Sem falar de amor
Hina
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Boa leitura!
L1 era uma colônia desenvolvida que mesmo depois da guerra conseguiu se manter firme despontando como um pólo de produção e comércio. A colônia era movimentada. O trânsito de naves espaciais que ancoravam por ali era bem agitado, bem como as pessoas passeavam falando alto e sorrindo excitadas.
Nesse cenário a nave de Zechs chegou na colônia. Eles gozavam de ainda um dia antes do combinado com Yui. A verdade era que poucos sabiam ao certo onde passar seu dia de folga. Zechs era um deles. O comandante havia planejado um dia calmo em sua cabine revendo os detalhes da missão que dividiria com Heero.
O jovem estava sentando à sua mesa mexendo em seus papeis. Estudava muitas propostas já feitas por outros comandantes a Yui e que o rapaz não havia aceitado, até mesmo Treize havia proposto aliança a Heero.
De qualquer forma não conseguiria trabalhar nesse dia.Estava pensando em Duo. Zechs nunca imaginou quando teve a idéia de trazer o jovem consigo, naquela fatídica noite, que se apaixonaria, porém não saberia hoje como nomear seu estado, se isso não era paixão então o que seria? Uma doença? Afinal Duo era seu mais fiel pensamento. Não tomava uma atitude nos últimos dias, sem que pensasse no jovem e belo de olhos violetas. Até mesmo cogitar despedir o menino já havia pensado, talvez conseguisse alguém ainda mais profissional que o rapaz para o cargo. O fato era que se ficasse mais um dia ao lado de Duo acabaria o levando para cama e lhe dizendo o quanto o amava e isso era tudo que Zechs queria evitar. Uma vez que tivesse levado o menino para sua cama e o amasse e olhasse no fundo daqueles olhos não conseguiria mais voltar atrás. Deposi que se entregasse definitivamente a Duo o loiro sabia que não conseguiria mais voltar atrás.
-Zechs? – Wufei entrou na cabine. –Desculpa, mas acabamos de chegar. – Ele anunciou.
-Eu percebi. – O loiro o olhou.
-Tá... eu vou dar uma volta. Parece que L1 tem umas interessantes lojas. Alguns artigos sobre meu povo. Algumas interessantes Katanas. – Wufei podia quase estar entusiasmado.
-Dizem que aqui tem um pouco de tudo. Aproveite. – Zechs o olhou de soslaio.
-Noin vai a um sexshop. Ela disse que aqui é o lugar ideal para comprar esse tipo de produto. E a Sally... bem... coitada. – Chang o olhou ansioso. – Está doente. Uma maldita gripe a deixou de cama... – Ele falou fatídico.
-Mas... ela ia sair com Duo... – Zechs se alterou.
-Talvez a Noin possa ir com ele... se sobrar algum tempo... – Wufei falou.
-É jogo sujo. Só pode... – O loiro ficou pensativo.
-Do que está falando? As pessoas não escolhem ficar doente. Apenas acontece. – O piloto deu de ombros comentando de forma inocente.
-Não com alguém que nunca tem uma dor de cabeça... Droga. Quem vai levar esse garoto para comprar as malditas roupas? – O comandante pensou alto.
-Eu... posso ir sozinho...não tem importância... eu posso ficar com esses trapos mesmo. Afinal eu não vou sair da nave e para as noites eu tenho as peças que você me deu. – Duo acabara de chegar e ouvira o loiro o tratar como um empecilho. Magoado ele os deu as costas os deixando.
-Não, Duo. – Zechs não queria que ele tivesse ouvido aquilo, muito menos entendido tudo errado daquela forma.
-Vá atrás dele. – Wufei aconselhou.
-É? E vou falar o que? – Zechs ficou pensativo, um tanto quanto inseguro.
-Às vezes eu acredito que você faz isso de propósito. Acho que tem prazer em ver esse garoto triste. Quando ele está quase esquecendo a droga toda que aconteceu. Quando está se animando com algo... sabia que ele estava animado com o passeio em L1? – Chang tinha ciência que estava deixando o comandante culpado por desapontar o doce menino.
Zechs não teve outra solução a não ser ir atrás do garoto. Duo o estava tratando com certa frieza desde a noite passada quando ele praticamente o dispensou.
O loiro o alcançou no corredor.
-Está frio demais comigo. – Comentou tocando o ombro de Duo.
-Não... – O menino se esquivou do toque com uma expressão de dor.
-Que foi? – O comandante não deixou de notar que Duo estava mais sensível naquele ponto. Estava ferido? Mas como?
O jovem ficou quieto. Se o loiro insistisse não teria como negar o ferimento em seu braço. Não tinha como mentir para ele. E assim ocorreu. Perspicaz o comandante o tomou pelos ombros ignorando a dor que Duo sentiu. Seu corpo havia se encolhido de forma defensiva.
-Quem te fez isso? – Zechs ergueu o braço fino de Duo levantando a manga da blusa vendo as marcas roxas e arranhões no braço. – Não estavam aqui ontem. – Ele tinha certeza disso. –Foi de noite? Com algum dos homens que foi para cama com você? – Os olhos do comandante estavam firmes.
-Não... – Duo o olhou com medo. Não queria falar.
-Como conseguiu isso? E nem tente me dizer que caiu. Não sou nenhum idiota e sei que isso é marca provocada. – Zechs tentou se conter. – Eu não te trouxe para essa nave para ninguém te maltratar. Eu te disse isso quando você chegou aqui, Duo. Eu não quero ninguém te machucando. – Era verdade. Ver aquele lindo corpo maculado lhe apertava o coração.
-Olha... eu não quero falar sobre esse machucado... Por favor.
-Porque? Eu quero saber quem te fez isso. –Não era um pedido e sim uma ordem. –Não quer prejudicar ninguém, eu entendo. É típico de você. Mas vou interrogar cada um dos homens que transaram com você ontem e vou acabar com essa idéia absurda. Vou acabar com esse contrato idiota com você uma vez que não deu certo. Uma vez que umas das únicas exigências que eu fiz era que ninguém te machucasse e olha ai. – Zechs estava revoltado.
-Não, Zechs. – Duo quase gritou. O fim de seus trabalhos na nave era também a sua separação daquele comandante que ele já amava. –Não foi nenhum deles.. – O jovem escondeu os olhos atrás da franja. Tinha vergonha. – Eu não quero falar... eu tenho medo e vergonha. – Ele acabou confessando frágil tendo seus olhos banhados por lágrimas.
-Deus. Duo. – Zechs o apertou contra o peito. Não era para vê-lo daquele jeito que o havia trazido para seu lado.
-Foi... Cascoby. – Duo confessou. – Mas pelo amor de Deus ele não teve culpa. Eu podia tentar inventar tanta coisa... – Duo o olhou com dor. –Mas não tenho coragem de mentir pra você. Pelo amor de Deus, não faça nada. – Ele chorando pediu abraçando o rapaz maior. Escondendo seu rosto contra aquele peito quente.
Zechs o apertou contra seu peito sentindo que o queria ali por mais tempo. Ele foi incapaz de contrariar o menino naquele momento. Mas seu coração estava pedindo por uma satisfação com Cascoby, por hora deixaria Duo desabafar aos soluços em peito.
-Escuta. Sabia que é a coisa mais dolorosa do mundo te ver chorando? – Zechs quebrou aquele clima ruim depois que notara o jovem mais calmo contra seu peito. –Vem. Eu vou te levar para um lugar aqui em L1 que eu acho... não, tenho certeza que você vai gostar.
-É? Onde? – Duo piscou seus olhos inocentes.
-Só conto se enxugar essas lágrimas e me der um sorriso. Mas daqueles... – O loiro o apertou em seus braços.
-Pára de me tratar como criança... – Duo sorriu sem jeito.
-Olha, que lindo. Adoro quando você sorrir assim. Seu nariz fica meio irrugadinho. Nossa. Fica lindo! – Zechs passou um braço pela cintura de Duo apertando seus corpos enquanto caminhavam.
Eles cruzaram os corredores e seguiram para a sala de pouso da nave. Ali ficavam estacionados os muitos veículos dos tripulantes.
Zechs o levou para um canto ao extremo onde havia uma verdadeira raridade. Um veículo leve de liga de Gundam.
-É seu? Um conversível de liga de Gundam? – Duo se admirou.
-É lindo, né? Vamos? – O loiro abriu a porta dando passagem ao menino, tudo de forma bem romântica. Simulando os arraigados trejeitos de um chofer.
Ele sorriu vendo os imensos olhos violetas de Duo impressionados com os detalhes do veículo.
Logo ganharam velocidade saindo do chão. Estavam rapidamente flutuando pela superfície alta de L1. A cidade vista de cima era definitivamente impressionante. Havia imponentes construções metálicas e arranha-céus em vidros opacos.
Os olhos de Duo brilhavam e ele sorria excitado com a diferente beleza do local, afinal alguém que tinha como limites apenas as barreiras da miséria de uma vida humilde na falida colônia de L2 devia se impressionar com sua primeira ida à civilização.
Zechs estacionou o veículo em uma alta plataforma. Duo estava radiante. Era de fato o seu conto de fadas romântico. O loiro o puxou pela mão atravessando o mar de gente que sorria alto e olhava as mais coloridas vitrines.
-Zechs... isso é aquele lugar onde se compram as coisas? – Duo estava espantado. Tudo ali parecia tocado por um gigantismo fantástico.
-É um shopping, Duo. Na Terra as pessoas também têm muitos assim. – O loiro comentou sabendo que aquele lugar era como um sonho para um garoto que vivia no escuro e fétido buraco que L2 havia se tornado.
Pararam em algumas lojas e saíram com algumas sacolas. O jovem tinha gostos simples e seu corpo ajudava a fazer cair como luva qualquer peça que vestisse.
Zechs não lembrava a última vez que relaxara tanto, nem mesmo lembrava quando fora que sorrira tanto. Duo era leve e risonho. O garoto parecia fazer da vida algo gostoso de ser encarado, tudo lhe era uma gostosa surpresa.
Quase metade de um dia circulando pelas galerias de lojas de L1 e Zechs resolveu que era o momento certo de mostrar a Duo uma outra coisa que L1 havia copiado da Terra. Uma impressionante beleza verde.
Perto do shopping havia uma espécie de jardim projetado. Tudo ali soava muito previsível, pedras e fontes distribuídas nas mesmas medidas, mas ainda assim não deixava de ser um ambiente bonito para se caminhar.
Duo jamais havia visto tantas plantas e animais de pequeno porte juntos. Estava cada vez mais impressionado com a beleza daquele lugar e agradecia a Deus por ter tido a oportunidade de conhecer tal fascínio.
-Venha! – Zechs o puxou pela mão. O loiro estava realmente mudado naquele dia. Quem o visse sorrindo arrastando um lindo menino de olhos meigos de um lado para o outro jamais imaginaria que ele era um duro comandante espacial.
Eles pararam em frente a uma loja colorida. Duo piscou algumas vezes.
-O que é? – O andrógeno sorriu.
-Sorvete... Você vai amar. – O arrastou para dentro do local.
-Você disse sorvete? Eu já ouvi falar... – Os imensos olhos violetas brilharam. Sua mente registrara em algum remoto momento aquela informação. Ele sabia que a palavra sorvete, bem como as cores naturais e alegres daquela loja estava associadas em seu cérebro a algo muito gostoso.
Zechs não podia ter tido melhor recompensa naquele dia. Ele ficou parado apenas observando Duo correr de um lado para o outro dentro da loja. O sorriso simples, mas verdadeiro e infantil do garoto o fazia entender que era preciso muito pouco para se ter uma vida completa. Duo sabia disso.
O loiro após conter a agitação do meigo andrógeno sentou-se com ele em uma mesa bem reservada. Ambos sorridentes atacaram seus cálices de sorvete. Duo parecia eufórico demais, queria provar todos os sabores da loja de uma única vez achando tudo mais gostoso a cada colherada.
O comandante sorriu esquecido de qualquer sentimento ruim quando viu Duo se lambuzar como uma inocente criança. O comandante nem havia percebido, mas se em algum momento houve aquela dúvida da entrega àquele improvável relacionamento, estava tudo por terra agora. Seu coração o havia traído. Ele já não podia fazer muito contra isso: Estava amando com todas as forças de seu ser.
Naquela tarde, sem toques ousados ou mesmo beijos Zechs Merquise havia sido definitivamente tocado pelo braço forte do amor. Os olhos de Duo expondo tanta simplicidade e bondade era tudo que ele precisava e buscava em vida. Estava realmente feliz ao lado daquele menino. E agora o que menos importava era se ele era um andrógeno, ou mesmo um prostituto. Duo nesse momento era simplesmente a pessoa que havia tomado conta do coração de Zechs.
O dia inteiro poderia ter valido por alguma espécie de eternidade. Quando a noite começou a cair sobre L1, Duo estava deitado sobre a grama plantada no parque próximo ao shopping com Zechs a seu lado.
A escuridão trouxe o andrógeno a uma dura realidade. Ele sabia que havia acabado o conto de fadas. Agora que havia acabado o dia de folga, ele voltava a ser um prostituto e o loiro a seu lado um comandante.
Zechs sentiu a mudança de Duo e soube o que afligia o garoto. Mas não precisava ser daquele jeito.
-Agora... está quase na hora de voltar. – Duo comentou se sentando na grama.
-É sim.. acabamos esquecendo da hora. Eu não queria ter perdido tanto tempo. – O loiro comentou sem pensar.
-Arf... Claro. Eu imagino que deva ter sido uma grande perda de tempo para alguém como você. – Duo murchou ao ouvir o comentário do outro e isso não ficou despercebido para o loiro.
Ele sentiu que havia dito uma grande bobagem. Tinha que corrigir aquela falha. Nesse momento o comandante viveu um dilema pessoal. Queria finalmente beijar a boca do garoto ali deitado na grama, como um apaixonado casal de namorados, mas estava se segurando. Mas não queria mais se refrear. Era um homem livre e jovem e estava ao lado de uma pessoa que gostava muito. Não precisava poupar nem a ele nem a Duo daquele beijo.
Assim ele fechou seus olhos delicadamente e segurando o queixo do menino o fez entender que ia tomar seus lábios para um beijo.
Duo respirou descompassado sabendo que iam se beijar. O toque foi sutil de início. Os lábios úmidos e quentes foram se abrindo e logo as línguas lentamente foram se mexendo, cada um sentindo o gosto da boca do outro. De olhos cerrados eles intensificaram o beijo.
Haviam rompido uma barreira. Agora nada mais os faria voltar atrás, uma vez que aquele beijo em plena praça os lançava de cabeça no perigoso, mas fantástico terreno do amor.
-Não precisa voltar hoje... – Zechs gemeu após deixar os lábios macios e avermelhados de Duo. –Sou seu chefe e estou te dando uma noite de folga... mas.. é uma pena que vou te cobrar um serviço extra hoje. – Ele sorriu o beijando novamente com a mesma intensidade.
-O que...? – Duo gemeu ofegante quando separaram o novo beijo. Ele sorriu.
-Quero fazer amor com você à noite toda. – Zechs falou sensual e baixo no ouvido do rapaz. – Quero passar várias horas com você e praticar todas as posições. – O loiro seguiu falando ao pé do ouvido de Duo. – Quero gozar dentro de você, por favor! – Ele gemeu.
-Zechs... – Duo corou se arrepiando com o pensamento de sentir pela primeira vez o gozo quente daquele homem dentro de si. Ele queria muito aquilo, mas... se o loiro estava lhe pedindo aquilo... então ele queria mesmo um relacionamento sério. – Tem certeza? – Duo o olhou.
A resposta foi um beijo molhado e um sorriso em seguida. – Eu te quero todo hoje, Duo. Eu preciso muito te encher com minha semente hoje. Por favor diga que sim...
-Oh... Deus. – Como Duo negaria aquilo? Se tudo que sonhava era ser amado de forma completa por Zechs. Queria muito se sentir invadido pelo néctar dele. –Eu deixo...
-Ótimo. – Zechs sorriu sabendo que aquilo significava que não só poderia derramar seu sêmen dentro do corpo do andrógeno como também estava tendo a oportunidade de entrar no coração dele.
O loiro não perdeu tempo. Ele abraçou a cintura fina de Duo o levando consigo para seu veículo estacionado na plataforma.
-Aonde vamos? Para nave? – Duo perguntou ansioso.
-Lá é muito movimentado. E eu não quero te dividir com homem nenhum hoje. Eu te disse. Hoje você é todo meu. Só meu. – Zechs sorriu. –Vou te levar para fazer amor num motel... lá estaremos nós dois e seremos um do outro.
Duo nunca havia entrado num lugar como aquele. O quarto era imenso. Uma suíte completa. Aquilo era algumas vezes maior que sua cabana em L2. O luxo e conforto eram de um tipo que ele nunca havia visto na vida.
-Zechs! Eu... não sabia que existiam lugares como esse. – Ele comentou ao olhar o imenso cômodo. Era elegante demais. A cama enorme no centro dava a impressão de erotismo.
-Isso não é nada, Duo. – O comandante sorriu vendo o espanto do parceiro. –Quando tudo isso acabar eu vou te levar para minha casa na Terra... é mil vezes maior que isso. – Ele comentou.
-Nossa... você tem casa na Terra? – Duo se jogou na cama.
-Tenho... – Zechs respondeu sentando-se ao lado do menino. –Faz tempo que não vou lá. Eu decidi que viveria no espaço, na nave. Até fazer de Baltar um lugar tão pacífico e civilizado quanto antes. Tão próximo da Terra. E vou fazer uma casa enorme lá em Baltar, bem maior que a da Terra. – E você vai morar comigo, já imaginou? – Ele brincou mexendo nos cabelos do rapaz.
-Eu queria apenas uma casa pequena, um jardim e um animal de estimação... – Duo sorriu pensando em como era feliz na simplicidade de L2. Bastava ter sua família.
-Ficou louco? Crianças precisam de muito espaço. – Zechs se deitou ao lado dele o virando para fazer seus olhos azuis se encontrarem com os violetas surpresos.
-Não brinque assim. Você saber que eu posso engravidar. – Duo quebrou o contato de seus olhos.
-Eu sei disso. Você quer ter filhos? – O loiro o tocou no queixo o fazendo olhar novamente em seus olhos.
Ele não soube o que responder. Afinal o que seu comandante queria?
-Duo... estou perguntando se posso te engravidar?– Zechs se viu falando. Talvez fosse precipitado demais, porem o comandante era alguém que se julgava urgente. Ele tinha perdido muito tempo amargurado com o fracasso de um noivado com Treize e agora que se achava apaixonado tinha que correr contra o tempo perdido. Duo não respondeu. Sabia que os homens humanos diziam muitas coisas quando queria ter alguém na cama.
Ele queria muito absorver cada palavra que o loiro lhe dizia naquela noite, porem tinha medo de se machucar.
-É melhor fazer uma coisa de cada vez... – O jovem de olhos violetas falou recebendo um beijo apaixonado de Zechs.
Eles se beijaram. Os lábios se sentindo com gosto. As línguas suaves se tocando na quentura das bocas. Os toques macios e sossegados. Eles tinham aquela noite só para um ser do outro, logo não havia momento de pressa. Seria uma noite de amor para ninguém por defeito.
Zechs despiu o dorso de seu jovem parceiro revelando à fraca luz do cômodo a pele delicada e pálida enfeitada com os mamilos rosados. Lindos e pequeninos como dois botões de rosa. A boca do loiro não resistiu à prova aquela carne macia imensamente gostosa de chupar. Os lábios se fecharam no mamilo de Duo o fazendo tremer de excitação.
Ambos já sabiam que o mamilo do andrógeno era um de seus pontos fracos, um carinho bem feito ali naquele ponto podia arrancar de Duo os mais excitados suspiros.
A boca do comandante naquela noite provou cada parte da pele do jovem amante. As mãos tatearam buscando as carnes macias, arrancando de Duo gemidos altos.
Estavam entregues um ao outro. Naquele momento não havia barreiras. Estavam abertos de corpo e alma.
Rolaram na cama grande se beijando e se chupando. Estavam nus e suados. Os corpos já exalavam a excitação e cheiro de sexo. Ambos estavam por demais rijos.
Assim entre os mais afetados carinhos Zechs entrou dentro de Duo de uma forma macia. Como se o corpo do andrógeno fosse de um encaixe perfeito com a carne tenra do loiro. Houve uma certa resistência e dor, mas havia carinho e amor.
Quando Zechs passou a estocar no fundo de Duo com força ambos gemeram como levados ao céu e ao inferno, como se apenas se estocando daquela formas eles pudessem sentir todas as diversas sensações de todos os mundos.
Duo fechou os olhos com força enquanto sentia o amado lhe apertar as nádegas cada vez que entrava com tudo dentro de si. Cada vez que martelava um ponto dentro de seu corpo lhe fazia praticamente gritar de tanto tesão.
Sendo beijado e apalpado, sendo estocado bem no fundo de seu corpo Duo finalmente se sentiu tomando pelo gozo.
Zechs o apertou mais contra seu corpo aspirando o cheio forte daquela pele macia e úmida de suor. O canal do andrógeno se fechou contra seu falo. Ambos estavam gozando.
Finalmente o comandante liberou seus jatos nas entranhas do rapaz. Forçava ao máximo para que sua semente atingisse o interior de Duo.
Completos. Era a melhor palavra para eles. Duo sorriu entre lágrimas. Sentia uma enorme ardência no ânus, porém era gostoso sentir o creme viscoso e morno de Zechs dentro de si lhe tomando o espaço, lhe enchendo como o próprio loiro havia prometido que faria.
O jovem andrógeno sorriu satisfeito sentindo o amante retirar o falo finalmente de dentro de si.
-Eu te amo, Zechs. – Duo deixou sair seus lábios cansados antes de pegar no sono.
Zechs por sua vez o puxou contra seu corpo para dormirem entrelaçados. Sabia que Duo só havia se entregado daquela forma completa por amor. E isso não mais lhe assustava. Ele estava feliz de ter aquele sentimento forte do garoto. Passou sua mão na macia nádega do jovem adormecido acariciando e apalpando, sentiu seu líquido que vazava pelas pernas e trazendo sua mão para junto de seus olhos constatou que a transa havia arrancado sangue do rapaz. Havia tomando tanto cuidado, mas a ânsia da penetração devia ter sido grande demais.
-Também te amo. Duo. – Ele beijou a nuca do rapaz o abraçando pela cintura e finalmente descansou sua cabeça sobre as costas do outro se entregando a um sono merecido.
Mais tarde eles transaram mais uma vez tendo seus corpos tomados por amor e banhados pelos primeiros raios de Sol.
Quando Zechs se deixou cair sobre o colchão macio estava exausto porem mantinha nos lábios um sorriso calmo de satisfação. Duo estava a seu lado.
-Uma pena que teremos que voltar... – Duo gemeu sonolento acabando de acordar.
-É sim. – Zechs respondeu ficando quieto em seguida. Ele se aproximou do rosto do outro lhe dando um beijo molhado na boca e voltando a ficar quieto apenas olhando para os olhos violetas do menino.
-Que foi? – Duo sorriu tímido.
-Só te olhando... e imaginando como eu tenho sorte.
-Porque diz isso? – Duo o olhou. –Você sabe que eu vou para cama com quem...
-Não diga isso. – Zechs o interrompeu sentindo a mágoa que pairava nos olhos violetas de seu amante. –Não estou falando de sexo, Duo. Não foi apenas sexo...
-Tem certeza, Zechs? – Duo o interrogou com os olhos úmidos. Como estava tentando ser forte para pensar apenas que tinha sido uma noite de sexo, como queria tentar enganar seu coração sentimental, mas isso estava parecendo impossível. É claro que as carícias de Zechs soavam como carinhos apaixonados.
-O que está pensando? – O loiro acariciou os cabelos do rapaz. –Eu não menti quando disse que não foi só sexo. Nós fizemos amor. – Ele falou com verdade.
-Mas... E agora? – Duo estava choroso.
-Eu... Realmente não sei como fazer... Mas eu gosto de você. Apenas me de um tempo... Deixe tudo isso passar. Essa minha missão... – Talvez o loiro estivesse pedindo demais, talvez estivesse arriscando muito.
-Eu tenho que tentar entender isso. O que você busca afinal? Sabe que tornar sua colônia um lugar tão próspero como a Terra ou mesmo L1, isso é uma utopia. – O jovem estava certo. –Ao menos que... Tenha mais alguma coisa... – Ele estreitou os olhos grandes. – Existe mais alguma coisa nessa história?
-Parece que eu já não sou muito transparente para você. – O loiro sorriu ficando sério em seguida. – Eu... Tenho certeza que nossa colônia não vai mais ser como antes. Porem eu quero poder dar uma condição de vida melhor a meus iguais. Eu...
-Vamos, pode falar. – O jovem andrógeno sentia que Zechs estava escondendo alguma coisa.
-Duo... Baltar não é livre. Nossa colônia pertence às forças da União terrestre. – Ele confessou.
-Achei que as guerras teriam libertado todas as colônias.
-Não a nossa. A Terra nunca nos deixará livres, pois em nossos solos há minas de Liga de Gundanio. Isso nos torna prisioneiros... – Zechs seguiu explicando.
-Então? Julga que pode vencer as forças Terrestres? – O andrógeno o olhou assustado. Seria quase impossível.
-Não isso. Eu preciso de Heero do meu lado para vencer em outro campo. – Ele ficou pensativo. – Eu conto com Heero para ganhar de uma vez por todas a confiança da primeira ministra Relena. Com ela ao nosso lado poderemos conseguir libertar nossa colônia sem lutas sangrentas. Eu preciso me aproximar dela. – Os olhos de Zechs ganharam uma conotação saudosa.
-Já se conhecem...? – Duo levantou uma sobrancelha.
-Esqueça. Vamos tomar café e voltar para nave... – Zechs quebrou a conversa. Não ia falar sobre isso. Ele se levantou seguindo para o banheiro.
-Espera. – Duo o seguiu.
-Por favor. Eu não quero mais falar sobre isso. – O loiro foi taxativo. Por hora Duo sabia mais que devia.
Não teriam como explicar quando as coisas começaram a conspirar de uma forma se aproximarem dessa forma. O fato er a que estavam se gostando, bem mais do que seria o certo.
Capítulo bobo... quase introdutório.
Grata pelos comentários... Beijos!
Hina
