Capitulo 6:
Podemos tentar de novo...05 DE AGOSTO – quinta-feira
5º dia das férias
- Que horas são? – perguntou a ruiva, sentando na beira da cama.
- Meia noite.
- Teremos um bom tempo para conversarmos, não é? – perguntou, sorrindo timidamente, como há tempos não sorria.
- Tempo nós sempre tivemos, Gina, e que houve foram interrupções... – disse Harry, sentando-se à poltrona, que ficava ao lado da cama.
- Creio que ninguém irá nos interromper... Estão todos lá em baixo, falando sobre dar uma festa para te animar.
- Uma festa não vai me animar sem o resultado dessa conversa. – disse, olhando-a nos olhos. Passaram um bom tempo em um silêncio incomodo, até Harry voltar a falar: - Aquele beijo que eu te dei, Gina, na cachoeira, não foi coisa de momento, nem por diversão. Foi pelo o mesmo motivo pelo o qual te beijei, anos atrás, em Hogwarts, quando começamos a namorar.
- E qual o motivo dessa conversa? O mesmo da conversa que teve no lago comigo? O mesmo pelo qual terminou o nosso namoro? – perguntou, um pouco fria.
Não queria ter dito aquilo, mas Harry merecia. Ora, afinal de contas, se ele a beijou do mesmo motivo de quando começaram a namorar, por que havia terminado com ela?
- Não Gina. – respondeu com calma, mas seu coração estava acelerado. – Sou um Ser Humano, e como tal, também erro. E eu errei com você... – Harry segurou as delicadas mãos da ruiva, que as retirou e levantou da cama.
- Que você é um ser humano, eu sei. Mas eu também sou. E pela dor que senti, também posso não perdoar seu erro. – disse, caminhando até a janela, e olhando para o lado de fora, onde havia um céu negro, raios cortavam entre as nuvens, e trovões abafava o som da chuva que caia forte.
Claro que ela não pensava mesmo em 'não perdoar', mas algo nela indicava para que não cedesse tão fácil. E se eles voltariam, que ele pelo o menos soubesse pelo o que ela passou.
- É claro que você tem esse direito! – ele disse, mas temendo um pouco que ela resolvesse mesmo não perdoa-lo. – Mas eu peço que você me ouça, no mínimo.
- Diz... – ela disse, virando-se para o interior do quarto novamente, e vendo que ele estava em pé, na sua frente.
- Eu nunca amei Parvati.
- E por quê você me disse, no dia que começou a namorar a Patil, que gostava de mim só como uma irmã?
- Porque o amor que eu sinto por você é tão obvio, que eu pensei isso. Idiota, não é mesmo? Mas é assim que me sinto. Idiota por ter perdido você...
Harry esticou a mão, e acariciou a face delicada do rosto de Gina. Ela, encostada no parapeito da janela, fechou os olhos, e sussurrou com a voz trêmula.
- Não Harry. Por favor...
- Por quê não? Eu sei que você gosta de mim, não gosta Gina? – perguntou esperançoso.
- Harry... – ela abriu os olhos, e encontrou os olhos verdes oliva olhando diretamente para seus lábios.
- Gosta, não gosta? – insistiu.
- Você sabe que sim...
"O que? Sua idiota, não era pra dizer isso!" – censurou-se Gina – "Era para dizer que o odeia, e que o quer mais longe possível! Por quê não disse isso, hein? Por que?" – e com um suspiro triste "Porque não sabe mentir..."
Harry abriu o maior dos sorrisos. Sim! Ela gostava dele! E ele não seria idiota o suficiente de deixa-la novamente. Não mesmo!
- Eu sabia! – ele disse, com os olhos verdes brilhando exageradamente.
- Mas em quê isso muda? – perguntou, afastando-se dele.
O cheiro dele entrava em suas narinas, e deixava-a tonta. O corpo dele próximo ao seu a deixava nervosa. A respiração quente batendo em seu rosto a fazia enlouquecer. Precisava afastar-se. Precisava oxigenar o cérebro e acalmar o coração, que parecia que ia sair pela boca a qualquer instante, e sua cabeça começava a latejar de tão forte que ele batia contra o peito.
Ele a olhou confuso. Como assim, o que mudava? Tudo mudava! Eles ficariam juntos, e finalmente ele teria uma noite sem pesadelos, ou dias mais calmos com o coração leve, ou tudo, até mesmo uma noite em tempestade, pareceria linda e perfeita.
- Como assim o quê muda, Gina? Tudo! – disse em tom de obviedade, com um sorriso de alguém incrédulo.
- Harry, eu sempre gostei de você, e as coisas sempre foram às mesmas!
Harry entendeu o que ela quis dizer, e sorriu. Ela pensava que só ela o amava? Que ele só queria saber se ela continuaria "alimentando o seu ego", dizendo á ele que o amava? Ela pensava que ELE não a amava? Segurando uma risada da ingenuidade – ingenuidade da qual ele adorava, diga-se de passagem – dela, ele disse:
- Eu te amo Gina! É isso o que muda tudo! – disse da forma mais sincera possível.
Ela não soube o que dizer. Sabia perfeitamente que ele sentira ciúmes dela com Colin, mas pensou que fosse apenas ciúmes de perder um objeto que o vangloriava, nada além disso. Gina achava que o amor que ele sentira por ela, tivesse acabado nos tempos de Hogwarts.
"Deixe de ser estúpida!" – ralhou consigo mesma – "Ele deve estar querendo dizer que te ama como ama Hermione ou Rony. Como amiga, ou irmã. Não esse tipo de amor que você acreditou que ele sentia por você em Hogwarts!".
- Do que você está falando? Amar? Como assim? – Ela preferiu fingir que estava confusa com as palavras dele. O que não era de tudo fingimento.
- Amar, Gina! – disse, diminuindo a distancia de seus corpos novamente, e a segurando pela cintura.
Ela abriu a boca para falar algo, protestar, mais precisamente. Mas ele colocou o indicador de leve em seus lábio, fazendo um simples 'Shh', com a boca e aproximando a mesma do ouvido escondido pelos cabelos ruivos.
- Amar, como um homem ama uma mulher. Como eu quero te amar agora e para sempre. Como eu sei que você, também, me ama e me quer!
Harry disse com a voz firme, mas com muito carinho. Seu sorriso aumentava a cada segundo, e segurando a ponta do queixo com uma das mãos e a outra na cintura fina da menina, ele entreabriu os lábios e a beijou. No começo, com calma e carinho, reconhecendo o território.
Em seguida, já com as duas mãos em sua cintura, a puxou mais para perto, beijando-a mais intensamente.
Aquilo era um sonho. Só podia ser! Tanto Harry quanto Gina ansiavam por aquele momento durante muito tempo. E agora, aquilo simplesmente estava acontecendo. Era bom de mais pra ser verdade!
Não querendo que fosse um sonho, ele parou o beijo e a encarou nos olhos, ainda com as mãos em sua cintura, com os corpos colados.
Harry, olhando dentro dos olhos chocolates de Gina pode perceber. Os olhos estavam em chamas. Sim, ela estava sentindo o mesmo que ele. Ela o desejava, como ele.
Em um movimento quase agressivo, beijou-lhe novamente, com fervor. Sua língua buscando a dela cada vez mais. Suas mãos nas laterais da cintura de Gina, a puxava cada vez mais, causando uma leve dormência para a menina. Mas ela não se importava. Não naquele momento.
Uma das mãos delicadas de Gina massageavam o coro cabeludo de Harry, enquanto a outra o puxava suas costas sobre o tecido da blusa azul que ele usava.
Sem perceberem, começaram a andar de costas para a cama. Só perceberam, realmente, quando a perna de Gina bateu na cama e ela caiu sentada, Harry, inclinou-se, não desgrudando um segundo sequer suas bocas.
Ele, com um gesto sutil, a deitou na cama, descolando suas bocas por um momento, e fitou os olhos castanhos novamente. Gina retribuía o olhar com o coração acelerado, enquanto Harry beijava sua bochecha quente e levemente corada.
Com beijos sutis na bochecha quente, Harry desceu a boca até o pescoço, causando um arrepio na espinha de Gina.
Subiu a boca, novamente, beijando-lhe o pé do ouvido:
- Como senti falta de você, Gin... – sussurrou ao pé do ouvido.
- Eu também senti a sua fal...
- Gina, você está aí? – escutaram a voz de Colin do lado de fora, batendo na porta do quarto de Gina.
- Mas que diabos esse moleque pensa que está fazendo, te chamando ás duas da manha? – protestou um Harry frustrado e com ciúmes.
- Harry, são uma e meia da manha... – corrigiu Gina, com as bochechas coradas, sentando na cama.
- O que você vai fazer? – perguntou ao vê-la levantar-se da cama.
- Ora, eu preciso ir lá e falar que está tudo bem! – ela disse, em tom de obviedade.
- Ah não! Uma hora ele vai ter que desistir, não vai? – disse, com um olhar pedinte.
Gina suspirou. Como poderia negar algo á ele?
- Harry...
- Ah Gina, esse cara só serve pra atrapalhar!
- E o que eu faço? – perguntou, tentando arranjar uma saída para a situação, olhando em volta.
Harry deu um sorriso, e foi até a porta, sussurrando para Gina:
- Se esconda em um canto...
E assim que Gina o fez, Harry abriu a porta de seu próprio quarto e viu Colin, com um olhar desconfiado, esmurrando a porta do quarto de Gina.
- Dá pra você parar com isso? – disse um Harry, com um olhar de sono e a voz lenta. – Quer acordar a casa toda?
- Eu queria falar com a Gina, mas acho que ela não escutou eu batendo na porta... – disse Colin, tentando olhar para dentro do quarto de Harry.
- Ela deve estar dormindo! E você deveria fazer o mesmo!
Colin abaixou a cabeça e murmurou um 'Boa noite', antes de sair pelo corredor.
Harry esperou o rapaz entrar no quarto, e fez o mesmo, fechando a porta e trancando-a, com um sorriso maroto olhando Gina.
- Prontinho... – disse, caminhando até ela, que estava em um canto do quarto.
- É, acho que vou dormir agora... – ela disse, dando a intenção de que iria á porta.
- Agora? – perguntou, puxando-a de volta para a parede, e encurralando-a com um braço em cada lado da cabeça dela.
- Harry Potter, o que você vai fazer? – ela perguntou sorrindo.
- Você tem certeza que não sabe? – ele voltou a beijar-lhe o pescoço.
- Harry, por favor, alguém pode aparecer... a casa está cheia...
- Hum... – Harry afastou seu rosto do pescoço alvo dela, para que pudesse encara-la, ainda com as mãos na parede. – Então vai... dormir lá no seu quarto, sozinha... e me deixa aqui... com saudades... – disse, fingindo-se de magoado, e fungando falsamente.
Gina deu um sorriso, caminhou até a porta – sendo seguida por um olhar de espanto de Harry -, abriu a mesma e olhou no corredor vazio. Fechou-a novamente e olhou para Harry:
- Acho que poderei passar a noite aqui... – ela disse sorrindo.
Ele, que estava o tempo todo com o olhar de surpresa, pensando que ela fosse mesmo para o quarto, deu um enorme sorriso ao captar a frase dela.
Foi até ela, abraçando-a e beijando-lhe os lábios novamente.
- Mas creio que já está tarde... – disse Gina, cortando o contato de seus lábios com os de Harry.
- Você tem razão... - Harry disse, um pouco a contra gosto. Caminhou até a cama e ajeitou dois travesseiros, um do lado do outro. Puxou a coberta, e virou-se para Gina, que observava tudo com um sorriso bobo nos lábios: - Vem. – disse, esticando a mão para ela.
Ela aproximou-se sorrindo, e aceitou a mão dele. Mas assim que o tocou, ele a puxou com força e a jogou na cama, jogando-se em cima dela no segundo seguinte.
- Ai! – ela exclamou de susto. – Harry!
Ele ria feito uma criança travessa. Capturou os lábios dela, em um beijo rápido, e desceu até o pescoço.
- Harry... – ela gemeu. Se não parassem com aquilo logo, eles não parariam nunca. – Para...
- Desculpe. – disse, jogando-se para o lado da cama, e fitando o teto.
- Vamos dormir, vai! – ela disse, deitando enquanto ele fazia o mesmo.
E os dois passaram a noite daquele jeito, abraçados, dormindo. Sem nenhuma preocupação.
Problemas? Ele não sabia o que essa palavra significava naquele momento. O sol de final de tempestade nascia naquela manha, mas não o suficiente para atravessar as pesadas cortinas do quarto de Harry.
Mesmo na penumbra, ele observava a ruiva dormir ao seu lado, com a respiração leve, a boca levemente aberta, as pálpebras cerradas. Era a imagem perfeita de um anjo. Queria se matar pelo o que faria a seguir, mas precisava.
Precisava acorda-la e tirara daquela posição tão doce e perfeita. Se odiava por isso, mas logo todos da casa acordariam, e não seria uma boa verem que eles dormiram juntos. Não por enquanto.
Harry roçou seus lábios no ouvido de Gina devagar, e sorriu ao vê-la coçando o local, sem despertar. Aproximou a boca novamente do ouvido dela e sussurrou:
- Princesa, acorda... estou começando a desconfiar que está sonhando com alguém que não eu! – disse, fingindo-se enciumado. Mas só de pensar na hipótese, realmente sentiu ciúmes.
- hum... – Gina gemeu, espreguiçando-se. – Bom dia. – disse, em meio a um bocejo.
- Bom dia. – disse sorrindo, vendo-a esticar os braços, se espreguiçando, e depois abraçando-o. – Precisamos levantar, meu amor.
- É verdade. Mas aqui está tão bom... – disse, apoiando a cabeça em seu peito.
Harry sorriu mais. Estava tão feliz...
- Não existe um lugar melhor do que o seu lado... – disse Harry, beijando os lábios de Gina em seguida. – Não vejo a hora de descer com você, e mostrar pra todo mundo que estamos juntos de novo! E dessa vez, para sempre.
- Harry, acho melhor não. Quero dizer, não hoje. – acrescentou, ao ver o olhar espantado de Harry. – Tenho uma idéia melhor! Vamos anunciar nosso namoro na sua festa.
- Mas Gin, a festa pode demorar, e eu quero te abraçar e te beijar o tempo todo! Pra recompensar o tempo perdido. – disse, beijando-a novamente.
- Harry, a festa não deve demorar tanto assim. Sem contar, que escondido é mais gostoso... – disse sorrindo marotamente.
Harry soltou uma gargalhada.
- Virginia Weasley! Desde quando você está tão ousada desse jeito?
- Desde que me descobri mais apaixonada por você do que nunca.
Harry ficou a fitando, mexendo no cabelo ruivo, até que disse:
- Está bem. Contaremos na minha festa. – e com ar brincalhão novamente, acrescentou: - Mas você terá que redobrar sua atenção em relação a mim! O pouco tempo que ficarmos juntos, quero você e mais nada! Nada de conversas sobre Colin Creevey!
- Nem sobre Cho Chang! – alertou.
Harry gargalhou novamente.
- Com ciúmes, Srta. Weasley?
- Muitos! – confessou.
Harry gargalhou novamente.
- Gina, só um beijinho, vai! – Harry pediu, aproximando sua boca á da namorada, enquanto ela bebia um suco de abóbora.
- Não Harry! Alguém pode chegar! – alertou a ruiva, olhando para a porta.
Passara o dia todo assim. Harry sempre a puxava para um canto, para um beijo ou outro.
Estavam somente os dois, jantando. Esperando pelas outras pessoas. Gina queria muito ter os lábios de Harry novamente nos seus, mas temia que alguém chegasse de repente.
Não que eles devessem satisfações a alguém, mas ela não queria contar a ninguém. Não ainda.
- Humpf! Você não gosta de mim! – resmungou como um menino mimado.
Era sempre o que ele dizia quando ela negava um beijo. Ela achava graça, mas também se derretia quando ele fazia aquele bico.
Aproximou seu rosto do dele, e beijou-o. O plano era que fosse um beijo rápido. Mas estava tão bom. Era sempre ótimo senti-lo perto daquele jeito.
Enquanto eles se beijavam, um par de olhos escuros e puxados, emoldurados por cabelos negros e lisos, os fitavam, sentindo um ódio crescer em seu peito.
"Essa ruivinha vai me pagar!" – disse Cho Chang para si mesma.
Após o jantar, Olívio, Angelina, Fred, Jorge, Alicia e Kátia ficaram na sala conversando. Hermione e Rony foram "dormir mais cedo". Cho, sem dar satisfações a ninguém, arrastou Colin para seu quarto e eles conversavam aos cochichos. Gina foi para seu quarto, iria passar a noite lá. E Harry foi para o seu próprio quarto.
Antes de dormir, Harry deu uma passada no quarto da namorada, para desejar 'boa noite', e dar um beijinho antes de dormir.
CONTINUA...
