Palavras do autor:

"Eis que finalmente concluo mais etse trabalho! Desculpas para Akane e todos os leitores pela demora... Mas finalmente o desfecho! Espero que gostem do final, que vão se surpreender muito! Abraços a todos, boa leitura e comentem! Apresento-lhes o capítulo final de Abra os Olhos..."


Capítulo 5

Olhos Abertos

Os últimos raios de sol do dia invadiam o quarto através das cortinas brancas, pintando de dourado os dois corpos deitados na cama. Uma figura feminina, enrolada nos lençóis, ainda dormia preguiçosamente enquanto Shaka se espreguiçava recém desperto.

Sentia-se revigorado, e não podia deixar de estar com o típico sorriso dos amantes. Deixava a forte ducha quente massagear seu corpo enquanto perdia o olhar através da pequena janela no crepúsculo avermelhado. E lembrava-se dos eventos da noite anterior.

- Tem certeza que não quer que eu te leve em casa? – perguntou Shaka à Marjorie.

Os dois estavam encostados no veículo, estacionado na frente da boate. A rua estava fervilhando de carros, a festa acabara há pouco e os primeiros raios de sol vinham surgindo.

- Não, tudo bem. Eu pego um táxi! – respondeu ela sorridente. Mas não era seu sorriso costumeiro, havia algo mais triste ali, algo disfarçado pelo sorriso alegre.

- Está tudo bem? Quer dizer... Depois do que aconteceu lá...

- Claro que não bobo! – ela sorriu e lhe abraçou – Eu estou muito feliz por você! Juro por tudo que me é mais sagrado! Eu quero que você seja muito feliz.

Sentiu o pequeno e formoso corpo de Marjorie em seus braços, sua voz trêmula e chorosa ao seu ouvido. E quando a sentiu soluçar, derramando algumas lágrimas em seu ombro, arrependeu-se do que fez.

A garota soltou-se, mas ele segurou seu rosto com delicadeza e a olhou fundo nos olhos.

- Olha, desculpe pelo que aconteceu, eu não queria...

- Bobo! Não é por isso que estou chorando... Não quero que se arrependa do que fez... Quero que seja feliz, sério! O amor é isso... Querer o bem da outra pessoa! – respondeu ela, limpando as lágrimas e abrindo um sorriso com os lábios avermelhados.

Seus dedos finos correram a face de Shaka e então continuou.

- Eu não disse que ia dar um trato em você? Pois então! Aí está! Muito mais bonito, fazendo sucesso com as mulheres e, aposto, muito menos viciado em trabalho!

- Você tem razão! Sou muito melhor agora! Depois que conheci você muita coisa mudou, agora vejo a vida tão diferente! Quero aproveitá-la, viver intensamente e... E quero ter você também...

- Não poder me ter para sempre... Vai ter quem você escolheu. Alguém que possa realmente te amar como você merece.

- Mas... como assim?

- Olhe! – exclamou ela – Um táxi! – e fez sinal para o carro parar.

- Ei! Pare com isso, eu te levo!

- E atrapalhar seu fim de noite? Não mesmo!

E sorrindo abriu a porta de trás do carro e entrou. Antes que partisse abaixou o vidro para falar mais uma vez com Shaka, que se abaixou.

- Te amo, rapaz... – e beijou-lhe a testa – Cuide-se e aproveite a vida... Carpe dien...!

E então carro partiu, sumindo rua abaixo, rumo ao horizonte iluminado pelos primeiro raios de sol.

Quando se perdia em seu pensamentos, mãos femininas tocaram-lhe o braço.

- O que olha tanto, lindo? – perguntou uma voz doce.

E Shaka, sem se virar, ainda admirando a mais bela aurora que já vira, respondeu.

- Ver alguém que gosto muito ir... Um dia lhe apresento...

Saiu do banheiro ainda secando os cabelos.

Wang Ming-Hua espreguiçava-se em sua cama. Ainda nua, apenas os finos lençóis a cobriam. Com sorrisos marotos os dois trocam selinhos de bom dia. Shaka a envolveu em seus braços e deitou junto a ela, beijando carinhosamente seu rosto.

Estava satisfeito, imensamente feliz. Radiante de prazer esticava-se por debaixo dos lençóis, sentindo a maciez do linho e a delicadeza do toque de Ming. Sentia todo seu corpo pequeno e belo enquanto a tocava de leve, passeando com a ponta dos dedos por todo ele enquanto seus lábios brincavam com os dela.

Os dois se abraçaram carinhosamente e trocaram beijos de amor sob a luz amarelada do poente. E Shaka achou graça. Horas atrás jamais se imaginaria ali com Ming. Mas uma vez Marjorie o fez enxergar o que estava bem à sua frente, lhe abrira os olhos.

Os dois se viam embaraçados, um de frente para o outro, sentados no bar da boate. Minutos antes seus lábios se tocaram em um descuido enquanto dançavam uma música lenta que ainda tocava. Seguiram-se desconcertados pedidos de desculpas e acabaram por se sentarem no bar em um desconfortável silêncio. Marjorie olhava-o enquanto segurava com certa aflição a pequena bolsa. Shaka, sentindo um acréscimo de confiança inflou o peito e finalmente avançou. Sua boca visava os lábios da moça.

- Opa, opa! – disse ela, recuando e pondo o dedo sobre os lábios dele. – Aquilo na pista foi um acidente, certo? – disse ela categoricamente.

Shaka ruborizou-se até o último fio de cabelo e afundou no banco absolutamente envergonhado. Percebendo o efeito negativo de sua intervenção, ela tentou consertar. Segurou as mãos do rapaz e aproximou-se dele.

- Gosta de mim, Shaka?

- Muito! – respondeu ele, de imediato.

- Pois então... Também gosto muito de você. E muito! Até demais. Para falar a verdade eu te amo, sem exagero!

- Pois então, nada nos impede! Sinto o mesmo! – exclamou ele mais uma vez, avançando e sendo barrado por Marjorie novamente.

- Está confundindo. Você não sente o que acha que sente por mim. Não podemos ser um casal, fazer coisas de casal...

- Mas... Por quê? É você que eu quero!

- Não é! – exclamou de súbito Marjorie.

Por um momento Shaka assustou-se com a reação explosiva da garota, mas ela logo se recompôs e voltou à sua meiguice natural.

- Peraí... Desculpinha! Exagerei um pouquinho! Vou te explicar – começou ela gesticulando – Vamos imaginar que a gente possa medir o amor e a afinidade. E há uma escala para isso. Você começa conhecendo alguém, conversa com ela, gosta e talz... Então quando chega um certo nível há uma bifurcação nessa escala. Uma leva ao amor de casal, outra ao amor de amigos verdadeiros.

- Quer dizer que...

- Sim. Nós somos grandes amigos! Não podemos ficar como você acha que quer...

- Como assim acho que quero? – perguntou ele confuso.

- Oras. Você não me quer como namorada! Vai por mim! – ela deu tapinhas em seu ombro – Não vamos insistir nisso por que vamos acabar nossa amizade, não é? Amores passam, amizades verdadeiras não... E não quer que isso que temos passe, não é?

- Erm... Não... – respondeu ele cabisbaixo.

- Ótimo! Vamos dançar!

A garota saltou de seu banco e puxou o rapaz para a pista de dança.

Shaka sentiu-se muito mal ao ouvir as palavras de Marjorie, mas logo a compreendeu. Entendeu que caso se envolvessem poderiam acabar se perdendo. E ele não queria perdê-la. Nunca.

Logo voltou a dançar desembaraçadamente. Animou-se. Sentiu-se feliz por tê-la a seu lado e conseguiu então enxergá-la como ela disse que o enxergava: Amigo tão somente. Então puderam dançar juntos, de corpo colado, indiferente aos olhares maliciosos dos demais. Para os dois, ali não havia malícia. Estavam apenas dançando a aproveitando a noite de natal...

À porta do elevador Shaka ouvia Ming despedir-se.

- Adorei cada minuto que passamos juntos... Juro! Foi muito especial! – dizia ela, com um sorriso sincero e meigo no rosto.

- Eu também... Engraçado como foi algo forte e rápido não é? Nos conhecemos ontem e sinto que somos íntimos de anos!

Os dois riram mais um pouco e conversaram. Beijaram-se e, prometendo se verem novamente, despediram-se enfim.

Atirado em seu sofá ficou sozinho, pensando em como pôde sentir algo tão intenso e em tão pouco tempo. E como seu sentimento por Marjorie mudara tão inesperadamente. Suas palavras penetraram fundo, fizeram-lhe realmente enxergar o que eles tinham era mais do que amor de amantes, era algo como amor de irmãos.

Então riu sozinho, lembrando-se de como os acontecimentos todos se encaixaram e culminaram em um desfecho feliz.

Lá estavam ele e Marjorie atirados sobre o sofá da boate, cansados de tanto dançar. Riam e falavam besteiras à toa, quando ela pediu licença para ir ao banheiro. Assim que saiu uma bela figura conhecida sentou-se a seu lado.

- Você por aqui? – era Ming.

E apartir deste clichê romântico desenvolveu-se uma trama de afinidades que iria se estender até o presente momento, em que Shaka, sozinho pensava em quão louca fora sua noite de natal. Em quantas reviravoltas seu coração, seu sentimento e o rumo de sua vida deram.

Riu mais uma vez e sentiu saudades de Marjorie. Decidiu faze-la uma visita. Trocou-se e saiu de casa. As primeiras estrelas pontuavam o céu noturno por entre as nuvens de chuva que se aproximavam.

Cruzou as ruas da cidade com um sorriso nítido no rosto, ansioso por se encontrar com sua amiga novamente. Mas o sorriso foi se desfazendo, justo quando a chuva começava a cair e ele se aproximava do triste prédio onde morava a garota. Agora sentiu mais apreensão do que da outra vez, algo mais forte lhe invadia, deprimia-lhe. Uma aura ruim emanava daquele lugar. Algo que o entristeceu, que lhe deu um terrível pressentimento.

Mas o desejo de ver Marjorie era maior. E agora se preocupava, temia que algo lhe tivesse acontecido. Desceu do carro e correndo atravessou a rua sob a chuva. Subiu as rústicas escadas de madeira, fazendo-as ranger sob seus pés. Sentia a apreensão tomar conta, aflição por tocar a campainha e ver a porta se abrir para revelar o rosto sorridente da menina.

Tocou a primeira vez. Sem resposta apertou novamente. E de novo. E finalmente a porta se abriu, e Shaka pôde se aliviar por um instante.

Apenas por um instante.

- Pois não? – indagou uma senhora pela fresta da porta entreaberta.

Ainda arfando perguntou.

- Posso falar com Marjorie?

- Marjorie...? Não me lembro de nenhuma Marjorie... Ah sim! Como pude esquecer... Uma simpática menininha, cabelinho curto?

- Isso! – concordou afobado.

- Sinto muito rapaz... Os pais dela se mudaram daqui...

Sentiu seu mundo desabar.

- Mudaram? Como? Não é possível!

Sua cabeça girou em torno das palavras de Marjorie, de toda a confiança que depositara nela. Teria sido enganado? Ela não disse que morava com os pais, e muito menos que estava de mudança. Por quê mudou-se? Por que não o avisou?

E a senhora, notando o semblante atordoado de Shaka, convidou-o a entrar.

-Venha, meu jovem. Empresto-lhe uma toalha e você me conta o que está havendo, quem sabe posso te ajudar...

A senhora, já de idade avançada, com todos os cabelos brancos, mostrou-se disposta a ajudar o rapaz, servindo-lhe inclusive uma xícara de café.

- Obrigado – disse Shaka, segurando um porta-retratos com uma foto de Marjorie abraçada com a senhora, ambas sorrindo alegremente – Então a senhora a conhecia?

- Ah sim... Um amor de menina. Ela e os pais dela. Era muito amiga da família dela. Eram muito felizes. Minha filha mora aqui do lado, e quando se mudaram eu comprei o apartamento para ajudá-los...

- Passavam uma situação ruim?

- Ah sim, depois que a mulher morreu de câncer a família desestabilizou-se. O pai passou a beber, eles tinham um filho pequeno que sofreu muito com isso. Marjorie acabou por tomar a frente da situação... Então o pai sofreu um acidente grave de carro. Sentiu-se culpado pelo que aconteceu e mudou-se com o filho mais novo... Foi quando eu vim para cá...

Shaka ficou em silêncio por algum tempo. Sentiu-se culpado por pensar que Marjorie o havia abandonado. Não sabia que ela tinha uma família precisando dela. Mas ainda assim não entendeu por que ela não confiou nele... Ele poderia ajudá-la! O que poderia ter acontecido para que ela mudasse tão subitamente? Estava confuso, e tudo que queria era vê-la ainda uma última vez...

- Não entendo... Por que ela nunca me disse isso? – lamentou ele.

- Ei... Conhecia ela? – indagou a senhora, parecendo estar chocada.

- Sim, nos tornamos grandes amigos...

- Quantos anos você tem rapaz?

- Vinte e três... Mas por quê a estranheza?

- Oras, se você a conheceu sabe do que estou falando... Como pôde ser amigo dela, se faz 15 anos que eu moro aqui?

- Como é que é? – exclamou pasmo – Está brincando comigo... Estive com ela ontem a noite!

O rosto da senhora se fechou em uma expressão claramente ofendida, e com o dedo em riste deu uma bronca em Shaka.

- Ei rapazinho, não admito esse tipo de brincadeira. Deve respeitar o nome dela!

- Mas do quê está falando?

- O acidente que mencionei... O pai dela estava dirigindo... Marjorie faleceu no acidente, quinze anos atrás!

Suas pupilas se dilataram e seus olhos fixaram o vazio. A cor de sua face sumiu. Sentiu sua cabeça girar.

- Rapaz... Você... Você estava falando a verdade? – indagou a senhora agora assustada.

As lágrimas escorriam abundantes pelo seu rosto de semblante revoltado. Sentia seu coração apertado, uma tristeza o invadia e lhe deixava arrasado e descrente em seu pensamento cético de todos esses anos. Tudo que acreditava foi-se como a água da chuva escoa pelos bueiros. Com velocidade ultrapassava os carros e cortava as ruas. A chuva agora torrencial castiga a cidade com a mesma intensidade que a tristeza castiga seu coração neste momento. Precisa de respostas, e depois que conversou com a senhora sabia onde encontra-las.

No banco do passageiro repousava uma foto de Marjorie, sorridente.

Passou pela porta do apartamento de seu pai como um trovão enfurecido chamando pelo velho homem.

- Pai! Quem foi Marjorie! – empunhava o retrato em mãos apontando para o velho Armed, sentado em sua poltrona segurando outra foto.

O rosto do homem levantou-se e fitou o filho. Seus olhos também estavam cheios de lágrimas, chorava segurando um retrato da mesma jovem. Levantou-se e o abraçou o filho, soluçando em seu ombro.

Os ânimos se acalmaram um pouco. Os dois homens se viam frente a frente. Shaka ansiando por explicações. Armed, choroso, temeroso em dá-las. Mas o momento não podia ser adiado. Não mais...

- Hoje faz dezessete anos desde o acidente. Ela foi me buscar em um bar. O natal me lembra sua mãe... por isso passei essa noite fora, deprimido bebi tanto que não conseguia parar de pé. Eu discutia com ela no caminho. Ela exaltava-se, dizia que deveria tentar superar a dor, ser forte. E eu brigava com ela. Chovia muito... O acidente... – fechou os olhos com força e soluçou – Eu fiquei segurando-a no braço. Seu corpo miúdo, ensangüentado... Sob a chuva fiquei gritando, chorando... rezando para que minha filinha não fosse levada... Rezando para que sua irmã não morresse antes de mim. Para que ela pudesse ficar e cuidar de você, pois eu não conseguiria...

Então o velho homem não conseguiu mais falar. Desatou a chorar.

- Perdoe-me... Perdoe-me...

- Eu tinha uma irmã...? Por que nunca me contou?

- Perdoe-me Shaka! Você era muito apegado a ela. Ela cuidava de você, muito mais do que eu, que só me afundava em trabalho, tentando esquecer a dor pela perda de sua mãe. Ela te levava para passear, se divertia com você. Passavam horas no parque tomando sorvete. Você era feliz ao lado de sua irmã. Ela tinha apenas dezoito anos e já tomava conta de tudo. Ela te ajudou a superar a perda da mãe...

- ...

- E depois que Marjorie se foi... Não consegui mais cuidar de nada. Chorava silenciosamente ao ver você se transformar no tipo medíocre de pessoa que me tornei. Vazio, triste, tentando suprir a falta de alegria com trabalho... trabalho... Eu não queria isso para você... Juro que não. Quando você caiu em depressão depois do acidente, não consegui te cuidar. Levei aos médicos, dei-lhe remédios, tratamentos psiquiátricos... E com o tempo você acabou por esquecer. Para evitar a dor da lembrança, preferi não mencionar mais o nome dela...

Deixando as lágrimas rolarem, Shaka afundou o rosto nas mãos. Foi então que compreendeu por que ela se esforçava tanto para alegrá-lo, para fazê-lo feliz. Com ela ele não pensava em trabalho, sentia-se realmente bem. Ela lhe abrira os olhos para vida, lhe fez enxergar o quão bom pode ser aproveitar as coisas simples. Jogar fora suas preocupações por alguns momentos e simplesmente aproveitar.

Agora de fato entendeu o que sentia por ela. Um amor enorme, que por um momento o confundiu, mas que era amor de irmãos. Amor verdadeiro.

Foi então que finalmente compreendeu tudo!

Ela lhe ajudara! Salvara-lhe a vida. Livrara-lhe das tristezas...

E um riso choroso tomou conta de Shaka... O semblante triste acabou por se tornar um sorriso em meio às lágrimas. Levantando-se abraçou o pai.

Sabia o que devia fazer. Abrir os olhos de seu pai também. Faze-lo enxergar que há muito para se viver ainda. E assim o faria.

Passaram o resto da noite conversando, desfazendo as mágoas e desentendimentos, trocando confissões sinceras de amor. Jantaram juntos e passaram bons momentos entre pai e filho. E ao final da noite arrumou a cama de seu velho pai e o ajeitou confortavelmente, beijou-lhe a testa e desejou boa noite.

O velho Armed estava feliz novamente. Sabia que a tristeza da perda poderia ser superada.

E Shaka saiu para espairecer. Sob a chuva caminhou à esmo pelas ruas, e quando deu por si estava na praça onde conhecera Marjorie.

Lembrou-se de tudo que aprendeu com ela. Da transformação que ele lhe provocou. Da alegria que lhe passou.

Deitou na grama encharcada e abriu os braços, como se tentasse abraçar o céu. Podia sentir a presença dela em cada gota de chuva que tocava sua face. Ele ria à toa, ria para o céu, para as estrelas.

Com os braços abertos sob a chuva ria muito... Ria para sua irmã...

Fim...