Sem falar de amor
Hina
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Boa leitura!
Quando Yui saiu do quarto se deparou com Zechs parado à porta. Talvez o loiro estivesse arrependido de ter empurrado o garoto para os braços de outro homem. Eles se olharam com frieza.
-Você é mesmo patético. – Yui gemeu o deixando sem fala no corredor.
-Japonês de merda. – Zechs falou para si. Mas Duo era mais importante.
O loiro entrou no quarto. Duo o olhou com mágoa. Eles mantiveram um silencio ruim. Os olhos do andrógeno estavam carregados de acusações.
-Desculpe... – Foi tudo que o comandante conseguiu dizer enquanto seguiu para um abraço emocionado com o amante. Duo o aceitou. Quando duas pessoas que se amavam como eles, com força e verdade, quando essas pessoas se olhavam nos olhos não eram necessárias palavras.
Estavam perdoados uns nos braços do outro. Era simples assim, o amor não era complicado. Beijaram-se de forma apaixonada e aliviada.
-Graças a Deus que ele não te tocou. – Zechs beijou a testa do rapaz depois que deixou os lábios dele.
-Mas... Seu louco. A porta está aberta... E eu ainda tenho um monte de homem para atender.– Duo falou baixo.
-Dane-se. – Zechs quase gritou segurando o rosto do amante junto ao seu. – Nunca mais... Nunca mais eu vou deixar ninguém te tocar.– O loiro o beijou novamente.
-O que? O que vai fazer? – Duo sorriu.
-Vou fazer o que devia ter feito quando te vi naquela noite na boate. – O comandante falou puxando Duo para fora do quarto e o levando pela mão até a sala aonde a algazarra de vozes ainda se ouvia. Todos pararam para ver qual era a novidade dessa vez. – Ei! Eu tenho algo a declarar. – Zechs chamou a atenção.
-Eu não acredito nele. – Wufei sorriu de canto vendo que o comandante mantinha os dedos entrelaçados aos de Duo.
-Eu tenho uma notícia ruim para vocês, e uma ótima para mim. – Ele sorriu. – Duo não vai mais ser o garoto de vocês aqui na nave. – Ele deu um tempo quando os muitos comentários se elevaram, vaias se seguiram. – Isso é uma pena para vocês, mas para mim é ótimo. Porque de hoje em diante... Ele é MEU. Só meu.– Zechs falou sorrindo.
Um silêncio seguiu a sua revelação.
-Eiii... Estou dizendo que vamos nos casar em breve! – Ele antecipou vendo que muitos ainda não entendiam a revelação.
Em seguida foi festa e aplausos.
O fato era que todos haviam acompanhado a desilusão de Zechs com Treize no passado. O loiro havia sido deixado no dia de seu casamento pelo outro comandante e desde então não havia mais se aberto a ninguém. Porem a chegada do jovem Duo havia derrubado as barreiras do loiro. Tanto o comandante quanto o lindo andrógeno mereciam essa felicidade.
Um peso havia saído das costa de Zechs quando ele havia tomado a mão de Duo e o assumido na frente de todos.
Houve festa na nave naquela noite. Noin quase pegou o comandante do colo de tanta felicidade, Wufei também estava feliz, quase aliviado por ter dado certo sua armação para unir os dois, Sally era outra extremamente feliz.
Uma vez livres dos elogios e abraços Zechs e Duo fugiram para o quarto do loiro. Aos beijos eles se largaram na cama. Como sempre, não tinham pressa, afinal o fato de estarem livres de fingimentos, e poderem declarar seu amor aos quatro cantos estava sendo muito satisfatório.
Zechs atacou tantas vezes os lábios do amante, tocando o corpo macio e quente que amava ter embaixo de seu. Duo arfava recebendo aquela atenção carinhosa. Recebendo os toques e afagos.
Eles se beijaram fazendo que suas línguas se entregassem lentamente naquela dança molhada. Suas mãos seguiram tocando as curvas e músculos um do outro.
Logo Duo abriu as pernas de forma a encaixar Zechs entre elas seguindo os toques e beijos carinhosos.
Gemiam baixo quando paravam para tomar uma arfada de ar, as mãos apalpavam com prazer os corpos que de tão excitados já estavam suados e ofegantes. De olhos fechados os dois apenas se sentiram. Em certo ponto do prazer as roupas pareciam atrapalhar o contato das peles já úmidas, mas se tornou uma excitante brincadeira a remoção ansiosa das peças de roupa.
Com urgência Zechs ajudou Duo a remover a blusa abrindo sem muito cuidado os botões, em seguida abriu a calça de tecido leve expondo a pele tão clara e macia do amante. O loiro não suportava olhar por muito tempo aquele corpo sem ter a língua lambendo algum ponto, sobretudo os mamilos.
Duo arfou se esticando na cama, expondo seu peito ao carinho da boca do loiro, ele ficava sempre um pouco perdido quando tinha os mamilos chupados daquela forma, Zechs por sua vez sentia sempre seu falo pular no meio de suas pernas toda vez que sua boca se fechava sobre aqueles delicados pedacinhos de carne róseos os fazendo se arrepiar até endurecer na sua boca.
-Ohhh... Zechs... – Duo repetia baixinho o nome do amante sempre que uma chupada era lhe dada com vontade em um dos mamilos que há esse ponto já estavam bem rijos e pontiagudos. Ele abriu mais as pernas em um quase desespero gostoso. O loiro sorriu entendendo que seu corpo estava agoniado também. Beijaram-se com força e tesão até Duo separar o novo beijo e o olhar com um violeta escurecido de desejo.
O andrógeno puxou a camisa do comandante a removendo pelos braços e a jogando em um canto qualquer. Zechs tratou de jogar longe seus calças e cueca e assim, completamente nu e ereto, ele se lançou sobre o corpo menor reiniciando os muito carinhos.
Duo voltou a gemer repetidas vezes tendo seu corpo alvo da boca e mãos do loiro.
Sem aviso Zechs deixou os mamilos do lindo andrógeno para descer os lábios pelo belo corpo, deixando molhados beijos no caminho da virilha do rapaz. O loiro parou no falo escondido pela cueca, ali beijou forte e demorado sobre o volume rijo fazendo Duo quase gritar de susto. Logo a cueca do menino foi jogada longe também. O falo dele era delicado, Zechs pode quase achá-lo lindo. Assim fechou os olhos e de forma apaixonada tomou a glande intumescida do andrógeno dentro de sua boca.
-Zechs! – Duo gemeu alto quase indo ao céu, afinal estava muitíssimo excitado e sem aviso havia tido sua carne sensível chupada da forma mais carinhosa possível por aquela boca quente e úmida.
O loiro chupou com gosto sentido o corpo de Duo tremer abaixo do seu em fortes convulsões de prazer. Mas ele também não estava se segurando. Tinha a impressão que ia derramar seu sêmen a qualquer momento, mas como sempre queria fazê-lo dentro de Duo.
Assim o membro do andrógeno foi libertado quando este estava quase gozando.
-Ohhh... Zechs. Zechs... Eu quero... – Duo o olhou com sensualidade.
-Eu sei... Sei o que você quer. – O loiro o beijou.
-Eu quero... Preciso de você... Dentro de mim... – Duo gemeu se agarrando ao corpo musculoso do amante enquanto abria suas pernas passando as coxas em volta da cintura do rapaz. Mais beijos molhados e excitados.
Zechs sorriu vendo que estavam chegando ao ápice do prazer. Ele beijou aquela boca tocando aquela língua molhada e gostosa, de propósito atritava suas ereções fazendo passar por seus corpos uma tensão gostosa.
-Ahhh... Vai logo! – Duo gemeu excitado demais.
Zechs não precisou de mais tempo. Duo estava bem aberto, da ereção do andrógeno já saía um pré-gozo que foi usado pelo loiro, que de forma delicada enfiou seus dedos na entrada do amante o preparando para seu tamanho. Duo mexeu os quadris querendo sentir cada vez mais os dedos do rapaz em si.
-Calma, meu lindo. Calma. – O loiro o beijou retirando os dedos e em seguida forçando seu falo naquela deliciosa entrada.
Não foi fácil, nunca era, porem era reciprocamente gostoso. Entrar em Duo e sentir seu membro ser esmagado de forma aveludada por aquele estreito canal fazia Zechs quase gritar de tanto prazer. Sabia que tinha que ser uma entrada bem calma, mas era sempre tão gostoso.
O loiro quase explodiu quando se viu todo enterrado no amante. A expressão que Duo fez foi tão linda que o loiro se viu nas nuvens. O rosto contraído e corado do jovem misturou dor e prazer... Era perfeito. Excitante demais.
-Arrrhhhh... – Duo gemeu quase num grito. Era dor o que sentia, mas logo a dor se tornou uma ardência gostosa e em seguida seu anel de músculos foi se moldando ao tamanho daquele falo de forma tão perfeita que ele sentiu o gozo vindo.
Zechs retirou um pouco o falo colocando novamente e azeitando Duo sobre o colchão de forma confortável, ele começou aquele ritmo gostoso dentro do amante.
Os olhos violetas de Duo se transtornaram revoltos num prazer inexplicável. Sentir seu canal forçado por aquele falo, sentir os beijos e carinhos, a ardência delicada ao atritar das carnes. Ele gemeu alto apertando o membro de Zechs dentro de si e assim, nesse quase grito, gozou.
O comandante veio logo em seguida esporrando seu sêmen dentro de Duo enquanto gritava o nome do amante e afundava os dentes em seus mamilos.
Caíram exaustos. Zechs ainda todo dentro de Duo o abraçou apertando sua fina cintura e lhe beijando o pescoço. Assim veio o sono. Abraçados e felizes.
Enquanto a escuridão da noite perdia para os primeiros brilhos do dia, na Terra a movimentação já era grande. Os noticiários anunciavam a cada quinze minutos a espetacular fuga de Heero Yui, Trowa Barton e Quatre Winner da prisão de alta segurança em L1. Autoridades já cobravam alguma atitude por parte das forças de segurança da Terra.
Na sede de inteligência da famosa organização Prevent, fundada logo após o término da guerra que envolveu toda a nação, já se encontrava um Treize furioso.
Relena Darllian, a primeira ministra da Terra havia sido convocada para uma audiência às pressas. A moça estava sentada à cabeceira da longa mesa. Ela estava em pleno silencio. Seus olhos azuis pareceriam perdidos em um ponto da parede, bem como seus cabelos loiros escondiam sua expressão apática.
Treize estava de pé à frente de um telão onde passava os filmes da fuga de Heero e seus amigos.
O comandante terminou a breve explicação sobre aquela fuga, bem como mostrava fotos da nave que fez a captura dos três fugitivos.
-Os relatórios mostram que Yui uniu forças com ninguém menos que o comandante espacial Zechs Merquise. – Uma moça chamada Une informou mexendo em alguns papeis.
-Então só temos que ir atrás desse homem... Esse tal de Zechs. – Um dos comandantes presentes naquela mesa comentou.
-O fato é que esse comandante não se deve ser subestimado. Se ele e Yui estão juntos corremos um grande perigo. Todos nós das nações unidades uniremos forças para destruir esses revoltosos antes que seja tarde. – Treize falou conciso.
Relena pela primeira vez ergueu seus olhos. A foto congelada no telão a perturbava. O homem que estava estampado ali era Zechs Merquise e ela tinha ciência de que não o conhecia, porém havia alguma coisa no olhar dele que lhe soava familiar.
-Primeira ministra, a Organização Prevent pede a autorização da Terra para travar uma guerra contra a colônia de Zechs e todos os que formarem junta a eles. – Treize olhou para a jovem moça.
-Comandante. – Relena se levantou erguendo sua voz de forma imponente. Ela tinha pouca idade para o cargo que ocupava, porem sabia exatamente como se portar diante de um conselho de senhores fanáticos por guerras. – É fato que a Terra deva tomar um posicionamento sobre tudo isso, mas não é recomendável partir para um ataque direto antes de sabermos as verdadeiras pretensões desses homens. – Ela falou encarando os olhos arregalados de Treize.
-Mas, Senhorita Relena. Heero estava preso... Suponhamos que ele era perigoso aos planos de paz... – O comandante Treize tentou.
-Descordo, Senhor Treize. Ao que me consta. – Ela mexeu em seus papeis sobre a mesa conferindo algumas datas e fatos. – Os fatos que levaram ao confinamento dos três rapazes parecem confusos. Foi mais pela intervenção deles em alguns programas da Terra... Alguns projetos que eles julgavam passiveis de iniciar alguma nova guerra.
-Mas a senhoria então vai nos dizer que esses rebeldes são inocentes? – Une a interrompeu.
-Não, senhorita Une. Apenas eu quis dizer que um homem na posição do senhor Yui, que arriscou a vida nas batalhas pela paz, deve ser ouvido antes que saiamos por ai pondo sua cabeça a premio. – Relena a olhou com confiança.
-Mas senhorita, Relena... – Treize ia ainda tentar alguma insistência.
-Lamento, comandante Treize. Meu tempo acabou. Esse é o posicionamento da Terra por hora nessa questão, ou seja, antes de qualquer ação vamos ouvir esses homens. – Ela fechou sua pasta sorrindo cordialmente aos senhores na mesa se retirando.
Treize socou furioso a mesa. A sala já estava vazia. Apenas Une estava presente. Ela era o braço direito do comandante na organização Prevent.
-Maldita fedelha. Nós vamos ter mesmo que esperar o contato dela com Yui. – A moça comentou.
-Ninguém nos diz o que fazer, minha querida. Vamos atrás desses idiotas. – Treize sorriu indicando que a autoridade de Relena não o ameaçaria.
Enquanto isso na nave mãe Majory Zechs fez uma importante escalação, assim como tomava uma decisão bem difícil.
Majory estava sendo procurada em todo o universo, era a conhecida embarcação do comandante Zechs Merquise, assim ele decidiu que era hora de aposentar a nave que fora de seu pai.
Com seu plano ele levaria para L2 em uma nave menor apenas alguns tripulantes chaves. E todos os convocados sabiam que essa missão era muito perigosa e talvez sem volta. Nessa missão partiria para L2, o próprio comandante, Yui, Barton e Quatre. Bem como Wufei e Sally Pô, Zum, Schoth, Cascoby. Somente.
Após a tomada dessa decisão ele foi puxado pelo braço por Chang que o cobrou a convocação de Cascoby, afinal o caráter do réptil era bem duvidoso.
-Amigo, Ele tem as qualidades dele. Vamos precisar de alguém como ele. – O loiro comentou.
-Está louco de confiar nessa cobra. – Wufei deu de ombros. Jamais confiaria naquele réptil.
-Eu também não confio nele. Ao contrário, Duo mesmo me confessou ter sofrido agressões nas mãos dele, mas eu realmente preciso das qualidades dele. – Zechs deu a conversa por encerrada.
-Você ainda vai se arrepender. – Chang coçou a cabeça. Resolvido a mudar de assunto.
– O garoto? Vai?
-Duo? Não. Vai ser tão perigoso... Eu realmente não vou levá-lo. – O loiro falou, porem sabia a dificuldade que seria passar tempos longe de seu amado Duo, mas se fosse para zelar pela segurança dele o faria sem pestanejar.
Teriam que agir bem rápido. Treize logo estaria atrás deles e aquele homem não costumava perder. Assim Zechs retornou para Baltar, sua colônia, ou o que restava dela. A nave foi programada por Heero... E sozinha ela faria uma longa viagem. Uma viagem sem volta. Com a rota direcionada para o Sol a Majory chegava a seu fim. O loiro ficou no pátio vendo a grande nave sumir no céu... Para sempre.
Ele sentiu lágrimas em seus olhos. Lembrava de quando era só um menino e como hoje, se esquecia de tudo quando olhava a grande nave sumir no céu, levando seu pai para o universo em busca da paz tão sonhada.
-Zechs. – Duo se aproximou o abraçando delicadamente por trás.
-Meu pai... A última vez que o vi foi ela quem o levou. Foi assim mesmo, Duo. Eu tinha cinco anos quando aqui mesmo nesse pátio vi Majory sumir no céu de nuvens, e ele nunca mais voltou.
-Eu... Sinto muito. – O andrógeno não soube o que dizer.
-Você entende? Ele prometeu que voltava! – Zechs estava chorando.
-Oh... Zechs. As pessoas têm que ir...
-Não, Duo. Eu daria qualquer coisa para tê-lo de volta, ao menos por um momento. – O loiro se virou para Duo o olhando.
-Eu sei. – O jovem não sabia como confortar o amante. Afinal essa era a dor dele. –Mas, se sentir melhor divida isso comigo. – Ele completou tentando ser o mais companheiro possível.
Zechs ficou em silencio. Desde que havia perdido o pai, vitimado pela guerra, vítima de seu sonho de paz, ele havia feito de sua vida uma continuação daquele desejo pacifista. E quantas vezes ele jurou que seria capaz de dar o que de melhor tivesse em troca de rever o pai por apenas um minuto? Mas agora olhando para Duo a sua frente ele ficou em silencio. Duo era a melhor coisa que havia acontecido para ele.
-Deus... Como fui idiota. – O loiro comentou olhando no fundo dos olhos do rapaz.
-O que foi? – Duo o olhou sem entender.
-Eu te amo. Não te trocaria por nada no mundo. Você é minha coisa mais preciosa, eu jamais te trocaria por nada. – Ele falou abraçando com força aquele corpo morno. O jovem não entendeu, mas aceitou o abraço emocionado do amante.
O dia da partida dos tripulantes foi bem tenso.
Duo chorara na cama depois de fazer amor com o loiro. Mas Zechs o havia tranqüilizado dizendo que o amava e quando tudo estivesse resolvido eles ficariam juntos para sempre.
Eles se abraçaram com força, como se quisessem levar o cheiro do corpo do outro na pele e se beijaram. Zechs se deitou sobre o corpo do andrógeno o beijando, e cada beijo era como se pudesse ser o último.
Naquela manhã eles transaram de forma lenta e vigorosa, e infelizmente seus olhos tinham um clima tenso de que talvez pudesse ser mesmo a última transa do casal.
-Não fique assim. Eu prometo que volto para você. – Zechs o beiju depois do sexo.
-Eu vou esperar...
Finalmente partiram por volta do meio dia. Os habitantes de Baltar ficaram olhando a nave de menor porte partir.
Duo correu para o quarto no alojamento, estava chorando. Foi assim que Dragon encontrou seu amado amigo, deitado afundado em um choro grosso.
O dragão o acariciou como sempre fazia, passando ao rapaz um pouco de sua confiança.
-Ele volta... – Dragon falou mantendo o carinho.
-Eu o quero agora! – Duo gritou alterado. Estava sim precisando desabafar. Ele se levantou com raiva da cama, mas sua vista escureceu de forma instantânea, uma onda de mal estar o engolfou. Duo acabou indo ao chão desacordado.
Assustado Dragon correu chamando pela amiga Noin. Ele passou pelo alojamento veloz gritando pela moça.
Quando Noin entrou no quarto notou como Duo estava pálido, ainda desacordado naquele chão. Sem ter muito como ajudar ela foi chamar o médico de Baltar. Era um homem troncudo que vivia em um dos alojamentos. Mais que rápido ele chegou ao quarto de Duo demonstrando uma preocupação com o menino.
A palidez excessiva no rosto do rapaz fazia seus lábios descolores. O médico tomou o pulso e verificou a temperatura, não havia febre, apenas um ritmo descompassado na pulsação, porem que aos poucos iam tomando o nível normal.
-A cor está voltando. – O médico informou a Noin e Dragon, que assustados esperavam alguma conclusão.
-Ele está bem? – Dragon estava chorando.
-Acho que sim. – O médico sorriu vendo a preocupação nos olhos do dragão.
Sencar estava trajando seu jaleco branco encardido. Ele abriu sua valise retirando um pequeno vidro tosco, o abrindo pôs por uns minutos nos nariz do rapaz. Como por magia os olhos de um violeta confuso foram se abrindo.
Duo ao recobrar a razão pareceu mesmo um pouco perdido. Lentamente as idéias e fatos foram voltando a sua memória. Havia se descontrolado, e de repente ficara tudo escuro e frio. Vazio.
O médico o examinou, à primeira vista parecia somente um mal estar provocado por tensão ou mesmo alimentação. Indicou um pouco de repouso. Ao que tudo indicava parecia tudo bem com o jovem, mas Duo estava apreensivo. Ele estava inseguro.
-Vocês... Podiam sair por um minuto? – Ele se dirigiu aos amigos.
-Mas... Duo. – Dragon não queria deixá-lo, mas Noin sorriu retirando o pequeno do quarto.
-Então, jovem Duo... – Sencar o olhou esperando.
-Eu estou com medo... Não é a primeira vez que me sinto estranho... – O andrógeno confessou.
-Já teve essas tonturas antes? – O médico o encarou.
-Há uma semana isso vem ocorrendo... Nunca cheguei a desmaiar... Mas...
-Duo. Eu não tenho muito aprofundamento com andrógenos, mas o pouco que sei é que alguns de vocês podem engravidar. Acaso você é fértil? – O médico o perguntou.
-Sou sim. Por isso estou com medo. – Duo informou. – E eu tenho motivos para acreditar se tiver em meu período de fertilidade eu possa sim ter engravidado. – Ele lembrou das muitas vezes que transara com Zechs, que entrara em contato com o sêmen dele.
-Eu entendo. Vou lhe dar um contato de um especialista em gestação andrógena, ele poderá lhe examinar melhor... – O médico Sencar se aproximou. – Mas posso saber se estiver mesmo grávido. – Ele falou fazendo Duo se deitar na cama e apalpando seu ventre em pontos estratégicos.
O médico seguiu tateando o corpo de Duo, os mamilos, o abdômen.
-Filho, não sou um conhecedor dos organismos andrógenos, porem eu acredito que você esteja mesmo grávido. Aqui em seu ventre já há uma leve ondulação. Alguma coisa aqui está bem rígida, como se estivesse guardando mesmo um feto. Mas nada pode ser certo ainda... Procure esse médico. – Sencar mexeu na valise lhe entregando o cartão.
Duo ficou olhando para o pequeno cartão em suas mãos. Esse médico ficava na Terra e ele sabia que era impossível ir até lá sem que Zechs ficasse sabendo. Ele não tinha dinheiro, tudo que havia economizado nesses dois meses de trabalhos não era o suficiente. O andrógeno se largou na cama, estava em uma maldita enrascada.
Seu coração pesava. Ele estava sim se acertando com Zechs, mas ainda não era nada concreto, e principalmente agora que o comandante estava tão distante e envolvido com tantos problemas, como daria a notícia de um filho a ele em um momento tão conturbado como aquele. E ainda havia um agravante que fez Duo passar a mão nos cabelos sentindo um bolo no estômago. Ele havia transado com tantos homens na noite que fora violado, o próprio Cascoby o havia possuído depois, logo, ele não tinha certeza de quem era o pai daquela suposta criança. Somente um exame mais detalhado poderia lhe dizer qual o exato tempo da gestação e assim ele poderia tentar deduzir se esse filho era mesmo de Zechs.
O médico assistiu a confusão nos olhos do menino. – Vai dar tudo certo. Vou a esse meu amigo que você irá até ele em breve. – Ele saiu sorrindo.
Assim que Sencar chegou em seu quarto no alojamento ele retirou de dentro de sua valise um comunicador. – Cascoby? Eu tenho uma informação preciosa sobre nosso garotinho. – Ele sorriu. –Ele vai a Terra visitar um especialista em gravidez andrógena.
Alô, valeu por acompanhar...
Beijos,
Hina
