Capítulo Trinta e Dois - Uma tarde em Hogwarts

Música: Do what you have to Do – Sarah Mclachlan

No domingo após o aniversário de Stephanie eles voltaram a Hogwarts. Assim como na ida, nenhuma palavra foi pronunciada na carruagem.

Como já estava de noite quando cada um se dirigiu ao seu respectivo dormitório. Hermione agradeceu mentalmente por aquele momento.

Ao chegar no quarto, Harry nem ao menos acendeu os archotes, tirou os óculos e se largou na cama. Aquele fim de semana tinha sido exaustivo. Além de não ter parado um segundo em casa, a sensação de ser pai era algo novo para ele, e ainda estava tentando se acostumar.

Rolou para o lado e fechou os olhos, pronto para cair no sono, mas uma mão subiu por seu peito e o reflexo dele foi o de atacar. Não sabia quem estava ali, mas pôs as duas mãos ao redor do pescoço da pessoa e em seguida acendeu os archotes.

- Pensou que fosse o quê? Um bicho-papão? – Cho perguntou alisando o pescoço, que estava dolorido.

- Cho... – ele falou cansado. – O que diabos você está fazendo aqui!

- Vim te visitar. – ela disse cinicamente. – Quero dizer, você está solteiro agora... – ele não conseguia acreditar na cara de pau dela. – E, eu senti muitas saudades das nossas noites. – ela o puxou pelo colarinho da camisa fazendo seus rostos ficarem a centímetros de distância.

- Você não veio em uma boa hora... – ele começou. Não queria ser rude, apesar da raiva o está consumindo por dentro.

- Tem hora melhor que essa? – ela montou encima dele, e só então ele percebeu que ela estava sem roupa.

- Cho, não. – ele tentou se levantar, mas ela o empurrou.

- Não precisa temer... A sua ex-namoradinha não vai saber de nada. – ela estava desabotoando a blusa dele.

- Não é isso... – tentou explicar.

- Shh... – ela pôs a mão sobre a boca dele. – Ao invés de falar... Faça! – ela disse a última palavra roçando os lábios na orelha dele. Em seguida, pegou uma das mãos dele e pôs sobre seu seio nu.

Harry não sabia o que fazer, no fundo, ele queria se vingar de Gina. Queria fazê-la sofrer, e com esse pensamento, deixou que suas mãos acariciassem Cho.

- Nossa... Harry! – ela disse com dificuldade. – Senti muita saudade disso...

Após ouvir a voz dela ele caiu em si. Enquanto tocava Cho, seu pensamento estava em outra pessoa, e ao lembrar que não devia pensar nela, ele empurrou Cho de cima dele.

- O que houve? – ela perguntou irritada.

- Vai embora. – disse levantando-se e abrindo a porta para ela.

- Estava tudo indo tão bem... – ela se aproximou dele e pôs uma das mãos dele sobre sua perna. – Diz que você não sentiu falta... – completou sorrindo maldosamente.

- Você é ridícula. – ele disse, mais irritado ainda. – Sai.

- Só não vou sair assim! – ela disse com raiva.

- Vista-se e saia. – disse respirando fundo seguidas vezes.

Ela se vestiu rapidamente e saiu pisando duro. Antes de ele fechar a porta falou:

- Eu sei que você está confuso, afinal, faz pouco tempo que você e aquela Weasley terminaram. Quero que saiba que eu estarei sempre aqui. Eu jamais seria capaz de fazer o que ela fez... – ele não deixou ela terminar, fechou a porta em sua cara.

Após aquele episódio, ele resolveu tomar banho. Passou boas horas sob a água quente e em seguida foi dormir.


- O Rony acabou de me escrever. – Hermione dizia a Gina e Harry no café da manhã da quinta-feira.

- O que ele disse? – Harry perguntou.

- Ele vai trazer as meninas para cá no domingo. – disse sorridente.

- Que bom. – Gina disse sorrindo para a amiga.

- Weasley, poderia me passar o suco de abóbora? – Draco perguntou com seu sorriso de costume.

Ela entregou a jarra sem nem ao menos olhar para ele. Esse, por sua vez, alargou o sorriso. Ele não estava se importando se ela falava ou não com ele.

- Gina, você já fez algum exame? – Hermione perguntou.

- Não. – ela respondeu. – Essa semana eu vou lá na enfermaria.

- É bom você fazer. Tem que saber se está tudo bem com essa criança. – Hermione falou. Harry fingia não escutar, mas na verdade estava atento à conversa.

- Eu sei, Mione. Eu não tive muito tempo, mas eu vou lá sim. Esqueceu que já estive grávida?

- Desculpe, mas eu fico preocupada. – Hermione disse embaraçada.

- Obrigada. – Gina disse sorrindo sincera. – Obrigada, mesmo.

- Qual o sexo? – Cho perguntou secamente.

- É um menino. – Gina respondeu da mesma maneira.

Neville notou que Harry estava se sentindo muito desconfortável, e começou a conversar sobre o campeonato inglês de Quadribol.

Aqueles três dias pareciam não passar nunca. Tanto Gina, quanto Harry estavam muito ansiosos para reverem a filha. Duas semanas longe dela pareciam dois anos.


Na manhã do Domingo, Gina levantou cedo, foi ao dormitório de Hermione, e juntas elas foram tomar café. Dos professores mais novos, apenas Harry e Neville estavam lá. Cho deveria estar dormindo, e Draco, elas não sabiam.

- Vocês souberam? – Neville perguntou assim que elas se sentaram à mesa.

- Do quê? – Gina perguntou.

- O pai da Claire morreu. – Neville respondeu.

- Que pena! – Hermione disse tristemente. – Creio que Draco tenha ido visitá-la.

- Ele saiu logo cedo. – Harry contou. – Foi a única vez, em toda sua vida, que passou por mim sem lançar um olhar de desdém. Logo vi que algo muito grave tinha acontecido.

- Ele já vinha bem doente, não era? – perguntou Gina.

- Sim, desde o ano passado. Todo fim de semana ela ia visitá-lo, e foi por isso que deixou o cargo. – disse Hermione.

- Uma pessoa tão boa... Não merecia isso. – disse Neville.

- Nem sempre merecemos o que nos acontece. – Harry disse secamente. Gina se acomodou na cadeira e respirou fundo.

Após o café da manhã, eles foram esperar por Rony do lado de fora do castelo. Esse não demorou a chegar com a filha e a sobrinha.

Depois que as meninas fizerem a festinha de sempre, eles se dirigiram a um dos bancos que ficava na área do lago.

- Sua barriga está maior. – Stephanie disse acariciando a barriga da mãe.

- É, seu irmãozinho está ficando grandinho. – respondeu sorrindo. A menina olhou para Harry e esse sorriu em resposta.

- Hum... Que tal jogarmos quadribol? – Rony sugeriu para quebrar o clima.

- Claro, pai! – Emily disse animada. – Mas dessa vez você joga! A tia Gina não pode jogar.

- Dessa vez não dá para matar as saudades. – ele disse baixinho no ouvido de Hermione.

- Tudo bem. – ela disse o beijando. – Eu fico com a Gina assistindo.

Não demorou a Cho aparecer, e eles chamaram um dos setanistas grifinórios para poder completar o time.

Enquanto o jogo rolava, Hermione e Gina conversavam na arquibancada.

- Gina, é muito desconfortável ficar entre vocês dois. Temos que medir as palavras. Isso é tão estranho. – ela confessou.

- Eu sei... Sinto muito...

- Queria que vocês se entendessem. Não vão poder ficar assim a vida inteira. Vocês têm dois filhos!

- Ainda está muito recente... Quem sabe depois a gente volta a se falar...

- Espero que não demore muito.

- É... Eu também.

- Ah, vamos falar de coisas melhores. – disse animada. – Já começou a comprar o enxoval?

- Não. – respondeu como que se lembrando de algo.

- Gina! Você anda muito desleixada. Não fez exames, não comprou nada!

- Ah, Mione. Eu estou tão animada, sabia? Estou fazendo planos para o futuro!

- Desculpa. É que isso é estranho...

- Eu vou providenciar tudo semana que vem.

A conversa não durou muito. Elas passaram boa parte do tempo prestando atenção ao jogo. Stephanie e Harry disputavam algumas corridas. Harry ganhava fácil na sua Nimbus 2006, mas por diversas vezes, Gina o viu deixá-la ganhar.

Sua atenção foi tirada do jogo quando uma coruja pousou ao seu lado carregando uma carta. Ela desamarrou o envelope da pata dela, e essa voou em direção ao corujal.

- Carta da Mel. – ela disse a Hermione que olhava curiosa.

"Gina,

Eu sinto muito, amiga. Eu sinto muito, mesmo. Não vou dizer que te avisei, você já sabe disso...

Olha, o que eu te aconselho é dar um tempo para ele, ok? Ele está muito confuso. Ele confiava em você, e isso tudo foi um choque para ele. Como disse Shakespeare:

'Leva-se anos para construir confiança, e apenas segundos para destruí-la.'

E foi isso que aconteceu. Ele confiava em você, ele colocaria a mão no fogo por você. E saber que você o enganou dessa maneira foi uma grande decepção. Então, dê tempo ao tempo. Ele voltará a falar com você quando a ferida estiver cicatrizada.

Quanto a Stephanie, ela é uma menina de ouro. Creio que não ficou contra você. Gina, você é a coisa mais importante para ela. Mas, de qualquer modo, a cabecinha dela deve estar cheia de perguntas, e do jeito que ela é, vai te bombardear com elas. Espero que a minha pequenininha esteja bem.

Conta como está sendo o relacionamento dela com ele, ok?

Eu e o Josh estamos querendo ir para a Inglaterra no meio do ano. Iremos procurar uma casa para morarmos e empregos. Pelo menos uma notícia boa para vocês!

O Matthew está já nascendo. Em no máximo duas semanas ele nasce. O Josh nem dormi direito mais.

Bem, os conselhos que eu tinha de dar já dei. Com essa distância, não posso fazer mais nada. Mas sinta-se abraçada e beijada por mim.

Amo muito você, Gi.

Melissa Conner Taylor."

Gina deixou algumas lágrimas caírem após ler a carta da amiga. Hermione, por sua vez, trouxe a amiga para junto de si e a abraçou. Apenas quando o jogo acabou elas se separaram.

- Foi o melhor jogo da minha vida! – Emily disse animada.

- Eu também adorei. – concordou Stephanie.

- Que bom, meu amor. – Gina disse a abraçando.

- Mãe, você estava chorando? – perguntou preocupada. Gina, instantaneamente, olhou para Hermione que deu de ombros.

- Recebi uma carta da sua tia. – Gina desconversou.

- O que dizia? – perguntou sorrindo de orelha a orelha.

- Ela disse que vem com o Josh e com o Matthew no meio do ano. Eles vão procurar uma casa para morarem e emprego.

- Sério? – a menina perguntou mais animada ainda. – Isso é maravilhoso! Eu não agüento mais de saudades deles!

- Ela só dizia isso na carta? – Rony perguntou. Hermione o olhou com cara feia.

- Não. Ela também disse que em no máximo duas semanas o Matthew nasce. – Gina respondeu.

- Pai? – Stephanie chamou Harry.

- Oi. – ele disse como que saindo dos pensamentos.

- Você está calado. – ela comentou.

- Eu estava pensando...

- Vamos almoçar. – Hermione falou rapidamente.

- O que faremos agora? – Harry perguntou após o almoço. Eles tinham feito a refeição no Três Vassouras.

- Vamos a loja dos tios Fred e Jorge. – disse Emily.

- Depois vamos a Dedosdemel. – disse Stephanie.

- Se não andarmos logo não dará tempo. – disse Gina.

- Rony, você lembra que me pediu ajuda com aquela pesquisa que estava fazendo? – Hermione perguntou.

- Quê? – perguntou sem entender. Sob o olhar fuzilador dela, a ficha caiu. – Ah! Sim, claro.

- Então... É melhor voltarmos ao castelo. – Harry e Gina seguraram a risada.

- Ah, lógico. – disse levantando-se rapidamente. – Você vai ficar bem, filha?

- Claro. – ela disse sorrindo. – Vocês voltam logo?

- Às quatro horas estaremos aqui. – Hermione disse beijando o rosto dela.

As meninas esqueceram totalmente que tinham outras lojas para ver. Ficaram brincando junto a Ashley e Michelle que estavam lá aquele dia. Enquanto isso, Gina e Harry ficaram conversando com Jorge. Katie deu uma passadinha lá, mas não ficou muito tempo, o salão estava cheio.

- Ah, Gina. – ela disse sorridente. – Sua barriga está ficando linda.

- Obrigada.

- Maninha, qual o nome dele? – Jorge perguntou.

- Ryan. – respondeu nervosa.

- O nome de pai da... – Katie começou, mas parou em seguida. – O nome do seu ex-marido...

- É... – Gina disse embaraçada.

- Hum, e como estão as aulas? – Jorge mudou o rumo da conversa.

- Na mesma. – Harry respondeu.

O sol já estava mais baixo quando eles saíram em direção a Dedosdemel.

- Pai, posso levar esses diabinhos de pimenta? – Stephanie perguntou.

- Claro. – ele respondeu.

- Emily, pode levar o que quiser, ok? Eu pago para você. – Gina disse bondosa.

- Obrigada, tia. – ela falou sorridente e em seguida juntou-se a prima.

Gina e Harry ficaram na porta da loja esperando pelas duas. Nesse meio tempo, não pronunciaram uma única palavra sequer.

- Acabamos. – Stephanie falou.

Gina deu alguns passos em direção à filha, mas então, sentiu uma dor em seu ventre e levou a mão à barriga. Em seguida, o mundo pareceu ficar preto por instantes e ela procurou algo em que se apoiar, não agüentaria muito tempo em pé.

Harry, que vinha logo atrás dela, a segurou.

- Você está bem? – ele perguntou preocupado.

- Mãe! – Stephanie largou o saco com os doces e correu até ela.

- Se sente bem? – Harry perguntou de novo.

- Sim. – disse atordoada. – Filha, eu vou indo para o castelo. Vejo você lá.

- Ok. Eu vou me despedir antes de ir embora. – ela disse nervosa. – Você vai conseguir chegar lá?

- Vou, sim. – disse com a mão na testa.

No caminho até o castelo, ela se sentiu melhor. A tontura e a dor haviam passado. Encontrou com Rony e Hermione no meio do caminho, seu irmão prometeu levar Stephanie para se despedir.

Assim que entrou no castelo, deu de cara com a pessoa que menos queria ver, Cho Chang.

- Olá, Gina. – ela disse falsamente.

- Oi. – respondeu de maneira seca.

- Você parece mal... – ela disse fingindo-se preocupada. – Algum problema com o bebê?

- Não. – disse para o desgosto da outra. – Tontura é muito normal em mulheres grávidas.

- Sei... – disse com desdém. – O Harry ainda ficou lá?

- Sim. – respondeu. - Ele ficou com a filha e a sobrinha. – achou por bem acrescentar.

- Nossa, o Harry pai. Isso é estranho. Ainda nem me acostumei.

- Hum...

- Eu ainda não entendo... – ela começou.

- Você não tem de entender nada pelo simples fato que não é da sua conta. – Gina a cortou.

- Calma, eu só...

- Você nada, querida. Eu não estou a fim de saber se você se acostumou ou não com esse fato. Isso é problema seu! Além do mais, nada que esteja ligado a mim ou a ele é da sua conta. Você está fora da vida dele há anos.

- Você quem pensa... – ela disse com um olhar misterioso. – Eu estou mais presente do que imagina.

- Ah, é? – perguntou descrente.

- Claro. As olheiras dele têm um motivo, não acha? – provocou.

- Bem, não estou interessada no motivo pelo qual ele está com olheiras. – disse fazendo menção de ir embora.

- Tem certeza?

- Olha, Chang. Eu e ele não temos mais nada, então se você está na cama dele toda noite, isso não é da minha conta. A única ligação que tenho com ele é através dos meus filhos.

- Filhos... Você é bem fértil, não? – perguntou com inveja. – Da primeira vez ficou logo grávida...

- Sinto muito se é estéril. – Gina disse sincera.

- Eu não sinto. – ela disse prontamente. – Odiaria ter filhos... Eles só servem para sugar nossas vidas. Nos deixam velhas e cheias de rugas.

- Pense como quiser...

- Não é verdade? Olhe para você, parece uma mulher de trinta anos. – Cho mentiu.

- Mil vezes parecendo mais velha, do que estar na sua pele. Jovem, bela e cheia de vida. Mas não tem ninguém com quem contar...

- Eu prefiro ser assim a ser como você. Eu jamais seria capaz de mentir para o homem que amo, jamais esconderia algo desse gênero da minha filha...

- O que você sabe sobre ser mãe!

- Não preciso ter filhos para saber... Eu tive mãe.

- Você nunca esteve do outro lado da moeda. Você nunca teve de se preocupar com outra pessoa além de você mesma. Então, não fale do que desconhece. – Gina disse irritada.

- Não estive, e nem pretendo estar. – disse fazendo careta de nojo. Gina sorriu nervosa.

- Sabe, Chang. Deus realmente escreve certo por linhas tortas. Ele fez muito bem em não te deixar ter filhos... Sabe por quê? Porque seus seios não dariam leite, e sim veneno. Sua cobra! – Gina disse antes de sair em direção à enfermaria.

Cho olhou incrédula para ela. Quem ela achava que era? Uma mentirosa daquela chamando ela de cobra!

- Finalmente apareceu. – a Sra. Glew disse sorridente. – Sente-se.

- Eu me senti tonta hoje e quase desmaiei. – Gina contou.

A velhinha nada disse. Por longos minutos ela passou a varinha sobre o ventre de Gina e sussurrou algumas palavras que ela desconhecia.

- Está tudo bem com o meu filho? – perguntou assim que a enfermeira acabou com os exames.

- Bem, querida, não totalmente. Você não anda se alimentando bem, anda?

- Hum... Não. – disse com vergonha.

- Então, trate de mudar seu cardápio. Eu lhe darei algumas poções contendo vitaminas.

- Mais alguma coisa?

- Você andou se aborrecendo? Está com algum problema?

- Vários.

- Quero que procure relaxar... Deixe para pensar nessas coisas mais tarde. Isso afeta a criança.

- Ok. – disse pensativa. A única maneira de ela relaxar seria se Harry a perdoasse, e aquilo era quase impossível.

A enfermeira passou mais de meia hora dando conselhos e advertências a ela. E quando o sol já se punha, Gina caiu na cama e dormiu como não o fazia há alguns dias.

Stephanie esteve lá para se despedir, mas como Gina estava dormindo, ela deixou um bilhete e beijou a mãe antes de sair do quarto.


Do what you have to do (Faça o que tiver de fazer)

What ravages of spirit
(Um espírito arruinado)
Conjured this temptuous rage
(Invocou essa fúria tentadora)
Created you a monster
(Fez de você um monstro)
Broken by the rules of love
(Abatido pelas regras do amor)
And fate has lead you through it
(E o destino te conduziu)
You do what you have to do
(Você faz o que tem que fazer)
And fate has led you through it
(E o destino te conduziu)
You do what you have to do ...
(Você faz o que tem que fazer...)

And I have the sense to recognize that
(E eu reconheço que)
I don't know how to let you go
(Não sei como te deixar)
Every moment marked
(Todos os momentos marcados)
With apparitions of your soul
(Com aparições da sua alma)
I'm ever swiftly moving
(Estou sempre me movendo rapidamente)
Trying to escape this desire
(Tentando fugir do desejo)
The yearning to be near you
(De estar perto de você)
I do what I have to do
(Faço o que tenho que fazer)
The yearning to be near you
(A necessidade de estar perto de você)
I do what I have to do
(Faço o que tenho que fazer)

But I have the sense to recognize
(Mas eu reconheço)
That I don't know how
(Que não sei como)
To let you go
(Como te deixar)
I don't know how
(Eu não sei como)
To let you go
(Te deixar)

A glowing ember
(Uma brasa em chamas)
Burning hot
(Queimando)
Burning slow
(Queimando lentamente)
Deep within I'm shaken by the violence
(Bem no fundo eu estou sucumbindo pela violência)
Of existing for only you
(De existir somente para você)

I know I can't be with you
(Sei que não posso estar com você)
I do what I have to do
(Eu faço o que tenho que fazer)
I know I can't be with you
(Sei que não posso estar com você)
I do what I have to do
(Eu faço o que tenho que fazer)
And I have sense to recognize but
(E eu reconheço, mas)
I don't know how to let you go
(Não sei como te deixar)
I don't know how to let you go
(Não sei como te deixar)
I don't know how to let you go
(Não sei como te deixar)