Sempre existe um caminho

Capitulo 3 – Conflitos internos p.1

Quando se perde tudo que se ama, e nada mais faz sentido. Quando não se tem mais ninguém ao seu lado, e a solidão assombra seu coração. Restam apenas duas soluções: lutar para sair das trevas ou se entregar a elas, desistir... A segunda é muito mais tentadora e fácil...

Tenho andado distraído,

Impaciente e indeciso

E ainda estou confuso.

Só que agora é diferente:

Estou tão tranqüilo

E tão contente.

Esmurrava desesperadamente a porta. Aquela sena já estava se tornando cotidiana.

– sua maldita! Sei que está ai dentro! Abra logo! – certo aquilo não era muito gentil, mas estava ali há bastante tempo. Podia ouvir o ruído baixo dos soluços da jovem. Aquilo o fez lembrar-se das outras vezes que passou pela mesma situação...

Flash Back

Era uma manhã ensolarada, dia perfeito para um passeio. Ótimo! Teria a oportunidade perfeita para fazê-la se divertir. Ultimamente mal tinha tempo para descansar, muito menos para sair. Parou seu carro em frente a um alto edifício no centro da cidade. Subiu depressa até o décimo andar, mas encontrou a porta do apartamento trancada. Tocou a campainha, bateu... nada... ele sabia bem que ela estava em casa. Então por que não abria logo a maldita porta? A não ser que não quisesse vê-lo. Naquele momento entendeu o que seu irmão quis dizer.

"– ela é sua responsabilidade agora...

como assim?

você a mantém nesse mundo agora... Lembre-se na primeira oportunidade ela vai tentar de novo!"

Agora aquele silencio fez sentido. Sentiu como se seu coração parasse. Que dor estranha era aquela? Seria medo de perdê-la? Mas fazia tão pouco tempo que se conheceram e foi numa situação tão incomum. Seu corpo mais uma vez se mexeu por conta própria. Não tinha tempo para ficar pensando no que sentia. Arrombou a porta e entrou correndo. Tudo escuro. Janelas trancadas e cortinas grosas. Aquele apartamento era mais sinistro que sua casa. Não pode evitar sorrir com aquilo. Um barulho chamou sua atenção. Era um metal caindo não chão. Correu até a cozinha, mas congelou ao ver Kagome caída em uma poça de sangue.

– maldita! – gritou antes de pega-la no colo e deita-la no sofá. Amarrou um pedaço de tecido nos pulsos da moça para estancar o sangramento e ligou para o hospital.

Quantas chances

desperdicei

Quando o que eu mais queria

Era provar pra todo o mundo

Que eu não precisava

Provar nada p'ra ninguém.

Me fiz em mil pedaços

P'ra você juntar

Depois de algum tempo dopada Kagome acordou. Vê-la abrindo os olhos fez com que mais uma vez seu corpo se movesse sem comando. Levantou depressa da cadeira e segurou as mãos da púbere.

– Kagome! Que bom que você acordou!

– você de novo, Inu Yasha... – ela estava muito fraca. Provavelmente estava há bastante tempo sem comer de novo.

– não vou deixar você se matar... Acho que já havia lhe dito isto... – ele sentou ao seu lado e segurou mais firme sua mão. – não faça mais isso... – roçou seus lábios na mão dela. – fiquei tão preocupado...

– Inu Yasha...

– eu preciso de você... Não me deixe... – entrelaçou seus dedos ao dela e ficou a fitando chorar desconsoladamente. Com a outra mão ergueu seu rosto. Fazia bastante tempo que ouvia uma voz em seu interior que repetia freneticamente – Pare! – mas quem disse que conseguia obedece-la? Precisava tê-la. Precisava ter aquela garota, que qualquer um queria distancia. Queria fazê-la esquecer todos os problemas. Aproximou seu rosto do dela sem pensar nas conseqüências. Quando Inu Yasha sentiu o doce sabor daqueles lábios frios teve ainda mais certeza do que sentia por ela. Aquele instante pareceu eterno. Tudo em volta deles sumiu. Quando se separaram Inu Yasha pode ver pela primeira vez um sorriso brotar na face, agora corada, de Kagome. Queria mais dela. Queria muito mais. Puxou-a pela nuca em direção aos seus lábios mais uma vez.

Fim do Flash Back

E queria sempre achar

Explicação p'ro que eu sentia.

Como um anjo caído

Fiz questão de esquecer

Que mentir p'ra si mesmo

É sempre a pior mentira.

Mas não sou mais

Tão criança a ponto de saber tudo.

Aquela lembrança tão boa acalmou seu coração um pouco. Mas logo a preocupação voltou como um trem. Viu as portas do elevador se abrirem e dele sair um rapaz alto. Este parou perto de Inu Yasha.

– precisando de ajuda com a porta de novo? – perguntou o rapaz solidário.

– não... tudo bem...

– qualquer coisa é só chamar! – o rapaz entrou no apartamento ao lado.

Realmente sua vida havia se tornado bizarra. Até os vizinhos de Kagome o conheciam. Eles sabiam muito bem que a menina tinha problemas. Alguns, como aquele rapaz que Inu Yasha não sabia nem o nome, queriam ajudar. Outros, a maioria, queriam distancia da moça.

Já não me preocupo

Se eu não sei porquê

Às vezes o que eu vejo

Quase ninguém vê

E eu sei que você sabe

Quase sem querer

Que eu vejo o mesmo que você.

Deu alguns passos para trás e chutou a porta. Sua única vontade era ainda encontra-la viva. Viu o corpo frágil pendendo pra frente e escorregando para o precipício. Correu o mais rápido que pode e a segurou pela cintura. Algo horrível invadiu seu corpo. Eram ódio e amor juntos. Era querer salva-la e mata-la. Até ele próprio estava desistindo. A abraçou com força. Pode ouvir a jovem gemer de dor, mas pouco lhe importava. Nenhuma dor física se compararia a que ele sentia em seu peito.

Tão correto e tão bonito

O infinito é realmente

Um dos deuses mais lindos.

Sei que às vezes uso

Palavras repetidas

Mas quais são as palavras

Que nunca são ditas?

– me solte... – balbuciou Kagome, mais parecendo um sussurro.

– não queria tanto morrer? – magoa era clara na voz dele. – então vai morrer em meus braços! – foi inevitável, as lagrimas escorreram por seu rosto e caíram no ombro dela. Tudo era tão confuso... apertou ainda mais os braços ao redor da frágil cintura da púbere.

– inu... Yasha... Solte-me... – usou suas ultimas forças para implorar por sua vida. Mas seu pedido não passou de sopro. O qual se perdeu na escuridão do quarto.

Afrouxou seus braços e transformou aquele ato assassino em um abraço cheio de ternura. Apoiou o rosto em seu ombro e deixou que suas lagrimas molhassem a alça do vestido dela. Kagome colocou suas mãos sobre as dele. Agora as coisas começavam a fazer mais sentido...

Me disseram que você

estava chorando

E foi então que percebi

Como lhe quero tanto.

Já não me preocupo

Se eu não sei porquê

Às vezes o que eu vejo

Quase ninguém vê

E eu sei que você sabe

Quase sem querer

Que eu quero o mesmo que você

(Legião Urbana - Quase Sem Querer)

Domo minna-san! Depois de um mês sumida vocês devem estar querendo me matar hehe... andei muito ocupada gomen! Mas agora já ta tudo certo. Logo logo sai mais um capítulo. Ah eu sei que esse capitulo ta confuso o.O mas no próximo vocês vão entender tudinho! Vou postar o mais breve possível, ok! Ah pra quem num reparou passou já um tempo desde que eles se conheceram e tal... Mas repetindo tudo TUDO mesmo vai ficar explicado no próximo... Alias... Por que eu não postei o 4 no lugar do 3? E vice-versa? Coisas que só Bubu entende... Vou indo então... Kissus! (reviews respondidas por e-mail)

Sanetoki-san