentilmente.

- Até logo. – disse Arthur.

Por alguns segundos os olhos deles se encontraram. Harry tentou ser o mais duro possível. Seu coração queria estar ao lado dela, queria poder desfrutar da gravidez junto à mulher que amava. Mas o orgulho falava mais alto, ela tinha tirado algo precioso dele, mentido, enganado... Não. Ela não o merecia...


- Aonde vamos primeiro? – Harry perguntou assim que chegou no parque.

- Carrinho de bater. – ela disse animada.

Eles passaram o dia inteiro no parque. Almoçaram lá e passaram a tarde inteira brincando e se divertindo.

- Qual você mais gostou? – Harry perguntou enquanto estavam na filha para a montanha-russa. Já estava de noite, e esse seria o último brinquedo que eles iriam.

- Adorei o carrinho bate-bate. Eles são os meus favoritos. – ela falou sorrindo. – Qual você mais gostou?

- Bem, não sei. Mas acho que vou gostar mais desse aqui.

- Essa é a primeira vez que vou numa montanha-russa. Sempre tive medo. Você gostou do carrossel?

- Quando criança eu morria de vontade de ir, e não tive a oportunidade. Agora já sou adulto e perdeu a graça.

- Você nunca tinha vindo a um parque de diversão? – ela perguntou incrédula.

- Não. – respondeu pensativo. Se ela soubesse como era viver com os Dursley...

- Como não! – ela parecia chocada.

- Bem, quando meus tios levavam o meu primo Duda, eles me deixavam na casa de uma vizinha. – os olhos dele transmitiam toda a mágoa que ele guardava daqueles dias.

- Eles eram maus? – ela estava penalizada.

- Eles me odiavam...

- Sinto muito. Eu não sabia...

- Com o tempo nós iremos conhecer um ao outro melhor.

O diálogo não durou mais que isso, pois chegou a vez deles. Durante toda a subida, Stephanie apertou a mão do pai. Estava com muito medo. Fechou os olhos e curtiu o passeio, imaginando ela, seu pai recém descoberto e sua mãe, juntos se divertindo.

Harry, por sua vez, ficou de olho aberto curtindo o vento que batia contra seu rosto. Sentiu toda a pressão, toda a raiva ir embora por instantes. Sentou-se livre...


- Você está bem? – ele perguntou assim que saíram do brinquedo.

- Um pouco tonta. Mas, adorei.

- O melhor de todos.

- Aham... Vamos comer?

- O que você quer comer?

- Hambúrguer.

Foram na primeira lanchonete que acharam e fizeram o pedido. Estavam realmente famintos.

- De quantos meses sua mãe está grávida? – ele perguntou de repente.

- Não sei. Depois eu pergunto.

- Ela já escolheu o nome?

- Ryan.

- Hum... – disse voltando à atenção para a sua batata-frita.

- Você vai ser o pai dele, não vai? – perguntou algum tempo depois.

- Claro que vou. Vocês dois são apenas vítimas nessa história.

- Pai. – ela o chamou assim pela primeira vez. Ele se assustou um pouco, e depois sorriu e beijou o topo da cabeça dela. – Você ama a mamãe?

- Essa é uma pergunta difícil. – ele desconversou.

- Desculpa.

- Não precisa se desculpar. Quero dizer, ela me magoou muito. Então, eu não sei o que sinto por ela.

- Eu não queria ver vocês assim. Eu não queria descobrir que tenho um pai, e ao mesmo tempo, ver ele e minha mãe separados. – os olhos dela estavam cheios de lágrimas.

- Filha, há coisas que você ainda não entende. Mas um dia entenderá. Nesse dia, você saberá o porquê de a gente está separado. – ele a trouxe para junto de si.

Logo após terminarem de jantar, eles voltaram à Toca. Demorou pouco já que estavam de carro.

Quando chegaram lá, Molly fez questão de que Harry comesse um pedaço do bolo que tinha feito. Enquanto isso Stephanie foi trocar de roupa.

Ele não pôde ficar muito tempo já que tinha alguns trabalhos para corrigir e também estava cansado demais. Perto das nove horas, despediu-se de todos.

Quando já estava quase no carro escutou uma voz atrás dele. Era Gina.

- Eu quero te pedir algo. – ela disse. Quando ele olhou para ela, viu que seus olhos estavam muito vermelhos e desviou a vista. Por mais ódio que sentisse, vê-la chorar o magoava.

Mas ele não respondeu, ou perguntou o que ela queria.

- Não tira ela de mim... Ela é tudo que eu tenho. – algumas lágrimas caíam dos olhos dela.

Ele sorriu nervoso e em seguida falou, sem olhar para ela.

- Ao contrario de você, eu sei muito bem a importância de um pai e de uma mãe na vida de uma criança. Até porque, eu não tive pais. E jamais a faria sentir o que senti durante toda minha vida. Sei que você é a coisa mais importante para ela. – ele disse tudo e em seguida virou-se e andou em direção ao carro. Se tivesse olhado para ela, veria que soluçava. Aquelas palavras tinham sido muito duras.

Ela sabia muito bem o quanto ele sofrera por não ter pais. O quanto fora humilhado na casa dos tios, o quanto fora mal tratado.

- A propósito, - ela começou em voz alta para que ele pudesse ouvir. – eu estou grávida de três meses. – ele não virou enquanto ela estava falando. Sorriu, sem que ela visse.

Depois de alguns segundos, ele resolveu se virar. Viu ela caminhar até a porta da frente com a mão no peito. Seu corpo inteiro tremia por conta dos soluços. Respirou fundo lutando contra a vontade de chorar, e deu partida no carro.


Everytime

Come notice me

(Venha até mim)

And take my hand

(E segure minha mão)

So why are we

(Porque somos)

Strangers when

(Estranho quando)

Our love is strong

(Nosso amor é forte?)

Why carry on without me?

(Por que continuar sem mim?)

And everytime I try to fly

(E toda vez que eu tento voar)

I fall without my wings

(Eu caio sem minhas asas)

I feel so small

(Me sinto tão pequena)

I guess I need you baby

(Acho que preciso de você)

And everytime I see you in my dreams

(E toda vez que eu te vejo nos meus sonhos)

I see your face, it's haunting me

(Eu vejo seu rosto, está me perseguindo)

I guess I need you baby

(Acho que preciso de você)

I make believe

(Eu fiz acreditar)

That you are here

(Que você está aqui)

It's the only way

(É a única maneira)

I see clear

(Para que eu veja claramente)

What have I done

(O que eu fiz)

You seem to move on easy

(Você parece se habituar facilmente)

And everytime I try to fly

(E toda vez que eu tento voar)

I fall without my wings

(Eu caio sem minhas asas)

I feel so small

(Me sinto tão pequena)

I guess I need you baby

(Acho que preciso de você)

And everytime I see you in my dreams

(E toda vez que eu te vejo nos meus sonhos)

I see your face, it's haunting me

(Eu vejo seu rosto, está me perseguindo)

I guess I need you baby

(Acho que preciso de você)

I may have made it rain

(Eu posso ter feito chover)

Please forgive me

(Por favor me perdoe)

My weakness caused you pain

(Minha fraqueza te trouxe dor)

And this song is my sorry

(E essa música é meu lamento)

Ohhhh

At night I pray

(À noite eu rezo)

That soon your face

(Para que seu rosto)

Will fade away

(Desapareça)

And everytime I try to fly

(E toda vez que eu tento voar)

I fall without my wings

(Eu caio sem minhas asas)

I feel so small

(Me sinto tão pequena)

I guess I need you baby

(Acho que preciso de você)

And everytime I see you in my dreams

(E toda vez que eu te vejo nos meus sonhos)

I see your face, it's haunting me

(Eu vejo seu rosto, está me perseguindo)

I guess I need you baby

(Acho que preciso de você)

After all...

(Depois de tudo...)

After all...

(Depois de tudo...)