Capítulo 5 - "Espero poder te encontrar novamente..."

Kagome combinara de se encontrar com Inuyasha naquela noite, no dia seguinte em que combinaram tudo. Ela iria de madrugada, depois de se certificar de que estavam todos dormindo em sua casa.

Naquela noite, Kagome foi dormir, como de costume. Deu boa noite à sua família, vestiu o pijama e deitou em sua cama. Ela esperou dar meia noite, quando todos com certeza estariam dormindo; levantou em silêncio e tirou a camisola, que estava por cima de uma roupa de viagem. Kagome estava super ligada, sua adrenalina estava a mil! Ela nunca havia feito algo desta natureza antes. Pegou uma trouxinha com roupas e comida, que havia separado na véspera, e deu uma última olhada para seu quarto. Como sentiria saudades de sua família... de Souta... do vovô... de sua mãe... Mas ela amava muito Inuyasha, e Deus sabe o que o amor pode fazer com o coração de uma jovem tão ingênua como Kagome.

A garota foi sorrateiramente até o quarto de sua mãe, e depositou um pergaminho enrolado e preso com uma flor em sua mesinha de cabeceira. "Pelo menos ela merece uma explicação..."

Kagome saiu silenciosamente até o jardim. Virou-se e deu uma última olhada em sua casa, as saudades já martelando dentro de si. "Adeus..." Pensou, pesarosa. Então, respirou fundo e caminhou pela noite. Ao chegar no lago, local onde tinha combinado de se encontrar com Inuyasha, ficou muito satisfeita ao constatar que ele já estava lá, banhado à luz do luar.

- Inuyasha... - sussurrou ela, se aproximando.

- Você tem certeza do que está fazendo? - perguntou ele, olhando-a profundamente.

- Eu.. eu tenho. Eu não quero me casar de jeito nenhum com o tal de Kouga. - respondeu ela, displicente.

- Kagome... eu não quero que você se arrependa depois - disse Inuyasha, preocupado.

- Eu estou bem certa do que quero, obrigado - respondeu ela, ríspida. - Eu te amo, Inuyasha, e quero viver com você! Se eu ficar aqui, terei que morar junto com o Kouga, um homem que eu não amo, não conheço, e terei que me casar à força! Eu não quero isso pra mim, não mesmo. Eu... não... Eu não vou me casar à força. - finalizou ela, olhando-o com firmeza.

- Espero que não estejamos fazendo algo de errado, Kagome-chan - murmurou Inuyasha. - Vamos, então?

- Vamos...

Os dois andaram, de mãos dadas, em direção às pedras que cercavam o lago.

- Por que estamos indo nesta direção? - indagou ela.

- Porque vamos descer o morro - respondeu ele, indiferente.

- Ahhhh... - Kagome ODIAVA exercícios, sempre fora muito caseira, muito sedentária. "Ai, que saco, agora vou andar que nem uma condenada" pensou ela. "Mas é melhor que me casar com o Kouga... brr!"

Eles chegaram na frente das pedras.

- Ãããh... Inuyasha, não dá para passar - apontou Kagome.

- Dá sim, aqui tem uma passagem, você não sabia? - explicou ele, impaciente.

- Ahn... não sabia não.

As pedras eram muito juntas, mas quando se chegava mais perto era possível ver que elas tinham um largo espaço, que dava numa floresta sombria e escura.

"Ahhhii, eu odeio escuro!" pensou ela, com um arrepio na espinha. Então, um pio de coruja rasgou o silêncio da noite, assustando Kagome.

- Aii! - exclamou ela, agarrando com força o braço de Inuyasha.

- O que foi, menina? - perguntou ele, arqueando uma sobrancelha.

- Er.. me assustei - desculpou-se ela, ainda tremendo.

- Você precisa deixar de ser tão medrosa - disse Inuyasha, sério. Mas, quando voltou a olhar para frente, um ar de riso passou em seu rosto, mas logo sumiu.

Eles entraram pela abertura escura e penetraram na floresta. A lua cheia, apesar de estar bastante brilhante, não fazia diferença alguma naquela floresta negra; quanto mais avançavam, mais escura ela ficava. Kagome não queria admitir, mas estava com tanto medo que seus joelhos tremiam violentamente. No entanto, Inuyasha caminhava normalmente, quase correndo, como se estivesse num belo jardim iluminado, não naquela maldita floresta escura.

Naquela manhã...

- Oh, Meu Deus! Kagome!

- O que houve, mamãe?

- Kagome fugiu! Ela não está em sua cama e deixou isto! - exclamou Sra. Higurashi, erguendo um pergaminho.

- Deixa eu ler isso. - pediu sr. Higurashi, o avô de Kagome.

"Mamãe,

Estou perdidamente apaixonada, como já lhe contei. Mas, infelizmente, não é por Kouga.

E não pretendo me casar com ninguém que eu não amo, muito menos que eu nem conheço nem nunca vi na minha vida!

Eu amo muito, muito, muito você, o vovô e o Souta, mas não posso mais ficar aqui, convivendo com a realidade de que nunca serei feliz com quem eu realmente amo. Sinto muito, mamãe, mas chegou num ponto em que eu não posso mais aguentar. Estou me despedindo, e espero que você não fique com raiva de mim, nem que o tal de Kouga se enfureça muito, mas vou construir a minha família com quem eu quero.

Sejam felizes, todos vocês.

Espero um dia voltar.

Afetuosamente,

Kagome Higurashi.

Setembro de 1945"

- Oh, meu Deus! - exclamou sra. Higurashi, tampando a boa com a mão, horrorizada.

- A mana fugiu de casa? Ah não! De quem eu vou encher o saco agora? - fungou Souta, mas ninguém lhe deu atenção.

- Filha... - consolou sr. Higurashi, colocando a mão no ombro da sra. Higurashi - ... ela voltará...

- Não, não voltará! - exclamou Sra. Higurashi, as lágrimas saltando, fartas, de seus olhos cheios de sofrimento. - E o príncipe Kouga me informou, faz poucos meses, que viria aqui buscá-la em uma data que ele marcou. Essa data é daqui a alguns dias! Ele ficaria aqui durante os preparativos do casamento, e a cerimônia se realizaria dentro de três semanas!

- Eu... - sr. Higurashi ficou sem palavras.

- O que direi para Kouga? Será que Kagome está bem? Será que ela está sofrendo? E se esse Inuyasha for algum hanyou do mal? Ah, esse mundo está perdido... o que farei agora?

- Bom dia, dorminhoco! - cumprimentou Kagome, gentil.

- Ahn? - grunhiu Inuyasha, ainda deitado na grama.

Teve uma boa noite? – pergunto

u Kagome, enquanto ele se espreguiçava.

Em resposta, Inuyasha disse alguma coisa indecifrável, mas valeu como um "sim". "Bom, para Inuyasha a noite foi muito boa, mas eu fiquei com uma dor nas costas...!" pensou Kagome, enquanto preparava um "café da manhã", que consistia de frutas e água ( que pobreza ;; ) .

Eles haviam caminhado a metade da noite, e já estavam fora da floresta; encontraram um lugar bem simplesinho para armarem seu "acampamento", e ficariam ali até terem em mente exatamente o lugar para onde iriam.

Depois do modesto café da manhã, eles se sentaram um de frente para o outro, na grama, e ficaram lá, se encarando.

- Então... - começou Kagome.

- Então.

- Hoje nós vamos... pra onde?

- Não sei. Para onde você gostaria de ir? - perguntou ele, indiferente.

- Eu não conheço nada que vai além do jardim das Sakuras! - exclamou Kagome.

- Bom...

- Bom.

- Então vamos ficar aqui até pensar em um lugar para ir - disse ele.

- Então tá.

- Achei que você conhecia toda a área, senhor "tão velho quanto as montanhas" - debochou Kagome, chegando bem pertinho de Inuyasha.

- Pois achou errado, srta. Bobinha Higurashi... - respondeu ele, abrindo um sorriso, e abrançando-a carinhosamente.

Kagome curtiu a companhia de Inuyasha, e se aninhou em seu abraço aconchegante. "Não acredito que isso está acontecendo... Parece um sonho!"; seus pensamentos voavam, seu coração palpitava, eram tantas sensações diferentes das que ela estava acostumada em sua vida pacata...

O abraço se aprofundou um pouco mais e se transformou em mais um beijo, um beijo que Kagome precisava mais do que nunca. Ela nunca se cansava dos lábios de seu meio-youkai preferido, para ela era um beijo diferente do outro, e cada vez ficava melhor. Kagome abraçou-o com muita força, como se quisesse entrar dentro dele e nunca mais sair... Ela não queria admitir, mas estava com muito medo de estar longe de casa, e a saudade de sua família já ardia dentro de seu peito como uma chama que nunca se apagaria. Ela olhou de relance para o pulso de Inuyasha, e ele ainda usava a "pulseirinha da amizade" que ela dera a ele, semanas antes. "Ele ainda se importa comigo... e muito... para fugir comigo...!" pensou ela, satisfeita. Mas algo a incomodava. Seria a saudade de casa? A saudade de seus amigos, de Sango? Seria a insegurança? Seria a consciência pesada em abandonar sua mãe daquele jeito? Kagome resolveu não pensar muito naquilo, pois lágrimas começavam a aparecer em seus olhos e seu coração doía. "Não quero que essa fuga seja algo infeliz. Eu fugi para viver feliz com Inuyasha, e esses pensamentos estão me fazendo triste. Quem sabe eu esqueço de tudo isso um dia..."

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Eles ficaram vivendo assim, em acampamentos, por sete dias. Não havia lugar para ir, e Kagome não voltaria para casa de jeito nenhum; Inuyasha mal tinha casa, e os dois estavam praticamente sem dinheiro. O que fazer? Dizem que o amor supera tudo...!

Até que um dia, em um desses acampamentos, Kagome acordou alarmada, enquanto ainda era noite. O céu estava escuro como um veludo negro apinhado de diamantes, e apesar de estar ventando bastante, estava tudo bastante quieto. Mas Kagome acordara com um estalo muito estranho, como se alguém tivesse pisado em algum graveto. Ela sentou na grama, deixando o kimono de Inuyasha escorregar por suas costas. Ela olhou em volta; Inuyasha dormia ao seu lado, e parecia estar sonhando; os restos de uma lareira jaziam perto do acampamento, junto de alguns gravetos chamuscados.

- Tem... tem alguém aí? - sussurrou ela, para a noite. Mas ninguém respondeu, como ela já imaginara. "Talvez tenha sido a minha 'imaginação fértil'..." pensou ela, mas logo parou, já que aquela expressão quem usava era Sango, e pensar nisso fazia seu coração dar um aperto doído de saudades. "É, acho que não tem ninguém aqui, mesmo". Então, ela voltou a deitar na grama e virou de lado, fechando os olhos, preparando-se para voltar a entrar no mundo dos sonhos. Mas ela ouviu algum barulho novamente, porém preferiu ignorar; mas ouviu-se outro estalo e ela ficou nervosa; abriu os olhos, preparando-se para levantar, mas... haviam dois pés enfiados em sandálias, no chão à sua frente; logo juntou-se a eles mais um par de pés, e Kagome, aterrorizada demais para falar algo, olhou para cima para ver de quem eram seus donos.

- Mas o qu... - começou ela, mas foi interrompida.

- Então aqui é que está você, hanm, belezura - disse um homem alto, usando uma espécie de armadura feita de peles.

- Mas...

- Você é que é a tal da Kagome, não é? - perguntou seu companheiro, agachando-se de modo a ficar rente à seus olhos.

- Sou, mas...

- Então é você mesma que estamos procurando - completou ele, agarrando-a pelo pulso.

- O que é que vocês...

- Ordem do príncipe Kouga.

- O QUÊ? - bradou ela, aterrorizada. Indefesa, olhou para Inuyasha, que continuava a dormir. "Como ele consegue dormir com essa barulheira toda?"

- O príncipe está em sua casa e te espera para o casamento - disse o primeiro homem, ríspido. - Agora vamos, gracinha, e comporte-se.

- Inuyasha! - gritou ela, desesperada.

- Inu como? - indagou o segundo homem, confuso. Mas nem deu tempo de ele pensar, quando foi derrubado no chão. Inuyasha acordara (finalmente!) e olhava para Kagome sem entender nada.

- Kagome! Quem são eles? - perguntou ele, irado.

- Kouga! - disse ela, pesarosa. Não precisava dizer mais nada.

- Maldição! - bradou Inuyasha, mas distraiu-se, e o segundo homem, que já havia levantado do chão, imobilizou-o.

- Desculpa, Inu-alguma coisa, mas a Senhorita Kagome Higurashi terá que se casar com o príncipe Kouga. - disse ele, calmamente.

- Vai, casar na p...

- Desculpe, mas temos que ir - interrompeu o primeiro homem, pegando Kagome pelos pulsos e levando-a para um cavalo. - Se ela não se casar, sabe lá Deus o que acontecerá a essa gracinha!

- Kagome! - berrou Inuyasha, nervoso. Mas o homem que o segurava disse-lhe:

- Olha, é bom você não fazer nada ou quem vai sofrer as conseqüências é ela.

Inuyasha pegou-o pelo cangote e levantou-o do chão.

- O que você faria com ela? - indagou ele, irado.

- Eu... eu não faria nada...

- O QUE ACONTECERIA COM ELA SE EU INTERFERISSE? - bradou Inuyasha, decididamente furioso.

- Eu não sei... ela seria presa... algo assim... eu...

- Maldito! - Berrou Inuyasha. - Você está blefando!

- Eu...

Mas Inuyasha ouviu um barulho de cascos e virou-se para trás; lá ia-se Kagome, sendo levada por um dos homens de Kouga, amarrada. Quando Inuyasha virou de volta, o outro homem já estava correndo atrás deles, alcançado-os e subindo no cavalo, atrás da garota. "Kagome..."

Ele correu como louco atrás deles, não importando que estivesse escuro e que ele tivesse metido o pé em pelo menos duas pedras e três raízes de árvore; iria recuperar Kagome. Mas eles estavam muito adiantados, se afastando cada vez mais... Inuyasha não iria alcançá-los. Acelerou mais o passo e se aproximou um pouquinho... Ele estava começando a se cansar, e ficou com uma câimbra do lado direito do tronco... Eles estavam muito longe, e se estivessem indo para o vilarejo da Kagome, era inútil continuar tentando, pois era muito longe. Ir a pé demoraria muito...

Ele estava pensando nisso, quando alguém que ele não reconheceu entrou no caminho, obrigando-o a diminuir o ritmo.

- Saia da frente! - berrou ele. Mas a figura não se mexeu.

- Mas quem... - começou ele novamente, mas parou de chofre ao reconhecer quem ela era. "Não pode ser! Não é a..."

- Olá, Inuyasha - disse a figura ao longe, se aproximando. Inuyasha olhou por cima do ombro da figura e perdeu Kagome de vista. "Maldição!"

O alguém que o fizera parar veio andando em sua direção, com a leveza de uma pluma. Era uma mulher alta, de cabelos escuros bem lisos presos por um laço. Usava um kimono branco e vermelho, e tinha um 'quê' etéreo em sua voz. "Não pode ser a..."

- ...Kikyou... - sussurrou ele, paralisado. Ela veio em sua direção e parou bem na sua frente.

- Então, Inuyasha. Há quanto tempo, não é? - perguntou ela, olhando-o nos olhos.

- Sacerdotisa Kikyou... - Inuyasha não acreditava no que via. "Então... era ela quem me lembrava a Kagome...".

- Agora me chama de sacerdotisa? - disse ela, abrindo um sorriso frio. - O que faz por aqui, Inuyasha?

- Eu...

- Você parecia apressado. Quem procurava? - perguntou ela, rodeando um confuso Inuyasha.

- Eu... - começou ele novamente.

Fazia no mínimo uns dois anos que eles não se viam. Porém, ela continuava bonita, como ele se lembrava; eles viveram um romance muito ardente, e ficara realmente difícil de esquecer. Mas ela o traíra com um idiota aí, e lhe dera o "pé na bunda". E mesmo assim, ela morava muitíssimo longe, como poderia estar ali? Inuyasha ficou com a cabeça cheia de dúvidas, de perguntas, de incertezas...

-... não procurava nada - completou ele, rouco. "Kikyou... será que eu estou com a Kagome só porque ela me lembra você, Kikyou?" Inuyasha sentiu-se muito envergonhado de pensar daquela maneira. "Não. Não, imagina. Eu amo a Kagome, e somente ela."

- Certo.

Kikyou colocou uma mão em seu ombro, delicadamente.

- Sabe, Inuyasha. Eu acho realmente que você estava atrás de alguma coisa.

Kagome estava sentada desconfortavelmente no cavalo, entre os dois homens de Kouga. O primeiro, que guiava o cavalo, era muito mais bruto com ela, talvez porque Kagome lhe dera um pontapé no nariz para se defender, mas aquilo fora puro reflexo, não era motivo para ele ficar mau-humorado! O outro, que a mantinha amarrada, parecia muito mais compreensivo, mas Kagome resolvera não simpatizar com nenhum deles. Só estava com dúvidas na cabeça...

"Como eles me acharam? Será que Kouga já está em casa? E o que eles farão comigo se Inuyasha interferir? Por que Inuyasha está demorando tanto pra vir me salvar?"

- O que você fariam comigo se o Inuyasha interferisse? - perguntou Kagome ao primeiro homem. Como ele não respondesse, ela repetiu a pergunta. Então, foi o segundo homem quem lhe respondeu:

- Nada, a gente só falou aquilo pro tal hanyou querer poupar você e não interferir.

- Ah...! - Kagome ficou parte com raiva, parte feliz, por saber que inuyasha se preocupava com sua segurança.

- É aqui, menina. - disse o primeiro homem, interrompendo os pensamentos de Kagome. Finalmente haviam chegado, depois de tanto tempo cavalgando pela noite. Ela olhou em volta e reconheceu sua casa, o lago, o jardim da Sakura ao longe... que saudades! O segundo companheiro desamarrou os pulsos de Kagome e ajudou-a a descer do cavalo.

Ela desceu para a grama com delicadeza e olhou em volta. "Mamãe!" animou-se ela, ao constatar que sua mãe estava na varanda. Porém, ela não parecia nada feliz...

Kagome correu para os braços de sua mãe, e abraçou-a com uma força extraordinária, com a força de sete dias de saudades.

- Mamãe! Mamãe! Desculpe-me, mamãe! Oh! - Kagome entregou-se ás lágrimas, enquanto abraçava sua mãe com força.

- Minha filhinha... - murmurava sua mãe, à beira das lágrimas também. - Não fuja mais de casa, querida...

- Eu não vou fugir, mãezinha querida! Onde está o vovô? E o Souta?

- Estão dormindo, filha, está tarde, sabe...

- Sim... - começou Kagome.

- Que bom que está de volta, Kagome - interrompeu uma voz masculina. - Quando soube que você fugiu, fiquei desesperado e mandei meus homens para procurá-la. Ainda bem que está em segurança!

"De quem é essa voz?" perguntou-se Kagome. Ela saiu dos braços de sua mãe e olhou para o outro lado da varandinha. E lá, viu um rapaz alto, de longos cabelos negros presos por um rabo de cavalo, a olhá-la carinhosamente, com profundos olhos azuis. "Minha nossa! Quem é ele? Nunca vi..." perguntou-se Kagome. Como se tivesse lido seu pensamento, sua mãe informou:

- Kagome, esse é o Príncipe Kouga...

Kagome ficou vermelha na hora. Ele não era horrível como ela esperava que fosse, e tinha cara de ser muito simpático. Ela deu um sorrisinho muito discreto.

- Kagome Higurashi, você é muitíssimo mais bela pessoalmente do que por foto, isso é verdade - disse ele, ajoelhando-se e pegando a mão direita da garota. - Case-se comigo, por favor, bela Kagome! - pediu ele, beijando a mão dela.

Kagome ficou escarlate, e sentiu seu rosto começar a pegar fogo. "Ele é... tão.. cavalheiro" pensou ela. Mas seus pensamentos voaram parte em Inuyasha, parte em Kouga. "O que eu faço?"

- Eu...

- Também estou prometido à você desde que nasci, Kagome, mas saiba que não vou me casar à força. Eu estou realmente... apaixonado por você... - disse Kouga, começando a ficar vermelho também. - Nós temos que nos casar, mas espero que isso não seja ruim para você, Kagome-sama...

- Não, não é...

- Então, vamos nos casar! - Kouga abriu um belo sorriso e levantou-se do chão. Segurou as mãos de Kagome docemente, dizendo - Eu prometo que vamos ser muito felizes juntos.

Kagome não sabia o que fazer. Ela continuava amando Inuyasha com todas as fibras de seu ser, mas nada podia fazer para impedir que se casasse com Kouga. Apesar de não amá-lo, aprenderia a viver com ele, e acostumaria-se à dor de não ter Inuyasha por perto. Ela seria obrigada a casar-se com Kouga, nada adiantaria; já tentara fugir, já tentara convencer sua mãe. Nada deu certo, e parece que Inuyasha não viria para impedir que isso acontecesse. "Acho que ele não me amava. E eu, tola, vou me casar com quem eu jamais amei, e jamais sentirei algo parecido com o que sinto por esse ingrato do Inuyasha. Apesar de amá-lo, cumprirei o meu dever, e tentarei esquecê-lo..."

As lágrimas vieram à tona, e seu rosto contorceu-se em tristeza. Kouga percebeu, e acalmou-a:

- Vamos, Kagome, aquele meio-youkai ingrato não te incomodará mais. Você está segura agora!

- Não é isso... - balbuciou ela. Mas era óbvio. "Eu amo muito Inuyasha, mas terei que fazer isso..."

- Está certo, Kouga - acalmou-se Kagome, enxugando as lágrimas, com determinação na voz. - Eu me casarei com você...

Naquela noite, Kagome não conseguia dormir. Ficou virando para um lado e para o outro, inquieta; quase não conseguira pregar os olhos, e quando conseguia, era perseguida por sonhos com Inuyasha fugindo, deixando-a acorrentada em um castelo negro, presa numa torre...

O pensamento de que nunca mais ficaria com ele vinha assombrá-la, deixando-a atordoada. E junto dele, vinha a lembrança de que ele não aparecera naquela noite para salvá-la, quando fora encontrada pelos homens do Kouga. Afinal, se ele a amava tanto, o que o impedira de prosseguir? Será que ele se arrependeu? Será que ele se perdeu, ou fora atacado? Pensamentos torturantes como esses preenchiam todos os espaços da cabeça de Kagome, e ela não conseguia parar de se sentir péssima. "Vou ter que me casar e passar o resto de meus dias com um homem que eu não amo... Inuyasha onde estará você?"

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Kouga e seus companheiros passaram uma semana hospedados na casa de Kagome, para depois levarem ela e sua família para seu 'castelo' (se é que se pode chamar de castelo onde ele morava, mas vamos imaginar TT) para a cerimônia. Aquela semana fora a mais difícil da vida de Kagome, ela não conseguia olhar para a parede que já pensava em Inuyasha. Ela nem falava com Sango, que se distanciara bastante também. Algumas semanas atrás Kagome vivia num paraíso, encontrando seu amado todos os dias e se divertindo, e agora estava vivendo um inferno... Como aquilo acontecera em tão pouco tempo? Tudo isso por causa de uma tal promessa que seu pai havia feito há dezesseis anos... Kagome ficava com uma raiva imensa em pensar naquilo, e sempre tinha ataques de choro. Ela ficava isolada quase o dia inteiro, só saía às vezes com Kouga, mas se sentia super desconfortável. Quase não falava com sua mãe, ou com Souta. Seu avô, então, quase não a via. Kagome estava passando por tempos difíceis...

Até que o dia da cerimônia chegou. Ela foi levada para o castelo de Kouga, toda infeliz por dentro; porém, dava sorrisos falsos para todos, pensando: "A quem eu acho que estou enganando? Todos sabem que esse casamento é forçado...". Sua família iria mais tarde para o castelo, a pedido de sua mãe.

Sra. Higurashi ficou parada em frente à sua casa, observando com pesar sua filha sendo levada por um Kouga muito alegre. Ela virou-se e já ia entrar em casa novamente, à procura de uma roupa bem bonita para usar na cerimônia de sua filha, quando ouviu alguns passos. Ela virou-se e deu de cara com um rapaz de cabelos prateados e orelhinhas de cachorro... "Esse deve ser o tal Inuyasha!" pensou ela, curiosa.

- Ei, você - chamou ele, se aproximando. - Kagome está aí?

- Ahh... Você é o tal Inuyasha, não é, o meio youkai que namorava minha filha? - indagou ela.

- Sou sim, e cadê ela? Aquele maldito do Kouga já... - começou ele, mas foi interrompido.

- O Kouga não é maldito, e Kagome está sendo levada para o castelo dele, eles vão se casar, você não sabia? - censurou ela, encarando-o.

- Eu... ela... ela vai mesmo se casar com ele? - balbuciou ele, confuso.

- Sim, ela vai, ela é prometida e você nada pode fazer para impedir, Inuashi.

- É Inuyasha! - corrigiu ele, irritado. Então, continuou: - Ela quer ser casar com ele? Ela está apaixonada por ele?

- Não sei, Inuyasha, você devia ter falado com ela antes de abandoná-la daquele jeito.

- Abandoná-la? Eu? - exclamou Inuyasha, irado, sentindo seu rosto começar a ficar quente.

- Sim, você não veio nem se despedir dela direito, já se passou uma semana e você nem aí. Agora o único jeito de você vê-la é durante o casamento. - concluiu sra Higurashi, irritada.

- Durante... o casamento? - repetiu ele, com descrença.

- Sim, agora, com licença. - dizendo isso, Sra. Higurashi entrou em casa e bateu a porta. Ela estava muito perturbada para prestar atenção em Inuyasha lá fora, então não pôde ouvir quando uma moça alta de cabelos escuros chegou perto dele e disse-lhe:

- Já era, Inuyasha.

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Kagome olhou em volta, pouco à vontade. O seu quarto não era feio, era até confortável, com uma cama de dossel que parecia estar muito aconchegante; em cima dela repousava um vestido lilás lindíssimo, o mais bonito que Kagome já vira. "Provavelmente será o que eu terei que usar hoje na cerimônia..."

Havia um espelho bem luxuoso do outro lado da parede, que refletia sua imagem despenteada; ela fitou a si mesma com raiva; não sabia por quê, mas estava com um sentimento destruidor dentro de si. Ela desviou do espelho e entrou mais no quarto. Ao lado da cama de dossel, havia uma janela bem grande, de caixilhos, que iluminava o amplo ambiente. E, na frente da janela, havia uma penteadeira de mogno, bem bonita, como Kagome sempre quis ter quando pequena.

Ela passou a mão com interesse pela penteadeira. "Isso aqui era para ser um conto de fadas... mas está parecendo um conto de terror..."

Então, alguém bateu na porta do quarto.

- Kagome-sama, eu posso entrar? Sou eu, Kouga - disse uma voz do lado de fora.

- Entre... - sussurrou Kagome, rouca.

Kouga entrou, sempre sorridente. Ela, no entanto, estava desanimada demais para retribuir o sorriso.

- Ora, vamos, Kagome, anime-se. Se você ficar triste durante todo o casamento...

- Ouça, Kouga, me deixe repousar um pouco, estou é muito cansada, muito confusa - justificou ela, infeliz.

- Certo... fique aí, então. Mais tarde vou chamar Yoko para vir ajudá-la a se vestir para o casamento - disse Kouga, olhando-a com adoração. - Descanse bem, linda Kagome! - despediu-se ele, encostando a porta, com suavidade.

Ela sentou-se na cama, pensativa. Tinha muita dó de Kouga, ele parecia gostar realmente dela... Mas ela estava perdidamente, cegamente e debilmente apaixonada por Inuyasha, e ele não viera falar com ela desde o dia de sua captura... Kagome deitou-se, abraçando um travesseiro bem macio. As lágrimas, que antes faziam força para não virem, agora rolavam pelo seu rosto com vontade, enquanto ela repetia baixinho:

- Inuyasha... por quê...!

Até que ela cochilou; dessa vez, não tivera nenhum tipo de sonho ou pesadelo envolvendo sua atual situação emocional.

- Srta. Kagome... srta. Kagome! - alguém chamou-lhe baixinho.

Kagome abriu os olhos, lentamente. O quarto estava banhado pela luz dourada do sol do fim da tarde, e entrava uma brisa fresca pela janela de caixilhos. Kagome sentou-se na cama e espreguiçou-se; olhou para o lado e deu de cara com uma moça delicada, ao lado de sua cama. "Deve ser a tal Yoko, que ia me ajudar a me arrumar..."

- Está na hora de você se aprontar - continuou Yoko.

- Certo. - disse Kagome, ainda sonolenta. Então, levantou-se da cama e espreguiçou-se. - Eu dormi muito?

- Não, senhora. - respondeu Yoko, resignada. - Dormiu no máximo uma hora!

- Pode me chamar de "Kagome", e de "você", está bem? - informou Kagome, displicente.

- Sim, senh... Kagome - respondeu Yoko, com um sorriso. - Bom, então, quer ajuda para se trocar?

- Er... acho que não. Vou colocá-lo sozinha, e se eu precisar de você, eu te chamo.

- Tem certeza? - perguntou Yoko, sorrindo discretamente. - É meio complicado de...

- Não se preocupe, Yoko, eu me viro! - argumentou Kagome, pegando o vestido e indo para trás do biombo pintado à mão. Ela começou a tirar a roupa, e segurou o vestido à sua frente. Colocou-o direitinho. - Pronto, Yoko, eu consegui, e... - Mas se enroscou em uns fios que estavam soltos ao acaso; quando se desembaraçou, viu um corpete cair aos seus pés, junto de mais fios de seda. - Ah... Yoko... você pode me ajudar? - chamou ela, confusa.

- Eu não disse que você precisaria de ajuda? - sorriu Yoko, indo para trás do biombo. - Estes vestidos são bonitos, mas muitíssimos complicados de se vestir, disso você pode ter certeza.

- Percebo... - riu Kagome. Yoko ajudou-a a arrumar todos os tecidos e camadas do vestido, a amarrar o corpete, coisa e tal, coisa que Kagome nunca conseguiria fazer sozinha. - Se bem que... eu daria de tudo para não estar aqui...

- Por quê? - indagou Yoko, olhando-a com incredulidade. - O príncipe... - então, baixou a voz - é maldoso com você?

- Não! Nem é pelo Kouga. - explicou Kagome. - O caso é que esse casamento é arranjado; eu estou apaixonada por outro rapaz, que...

Então, Kagome narrou seus infortúnios para Yoko, como se sentia e as saudades de Inuyasha.

- Puxa, Kagome! Eu não imaginava... isso é muito ruim - lamentou Yoko, olhando-a com compaixão. - Mas acho que você despedir-se dele hoje. O príncipe Kouga resolveu fazer um casamento diferente, sabe, com convidados, altar, essas coisas, ele não quis algo bem tradicional, como os casamentos japoneses em geral. Que eu saiba, estão quase todos convidados para a cerimônia de seu casamento, e ele poderá estar lá para vê-la uma última vez!

- Quem sabe, Yoko... quem sabe... - suspirou Kagome, olhando para a janela. A noite caía com delicadeza; o pôr-do-sol a lembrava infinitamente Inuyasha; a cor do sol, àquela hora, estava no tom exatamente de seus olhos. "Inuyasha..."

Inuyasha olhou para o pôr-do-sol, pensando em Kagome. "Estou chegando, Kagome... para me despedir de você..."

- Inuyasha, você realmente quer ir para lá? - ralhou Kikyou, arfando.

- Pára de me perguntar isso, Kikyou, já lhe disse! - impacientou-se Inuyasha. - Vou até o lugar em que será o casamento dela e me despedirei com decência.

- Mas não chegaremos a tempo. - insistiu a sacerdotisa.

- Pára de reclamar, mulher - exclamou ele, com arrogância. - Não posso deixar a pessoa que eu mais amo se casar com o cara que eu mais odeio, assim, sem mais nem menos - esclareceu Inuyasha. Quando ele disse isso, Kikyou soltou um muxoxo de impaciência e lançou um olhar mortífero às costas do hanyou.

Inuyasha caminhou determinado, e avistou no horizonte um castelo.

- É ali! Vamos, Kikyou, vamos chegar a tempo! - exclamou ele. - É só um pouquinho mais...

Kikyou não respondeu. Mas Inuyasha nem ligou, e saiu correndo em direção ao castelo.

- Espera aí! - gritou ela.

- Deixa de ser mole! - respondeu ele, lá adiante.

"Esse Inuyasha..." bufou Kikyou, mas acelerou o passo. "Só faço isso porque não há mais volta, aquela menina vai se casar hoje mesmo com o Kouga, e o Inuyasha poderá ser meu novamente! Nunca fiquei tão arrependida na vida quanto no dia que dei o pé na bunda nele... Mas agora eu sei que amo ele com todas as minhas forças e que ele já está no papo!"

Inuyasha chegou aos arredores do castelo. Os enormes jardins estavam todos enfeitados e iluminados e cheios de pessoas alegres. O hanyou chegou com cautela até um dos convidados e indagou:

- É agora o casamento do príncipe Kouga com a Kagome Higurashi?

- Sim, rapaz - respondeu o sorridente senhor. - Você não acha que eles foram feitos um para o outro?

- Não. - dizendo isso, Inuyasha virou as costas para o homem e chegou o mais perto possível do lugar em que seria o altar, com Kikyou em seus calcanhares.

Inuyasha olhou em volta; todos pareciam muito felizes, e ninguém parecia saber que aquele casamento era arranjado. Isso causou uma imensa raiva em Inuyasha, que se segurou para não espancar cada um daqueles convidados, ou estourar cada dente daqueles sorrisos radiantes. Kikyou percebeu que ele irritara-se, mas não descobriu o motivo. Para acalmá-lo, colocou a mão em seu ombro e sussurrou delicadamente:

- Vamos, Inuyasha, acalme-se.

Ele olhou para Kikyou com uma cara de interrogação, mas nada disse. Até que uma agitação entre as pessoas a sua volta indicou que a cerimônia começaria... Ele se remexeu em seu lugar, todo nervoso. O que faria? Impediria o casamento? Não, não adiantaria. Só acenaria para ela e... iria embora? Isso não seria sensato. Então, ele ficou lá, cheio de dúvidas, com Kikyou ao seu lado, enchendo o saco; até que apareceu Kouga, e passou lentamente por entre os convidados, no lugar em que seria o altar. Quando passou por Inuyasha, deu um sorriso debochado, como um vencedor que debocha do perdedor...

Inuyasha cerrou os punhos e murmurou:

- Maldito...

Mas nada fez, pois isso seria inconveniente.

- Está tudo certo, Yoko? - indagou Kagome, nervosíssima.

- Está perfeita, Kagome. Não há noiva mais linda que você - acalmou-a Yoko, dando um sorriso leve.

Kagome olhou-se no espelho. É verdade, estava muito bonita; seu cabelo estava preso por um coque, cheio de flores, e envolto por um tecido lilás de seda, que ia até o chão. Ela usava uma coroa dada por Kouga, cheia de pedras preciosas, que Kagome aceitara cheia de remorsos. Yoko a maquiara de um jeito bem leve e bonito, que realçara seus lindos traços... sem dúvida, ela parecia uma princesa, mas nada daquilo a animava nem um pouco. Ela estava casando com alguém que ela considerava desconhecido, não com seu verdadeiro amor...

- Está na hora. - sussurrou Yoko, radiante. - Está pronta?

- Eu... - Kagome sentiu que seu estômago revirava-se e dava incômodas cambalhotas de nervosismo. - ... Acho que estou sim, Yoko. Vamos seguir o curso que a vida nos determinou...

Kagome inspirou profundamente e prendeu a respiração; deu uma última arrumada no vestido e sentiu que estava pronta, para o que der e vier.

Kagome saiu lentamente para o ar frio da noite; seu vestido lilás de seda lhe dava a sensação de ser leve como uma pluma... Todos a olhavam com admiração, deixando-a envergonhada. Ela corou fortemente, ao constatar que Kouga a olhava com um brilho nos olhos e um sorriso radiante. Sua família estava ali, vendo-a casar, sua mãe com lágrimas nos olhos, e Souta com adoração... seu avô parecia estar muito orgulhoso. Ela caminhou com mais determinação por entre as pessoas. Resolveu não demonstrar que aquilo era uma tortura, e deu alguns sorrisinhos falsos para os convidados.

Ela passou os olhos por todos, e constatou que haviam muitas pessoas ali, e... ela estacou. Um hanyou de cabelos prateados e olhos âmbares como o pôr-do-sol a observava com tristeza, ao lado de uma mulher de cabelos longos, que o segurava pelo ombro.

"Inuyasha... você veio me ver...!"

Um flashback passou em sua cabeça, como num sonho muito distante...

curto flashback

" - Você veio me ver?

- Eu não lhe prometi que a gente ia dar uns passeios? Então. Isso mesmo, eu vim te ver..."

" - Você gosta mesmo de mim?

- Mesmo.

- Como posso ter certeza?

- Assim...

Um beijo eterno que durou o suficiente para se tornar inesquecível..."

/curto flashback

Então, uma lágrima solitária rolou pela sua face. As pessoas em sua volta acharam que ela chorava de felicidade, não de sofrimento. Ela encarou Inuyasha com pesar, e continou seu caminho lento. Então, ela notou que uma lágrima também rolava pelo rosto de seu amado, e que seus lábios diziam, silenciosamente: "Eu te amo..." Ele acenou para ela com a mão, deixando à mostra a pulseirinha da amizade que Kagome lhe dera. Ela resistiu à tentação de correr até ele e lhe dar um beijo, pois agora estava se casando...

"É tão difícil de compreender..." Estou agora me casando. Casando. Me casando..."

Essa palavra martelava insistentemente dentro de sua cabeça, enquanto todos sorriam para ela, e Kouga a pegava pela mão.

"Sim, estou me casando..."

- Sim, Kouga eu caso com você... - murmurou ela, confusa. Sua cabeça girava, parecia que ela ia desmaiar... Ela não ouvia mais nada, só sua própria voz em sua cabeça lhe dizendo:

"Estou me casando... por que é tão difícil de acreditar?"

Ela encarou Kouga nos olhos. Ele estava tão alegre que parecia que o Natal chegara três meses antes. "Tem algo errado. Era para o Inuyasha estar no seu lugar, Kouga, era pra você estar na platéia olhando eu me casar com meu amor..."

Ela arriscou e deu uma olhadela por cima do ombro. Inuyasha estava agora realmente chorando; não soluçando, mas decididamente lacrimoso. A mulher ao seu lado olhava para ele com um brilho nos olhos, que Kagome sabia muito bem que pertencia a alguém apaixonado. Inuyasha olhou para Kagome quase morrendo de tristeza...

"Espero um dia poder te encontrar novamente..."

Oie !

Esse capítulo tá uma porcaria, mas... xP Afinal, ninguém lê essa fic mesmoxPPP huahuahua

Bom, em todo caso, espero que estejam gostado viu! O próximo capítulo chegará em breve, já está ficando pronto xD

Beijos! E deixem REVIEWS! xDDDD