Sem falar de amor
Hina
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Boa leitura!
Zechs entrou novamente na danceteria. Àquela hora, quase pela manhã o local estava vazio, mas não foi surpresa ver estendido sobre uma das mesas o corpo daquele mesmo garoto. Havia uma pequena fila ao lado dele e havia um homem praticando sexo com o corpo esmorecido, os outros pareciam muito ansiosos para tomar aquele lugar ativo entre as pernas do desacordado.
-Que merda eles estão fazendo? – Zechs se sentou numa das cadeiras olhando para o dono do local. Um senhor com extrema expressão de vulgaridade.
-Sexo. – O senhor falou simples respondendo a pergunta.
-Deus e você ganhando dinheiro com o um cadáver... quem pode ser tão doente a ponto de pagar para transar comum morto? – Zechs olhou triste para a situação do menino que era usado.
-Não. Ainda está vivo. Está respirando bem fraquinho, se o senhor quiser é bem baratinho... – O velho estreitou os olhos. – Eu mesmo já provei. Fiquei esperando o senhor Treize e seus homens o largarem e vi que ainda estava vivo... hehehe... Comi bastante antes desses aí chegarem. Daí, estou cobrando por uma gozadinha dentro dele. – O velhote sorriu.
-Você me enoja. – Zechs comentou realmente com o estômago embrulhado.
-Ele é bem gostosinho. Apesar de estar bem larguinho por dentro ainda é bem excitante... – O velho ainda tentou.
Zechs estava realmente sentindo-se mal naquele ambiente. De relance ele via o que aquele velho chamava de bem excitante não passava de um menino semimorto coberto de feridas e sêmen.
-Não faça essa cara de nojo. Depois que o senhor Treize o largou ali ele já vomitou e se borrou todo... agora está bem limpinho... é gostoso... – Eram os mais nojentos comentários.
-CHEGA! – Zechs gritou finalmente. – SUMA! – O loiro se deixou tombar sobre a mesa. Estava trêmulo. Era extremamente revoltante como o velhote e aqueles homens não enxergavam aquele ser como uma coisa viva. Parecia apenas um objeto a serviço do prazer daqueles homens.
-Que isso chefe? Olha o escândalo. – Um homem de pele morena e sorriso largo se deixou cair relaxado ao lado do loiro.
-Schot? Não me diga que você... – Zechs viu que o rapaz havia acabado de derramar jatos com urros ferozes dentro do corpo do garoto que agora já era usado por outro da fila.
-Não fique assim... Ele é gostoso mesmo. É quentinho e fácil de entrar. – Schot sorriu.
-Se o senhor me permite. É o sangue dele que faz ficar quentinho... ahh... e os muitos fluídos sexuais misturados no canal anal que faz a passagem ficar macia... macia. – Uma voz fina e desenhada soou divertida.
Zechs olhou para a criatura que lhe falava. Não era humano. Era uma espécie de monstrinho esverdeado de imensos olhos vermelhos.
-Ouh... e quem é você? – O loiro estava esgotado de tantas formas estranhas.
-Me chamo Dragon... se o senhor quiser eu o limpo antes de usá-lo... eu to cobrando bem baratinho... – O ser sorriu infantil expondo uma imensa e fina língua. – Ela tem um grande alcance. Ele vai ficar bem limpinho.
-Ele é bom com essa língua, chefe... – Schot sorriu. – Oh Dragon... eu vou querer comer o moleque lá de novo... – O soldado sorriu para o verdinho.
-Nada disso. – Zechs o segurou pelo braço. – Você está bêbado e vai voltar agora para a nave. Vai tomar um banho e dormir... – O loiro o empurrou até a porta.
Parecia que um pouco de bebida fazia seus homens se portarem como crianças. Era hora de dar um basta naquela droga de noitada. Se a tal criatura era gostosa ou não já era hora de morrer em paz.
-Um Conto para comer aquele rabinho, senhor. – O velhote do bar sorriu se dirigindo a Zechs mais uma vez.
-Cem Contos para comer como eu quiser.. lá em cima. – Zechs retirou um saquinho de couro do cinto, parecia cheio de moedas.
-Vai gastar com esse vadio? Acho que todos os homens gozaram dentro dele... – O velhote arregalou os olhos.
-Parece que nosso Dragon aqui pode limpar até as entranhas desse garoto. – Zechs sorriu se referindo ao pequeno dragão que se dizia capaz de limpar o gozo que depositavam no pobre menino.
-Ele está quase morto... – O velho não acreditava que Zechs ia pagar tanto para ter um resto como aquele garoto.
-Qual é! Eu quero ter o prazer... – Zechs encerrou a conversar.
-Ohhh... certo. – O velho saiu manco na direção da fila. – Nobres... são todos loucos... – Ele resmungou para si mesmo. – Vamos, a festinha acabou! Sumam! – Gritou pára os homens.
-Eiii... eu paguei adiantado... eu quero esse rabinho... – Um dos homens protestou.
-SUMA! – O velho gritou mais alto.
Zechs não se demorou muito. Ele olhou para o jovem na mesa. Em algum momento deve ter sido realmente bonito, afinal sabia que Treize só escolhia os mais bonitos, porem nesse momento a criatura arreganhada na mesa só inspirava pena. Os mamilos agora eram uma massa ferida. Sem falar o corpo de pele clara que apenas tinham hematomas e furos de dentes. Havia sangue e sêmen por toda parte. Os cabelos longos e castanhos claros assanhados, o rosto ferido e inchado. Era realmente uma pena.
O loiro subiu com o mole corpo para um dos quartos sem esforço algum. O garoto era extremamente leve. Dragon o seguiu curiso.
Na cama o depositou de costas no colchão e lhe abriu bem as pernas. Seu coração quase parou com choque. Havia uma imensa chaga entre as pernas do rapaz. Seu ânus havia se resumido a um túnel avermelhado por onde escorria sêmen e sangue.
-Eu posso limpá-lo por dentro. Minha língua pode alcançar bem nas entranhas dele. – Dragon sorriu tímido. Sem esperar resposta do loiro o pequeno dragão abriu mais as coxas do menino entrando com sua língua naquele ânus.
Automaticamente o corpo ferido se contorceu todo, parecia sentir dor com aquela língua mexendo dentro de si, mas Dragon apertou as coxas do desacordado enfiando suas unhas naquela pele e evitando que se fechassem e continuou a limpeza.
Quando finalmente terminou o dragão sorriu passando a língua nos mamilos e sorvendo o sangue que escorria dali também. Retirando do jovem moribundo dolorosos e abafados gemidos.
-Ele está limpinho por dentro agora... Venha senhor! – Dragon abriu as coxas do jovem mostrando o caminho ao loiro.
Zechs sorriu indo à direção indicada pelo dragão.
-Quantos anos têm? – Ele se dirigiu ao pequeno esverdeado.
-Três... – Os grandes olhos vermelhos piscaram.
-O que sabe sobre sexo? – Zechs se sentou na cama ao lado do corpo desacordado.
-Que os humanos gostam muito. – Ele respondeu olhando de Zechs para o garoto adormecido.
-E o que sabe sobre sentimentos? – O loiro acariciou as coxas roxas do rapaz, as fechando um pouco. Mostrado que não tinha vontade de tê-lo para si.
-Que os humanos não gostam muito de sentimentos. – Confuso o menino dragão não entendeu.
-Então... entenda que não se pode fazer sexo com ninguém sem que essa pessoa queira, tá? Que sexo é apenas uma gostosa demonstração de carinho. Ahhh... é um doce carinho que duas pessoas fazem uma a outra quando se amam. – O loiro sorriu vendo que o dragão não entendia muito.
-O senhor conhece sobre amor? – Ele se interessou.
-Talvez... – Zechs ficou bem sério. Há anos atrás acreditara que conhecia o amor.
-Me ensina a amar alguém? – O dragão sorriu divertido. Seus olhos brilharam.
-E quem você quer amar? – O loiro sorriu sendo pego de surpresa pelo pedido do dragão.
-Não... sei. Ele? – Dragon apontou para o corpo do menino na cama.
-Ele? É por isso que está o limpando a todo o momento que alguém o usa? – O loiro piscou.
-Para ganhar uns trocados também... mas porque eu vi quando ele vomitou e fez ahhh... estercos... parecia sofrer com muita dor, por isso comecei a limpá-lo hoje bem cedinho. – O dragão tinha uma certa inocência infantil. Ele parecia não entender ao certo o que havia se passado ao jovem rapaz na cama.
Zechs ficou olhando para o filhote de dragão. De fato a situação era extremamente nojenta e revoltante, porem o dragão não tinha a mesma maldade que os humanos.
-Está bem. Eu... você faria outra coisa por ele então? – O comandante sorriu. Vendo que o dragão faria ele continuou. – Conseguiria uns remédios para os ferimentos dele?
-Sim... mas ele já está assim... como os humanos dizem... – Dragon ficou pensativo. – Ahh... bem quente e suado... gemendo. – Ele completou olhando o estado do menino.
-Está com febre. – Zechs o ajudou. – Não tem problema apenas consiga uns remédios e eu prometo que vou tentar te ensinar alguma coisa sobre amor.
Dragon saiu correndo feliz. Zechs olhou o jovem na cama. Realmente estava em um lamentável estado. De fato o corpo estava aos pedaços e a febre lhe consumia o resto de vida. Mas ainda acreditando em um sopro de esperança o loiro encheu a banheira do quarto e quando a água estava agradável ele afundou o pequeno corpo.
Logo aquela água tomou uma coloração rósea por causa do sangue e o corpo tremeu ao contato macio com temperatura morna.
Zechs não soube quanto tempo ficou esquecido lavando cada ferida daquele corpo. Naquele momento enquanto se sentia cada vez mais humano cuidando da frágil criatura o loiro sorriu. O menino em seus braços não lhe inspirava nenhuma conotação sexual, apenas tinha vontade de cuidar dele, uma vontade que não tinha nada haver com amor ou mesmo com sexo, era apenas extinto humano de sobrevivência e proteção.
Quando o comandante Zechs finalmente retornou a sua nave todos já o esperavam. Ele sorriu pedindo que fossem o quanto antes para casa e acomodando melhor em seus braços fortes o corpo do menino estuprado na noite passada ele mostrou a Dragon o quarto na qual ficaria.
A chegada de Zechs com o menino foi tida com alguma surpresa pelos tripulantes da nave. Uma, porque, o menino era apenas o tal garoto que forausado na noite passada e outra porque ele estava praticamente morto, mas poucos questionaram as ordens do comandante.
Existiram alguns mornos e sarcásticos sorrisinhos quando viram o menino nos braços do loiro, porem o semblante fechado de Zechs impedira as gracinhas, afinal Zechs sabia que numa nave onde sexo não era permitido um garoto como aquele poderia trazer idéias maliciosas à cabeça de tantos homens e também das mulheres, ele pode ter certeza disso quando Noin olhou com certa expressão gulosa para o frágil pacote em seus braços.
-Ele vai ficar no meu quarto até estarmos em casa. – O loiro informou dando mostras que o rapaz não devia ser importunado.
A viagem para casa não era tão longa. Apenas um dia os afastavam do lar. Zechs deitou de forma delicada o garoto em sua própria cama, a mais confortável da nave e se sentou ao lado dele. Agora com os ferimentos controlados ele pode ver o semblante extremamente delicado que aquele menino sem nome tinha. Havia ainda muitos cortes e feridas, mas deixavam passar a beleza do rosto delicado. Os lábios finos e o contorno frágil. De fato era um andrógeno.
-Ele é andrógeno de nascença... parece que o pai era humano e a mãe andrógena. – Dragon passou a falar explicando as origens do rapaz na cama de Zechs. – Não sei o nome nem a idade, mas ouvi os homens de Treize falando que destruíram o vilarejo e o levaram... ahhh... o senhor sabe me explicar o que significar descabaçar alguém? – O pequeno ser de olhos vermelhos encarou Zechs lhe cobrando uma explicação lógica sobre aquela expressão tão humana.
-Ahhh... – O loiro se deixou largar na cama ao lado do menino desacordado. Seria bem difícil o convívio com o lagarto curioso. – Onde ouviu isso? – Zechs tentou ganhar tempo.
-Eles falavam o tempo todo... que tiraram o cabaço.. cabacinho... – Dragon repetiu ingênuo a expressão.
-Escute. – Por onde começar? – Quando se é humano ou andrógeno, você sabe as duas raças são muito próximas. Na verdade andrógenos são humanos, com alguma particularidade... – Zechs estava realmente tentando ganhar tempo.
-Sim... – Dragon apenas o olhava.
-Bem... antes de se ter à primeira relação sexual a moça humana ou os rapazes e moças andrógenos são... virgens... eles têm uma espécie de película bem dentro do... – Como dizer? – Dragon, manter a primeira relação sexual com alguém assim é o que os humanos chamam de descabaçar, mas é uma expressão feia e vulgar.
O dragão ficou pensativo, ele pareceu entender. – Na nossa civilização os virgens são muito respeitados, nós os usamos para os sacrifícios para os deuses, mas está ficando difícil achar um humano virgem... – Ele comentou sem deixar de se entristecer com o fato de saber que o bonito menino havia perdido a virgindade na noite passada. – Coitado. Pareceu doer muito. – Ele comentou.
-De fato. Alguns dizem que a perda da virgindade para um andrógeno é bem dolorosa. Parece que neles essa película é quase uma espessa camada... dizem que é um grande sofrimento. – Zechs comentou triste retirando a franja do menino do rosto. Era tão jovem.
À tarde se deu rápida com Zechs conversando com o pequeno dragão. O filhote era animado e falador. Ele era diferentemente inocente, não tinha os males dos corações humanos e era espontâneo. Explicara ao loiro como sua vila havia sido devastada e como havia ido parar na cidade de L2, como usava sua língua para desentupir as mais diversas coisas dos humanos para ganhar algum dinheiro que o mantinha vivo na cidade.
Era estranho ver um dragão que entendia dos costumes e contabilidade humana, mas o pequenino havia sido exposto àquela vida e Zechs tinha muita pena dele por isso.
-Zechs? – Wufei se aproximou entrando no quarto.
O Loiro o olhou. Sabia que o amigo viria.
-Tem certeza dessa loucura? Um dragão e um vadio. – Wufei falou olhando o menino adormecido se aconchegar ao rabo do dragão que também dormia na cama do comandante. –Veja... Todos os homens da nave já estão se excitando com a idéia desse vadio aqui. Você acha que sua autoridade vai impedir um monte de caras na seca de comer um menininho adormecido? – O oriental estava com razão.
-Sei que não. – Zechs ficou sério.
-Então? O que quer? Ou você mesmo já está se alimentando dele? – Foi uma tola acusação.
-Não seja idiota. Eu apenas percebi isso que você falou. Somos aqui todos seres humanos. – Zechs se levantou. – Eu notei como um monte de rabos balançando para todos os lados e alguns copos de bebidas os fizeram perder a noção de tudo...
-E o que pretende fazer? Encher a nave de prostitutas e vadios como esse? Pretende fazer uma tremenda orgia no espaço? – Wufei quase gritou.
-Nada disso. Eu apenas achei o quanto patéticos e vulneráveis vocês todos ficam por causa de sexo. Vou colocar um vadio dentro da nave para satisfazer a tripulação no espaço. – A idéia de Zechs pareceu mirabolante, porem se desse certo seria algo muito bem vindo.
-É loucura! Acha que seres como eles podem se conter diante de um pivete como esse? Acha que vão respeitá-lo? – Wufei não podia acreditar na ingenuidade do comandante.
-Olha! Vamos tentar! Se der certo, ótimo. Senão a única coisa é que vão se matar para comê-lo e pronto. – O loiro deu a conversa por encerrada.
-Você é completamente louco. – Chang saiu do quarto.
A idéia de Zechs era simples. Ele em um momento de pensamento havia descoberto que seu forte exército havia a necessidade humana do sexo, mais que isso, era extremamente perigoso quando a tripulação estava completamente desesperada por sexo, porem se ele pudesse inserir na tripulação um profissional ele poderia controlar essa... necessidade. Era isso que a idéia propunha.
Em troca de salvar a vida daquele andrógeno Zechs queria que ele ficasse como tripulante de sua nave servindo sexualmente todos que o quisessem.
A chegada à colônia de Baltar foi como sempre bem festejada. Haviam muitos soldados casados na tripulação, bem como havia familiares à espera de todos.
A chegada à colônia de foi como sempre bem festejada. Haviam muitos soldados casados na tripulação, bem como havia familiares à espera de todos.Baltar era tudo que havia restado de antiga potencia liderada pelos antepassados de Zechs e era esse pedaço de terra que o rapaz lutava para tornar um lugar melhor.
Saindo um pouco do meio da festa o loiro caminhou até sua casa. Um pequeno alojamento próximo de uma colina. Ali ele sempre ficava sozinho, não tinha família para lhe receber e nem mesmo esposa ou namorada. Na verdade preferia o silencio de seu alojamento.
Largando-se em sua cama ele ouviu cada vez mais distantes os gritos alegres dos humanos com a chegada da família.
Seus olhos se transtornaram em lágrimas. Quanto tempo não chorava por eles... Zechs se viu pequenino envolto na mesma alegria que aqueles lá fora. Ele era apenas um garotinho quando seu pai voltava das cruzadas espaciais e o rodopiava nos ares, eram tão felizes naquelas poucas tardes que a nave descia do espaço...
-Por causa deles novamente? – Noin entrou no quarto.
-Acho que sim... – O loiro não disfarçou as lágrimas. A moça era a única que o via nesses momentos de fraqueza.
-Eles estão bem melhores que nós. – Ela comentou triste. Tinha muita mágoa por sua linda colônia ter se tornado um monte de frágeis barracos e seus dias ensolarados terem se tornado naquelas poucas tardes que voltavam ao seio familiar.
-Esqueça. Logo tornaremos esse lugar tão parecido quanto antes. – O loiro tentou sorrir. – Agora temos Yui do nosso lado.
-Uhum... espero. – Ela ficou pensativa. – Ahhh... o menino abriu os olhos. Eu apenas não sei onde ele vai ficar... – Ela comentou. Ainda estava curiosa em relação aos planos do comandante. – Ele pode ficar no meu quarto... – A moça comentou.
-Nada disso, senhorita. O traga para o meu quarto. – O loiro sabia as intenções da amiga.
-Só porque é comandante acha que pode ficar com a graça toda... – Ela sorriu.
-Não é isso. Você sabe que depois dele jamais consegui pensar em ninguém. – Agora o tom do comandante ficou sério graças às lembranças nada agradáveis de seu passado romântico.
-Mas nem uns carinhos? Nem uma noite? – Ela foi indiscreta.
-Noin... – Zechs apenas girou os olhos de forma impaciente.
-Tá... mas o que esse menino vai assomar? O que você pretende? Acho que ele não deva saber fazer nada a não ser abrir aquelas perninhas lindas. – Ela comentou.
-Eu imagino que sim. Vi como todos aqueles homens ficaram loucos por ele naquela noite. – Zechs concordou. – Ele vai ser o mais novo membro da nossa tripulação... – Zechs foi logo respondendo. Ele passou a explicar sua idéia para Noin que de cara parecia sorrir.
À tarde quando o comandante já havia cumprido todas as praxes que lhe cabiam finalmente entrou em seu quarto. O garoto a qual salvara a vida estava lá em sua camaEstava acordado. Zechs se aproximou em silencio. Era como se estivesse se aproximando de alguma espécie de Deus. A beleza e pureza que aquele menino tinha era capaz de contagiar todo o pequeno cômodo e ainda se espalhar por todo o território. Os olhos de uma cor extremamente diferente e excitante pareciam brilhar em um tom voltado para o violeta e a pele claríssima e delicada pedia para que fosse tocada. Os lábios finos e róseos lhe sorriram confiantes.
Era essa a cena. Havia um lindo andrógeno de olhos enormes e violetas de lábios macios e rosados lhe sorrindo de forma meiga. O que diria?
-V-você... melhor? – Foi o que o poderoso comandante Zechs Merquise se viu debilmente falando ao garoto. Ele estava lindo, de todos os ferimentos apenas os mais profundos ainda pairaram sobre o corpo.
-Sim... a senhorita Noin me contou como devo minha vida ao senhor... – Ele lhe lançou aquele olhar violeta.
-Arf... – Zechs tentou se conter. Que espécie de andrógeno era aquele?
-Eu lhe devo minha vida e minha devoção... – O garoto sorriu. – Posso pagar se quiser...
Zechs ficou trêmulo. O menino estava ainda nu debaixo dos finos lençóis e agora lhe sorria de forma um pouco menos ingênua. Havia também a voz aveludada que soava como uma canção erótica.
-Quer? Pagar? – Estava tentando se afastar do garoto.
-Sim... – Ele sorriu removendo o lençol e deixando que seu corpo de pele extremamente lisa e delicada surgisse. As curvas arredondadas... as ancas perfeitas. Os encantadores mamilos perfeitos se expondo. Aquele gostoso par de coxas se abriu expondo o sexo delicado e belo bem como o mínimo orifício que era seu ânus.
-Entendo. Como um andrógeno você se recuperava bem rápido de dores físicas... – Zechs observou os ferimentos do corpo, quase nenhum em relação ao outro dia. Talvez apenas o ânus lhe incomodasse ainda, mas mesmo assim ele estava disposto a fazer sexo.
-Posso lhe dar o que quer...? – Ele sorriu.
-Seu... vadio! – A única forma que viu para se livrar do tentador garoto foi um empurrão que o afastou de si o fazendo cair na cama assustado.
-Não quero nada disso... se cubra! – O loiro seguiu rígido. – Seria bem difícil lidar com aquele posso de sensualidade. – É a única coisa que sabe fazer? Abrir essas pernas? – O loiro o acusou. Porem se arrependeu.
O menino havia se encolhido de forma protetora. Era a única coisa que sabia fazer. Era a única forma que entendia para ser útil a alguém.
-Pare de chorar. Eu não quero isso que você quer me dar e não quero te ferir também. Quero que pare de chorar e me escute com atenção. Acha que pode fazer isso? – Zechs segurou o rosto macio entre seus longos dedos. Como era belo o jovem. Recebeu toda a atenção do andrógeno.
-O que devo fazer então? – O menino lhe perguntou inseguro e frágil.
-Naquela noite foi sua primeira vez? – O loiro quis saber.
-Foi... não tenho experiência nenhuma, mas mamãe me ensinou como devia agir... na hora fiz tudo errado... – Ele se lamentou se referindo a não ter conseguido agradar seus algozes.
Zechs não pode deixar de se encher de pena. Afinal o andrógeno havia sido ensinado a fazer de tudo para agradar quem o desvirginasse, porem não havia sequer atinado que em se tratando de um maldito estupro devia ter mesmo agido como agiu e tentado reagir. – Você agiu certo. Aqueles homens não queriam te dar prazer... tudo aquilo não passou de um estupro. – Zechs informou ciente que logo o menino saberia o que pensar sobre a confusa noite.
-Um... estupro? – Ele olhara espantando. Sua mãe havia lhe dito sobre esse terrível crime dos humanos. Um ato sujo de manter sexo e violar o direito de alguém escolher o parceiro ou quando vai se entregar a alguém. Era algo sujo demais. Seus olhos violetas se encheram de dor e mais uma vez estava chorando... – Então... aquele sangue todo... – O menino parecia finalmente entender que havia sido violado naquela noite.
-Como se chama? – Merquise estava penalizado. O garoto não era em nada experiente. Parecia um pequenino andrógeno desgarrado de seu lar. – Sobrou algum parente? – Ele estava instituído que a idéia de prostituir aquele ser imaculado era tolice. Jamais daria certo.
-Me chamo Duo... e aqueles homens acabaram com tudo. Toda a vila... todos mortos e queimados... – Ele gemeu ainda em dor. Seu coração sofria ao lembrar como havia sido jogado nas mãos do maldito Treize. – Senhor, não tenho mais ninguém... nem tenho para onde ir... por favor. Eu me sujeito a qualquer coisa, mas não me deixe sozinho... – Ele olhou para o loiro a sua frente e implorou em um quase desespero.
-Que jeito? Se ficar sozinho sabe muito bem o que vai acontecer novamente, não? Estupro atrás de estupro. É isso que quer? – O loiro havia retomado sua idéia.
-Pelo amor de Deus. Isso nunca mais! – Duo quase gritou. Seus belos olhos estampavam um verdadeiro pânico.
-Quantos anos você tem?
-Eu... não sei... acho que quinze. – Ele explicou. Os andrógenos não tinham os mesmos hábitos dos humanos de contabilizar aniversários.
-É bem novinho... mas não importa. O que vou lhe propor é um trabalho na minha nave. Dou-lhe proteção contra esses... tarados... Dou-lhe um salário, roupas e comida. Topa? – Zechs via uma boa chance para o pequeno e belo rapaz.
-Claro! – Duo pareceu iluminar o quarto com seu sorriso belo e simples. Quando ele fazia isso seus olhos violetas pareciam ganhar um doce brilho. – Que tenho que fazer? – Aquela pergunta soou delicada e inocente nos lábios do jovem.
-Eu preciso de alguém para... servir meus homens...
-Servir? Refeições? – De forma ingênua Duo piscou seus lindos olhos sem entender.
-Ahahaha... não deixa de ser. – Zechs ficou mais sério olhando o lindo rostinho banhado com o sorriso. – Você vai fazer sexo com meus homens...
Duo notou as intenções do loiro. Seus olhos antes com um doce e belo brilho se deixaram encher de uma dor quase palpável. Associara a idéia de sexo a estupro. Quando chegara naquele quarto e a moça chamada Noin lhe contara como o comandante havia lhe salvado imaginara um romântico caso de amor, como sua mãe adorava lhe contar antes de dormir. Pensara que o tal comandante o havia visto naquela noite e se apaixonara perdidamente por isso se abriu tão facilmente ao vê-lo entrar no quarto.
Mas agora. Entendia exatamente o proposto pelo homem. Claro, foi bem tolo em pensar coisa diferente. Ele era um maldito andrógeno e para os olhos dos humanos não passava de uma fábrica de prazer, como muitas vezes ouvira seu pai humano se referir a raça dos andrógenos.
Duo engoliu a dor e as lágrimas que teimavam em querer rolar. Ele entendia seu destino maldito naquele mundo e sabia que essa era sua única chance. Acaso recusasse a proposta do loiro cairia no mundo e talvez fosse pior.
-Eu... aceito. – Ele abaixou os olhos deixando que sua franja encobrissem suas violetas banhadas a lagrimas.
-Ótimo. Não precisa se incomodar. Eu lhe dou minha palavra que nenhum dos meus homens vai lhe faltar com o respeito. Nada de estupros. Apenas terá que estar sempre disposto a abrir suas pernas a eles e ser muito gentil e carinhoso com eles. Você terá horários de trabalho e descanso... ahhh... terá um quarto confortável aqui e na nave também.
Duo apenas ouvia tudo como se fosse uma dura sentença. Estava decidido a levar aquilo à frente e rezava para que fosse como Zechs lhe prometia, porem sua mãe lhe contava as muitas histórias de desrespeito com andrógenos que se prostituíam. Ninguém, principalmente humanos os respeitavam...
-Ahhh... eles não vão poder fazer dentro de mim. – Duo se lembrou urgente.
Zechs entendeu na hora. E não pode deixar de lembrar que na noite passada o menino fora enchido com os mais diversos semens imagináveis. –Eu.. sinto muito por ontem. – Ele sabia que alguns andrógenos podiam engravidar... devia ser o caso de Duo. Então talvez nessa noite ele tenha engravidado...
-Eu sei que fizeram dentro de mim na noite passada. – Duo suspirou bem triste. –Não posso engravidar ainda... minha mãe me disse que era muito novo ainda, mas eu realmente não sei quando vou poder... E tem as doenças... – Ele parou de falar vendo que as lágrimas grossas lhe caiam dos olhos.
Zechs por um momento achou que o menino a sua frente fosse extremamente descontrolado ou então muito sensível. Em um momento era capaz do mais lindo sorriso e em outros se debulhavam em lágrimas. Mas logo viu que o garoto estava ferido demais por dentro. Andrógenos geralmente eram bem românticos e zelavam muito por sua virgindade, para o menino deve ter sido realmente duro o estupro. Ele estava apenas tentando engolir toda a dor e tentando seguir em frente como podia. Seria natural tentar sorrir mesmo estando ferido na alma.
-Claro... claro! – Zechs se apressou em responder ao pedido do jovem. Mas o fato era que não sabia como dizer para seus homens não gozarem dentro do menino... talvez ele pudesse estipular exames periódicos para saber se algum de seus homens estava doente ou mesmo saber se Duo estava em período fértil, mas nunca seria capaz de fazer entrar na cabeça de todos de sua tripulação que não podiam se aliviar dentro do ânus do belo garoto. Mas isso seria um problema para depois de aceita a sua idéia de deixar o gostoso andrógeno na nave como o centro das diversões.
A conversa foi longa e difícil. Duo parecia realmente bem abalado e triste, mas aceitara se tornar à diversão daqueles homens. Zechs havia proposto a seguir certas normas de higiene e cuidados para com o jovem de olhos violetas, mas ainda tinha que preparar um gostoso ambiente para terem sexo na nave, e ainda contar com a aceitação de todos, bem como das esposas dos muitos tripulantes que podiam ver Duo como um maldito vadio a importunar seus homens e ainda o pior de tudo, era nunca passar a imagem de Duo como um prostituto que se venderia por guarita e comida, se algum de seus homens o tratassem assim com certeza o garoto seria uma vítima de estupro dentro de sua nave.
Em resumo a tarefa do comandante não era nada fácil: Fazer tripulantes matutos e tarados por sexo respeitar um belo espécime de andrógeno.
Uma vez resolvido a questão com Duo, até mesmo o pagamento que seria uma quantia simbólica, Zechs se reunira com os tripulantes e finalmente fizera a proposta de ter Duo como um profissional do sexo na nave. Para a surpresa do loiro a idéia fora aceita quase que de forma instantânea e fora bem festejada. Nunca uma idéia sua fora aceita de forma tão rápida. Agora faltava apenas preparar o quarto de Duo na nave e o apresentar da melhor forma possível ao grupo.
Duo por sua vez não saira do alojamento. Ele via que os humanos estavam em festa assim que a noite chegara, mas não saiu. Algo como medo e depressão o seguraram dentro da casa de seu chefe. Ele apenas se deixou olhar com aqueles belos olhos brilhante para a festa e barulho dos humanos, sempre admirou em muito aquela raça, mas seu primeiro contato com os humanos lhe deixara marcas profundas na alma.
Agora sozinho ele ainda podia lembrar da dor crucial que fora ser desvirginado de forma tão imunda, seu sangue tão delicado e seu corpo antes intocado sendo turvados por tantos membros e mãos e bocas. A dor e vergonha lhe fizeram chorar amargamente naquela noite fria. E ele logo entendeu que dor e humilhação eram tudo que teria dos humanos e as noites frias e solitárias seriam seus únicos alívios.
Sou grata às pessoas sinceras que sempre deixam uma amizade tocar agente.
Em alguma madrugada...
Hina
