Sem falar de amor
Hina
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Boa leitura e beijos!
Zechs trouxe Duo novamente para nave. Eles não trocaram muitas palavras. Duo estava calado o que dava certa insegurança ao loiro.
Eles entraram na nave mãe estacionando.
-Duo. – O loiro começou segurando o pulso do mais jovem evitando que ele saísse do veículo.
-Eu não vou comentar nada com ninguém. – Duo estava com seus olhos grandes e tristes sem focos.
-Era... Exatamente isso que ia te pedir. Ao menos por enquanto. – Zechs o deixou sair do veículo. Em parte a atitude de silencio e mágoa de Duo o estava chateando. Porem por outro lado sentia que seria melhor manterem aparências, apenas não sabia se o jovem andrógeno aceitaria isso e muito menos sabia se ele próprio conseguiria conter seu ciúme pelo fato de Duo ir para cama com outros homens.
O rapaz saiu do veículo sem olhar para o rosto do homem com quem havia passado uma bela noite de amor. Ele seguiu rápido pelos corredores sumindo em seu quarto. Precisava chorar sozinho.
-Duo, onde esteve? – Dragon o estava esperando. –Todos te procuraram noite passada. – O verdinho comentou sem entender.
-Vem cá, por favor. Me abraça! – Duo pediu chorando. O comentário do amigo lhe feria ainda mais. Afinal todos os que esperavam por ele na noite passada estavam apenas atrás de sexo. –Será que algum dia alguém vai me ver e não pensar em sexo? – Ele chorou contra o corpo de Dragon.
O pequeno dragão apenas se deixou ficar abraçado ao corpo quente do jovem e belo que ele tanto amava. Seu coração se apertou na vontade de dizer ao andrógeno quanto ele o amava. Mas se conteve, afinal eram amigos e cumpriria para sempre o amor generoso que o comandante havia lhe ensinado.
Zechs não ficou bem depois da noite com Duo. Ele entrara para sua sala e se largara a pensar no que havia feito, porem não soava como arrependimento seus sentimentos atuais. Ele se encostou à poltrona sorrindo abertamente. Era o homem mais feliz do mundo quando lembrava dos gemidos do amante, nos cabelos macios, na pele excitante e no cheiro de rosas que ele tinha.
-Comandante. – Noin entrou na sala.
-Fez suas compras? – Zechs a olhou sorrindo.
-Compras? – A moça fez a típica expressão de quem não havia entendido nada.
-Chang! Maldito cupido! – O loiro se condenou. – Sally não esteve doente? – Completando ele estreitou os olhos, mas estava sorrindo. Wufei havia conseguido.
-Ela está ótima como sempre... Agora você também não me parece mal. Acaso não está sorridente demais? – Ela sorriu.
-Seus vermes. Armaram para eu ficar com o garoto. – Ele bufou divertido.
-Parece que foi bom? Aproveitou? – Noin se aproximou bem esperançosa. Estava torcendo por aquele casal.
-Muito. Muito mesmo. Ele é perfeito, Noin. Eu estou apaixonado. – Confessou. –Deus. Eu achei que nunca mais diria uma coisa dessas. Achei que meu coração estava fechado para esse tipo de sentimento... Graças a Deus estive plenamente enganado.
-Fico muito feliz. Mas temo que deva concluir a tarefa de libertar a colônia antes de se acertar com o Duo de vez. – Noin estava certa. – Ele concordou com isso?
-Não falamos sobre esse assunto. – Zechs confessou.
-Cuidado. Ele não deve achar que você o está usando.
-E acaso pareço alguém que está usando o garoto? – O loiro se levantou. –Estou realmente gostando dele. Eu sei disso.
-Ainda bem que os encontrei aqui. – Wufei os interrompeu. –Pelo visto a noite foi boa, chefe. – Ele não perdeu a oportunidade de provocar.
-Seu cretino... – Zechs sorriu.
-Mas... Parece que Yui nos mandou uma mensagem criptografada. – O oriental informou deixando o clima de brincadeiras de lado.
A notícia não era boa. O sinal era distante e urgente. Yui parecia metido em problemas. Em poucos minutos estavam todos reunidos na cabine central. Zechs se sentou à mesa de comunicação acessando o computador da nave, a decodificação da mensagem não foi tarefa fácil. Yui devia mesmo saber o que fazia quando se tratava de sigilo.
-Droga. Que tipo de código é esse? – O loiro estava suando. Tenso demais para descobrir o estranho modo de Yui pensar.
-Hum... O cara é louco. São ideogramas antigos. – Cascoby falou se aproximando. –Eu já vi isso antes. – Ele sentou-se acessando alguns códigos.
-Como? – Zechs o olhou surpreso.
-Eu escondo mais segredo do que imagina, Zechs. – Ele sorriu maldoso acessando finalmente o conteúdo na mensagem.
A mensagem era breve: "Às 18:00 horas. Hangar Torre perdida."
A torre perdida era a prisão central de L1. Lá ficavam os mais perigosos criminosos de guerra.
-Já vi tudo. Nosso homem é só mais um vagabundo prisioneiro. – Cascoby se levantou.
-Comandante. Não queremos problemas com a Terra. Sabe que todos que estão guardados na torre perdida ficam sobre a guarnição terrestre.
Zechs coçou a cabeça. Estava entre um duro dilema. Se Heero estivesse mesmo preso não seria fácil soltá-lo e principalmente seria difícil explicar para Relena e a Terra esse incidente.
-Mas nós vamos até o fim. – Ele falou confiante encarando alguns como Cascoby.
Chegada a hora informada pela mensagem de Heero o comandante Zechs preparou seus homens. Estrategista ele montou uma pequena equipe que o ia acompanhar nessa missão. Assim numa pequena nave ia o próprio comandante, Noin pilotando, Cascoby e Scoth.
Levar a nave mãe seria tolice, o comandante Zechs sabia disso. Em caso de fuga seria facilmente alcançada, também não levaria Chang nem Pô, uma vez que lhe acontecesse alguma coisa contava com os dois para darem continuidade ao trabalho.
Assim uma pequena tripulação foi ao encontro marcado por Yui na torre perdida.
Ao comando de Merquise esperaram escondidos no hangar da torre. O ambiente ao redor da torre parecia um abandonado planeta de metal. Havia sucata por todas as partes, muitas naves deixadas para trás. Assim a nave que trazia Zechs e cia apenas parecia mais uma largada por ali.
-São 17:45... Só temos que esperar mais... – O comandante Zechs falava aos seus tripulados quando uma explosão o derrubou. –Mas que droga... É... – Outra explosão.
-Chefe. Estão mandando a torre pelos ares. – Noin gritou dando partida na nave. – Droga... A asa foi avariada!– Ela manteve os controles seguros enquanto exigia do motor a potência máxima.
-Noin! Ainda não. Temos que esperar Yui. – O loiro a advertiu. Porem uma nova explosão o levou ao chão com violência o fazendo perder a coincidência quando chocou a cabeça no chão de metal.
-Comandante! – Ela nada pode fazer em favor de seu líder. – Temos que sair! – Ela gritou quando foram cercados por alguns móbiles suits. – Estão mirando... Temos que partir! – A moça se desesperou ao ver que eram um alvo fácil.
-Noin. Vamos embora! Eu não vou ficar aqui parado e arriscar minha pele.– Cascoby mandou, enquanto tomava posição nos controles ao lado da moça e levantava vôo com a nave.
-Droga! Temos um buraco na parte traseira. Estamos perdendo altura! – Ela se agitou vendo que a nave não estabilizava. – Que droga! Nos acertou na traseira! –Ela gritou tentando manter o controle.
-Parece que nós temos visitas! – Cascoby ao ver a comporta traseira se abrir.
-Mas que nave instável é essa? – Uma voz arrastada e grave veio da porta traseira. O homem que surgiu não tinha altura ou porte assustador, porém seus olhos tinham uma tonalidade gritante de azul turquesa. A expressão fechada. – Abaixe a arma e ajude a moça a controlar essa banheira. – Ele falou ignorando as armas que lhe foram apontadas ao entrar.
-Mas... – O réptil não estava certo se podia confiar no invasor.
-Estamos perdendo altura e ganhando muito peso, moça. Use os motores reservas. Sem falar que estamos sendo seguidos... – Ele observou. – Use uma arma e tente acertar alguma coisa lá fora. Com certeza vai ser bem mais útil. – Yui se dirigiu de forma arrogante a Cascoby, porém seus olhos impediam qualquer tipo de reação. Assim o homem-cobra se viu cumprindo aquela ordem.
-Cara! Eu não sei quem é você, mas acho que temos um problema aqui. – Ela estava sem controle do veículo.
-Moça, Eu sou Heero Yui. – Ele falou frio. –Hn... Aqueles são Trowa Barton e Quatre Winner. São meus amigos. – Apontou para os dois rapazes que entraram consigo ma nave.
-Olá... – Trowa comentou sem dar muita importância ao homem-cobra que agora estava parado à porta.
-Como vão? – Quatre sorriu.
-Certo. Trowa assuma as armas da esquerda, temos que despistar esses idiotas. Quatre veja o que pode fazer nos controles de segurança da nave. Temos que levá-la para baixo.
-Mas... Estamos sem estabilidade. Podemos cair. – Noin comentou.
-Nada disso, moça. Se eu der um jeitinho aqui ela vai planar bem abaixo do nível dos Gundans e Heero poderá fugir deles. – Quatre comentou mexendo nos comandos. – Nossa, ela tem controles antigos, mas acho que dá pra brincar aqui. - Quatre piscou divertido. Ele era um jovem de cabelos macios e curtos numa cor loira terna. Seus olhos eram grandes e intensamente azuis, bem como seu sorriso era calmo e confiante.
Uma vez conseguida a estabilidade tão desejada Quatre deu um ok para Heero que com extrema maestria planou com a nave bem abaixo em um nível que os Gundans não conseguiam acompanhar. Logo estavam em segurança retomando a altura exata.
-Ufa. Essa foi por pouco. Eu sou Noin. – Ela sorriu.
-Onde retirou sua licença para pilotar? – Quatre sorriu para a garota.
-Ela não tem licença. – Schot sorriu.
-Nossa... Trowa, Quatre. Acho que estamos lidando com amadores. – Yui os olhou de forma fria. – Quem é o cara-de-cobra parado ali? – Ele desviou os olhos azuis para Cascoby. Não havia simpatizado nem um pouco com o sujeito.
A entrada de Heero Yui e seus amigos não poderia ter sido menos agitada. Sempre em sua atitude silenciosa ele conduziu a nave seguindo as coordenadas indicadas para alcançarem a nave mãe.
Quando finalmente embarcaram uma massa de tripulantes já os esperava. Alguns ansiosos em conhecer o famoso Heero.
As condições da nave eram bastante desagradáveis, alguns chegavam a comentar que seria mesmo algum milagre terem conseguido voar até a nave mãe.
O mais preocupante era Zechs. O loiro estava sendo ajudado por Cascoby, ele tinha a testa ensangüentada e o semblante abalado.
Duo estava na expectativa junto aos demais. Ele tinha uma combinação com o comandante para tentar manter alguma aparência frente aos demais tripulantes, mas ver o amado naquele estado o fez tomar uma irrefreável atitude. Correndo ele se abraçou a Zechs o retirando de forma possessiva dos braços do homem-cobra.
-Deus. Zechs. Você está bem? – Duo o tocou com carinho.
-Ahh... Duo. – A primeira intenção do loiro foi repelir os braços do prostituto, mas ao sentir aquele calor confortável o tocando, o envolvendo ele só teve forças para afundar o rosto nos cabelos cheirosos do amante. – Eu tive medo de não te ver mais... – Zechs falou ao ouvido do menino aceitando aquele cuidado gostoso.
-Escuta, vadio. – Cascoby se dirigiu na sua sempre arrogante forma de falar a Duo. – Zechs precisa de um médico e não de pernas abertas. – Ele era vulgar e cruel.
-Cale essa boca. – Duo o olhou com raiva.
-Eiii... – Cascoby viu como os olhos violetas de Duo se tornaram perigosos. – Seu vadio... – Ele ficou confuso. O andrógeno era sempre tão vulnerável e frágil, mas naquele momento seus olhos pareciam ter a força de mil homens. Será mesmo que o maldito amor fazia as pessoas se tornarem maiores? – Cascoby jamais saberia responder essa questão, ele era incapaz de amar.
-Cale-se, seu insolente! – Zechs mesmo estando ferido olhou recriminador para o subordinado. –Duo vai cuidar de mim... – Ele sorriu para o rapaz se apoiando mais ao corpo menor. O loiro não ia tratar aquele assunto ali na frente de todos, mas o fato era que ainda teria que se entender com Cascoby devido ao machucado que esse havia provocado no braço de Duo em outra noite.
-Duo tem um jeito de cuidar melhor que qualquer outro. Zechs vai estar bem com ele. – Zum sorriu explicando.
-É sim... Esse garoto é muito atencioso com todos nós. Vai ser com o chefe também. – Outro homem comentou.
Uma vez que se passaram as preliminares decisões de quem cuidaria de Zechs Duo o arrastou para o quarto onde prestaria os primeiros socorros.
Heero apenas acompanhou com seus olhos gélidos. Ele não entendia quem era o menino que se abraçara ao comandante da nave, mas alguma coisa lhe chamava a atenção no jovem.
-Se chama Duo. É lindo e meigo, mas sabe ser bem decidido quando quer. – Noin sorriu para Heero. – Venha vou lhe mostrar a nave e os aposentos. – Ela completou.
-Eles são... Namorados? – Yui se viu perguntando indiscretamente. Ele sempre agia de forma fria a calculada. O próprio não entendeu o motivo de sua pergunta. Se ele nem ao menos havia dialogado com Zechs e muito menos sabia quem era Duo.
-Ahh... Digamos que Duo é de Zechs e vice e versa. Mas digamos que nenhum dos dois saiba disso ainda. – Ela explicou.
-Hn... – Yui deu de ombros tentando se manter apático a tudo. Trowa e Quatre o seguiam em silencio, porem o jovem loiro piscou para Trowa de forma cúmplice.
Noin mostrou a nave mãe aos recém chegados, bem como apresentou a tripulação ao trio. Todos foram bem vindos e aconchegados em seus aposentos.
-Bom... Não sabíamos que eram três. Esperávamos apenas Heero, mas acho que posso arrumar quartos separados para vocês dois. – Noin explicou para Trowa e Quatre o que arrancou um tímido sorriso do loirinho.
-Não se incomode, Noin. Eu fico no mesmo quarto que esse loiro... De preferência na mesma cama. – Trowa era um jovem alto. Seus cabelos numa tonalidade castanha arraigada caiam pelo rosto num elegante topete. Ele tinha um jeito fechado e centrado, porem não teve como deixar de fazer o comentário insinuador em relação a sua estadia no mesmo quarto que o outro rapaz, uma vez que a beleza de Quatre já despertava alguns olhares mais atrevidos de alguns tripulantes da nave.
O estado do comandante Zechs não era grave. Apenas alguns ferimentos, porem que renderam ao zeloso Duo um mundo de preocupações.
O loiro olhou para o teto finalmente acordando. Sua cabeça latejava pesada. Ao se virar na cama ele viu o amante que adormecera ao seu lado, todo encolhido. Instintivamente Zechs agradeceu aos céus por ter encontrado aquele menino. Ele lembrava muito bem dos dias e noites vazios. Ele lembrava bem quanto tempo seu coração vagou perdido e sem chão, sem calor e luz. Porem agora, ao acordar e ver o semblante carinhoso de Duo ao seu lado ele se sentia amado e protegido.
-Duo... – O loiro o tocou no rosto. – Como é bom saber que haja o que houve sempre haverá alguém com quem contar. – Ele sorriu para si se perdendo na expressão delicada do menino.
Assim que se recompôs Zechs se levantou deixando Duo aconchegado em sua cama. Em silencio o loiro saiu segurando a cabeça dolorida.
Ele se dirigiu ao local que havia reservado para Yui.
-Yui? – Ele chamou batendo à porta.
-Entre. – Veio a voz fria do outro.
Ficaram frente a frente. Zechs notou o quanto aquele olhar azul turquesa era mecânico, além de frio e seguro. Que espécie de homem era Heero Yui?
-Temos que conversar...
-Quer saber porque eu estava preso... Mas vou lhe adiantar. Eu sou um homem de poucas palavras... – Heero o cortou.
-Não me interessa quem seja você. Eu quero saber se vai me ajudar... Lembra-se do acordo? – Zechs estreitou os olhos.
-Zechs, eu não costumo fazer acordos. Apenas estou nisso porque...
-Gosta dela. – Zechs o olhou atrevido.
-Hn... – Yui não retrucou. Há muito tempo ele havia esquecido o significado desses sentimentos. Hoje até julgava que realmente nunca foi capaz de senti-los. –Não seja tolo. Não sou um homem como você. Minha única razão nisso tudo é pela luta...
-Yui, nenhum homem luta por lutar. Chega um ponto da vida que é necessário parar e contabilizar os lucros, olhar para os lados... – O loiro não tinha a intenção de se envolver na vida de um homem como Heero Yui. Porem se viu o aconselhando.
-Hn. Corte a conversa fiada. Não estou aqui para me fingir de adolescente. Eu sou apenas um soldado. Aconteça o que acontecer, eu sou apenas isso. – Yui ficou em silencio por um tempo para depois volta a fuzilar o loiro com seu olhar pesado. – Relena acredita na salvação dos homens pela paz, apenas está sendo usada pela ganância de alguns indivíduos. E a única razão pela qual aceitei aliar nossas forças é para fazê-la entender que está sendo enganada. – Heero explicou.
-A única coisa que será preciso é convencê-la a livrar as colônias da influência terrestre. – Zechs caminhou pelo cômodo pensativo.
-E ninguém melhor que você para isso... – Yui concluiu.
-E eu você, Yui. Afinal eu sou o irmão dela e você... ao menos o que me conste é o homem que ela ama. – O loiro acentuou a voz de forma delicada. Já lhe havia ficado bem claro que Heero não gostava de tocar nesse tipo de assunto sentimental – Ao menos corresponde em alguma coisa esse sentimento dela? – Ele estava curioso afinal sabia que Relena nunca conseguiu esconder que amava Yui.
-Cada um sente o que quer. Não posso persuadi-la a esquecer essa bobagem, mas quanto a mim... realmente não entendo o significado desses sentimentos. – Heero falou sério. – Agora tratando de negócios... – Ele olhou em volta do cômodo. – Temos que sair do espaço. Nesse momento os batedores terrestres estão varrendo o universo em busca de sua nave...
-Gosto de seu jeito. Quer despistá-los. – O loiro sorriu.
-Uhum... Não temos muito tempo até chegarmos em Relena. Logo vamos estar cercados. Logo, temos que nos livrar dessa nave.
-Tenho o lugar perfeito... Minha colônia será o primeiro lugar onde irão procurar. – O comandante ponderou. – Treize deve vir pessoalmente atrás de mim, uma vez que ele é um aliado dos exércitos terrestres... mas vamos dar uma volta no espertinho. Existem vilarejos em Baltar... mas nossa tripulação vai para outra colônia... quando forem nos procurar não acharão nem sombras... – Zechs pensou.
-Entendo, mas não tem perigo para os populares? Treize não gosta de ser passado para trás... – Yui sentou-se pensativo.
-Ele não fará nada ao local. Lembra-se que naqueles solos existem coisas bem preciosas? – O loiro sorriu.
-Hn... para onde vamos? – Yui se interessou.
-Ganharemos tempo em L2. O lugar é tão devastado que não nos procurarão lá. – O loiro sorriu.
Yui concordou. Ele não conhecia Zechs pessoalmente antes desse encontro. Já havia ouvido muito sobre o comandante, mas o via bem mais esperto que nos boatos.
Naquela noite a ordem na nave era descansar e se preparar em fortes estratégias contra os exercito de Treize.
Zechs gastou o resto da tarde conversando com Yui, à noite ele regressou ao quarto vendo que Duo já não estava mais, na certa havia já se recolhido aos próprios aposentos para se preparar para sua noite de trabalhos.
O loiro suspirou quando pensou em outros homens tendo eu precioso Duo.
Heero saiu de seu quarto caminhando pela nave. Havia uma sala mais reservadas no fim de um dos corredores. Parecia agitada. Ele se aproximou vendo que haviam vários homens reunidos em animada conversa e qual não foi sua surpresa ao ver que seus dois amigos Trowa e Quatre participavam ativamente do bate-papo, na verdade Trowa não parecia muito à vontade com a interação, porem o loirinho sorria de um para outro bem entusiasmado. Yui sorriu vendo o quanto Quatre adorava conversar.
Yui se aproximou em silencio, porem sua presença naquela sala não foi despercebida. Ele era quase uma lenda e embora não fosse muito comunicativo não pode deixar de ser assaltado por uma chuva de curiosas perguntas. Alguns lembravam alguma batalha memorável do rapaz, ou mesmo alguma manobra alucinante e assim Heero foi sendo envolvido pela conversa, uma vez que a única coisa que lhe interessava eram as batalhas.
Quando Duo chegou à animada sala, eram quase dez horas da noite. Ele já tinha selecionado os que iriam para cama com ele nessa noite. Quando ele chegou muito sorriam de forma maliciosa e deixaram os comentários escaparem.
Yui apenas o olhou intrigado. O rapaz era tão bonito...
-Duozinho... eu vou precisar de um cuidado especial hoje. – Zum sorriu o abraçando pela cintura e lhe chupando o pescoço.
-Zum... – Duo corou principalmente quando seus olhos se cruzaram com os de Heero. Era como um choque estranho... aquele homem a sua frente o olhando fixamente... ele era bonito. Os cabelos marrons em tom chocolate mantinham um traçado revolto, a pele era morena num bronzeado forte. Os olhos ligeiramente puxados mantinham um violento azul turquesa.
Nesse momento Zechs chegou à sala. Seus olhos caíram nas mãos enormes de Zum em volta da cintura de Duo, mas o que mais lhe perturbou foi os olhares que seu amante e seu hóspede trocavam. Estavam quase congelados. Era visível que ambos se atraíram de cara. O loiro foi tomado por um ciúme que ele podia jurar lhe furava o peito de forma violenta. O que fazer se tinham que manter aparências?
-Zum, meu caro. – Ele tentou se controlar. – Acho que Yui vai ter prazer em se servir de Duo primeiro. – Ele sorriu de forma irritada.
-Zechs... – Duo apenas o olhou meio chocado.
-Que foi, lindo? Seja Cortez... – Zechs sorriu. – Yui, venha aqui. Esse é Duo... – Ele os apresentou. – Esse é o nosso vadiozinho de plantão... – Assim que terminou de dizer tal barbaridade Zechs se sentiu o mais estúpido dos homens. Afinal aquele menino era somente a pessoa por quem seu coração estava derrubado de amor.
-Como disse? – Yui estreitou os olhos avaliando Duo de cima a baixo. Era realmente a criatura mais bela que já havia visto. Porem Zechs o estava oferecendo de forma magoada. Será mesmo que tinham alguma coisa?
-Esse é Duo... eu sei que deve fazer tempo que você não gasta seu tempo com uma boa noitada... – O loiro piscou o olho...
-Ahhh... Eu... sinto muito. Não me relaciono.. – Heero estava sem jeito.
-Não faça desfeita. Não tem nada haver com sentimentos... é apenas uma boa trepada. – Ele aconselhou falando próximo do ouvido de Heero, porem Duo pode ouvir tamanha vulgaridade.
-Bem... eu cedo a minha vez ao senhor Yui, mas Duo. Quero uma chupada caprichada hoje... – Zum beijou o ouvido do jovem enquanto lhe largava a cintura.
-Vamos, Duo. Faça esse agrado ao Heero. – Zechs o alfinetou com ciúmes.
-Claro. – Duo sorriu de forma ferida. – Vamos. – Ele falou decidido praticamente arrastando Heero pelo corredor sendo seguido pelos olhos raivosos de Zechs, ao fim do corredor estava em seu quarto. Ele fez Yui entrar e bateu a porta com força depois de jogar seu olhar violeta para Zechs.
Heero não era dado a sentimentos, mas era ótimo observador. Desde do começo havia notado o clima entre Zechs e Duo. Havia notado também que o loiro havia tentado humilhar o garoto o empurrando para os braços de um total desconhecido.
No quarto após a porta ser fechada o clima era ruim. Mas Heero não ia ficar acuado por causa de apenas um garoto, ele faria o que sabia fazer melhor: Fingir que era superior.
-Hn... Não sabia que era costume por aqui... Tem certeza que vai para cama com um cara que você nunca viu antes? – Yui falou com frieza.
-É meu trabalho. Você ouviu o comandante. Não se preocupe vai ser só uma trepada. – Duo falou já abrindo a blusa negra.
-Você é um andrógeno, não? – Yui o olhou com apetite.
-Muda alguma coisa? – Ele tentou sorri mostrando o peito de mamilos rosados.
-De forma alguma... os andrógenos são bem apetitosos... cheirosos... – Heero se aproximou quase que enfeitiçado com aquela beleza...
-Venha... – Duo se sentou na cama.
-Mas são bem sentimentais também... e vendo que esse é seu trabalho.. imagino que seja duro para um andrógeno trepar sem amor. – Yui apenas o estava provocando. Sua tática: Atacar antes de ser atacado.
-Ahh... não tenho escolha... – Duo falou triste tendo seus olhos grudados em um ponto vazio do chão...
-Será que não? – Yui estava sim encantado com aquele corpo. Talvez a pessoa ali dentro também fosse fantástica, ao menos aqueles olhos violetas tinham essa característica, mas não queria se envolver. Ao chegar mais perto de Duo teve a certeza que ele não passava de uma armadilha de amor e que todos que olhassem naqueles olhos estavam condenados a se apaixonar. – Heero o beijou lenta e sensualmente. Um beijo de língua bem demorado. – Feche a blusa... Yui mandou assim que deixou os lábios de Duo.
-O que? – O rapaz o olhou com confusão...
-Eu apenas quis provar sua boca... e queria muito seu corpo também, mas... eu... não posso. Sabe, Duo. – Ele o olhou achando que podia se abrir um pouco. – Eu não posso correr o risco de me apaixonar, principalmente por você.
-Do que está falando? – O andrógeno apenas o olhava sem entender.
-Desses seus olhos... cheiro... corpo... desses cabelos. – Yui falou deixando que seu hálito tocasse o rosto de Duo. Estavam bem próximos um do outro. – Quando te vi eu soube que eu poderia me apaixonar por você...
-Heero... Eu sou um prostituto. É apenas sexo...
-Baka. – Yui o olhou depois do xingamento em seu dialeto. – Você não é capaz de entender. Com um homem como você nunca é só sexo. Imagino que seja impossível estar dentro de você e não olhar em seus olhos... é impossível transar com seu corpo sem ser tocado por sua alma. – Heero falou. Como tinha chegado a tanto? Ele era frio e desprovido de sentimentos, ao menos achava que era. Porem Duo conseguia lhe trazer de volta os sentidos que achava perdido.
-Heero... nunca... ouvi coisas tão bonitas... – Duo estava corado.
-Bobagem.. Agora feche a roupa e abra essa porta... – Logo a expressão de Yui voltou a ser fechada e séria.
Duo tratou de fechar sua blusa e sorrir feliz. Heero era um homem frio, porem ele havia tido a sensibilidade de entender.
-Heero... obrigado. – Duo sorriu emocionado. –Pena que nem todos os homens sejam iguais a você. – Ele falou baixo.
-Não devia dar seu corpo... se sua alma já tem um dono. – Yui observou saindo do quarto.
Duo ficou sozinho sorridente. Aquele homem chamado Heero Yui era no fundo alguém muito sensivel e humano, embora quase nunca deixasse isso aparente.
Valeu fofas...beijinhos...
Hina
