Sem falar de amor
Hina
6x2
O dia seguinte foi bem agitado para o comandante Zechs. Ele tinha as melhorias para fazer na nave, a festa que daria para apresentar Duo à tripulação e esposas de alguns e havia ainda os preparativos para a chegada do famoso Heero Yui.
Eles ficariam apenas uma semana em Baltar antes de partirem novamente, por isso as coisas estavam bem agitadas.
Ele agradeceu por Dragon ser um legítimo dragão e ser fiel ao ser por quem se apaixonara, mesmo que isso fosse uma paixão de criança. Sim porque o pequeno dragão estava amando o jovem andrógeno e ambos gastavam os dias e tarde no riacho conversando sobre as mais diversas bobagens. Isso era bom para distrair o belo e triste menino e também o proteger, afinal ali já havia muitos homens que fariam de tudo para ter aquele lindo garoto o quanto antes, mas uma vez que Duo nunca estava sozinho isso tornava bem difícil outro estupro acontecer.
Dragon adorava ouvir Duo falar de seus sonhos e planos. Contar as belas fábulas que sua mãe lhe ensinara. Era lindo vê-lo divagando sobre tantas coisas. Duo jamais ia desistir. Ia sim se prostituir, mas jurara juntar todo o dinheiro que Zechs lhe pagasse para comprar sua liberdade um dia e finalmente estar livre para viver seu próprio conto de fadas romântico.
Os andrógenos eram seres extremamente românticos e sonhadores.
A noite era a última antes de Zechs partir com sua seleta tripulação para o espaço. Era a festa para apresentar Duo como o profissional da diversão, como muitos já o chamavam. Ao contrário do que alguns podiam esperar a idéia foi mesmo bem aceita por todos. E principalmente pelas esposas de tripulantes que sempre se preocuparam muito com os maridos no espaço sem alguém que cuidasse dessa parte. Havia medo que eles ou fossem mortos por desconcentração devida à falta de sexo ou mesmo fossem vitimados nas muitas boates e casas de sexo que haviam espelhado pelo espaço. Uma rotina que se tornara bem banalizada era as mortes de tripulações no momento que transavam, mas uma vez que o comandante Zechs havia pensado nisso, seus homens estavam seguros.
Seria bom para todos manter uma saudável rotina de sexo feito com cuidado e higiene dentro da própria nave, assim Duo fora quase intitulado como um filhote para as muitas humanas.
Uma vez apresentado o jovem havia sido arrastado para um lado e ganhado mil recomendações. Mil dicas de como agradar cada homem e mil carinhos, afinal Zechs explicara a todos as condições que levaram o andrógeno a cair em sua nave, e isso enchera o coração das pobres mulheres de zelo e pena pelo lindo menino que passaria a servir seus maridos.
Um dos que se mantinha imune ao efeito Duo aquisição era Chang Wufei. Não havia se aproximado do rapaz em nenhum momento para lhe cumprimentar, mas talvez fosse apenas seu jeito misterioso de ser. Não era muito chegado às palavras, preferia apenas observar.
Um outro tripulante que apenas observava em silencio o novo companheiro se chamava Cascoby. O nome era herança de uma estranha raça de não-humanos. Ele era alto e sua pele tinha uma estranha coloração acinzentada, como se tivesse cascas. Ele na verdade era alguma estranha mutação de homens com cobras, porém ninguém naquela nave ousava lhe diminuir pelo fato de não ser um humano, afinal a espécie era temida por sua velocidade, força e precisão. Cascoby nunca falhava em uma missão, porem seu caráter era tido como não muito honroso, uma vez que o mesmo afirmava que as cobras não tinham o mesmo tolo código de ética que alguns humanos.
O fato era que Cascoby estava rondando Duo de forma intensa, parecia ter alguma segunda intenção.
Duo havia recebido as muitas recomendações das mulheres da vila. Ele até havia se surpreendido muito com a forma carinhosa como fora tratado, aquela vila era quase como uma grande família, e isso lhe dava algum conforto. Ele olhou seu amigo Dragon conversando com algumas das mulheres e crianças e sorriu achando que o amigo também sentia ali um lar, assim o doce menino caminhou seguindo a lua cheia que prateada tomava o escuro do céu com seu brilho misterioso. Dali de Baltar aquele brilho parecia mais excitante que de qualquer outro lugar. De fato aquela pequena colônia era um local privilegiado, assim Duo imaginava, se até a lua fazia questão de brilhar mais forte.
O rapaz apesar de feliz por estar naquele local festivo não podia deixar de se sentir vazio e dolorido por dentro. Os ferimentos ainda doíam em seu corpo, embora praticamente curados, mas ainda havia dor no interior de seu canal anal, onde ele tinha a péssima lembrança de ter sentido diversos homens entrarem com crueldade, porem sua alma era a mais machucada, uma vez que seu corpo tinha uma rápida recuperação.
Ao pensar na forma tediosa como fora tratado, ao pensar no significado nojento e doloroso que era ser estuprado, o menino deixou a cabeça pender e as novas lágrimas surgirem. Triste ele caminhou até o riacho. Zechs havia lhe aconselhado para não caminhar de noite sozinho. Principalmente nas proximidades do riacho, mas ele agora não estava se importando, apenas queria ir para um local longe das farras humanas e assim chorar sozinho.
O fato era que havia certo perigo em Duo caminhar sozinho. Desde que Zechs anunciara sua idéia de trazer um prostituto para a nave alguns tripulantes não estavam muito conformados. Havia um certo preconceito em relação ao jovem. Talvez pela marcante visão que todo andrógeno era vulgar e extremamente afetado para o sexo, isso tornava o jovem menino apenas um objeto aos olhos de muitos.
Duo se deixou sentar numa das muitas pedras do córrego olhando a lua intrigante, as lágrimas ainda escorrendo silenciosamente. Cascoby estava por perto. Mas o meio mutante era extremamente escorregadio, rápido ele se escondia com destreza entre as copas das árvores.
Cascoby sorriu enviesado. Com certeza muitos pensamentos sobre o andrógeno lhe passaram à mente. Havia sim muitos pensamentos insanos e pecaminosos, Cascoby estava imaginando em silencio uma forma de macular o lindo ser a sua frente. Ainda em silencio o homem de corpo forte se aproximou mais, ele fechou os olhos rasgados e amarelados aspirando o cheiro tentador do jovem, sua língua passou sobre os lábios lentamente como quem saboreava um prato exposto e apetitoso, daria o bote assim que fosse propício.
Duo sentiu um vento frio soprar e se encolheu de forma inocente. Era estranho, mas de alguma forma ele se sentia vigiado, como uma presa a ponto de ser consumida por um cruel caçador.
"Agora esse putinho vai ver uma coisa bem grande entre essas coxas gostosas..." – Cascoby pensou se aproximando.
-Duo! – Era a voz de Wufei. O oriental surgiu entre as folhagens assustando o rapaz.
-Você? Wu-Wufei? – Duo se assustou. Apesar de ter tido a estranha sensação de que estava sendo vigiado o fato de surgir alguém quase que de forma imperceptível o fez temer, podia ser algum homem a querer se aproveitar.
-Achei que Zechs havia dito para não ficar por ai sozinho? – Ele comentou com seus olhos negros congelados no menino. Ainda não haviam se falado desde que Duo chegara.
-Eu... Vinha reparar a mesma coisa. – Cascoby saiu do meio da mata. Ele tinha uma forma agressiva de andar e seu olhar era tão agressivo quanto. – Fico preocupado por saber que você chora isolado do grupo... – Ele se aproximou de Duo finalmente tocando os cabelos macios com as mãos em garras. – Venha, lindinho. Não é bom ficar sozinho. – O homem-cobra sorriu deixando que sua mão caísse pela longa trança que Duo sempre trazia. Como era macia e excitante. Cascoby estreitou os olhos passando os braços ao redor do pequeno corpo do andrógeno o amparando em seu abraço.
-Eu... Não achei que fosse perigoso. – Duo gaguejou aceitando o abraço forte e quente daquele estranho homem.
-Perigosíssimo, criança. Mas você vai entender em quem confiar assim que estivermos no espaço. – O cobra sumiu levando o jovem de volta à festa.
Wufei nada falou. Apenas deixou um sorriso de escárnio lhe sobressair nos lábios. Afinal a imagem de bom moço nunca combinaria com Cascoby. Era nítido o interesse avassalador que o homem-cobra tinha naqueles olhos maldosos pelo jovem, mas Duo era bem inocente para não perceber que era visto apenas como uma longa noite de sexo.
-Se ele é idiota a ponto de dar para Cascoby que se dane! – Wufei deu de ombros voltando à festa.
Zechs estava sentado sorrindo no meio de uma pequena roda de amigos. Estava abraçado a Noin. Sally cantarolava alguma canção quando o homem-cobra trouxe um Duo choroso em seus braços. A expressão do loiro mudou. De todos os tripulantes da nave Cascoby era o que ele menos gostaria de ver abraçado a Duo. Alguma coisa naquele ser nunca expirara confiança.
-Duo. Onde esteve? – Zechs o fez sentar ao seu lado.
-No riacho... Chorando. – Cascoby tratou de informar.
-Duo... – Sally o olhou penalizada. Sabia o quanto o menino devia estar deslocado naquele lugar tão novo e cheio de novas imposições.
-Alguém te fez algum mal? – Zechs tratou de perguntar intrigado, porem em seguida se imaginou alguma espécie de estúpido grandioso, a pergunta era ricamente estúpida. É claro que havia sido feitos vários males àquele pobre garoto, um era aquele estupro violento que tivera que enfrentar mesmo ainda sendo tão jovem, a morte dos pais e destruição de sua vila também não ficava atrás, fora o fato de ter que se prostituir como a melhor solução para seus problemas. A vida daquele rapaz andrógeno não parecia mesmo um mar de rosas.
-Estou... Apenas me sentindo... Triste... – Duo resmungou.
Zechs sabia o quanto podia ser duro acordar e de repente entender que está sozinho no mundo, entregue a própria sorte. Sabia como ninguém o peso da palavra solidão. Ele abraçou o corpo de Duo o trazendo para perto de si.
Duo não se fez de duro. Ele apenas se entregou ao abraço quente do outro rapaz, estava mesmo precisando daquilo. Não que fosse algum fraco, mas havia algo dentro de si gritando desesperadamente por um braço forte, por um lugar onde pudesse descansar a cabeça e pensar no futuro. Ali no ombro confortável do forte humano ele chorou quietinho a noite toda.
A nave era imensa, ao menos Duo nunca havia posto os pés em algo tão grande e que se movia tão rapidamente.
Zechs havia lhe dado um quarto grande, não podia condenar de todo a decoração. Alguns tons vermelhos picantes fizeram Duo torcer o nariz na primeira vez que entrou no seu novo quarto, talvez seu comandante não tivesse muito tino para a decoração. Zechs havia deixado preparado também algumas peças de roupas.
O andrógeno se fechou no quarto olhando tudo que o loiro havia deixado sobre sua cama macia. As roupas vulgares deixariam a mostra às partes mais íntimas de seu corpo, as peças eram bem decotadas e Duo imaginou que chegaria muito a cobrir seu sexo somente.
-Eu não vou usar isso! – Ele juntou as sobrancelhas de forma engraçada erguendo uma minúscula e brilhante cuequinha que lembrava um fio dental feminino, havia na mesma cor um tamanco de salto altíssimo. –Ele é louco. – Duo conseguiu rir de si mesmo vestindo tais peças.
Ele suspirou acreditando que teria muito trabalho a fazer naquela nave. Primeiro de tudo era arrumar aquele seu cantinho ao seu jeito e nisso Zechs não poderia se meter.
-E então? Zechs preparou tudo? – Noin entrara no quarto do jovem animada demais.
-Chama isso de preparar? Eu não vou vestir isso. – Duo mostrou a peça ridícula.
-Hahahaha... ele não tem jeito. – A moça só pode rir. –Mas o que você gostaria de vestir? – Ela ficou séria o olhando de cima a baixo. Era um belíssimo e exótico espécime de Andrógeno, aquelas peças lhe cairiam bem.
-Algo que cubra meu corpo todo... se eu vou fazer sexo com os tripulantes eles vão me ver de um jeito ou de outro. – Duo raciocinou julgando não haver necessidade de trajar algo tão provocante.
-Tem razão. É que nosso comandante não pensa... – Ela sorriu.
-Já percebi... – Duo comentou a olhando.
-Que foi? – Noin notou que os olhos violetas do rapaz mudaram de foco, como se tivesse lhe passado alguma idéia.
-Zechs... Não vi parente... Nem... – Ele ficou olhando para a moça, havia visto uma certa intimidade entre os dois na festa, mas nada muito suspeito.
-Ele é sozinho mesmo. – Noin explicou. – Ao menos que surja alguém na vida dele... Quem sabe um menino de olhos violetas e trança? – Ela brincou mexendo na trança de Duo e o puxando para cama. –Você seria alguém que podia tirar nosso comandante dessa vida solitária... – Ela sorriu ainda mexendo nos cabelos macios e castanhos.
-Eu? Um prostituto... – Duo comentou apático.
-Você é lindo e Zechs não te conheceu como prostituto. Duo, eu nunca o vi fazer nada por ninguém. Ele te salvou quando você foi deixado para morrer... Ele no mínimo está interessado me você.
-Acha mesmo? – Duo a olhou curioso com seus grandes olhos violetas.
-Todas as chances... – Noin estava certa.
-Eu... O que devo fazer? – Os olhos do jovem brilharam como os de um menino apaixonado próximo de ser correspondido. Ele sempre sonhara em viver um grande amor.
-Apenas seja você... o Zechs teve um grande sofrimento no passado... Digamos que ele entregou o coração a alguém e descobriu que era para a pessoa errada. Ele nunca superou isso e desde então não conseguiu amar ninguém. Mas eu o conheço e acho que ele ficou balançado por você. – Ela sorriu.
Duo foi deixado sozinho pensativo. Havia se animado com a possibilidade, mas ainda era somente um prostituto que devia servir a todos os tripulantes, e se Zechs estivesse mesmo interessado nele como um possível amante de certo não ia o oferecer a todos os outros.
Ele se deixou cair sobre as fofas e multicoloridas almofadas pensativo. Estava com a cabeça pesada por todos os acontecimentos novos e fatídicos em sua vida. Assim foi logo sendo transportado para um confuso sonho aonde via sua família sendo devastada. O fogo ardendo tudo que havia pela frente... sua casa e seus pais. Os gritos e gemidos eram quase palpáveis.
Duo se moveu na cama suando e gemendo. Era um sonho de dor, ele podia quase sentir na própria pele os estalos quentes das chamas, havia calor e medo nesse sonho.
Ele conhecia aquela dor de seus sonhos e sabia que jamais voltaria a ter aquela sensação de segurança que somente o lar e o seio da família pode passar.
O fogo ladeou as passagens e Duo se viu naquela angústia. Viu o rosto doce de sua mãe surgir entre as chamas usando o corpo para protegê-lo.
-Nãooo! – Ele finalmente despertou daquela dor. Seus olhos estavam lacrimejantes e seu rosto muito corado. Toda sua cabeça girava pesada.
–Não... meus pais!- Ele segurou a cabeça entre os dedos sentindo o vão imenso que estava aberto em seu coração. Aquela maldita dor jamais passaria, o frio depois do fogo e a certeza de que estava para sempre sozinho também não.
Duo não percebeu a hora. Já era noite feita. Era a hora marcada para o início dos trabalhos. Não estava preparado para aquilo, não ainda. Seria um verdadeiro desastre. Ainda trazia as imagens de seus pais quando Zechs entrou sorridente no quarto.
O loiro travou à porta vendo que o menino chorava e sua expressão era sofrida, talvez estivesse triste com as lembranças, de qualquer forma resolveu ignorar a dor que leu naqueles lindos olhos de tom violeta maciço.
-Vejo que ainda não se vestiu. Estão todos excitados com você. Eu achei que seria justo fazer um sorteio. Assim vou colocar na urna os nomes de cada um de meus tripulantes e assim você os tira um a um e assim fica acertada a ordem que você os receberá. Achei que cada um teria uma hora com você. Acho que está bem... – Zechs passou a falar sem dar importância ao garoto. – São oito horas agora. Você pode começar às dez horas e parar por volta das seis da manhã... Sei lá... Atenderia os oitos primeiros sortudos nessa noite. – O loiro sorriu vendo que o rapaz não havia se animado muito.
-Tenho mesmo que fazer iss hoje? – Duo o olhou com um ar de caridade.
-Sinto, rapaz. Hoje você vai dar pra esses caras e isso já está acertado. – O loiro foi incisivo.
-Mas...
-Se você se recusar eu nada vou poder fazer... Eles estão tarados por você. Quer ser estuprado novamente? – Zechs sabia que usava bem as palavras.
-Não. Isso, não. – Duo se levantou secando as lágrimas e arrumando as peças sobre a cama. Tratava de escolher uma que não lhe caísse tão vulgar.
Em alguns minutos Zechs estava na sala de recepção da nave sorteando os nomes que fariam sexo com Duo nessa noite.
-Os que saírem hoje se considerem homens de sorte. Afinal esse garoto é a coisa mais linda que qualquer um de nós já viu nos últimos anos de nossa vida. Só de olhar eu vejo que muita gente já fica bem acordada... – Ele sorria. –Tem uns até que eu julgava está completamente caídos...
-Ahahaha... O rabinho dele levanta qualquer defunto... – Alguém da multidão gritou excitado dando passagem a muitos elogios arraigados ao corpo do jovem.
Vencidas as preliminares um Duo muito envergonhado retirou os nomes em oito papeis. Zechs os leu em voz alta.
-Filho da mãe de Sorte. Chang Wufei é o primeiro a comer... – O loiro informou arrancando gritos do outros.
-Glerad, Marllot, Imilliat, Zum, Cam, Miloy, Cascoby. – Zechs terminou de anunciar.
Wufei negou com a cabeça voltando para os controles da nave.
– Eu vou ceder a minha vez ao nosso estimado comandante. – O oriental informou. – Afinal eu já o comi na boate, e acho que o nosso loirinho merece pela idéia de trazê-lo aqui. – Wufei sorriu sabendo que havia deixado seu comandante numa delicada situação.
-Não. Não é justo... Eu... – Zechs teria recusado manter sexo com aquele garoto, mas foi impedido. Logo toda a tripulação o empurrava para o quarto do garoto lhe cobrando uma posição de homem.
Zechs não teve outra escolha quando foi praticamente jogado por fortes braços dentro do quarto de Duo. Ele ficou parado apenas olhando o rapaz na cama, a luz fraca dava ao cômodo um ar afrodisíaco, também havia o delicioso perfume do andrógeno no ar, tudo ali indicava ao sexo.
Duo nada falou. Na verdade agradeceu pela fraca luz do quarto que escondia seu rosto muito corado. Zechs ficou o olhando e ambos ficaram por alguns minutos imóveis.
O loiro foi o primeiro a tomar alguma atitude, ele se moveu lento sentando-se na cama macia ao lado do menino. Não trocaram palavras por mais alguns momentos.
O loiro teve vontade tocar aquela pele cheirosa. Naquele quarto quase sem luminosidade, seria tão excitante sentir aquela pele se arrepiar debaixo de seus dedos, sentir as reações daquele corpo, o gosto daqueles lábios.
Zechs deixou os olhos fechados enquanto se aproximava de Duo. Silencio no quarto. Os lábios iam se encontrar. O toque foi tão sutil e macio. Os olhos de ambos cerrados, apenas sentindo o úmido e morno hálito de cada um. Como o loiro achou gostosos aqueles lábios úmidos, como era macio, gostoso demais.
-Esse corpo... É muito... – Zechs não pode mais se conter. A proximidade com aquele menino o estava deixando louco.
Sem querer mais pensar em nada e apenas aproveitando aquela mínima hora Zechs o segurou com força pelos braços o jogando com violência contra a cama.
Duo o olhou um tanto quanto assustado, o loiro estava bem excitado.
Eles se beijaram agora com mais brutalidade. Duo abriu mais a boca deixando que a língua de seu parceiro passasse para dentro, e ali se movesse lentamente, mas sempre ganhando mais espaço.
Zechs deixou aquela boca tentadora para beijar o pescoço sentindo aquele cheiro maravilhoso. Suas mãos grandes corriam aquela pele apertando com força, sem pensar foi arrancando a fina blusa transparente que o menino vestia.
O clima estava ficando quente quando o loiro se livrou de suas roupas, as botas e calças jogadas para um canto qualquer.
-Ahh... – Duo gemeu ao se ver completamente nu. –Eu... Está tão rápido... – Duo ainda gemeu ofegante, mas logo teve aquele corpo musculoso do loiro caindo por cima do seu mais delicado.
-Não diga nada... Apenas me deixe sentir... – Zechs apertou o mamilo direito de Duo o fazendo se descontrolar de vez. Tanto um como outro acabava de descobrir que os mamilos era um ponto muito sensível no corpo do jovem andrógeno. –Gosta disso? – O loiro sorriu enquanto intensificava os apertos no bico do mamilo direito de Duo e com a boca passou a lamber delicadamente o outro.
-Ahhhff... – Duo passou a relaxar mais na cama sentindo um fogo em brasa lhe consumir por dentro. Era gostoso aquele carinho íntimo. Aquela boca molhada lhe chupando o mamilo.
Os gemidos do menino aumentaram ao passo que seus peitos estavam mais sensíveis, bem irritadiços. Zechs beijou aquela boca engolindo os gemidos de prazer do outro apalpando o corpo com gana.
Tocavam-se com certa malícia agora mais abandonados ao momento de tesão. Os beijos e gemidos se perdiam nas gargantas. O loiro não podia mais suportar, sem nenhuma preliminar ele apertou as nádegas macias do andrógeno o puxando para si. Duo fechou os olhos com forças sentindo o volume úmido do loiro encostar-se a sua entrada.
Estava bem excitante, mas o jovem sabia o que aquilo significava, que logo ia estar sendo tomando por uma forte e quase desconcertante dor para dar passagem àquela maciça e quente carne, ele já havia sentido isso antes, naquele maldito estupro.
-Não... – Duo tentou se livrar dos beijos, dos chupões, das mãos.
-Não... Fica quieto. – Zechs o segurou pelos pulsos com uma das mãos e com a outra apertou aquela macia cintura trazendo o redondo traseiro contra seu pênis.
-Nãoo... – Duo ainda choramingou tentando se debater.
Seria bem difícil a mudança de idéia por parte de Duo. Zechs estava bem excitado para cessar o sexo. Mas o loiro não queria que se seguisse mais uma violência desmedida contra o menino, por isso respirando fundo fez sua mão acariciar o falo do amante, o sentindo ficar cada vez mais rijo. Ao passo que o pênis do menino ficava cada vez mais tenro seu corpo relaxava e ele gemia entregue as mãos experientes do loiro.
-Uhhmm... – Duo gemeu dividido entre o medo de ser invadido e o tesão daqueles toques. A língua de Zechs chupou com vigor o pescoço delicado do rapaz, mordiscando e sugando, as mãos tocando com gosto e os suspiros desesperados de ambos.
Gemeram alto diante ao ato extremo. Duo fechou os olhos com força sentindo a dor crescer dentro de si. Uma imensa dor que ia se ramificando, tomando conta de cada músculo. Era como se ele estivesse sendo partido ao meio em uma violenta pressão de fora para dentro.
Zechs forçou mais e logo estava dentro, completamente enterrado no ânus do menino que irrompeu num grito seco e passou a soluçar alto.
O loiro esperou que o amante se acalmasse, ele tinha noção de quão dolorosa era aquela entrada em um ser tão delicado, mas era fato que estar dentro de Duo era uma sensação muito satisfatória, ali era quente e macio, era o lugar ideal para qualquer homem.
Zechs seguiu ciente que estava adorando cada lambida ou beijo que dava naquele corpo. Estocou com força entrando e saindo do rapaz, fazendo seu falo chegar cada vez mais fundo dentro dele enquanto apalpava o falo menor.
O resultado inebriante daquela transa foi Duo ofegante e suado gemendo o nome do loiro na hora que derramava seu sêmen nas mãos do companheiro. Zechs sentindo o seu gozo chegar também saiu de dentro do rapaz ejaculando nas nádegas e costas dele.
Assim findaram aquele sexo, cansados demais. Ofegantes e suado.
Como Duo explicaria aquela sensação que experimentara ao lado do comandante? O menino andrógeno era bem inexperiente em termos de cama, havia sido iniciado há pouco tempo numa noite violenta e agora iniciava seus trabalhos como o prostituto da nave do loiro.
O jovem acreditara no início dessa noite que seria algo realmente nojento e reprovador, mas ele agora completamente esgotado após a primeira vez de sexo de verdade, ao menos a primeira vez que sentia o que era prazer, sua tarefa não devia ser muito árdua. Ao menos ele achou, se todos os seus parceiros fossem lindos e delicados como o comandante.
Duo sorriu vendo o homem musculoso ao seu lado.
Zechs olhava para o teto respirando com certa dificuldade, estava também se recuperando da transa forte.
-Você é mesmo um vulcão. – Zechs sorriu o olhando de esquina. –Bom... Hora de entrar o próximo. – O loiro se levantou se espreguiçando. –Você quase acaba comigo, mas é melhor tomar um ar e pôr uma rouba. Limpar essa cama e... Tirar esses respingos de gala do corpo.
-Zechs... – Duo ergueu a cabeça olhando magoado o loiro que já se arrumava.
-Que foi, Duo? – O comandante o olhou com severidade parando o ato de se vestir. Eles se olharam por um momento breve antes do loiro voltar a falar. – Você ainda tem que servir mais sete homens hoje. Ou se esquece da sua... ahhh... Tarefa? Você está aqui apenas para abrir essas coxas gostosas para eles... Lembre-se disso e vai satisfazer a todos nessa noite. – O loiro falou sério.
-Cl-claro... Eu... Não esqueci. – Duo comentou triste se levantando.
-É bom mesmo. Ahhh... Foi bem gostoso comigo. Espero que faça tão bom com os outros, afinal esses que vêm ai são mais esquentadinhos... – Ele aconselhou saindo do quarto.
-Eu sou mesmo um idiota! – Duo se deixou cair na cama chorando. Ele de fato acreditou que seu primeiro amante estaria interessado em alguma coisa a mais que seu corpo, como foi idiota ao pensar isso. – Eu sou apenas um vadio maldito descabaçado... – Duo chorou com raiva.
Zechs saiu sorridente ganhando os cumprimentos e elogios de muitos.
-E aí, chefe. É bom mesmo ou muita garganta? – Um dos homens quis saber grosseiramente dando um forte tapa nas costas do loiro.
-Eiii... Ele quase acabou comigo... ahahaha... Eu disse, quase. Mas eu dei um jeito nele... Olha você vai ter problemas porque eu o fiz gemer demais... – Zechs brincou anunciando a Glerad que era o próximo a entrar no quarto de Duo.
-Eu vou fazer esse moleque gemer feito ganso no cio... – Glerad gritou animado já bem excitado com a possibilidade da transa.
-E ai, Zechs! Vamos falando tudo. Eu quero os detalhes... Onde devo morder para ele gritar feito um vadio? – Um outro que ainda nessa noite estaria com Duo puxou o líder para um canto. Ele tinha um porte bem vigoroso e sua voz tinha um timbre grave. Seus olhos amendoados brilhavam com gana quando ele falava do menino que logo estaria abrindo as pernas para ele. –Vamos... Como é o menino por dentro? Apertado? Quente? – O homem insistiu.
-Já chega, Zum! – Zechs o olhou com fúria. – Eu não quero esse tipo de tratamentos. Esse garoto precisa ser respeitado. E todos sabemos que não é de bom tom comentar sobre os detalhes de uma transa. Somos homens honrados. – O comandante deu uma lição de moral.
-Mas, chefe! Ele é só um vagabundo... – Zum insistiu incrédulo.
-Escute, Zum. Ele é um andrógeno, quase um ser humano. É lindo e sensível e tem tantos sentimentos quanto qualquer um de nós. Vocês vão entrar lá naquele quarto, fazer um bom sexo e sair o deixando como acharam. Não quero saber de humilhações e muito menos machucados. Fui claro? – Zechs silenciou aquela sala. Seus olhos iam de um para o outro com vigor.
Passado seu rompante de raiva o loiro se deixou sentar ao lado de Wufei. Suspirando os dois amigos ficaram calados olhando o universo da cabine de pilotos.
-Eu podia jurar que está morrendo de ciúmes por que o garoto vai dar para mais sete hoje. – Wufei o olhou.
-Não vem com isso... – Zechs estava farto das brincadeiras do amigo.
-Ei... Eu te conheço. Você está bem interessado no gostosinho... – Chang sorriu.
-Eu sou um comandante... E por acaso acha que tem cabimento eu aparecer ao lado de um andrógeno prostituto? Acha que isso seria aceitavel? – O loiro acabou se alterando.
-É... Seria uma vergonha... Mas o menino é bonito. – Chang concordou.
-Ele é ótimo, Chang. Para levar para cama e comer até não poder mais...
-Então porque o deu de mãos beijadas para todos aqui na nave? – O oriental o encarou mais uma vez.
-Simplesmente porque meu lance com ele é apenas por causa de uma boa foda... Eu não quero nada mais que isso... E logo vou enjoar e largar pra lá... Ao menos aqui sei que os homens vão comer durante muito tempo.
-Você tem cada uma... Vai se entender. – Wufei deu de ombros voltando sua atenção para os controles da nave.
-Não se fala mais nisso... E se quer achar um namorado pro prostitutosinho porque não se candidata? Afinal você bem que gostou de comer lá na boate... – Zechs provocou saindo da cabine.
-Ahhh, comandante. Eu bem queria, mas parceiro só se for só pra mim... – Wufei sorriu de lado.
-Agora além de mal humorado e seco deu pra falar sozinho? – Sally entrou na cabine.
-Ahhh... Era o que me faltava. Mulher... Mulher... – Wufei girou os olhos negros.
-Que foi? Está arrependido de ter dado a vez pro chefinho? – Ela o provocou se referindo ao sexo com Duo.
-Até você... Deixa o vadiozinho dar lá na dele... – Wufei sorriu.
Zechs saiu pelos corredores. Passara em frente ao quarto de Duo que agora já tinha outro. Um maldito nó cresceu na garganta do loiro. O que seria aquilo, afinal? Estava gostando mesmo daquele menino?
Ele caminhou seguindo para seu quarto, precisava pensar.
Hina
