Amor em 20 dias
Capítulo nove:
Indiferença
08 DE AGOSTO – domingo
8º dia das férias
"Olá Gin.." ? Era só isso que aquela filha da mãe tinha a lhe dizer?
A luz da lua entrava pela janela do corredor, iluminando duas adversárias, uma de frente pra outra.
Os cabelos lisos, negros e sedosos de Cho estavam soltos, modelando seu rosto de olhos puxados, negros, maldosos, analisando Gina de uma certa forma que a fazia querer voltar aos velhos tempos, quando não se importava com o que os outros pensariam se ela caísse em uma briga.
Lembrava claramente da primeira confusão que arrumara, com apenas sete anos de idade. Foi com um menino mais velho, de dez anos, que morava perto da Toca, e era amigo de Percy.
O menino, que ela lembrava-se de nome Penguin Putnam era gordo e alto, uma enorme cara de sapo, com dentes amarelos e cariados, os olhos castanhos cor de mel e um enorme nariz de batata.
Penguin brincava com o irmão na Toca, Gina passava na porta do quarto do menino, e ele a ofendeu de fedelha ruiva. Não deu outra, Percy, pela primeira e última vez na vida bateu em alguém, lhe metendo um belo soco no ombro. Nada satisfeito por apanhar, Penguin começou a xingar toda sua família, nocauteando Percy com uma certa facilidade, deixando uma Gininha muito irritada.
Sorriu ao lembrar do enorme soco que dera na grande batata que ele tinha no rosto, fazendo espirrar sangue por toda parte. Depois, com o menino nocauteado no chão, Gina ainda havia sentado em sua gorda barriga, socando-lhe sem pena o rosto. Lembrava, com certa satisfação, que só parou de bater no rapaz quando Gui, que escutou os gritos do menino, chegou no quarto e a arrancou com muita dificuldade, a levando para o quarto sobre as vivas que Fred e Jorge davam, pela irmã caçula ter uma boa... como eles disseram 'direita'.
Sorriu perversamente ao imaginar a forma que o rosto de Penguim ficara, mudando para o rosto fino e branco de Chang.
Sorrindo cinicamente, esperou por alguns segundos que aquela mulher havia acabado de sair do quarto de seu namorado, e deu alguns passos á frente, parando na porta de seu quarto, de frente pra morena.
- Alguém aqui deu-lhe a permissão de me chamar de 'Gin'? Bem, porque se alguém deu, me diga quem, pois que eu saiba, somente eu posso dar essa, digamos, autorização...
- Ora, que isso Gin... – e ao ver o olhar fulminante de Gina, a chinesa concertou-se. – Desculpe, Vírginia. Melhor assimÓtimo, mas, não vejo o porquê disso agora... Sabe, somos tão amigas...
Gina gargalhou na altura exata que o horário lhe permitia, ergueu as sobrancelhas ruivas, fitando Cho com um olhar superior:
- Amigas? Jura? Achei, por um instante, que você não tivesse amigos. Ou no mínimo soubesse o significado de tal palavra... Aliás, desde o ponto que eu sei, narcisistas gostam apenas de si próprio, e não é isso que você é, Cho?
Cho fez uma careta ofendida, colocando a mão no peito, como se estivesse surpresa com as palavras de Gina.
- Nossa Gininha... Você era mais educada, sabia? Você não sabe como isso ofende!
- Ofende? JuraÉ, eu sei, a verdade sempre dói, não é? – colocando a mão na maçaneta, Gina entrou no quarto, deixando uma simples e única frase no ar- Cuidado hein, Cho. Pois inveja é apenas a falta de capacidade... Suas críticas não me atingem, só aumentam meu ibope e sustentam meu sucesso...
O tempo aparentava frio, embora ela não pudesse sentir o ar gélido chocando-se com seu corpo, fazendo seus pêlos dos braços e da nuca arrepiarem-se, mas podia ver a fumaça branca que saia de sua boca, formando uma nuvem pequena á sua frente. Passou as mãos na frente, desmanchando o ar que saia de si, e olhou em frente.
Estava no jardim da casa que estava passando as férias, porém, o sol não aquecia o lugar como de costume. A luz forte e clara já não mais predominava, mas sendo substituídos pela negritude que a noite tinha no inverno, junto com o céu vazio, sem estrelas.
O chão não havia neve, e o lago mais a frente não estava congelado. O frio não parecia estar em volta, mas nela mesma.
Sentia-se triste, mas não sabia o porquê. Era como se o coração estivesse sangrando, clamando por ajuda, e em um momento, sentiu algo quente correr-lhe á face. Uma lágrima. Apenas a primeira, para a tempestade que veio a seguir, descendo em seu rosto pálido, e que ela suspeitava, gelado.
O que estava acontecendo? Por que sentia aquilo? Aquela dor? E por que chorava?
Puxou o casaco em volta de si, aquecendo-se mais, apesar de ainda não sentir frio. Sentiu uma mão quente escorrer pelo seu ombro, e virou para encontrar o rosto de Rony.
Ele parecia triste também, preocupado, talvez...
Gina sentiu seus lábios se movendo... Estava falando algo, mas não conseguia escutar a própria voz, só o barulho fraco do vento em seus ouvidos.
Rony balançou a cabeça negativamente, enquanto abaixava a mesma, fitando o chão de madeira da varanda, e Gina viu os lábios do irmão se mexendo, mas novamente, não pode ouvir som algum.
Em um repente, as cabeças ruivas dos irmãos viraram para a porta que Rony havia deixado aberta, e ele fez uma cara de assustado, falando algo com Gina, que apenas confirmou com a cabeça e o seguiu para o interior da casa. Assim que cruzou a porta...
- GINA!
Gina acordou em um pulo, sentando-se na cama e quase batendo a cabeça á de Hermione.
- Ai Hermione, quer me matar do coração? – disse, esfregando a testa que encostara de leve nos cabelos de Hermione, e sentou-se direito na cama, com os travesseiros em volta, e o edredom junto ao corpo.
- Você que parecia morta! Estou te chamando há um tempão! Você não escutou!
- Claro que escutei! Estava aqui, quietinha, escutando você me gritar, e pensei "vou fingir que estou dormindo pra dar um susto na Mione"! – disse sarcástica – Claro que não escutei, sua besta!
Hermione fez uma cara de indignada e respondeu, de braços cruzados, acomodando-se na cama, já que antes estava praticamente ajoelhada em cima de Gina.
- Francamente! Se eu soubesse que acordaria de tão mau humor assim, teria te deixado dormir o resto do dia... É, porque a metade já foi... São quase duas da tarde...
DUAS HORAS! Oh, Céus, quanto mais tarde acordaria! Estava quase quebrando seu Record de acordar cinco horas da tarde, levando em conta que esse dia ela estava completamente bêbada...
Agarrou o relógio que estava no criado-mudo, e viu os ponteiros romanos um pouco embaçados. Esfregou os olhos e enxergou perfeitamente: eram 13:30...
- Como pôde me deixar dormir tanto tempo! – resmungou, levantando-se e entrando no banheiro, enquanto enfiava a escova de dentes na boca.
- Eu teria te chamado antes, mas a Cho disse que você deveria estar cansada e...
- Nunca mais! Nunca mais, ouviu bem! Nunca mais ouça o que essa aí diz! Ela é uma falsa, uma hipócrita, uma ridícula, uma oferecida, uma...
- Gina! Francamente!
- Ah, qual é, vai me dizer que é mentira!
- Tudo bem, eu realmente não vou com a cara dela, mas não precisa ser tão boca suja, precisa!
- Bah! – a ruiva resmungou, entrando de vez no banheiro e batendo a porta.
- Rony, francamente! – foi a primeira coisa que Harry escutou ao sentar-se em uma cadeira, na beira da piscina.
Não deu muita importância... Olhou em volta, encontrou os gêmeos e suas acompanhantes, junto de Olívio e a esposa, no campo, mais afastados. Cho e Colin conversavam em um canto, dentro d'água, e Hermione estava de biquíni, enquanto um Rony de cara feia estava sentado, ouvindo a namorada resmungar, em pé, ao seu lado.
- O que houve! – resolveu intervir pelo amigo, já que não vira quem procurava por ali.
- A Hermione que é uma chata!
- O Rony que é um desnaturado! – os dois responderam ao mesmo tempo, fazendo uma leve confusão de entendimento da parte de Harry, sendo compreendida assim que os dois bufaram e repetiram um de cada vez as suas frases, respectivamente.
- Qual o problema dessa vez? – perguntou o moreno pacientemente, enquanto colocava um pouco de suco em seu copo.
- O problema é que estão precisando de mim no Ministério, e o Rony não quer deixar eu ir!
- Mas Hermione, você está de férias, não podem exigir que você trabalhe nas férias. – O ruivo fez questão de frisar a última frase, gesticulando com as mãos.
- Desculpe, Hermione, mas o Rony tem razão... Afinal, as férias não estão nem na metade, você tem que relaxar um pouco...
Hermione bufou, e Rony sorriu abertamente quando percebeu que a discussão havia acabado e que ele havia ganhado.
Harry desviou a atenção dos namorados, quando viu que Rony se aproximava marotamente de Hermione, tentando acalmar a fera com um beijo, e percebeu que Gina estava sentada na varanda da casa, e discretamente, foi de encontro á ela.
De acordo que a distancia ficava menor entre eles, o moreno sorria mais. Gina estava com uma blusinha branca, de alça fina, com a ponta da barriga de fora e o busto farto era marcado pelo pano. As pernas estavam apoiadas em uma mesinha á frente da poltrona que ela estava sentada, e o short amarelo manga era curto, deixando uma visão tentadora aos olhos masculinos. Os cabelos ruivos caiam nos ombros levemente bronzeados. A boca estava entreaberta, e se mexia de um modo gracioso enquanto ela passava as páginas de um livro em sua mão, lendo com delicadeza. Os óculos escuros no alto de sua cabeça deixavam-a com um ar adulto e tentador, fazendo o moreno tremer levemente.
- Oi... – ele disse quando finalmente chegou ao seu lado, e xingou-se mentalmente por sua voz ter saído tão abobalhada.
A ruivinha levantou o rosto do livro e o fitou, perdendo o "oi" seco que planejara ao ver os braços fortes cruzados á frente do peito nu e os cabelos negros balançando para todos os lados com o vento.
Gina desviou os olhos em uma rapidez incrível e engoliu em seco antes de murmurar:
- O que está fazendo aqui!
Harry sacudiu a cabeça, sem entender a frieza da parte dela, mas não deu tamanha importância, e sentou ao seu lado, colocando a mão na cintura fina da namorada. Mas para sua surpresa, ela desviou.
- Gina, o que foi! – resmungou, fazendo bico de uma criança mimada.
- Não fale comigo, Potter. Não te dei essa autorização.
- E desde quando eu preciso de autorização pra falar com a minha namorada, Srta. Weasley? – se ela estava brincando, era melhor que parasse logo, pois o moreno já começava a se irritar.
- Desde quando ela deixa de ser sua namorada. – e sem mais explicações, Gina fechou o livro com um baque e levantou-se, passando por Harry e subindo pro quarto emburrada, deixando um Harry perplexo para trás.
- O que foi que eu fiz? – resmungou, abalado, sem coragem de levantar e ir tirar satisfações com Gina.
Mais para o lado da piscina, uma chinesa sorria triunfante, os olhos negros brilhando e a mente trabalhando para novos planos como o último que acabara de se concretizar.
CONTINUA...
N/A: Oi pessoas! Eu nem ia atualizar hj, mas estavam me cobrando, e eu achei justo, já q esses dois capítulos já estavam prontos há séculos... Eu já disse q to reescrevendo a fic? Pois é, pra quem quiser conferiro resultado, vou postar o primeiro cap em breve
O próximo cap não tem previsões, mas prometo tentar atualizar em menos de dois meses. Sem brincadeira, o tempo passa voando, e agora com aulas, fica dificil... E como meu primo ta passando um tempo aqui em casa, tem q ficar dividindo pc.. Então, putzzzz, brigada pro povo q ta insistindo ai, se não fosse por vcs, a fic não ia pra frente. Valeu mesmo! Um abraçoe um bjão no popo de todos
Ká
