Gente, desculpem a demora para atualizar Honra, é que eu estou iniciando três novos projetos de fics e metida em uma super pesquisa para uma outra e por isso demorei tanto... Mas agora que me organizei, eu prometo "tentar" não demorar tanto com as outras, tá?
Vamos ao capítulo final, então!
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Capítulo XIII
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Empurrados pelos homens do Cardeal, o rei e sua esposa entraram pela ala sul do palácio, em direção às escadas que levariam ao subsolo. Correndo pelos corredores, abatendo todos os homens que se colocavam em seu caminho, Aioros e Miro iam mais à frente, Kamus e Desirée os seguiam de perto.
-Richilieu! – gritou Aioros, o primeiro a se aproximar do grupo, apontando o florete na direção do Cardeal.
Este, por sua vez, limitou-se a sorrir. Levando sua mão à cintura, Richilieu puxou uma arma e atirou contra o mosqueteiro. Aioros foi ao chão, Miro desesperou-se e foi até o amigo.
-Eu não imaginava precisar usar isto... Vamos depressa, não temos tempo a perder! – gritou o Cardeal, puxando Anna para a escadaria.
-Aioros... Meu Deus, ele está...
Miro apoiou a cabeça do amigo em suas pernas, um buraco marcado na altura do peito. Mas, ao contrário do que o rapaz pensava...
-Miro...
-Ah, você não morreu!
Com dificuldade, Aioros indicou que Miro olhasse sua camisa, o que o rapaz fez prontamente. Ao abrir os botões, não conteve a exclamação de alívio: o crucifixo de Aioros estava torto, com a bala encravada. E em seu peito, apenas marcas de arranhões.
-Cara, eu tô começando a acreditar que Deus realmente existe e te ouve!
Kamus e Desirée se aproximaram, ajudando o mosqueteiro a ficar de pé. Porém, mesmo o tiro não sendo fatal, Aioros sentiu dores no peito.
-Vão à frente, não podemos mais perder tempo... Eu os alcançarei junto de Shura.
-Certo!
Voltando a correr, os três saíram em disparada, deixando Aioros para trás.
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-Tem idéia de para onde o Cardeal pode ter ido? – quis saber Julliete, entrando pelo palácio acompanhada de Shura. O rapaz parou um instante, como se pensasse. E acabou se lembrando de algo.
-O desgraçado só pode ter ido ao subsolo, onde existe uma passagem secreta para o rio Sena!
-Então ele pretende fugir pelo rio?
-Exato...
Sem perder tempo, Julliete quis voltar à corrida. Mas Shura a segurou pelo braço.
-Pelo corredor não... Venha comigo, eu tenho uma idéia melhor.
Puxando a garota, o mosqueteiro voltou ao jardim e fez o contorno pelo lado esquerdo do palácio, sempre atento a um possível ataque.
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Puxando a rainha pelo braço, o Cardeal desceu a escadaria do subsolo, empurrando Anna para a margem do rio, o rei Luís XIV sendo levado por um dois guardas de Richilieu.
-Pode ir parando por aí, você não vai conseguir escapar! – gritou Miro, descendo os últimos degraus, despachando par o além quem se aproximasse dele.
Richilieu deu risadas e apontou novamente sua arma, mas, desta vez, a rainha foi quem tomou uma atitude: próxima ao Cardeal ela pôs toda sua força em seu punho e golpeou o braço de Richilieu, a arma foi cair dentro do rio.
Alterado, ele a pegou pelos braços e a jogou dentro do bote que havia ali, o guarda que levava Luís fez o mesmo.
Miro correu para a margem, abatendo o guarda. Queria ela pular no rio, alcançar o bote que na se afastava, mas foi puxado por Kamus no último segundo antes do salto.
-Ficou maluco, Miro?
-Maluco ficou você, Kamus! Eu ia atrás do Cardeal, salvar o rei e sua esposa!
-E faria isso como se não sabe nadar?
-Idiotas! – o Cardeal gritou, de pé no bote e longe do alcance dos dois – De que adianta espernearem feito duas crianças se não há mais nada fazer? A esta altura, o mensageiro que enviei à Inglaterra já chegou ao seu destino e o Conde de Bunkinghan é meu aliado na tomada do trono!
-Está falando de mim, Richilieu? – gritou Desirée, tirando o chapéu que cobria seu rosto e juntando-se a Kamus e Miro na margem do rio.
-Traidora! Mas isso não importa, eu tenho em minhas mãos os soberanos da França, nada irá me impedir de conseguir o que quero!
Miro fez menção de pular no rio novamente, Kamus o deteve. O bote se aproximava da saída do palácio, logo ganharia a foz do rio e seria impossível alcançá-lo por fora. Porém...
O portão de ferro que separava o subsolo do leito do rio fechou-se com violência, o bote bateu com tudo nele e balançou. Conseguindo se equilibrar, o Cardeal tentava entender o que tinha acontecido.
-Pensou mesmo que conseguiria passar por aqui, Richilieu? – questionou alguém, o rosto coberto pelo chapéu e um lenço, uma voz melodiosa que soou raivosa e determinada. Estava parado junto à margem onde ficavam as correntes que controlavam o portão.
-Quem é você?
-Se eu fosse você, não gostaria de saber...
Tirando o chapéu e o lenço, Julliete revelou suas feições ao Cardeal e saltou para o bote, ao mesmo tempo que o rei e sua esposa recuperaram a razão e se atiraram no rio. Kamus e Desirée saltaram para ajudá-los, Miro ficou praguejando contra os amigos e... Shura! Onde ele estava que somente Julliete apareceu?
-Pela honra de Raul de Montparnasse, eu vou mandá-lo para o inferno, Cardeal!
Richilieu ainda tentou acertar um soco ou algo assim na garota, mas a agilidade dela, mesmo em um "terreno" instável, era surpreendente e Julliete se desviou, golpeando o braço do Cardeal. Urrando de dor, ele levou a mão ao braço ferido, encarando a garota. Ela, por sua vez, tinha o olhar cheio de ódio.
-Adeus, traidor...
Com um golpe certeiro, Julliete rasgou o peito do Cardeal, que caiu dentro do rio. Vendo o corpo boiar e tingir a água de sangue, Julliete finalmente baixou a guarda e toda força que vinha demonstrando nos últimos dias. Sentando-se no bote, ela levou as mãos à cabeça e chorou.
-Julliete!
Shura surgiu do mesmo local onde a garota estivera, saltou para o rio e alcançou o bote. Todo molhado, ele abraçou a jovem.
-Eu... Nós... Nós conseguimos...
Com a ajuda de um remo, Shura levou o bote até a margem, Miro puxou-o para que os dois pudessem descer. O rei e Anna estavam sentados nos primeiros degraus da escada, Kamus e Desirée abraçados também. E Aioros vinha descendo a escada, sorrindo ao ver que todos estavam bem.
-Shura! – gritou Miro, quebrando todo o momento de silêncio e reflexão – Onde você estava que não apareceu para acabar com o Cardeal?
-Bom... – o mosqueteiro pareceu meio constrangido por um momento. Julliete riu, entre lágrimas.
-Ele estava de, digamos, castigo.
-Castigo? – perguntaram seis vozes de uma vez, Shura ficou ainda mais vermelho.
-Ora, vocês já tentaram argumentar com essa garota? Não teve jeito, ela teimou que queria vingança, aí já viram né...
As seis vozes se transformaram em uma explosão de risos debochados, Aioros teve que se sentar de tanto que ria.
-Por essa eu não esperava... Shura, você foi domado!
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No dia seguinte, em uma bela cerimônia, os mosqueteiros foram restituídos como a guarda oficial de Vossa Majestade. Julliete foi condecorada com honras e Raul foi declarado oficialmente inocente, tendo seu corpo transferido para o mausoléu onde repousavam os homens de grande destaque do reino.
Como era de se esperar, Kamus foi agraciado com uma promoção, tornando-se o chefe de todos os mosqueteiros ("Agora agüenta o iceberg de ego inflado!", Miro comentou, recebendo um olhar mortal como resposta), os demais receberam sua medalhas de honra. Desirée obteve o perdão por seu crime e assim ela e Kamus poderiam finalmente se casar como tanto desejavam.
Após a cerimônia, os amigos resolveram ir para a taverna da cidade, comemorar a vitória. Os cavalos e Milady estavam amarrados em um madeiro próximo à saída do palácio. Miro, que ia à frente do grupo, parou de caminhar ao observar Phortos tranqüilo, espantando moscas com a cauda, um cocho de água limpa à sua direita.
-E então, Shura? O que eu faço com a sua cama lá na sede? – perguntou Aioros do nada, estancando o passo junto de Aramis.
-Como assim?
-Não seja idiota, Shura! Não vai mais precisar dela agora que tem uma casa enorme nos arredores. Ou pensa que a Julliete vai deixar você ficar lá na sede?
Shura sorriu, beijando Julliete apaixonadamente. Sabia que Aioros estava certo, muito em breve aquela menina cheia de energia e determinação seria a mãe de seus cinco filhos.
-Cinco? Um pouco demais, não acha?
-Mesmo?
-E o que o Miro vai fazer com a sua cama, Kamus? – perguntou Desirée, sorrindo ao ver a discussão de Shura e Julliete acerca do número de filhos que teriam.
-Não sei... O que acha, Mi... Miro? O que está fazendo aí?
A pergunta de Kamus chamou a atenção de todos, que viram Miro ir até o cocho, encher a boca de água e parar frente a frente com Phortos. O cavalo fez cara de quem não estava entendendo nada. Aí...
-Tipo, eu não tenho nada contra você, amigão... – o mosqueteiro disse para o cavalo, Phortos com o focinho todo molhado – Mas eu tinha uma dívida a acertar, entende?
D'artagnan relinchou debochado, puxando o coro. Logo, todos estavam rindo da situação, Miro com cara de "o grande vencedor" do dia.
Aquela alegria toda era o reflexo da certeza de que, depois de uma turbulência tão grande, os ideais de honra e justiça aprendidos desde a infância e perpetuados por anos e anos estavam de volta ao seu posto, levados em frente por toda uma geração de nobres mosqueteiros... E talvez pelos cinco filhos de Shura e Julliete também!
-Ei! Eu já disse que cinco é demais!
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Ah, chegou ao fim! Que coisa, não? Bom, eu quero agradecer a todos que acompanharam esta fic, os reviews carinhosos e sempre incentivadores e um agradecimento especial (mais um!) à Juli Chan. A Desirée está inteira, sem nenhum arranhão ou mácula e agora eu a devolvo para você, muito obrigada pelo empréstimo!
Esta fic acabou, mas não deixem de acompanhar a do Alberich, um projeto muito especial que tenho, a do Aioros (Anybody seen my baby?) que está com o primeiro capítulo no ar e, em breve, uma do Shaka em Universo Alternativo, chamada "Minha Bela Dama", uma história que, apesar do título romântico, é mais puxada para a comédia, muito bacana...
Beijos!
Para quem se aventurar a ler a fic do Aioros, eu recomendo que leiam antes e também a fic "Eternal", protagonizada pelo maravilhoso cavaleiro Saga de Gêmeos e minha primeira personagem original, a Petra. Essa fic é a primeira de toda uma série, a do Aioros é a segunda e tem também a série paralelaestrelada por Homero e Helena, os filhotes do casal. Imperdível (Margarida, como você é metida!)!
"Paraíso", "Presente de Grego" e "Porque o Batman sabe dar porrada nos caras, ué!", nessa ordem.
