Disclaimer: Este é um fanfic sem fins lucrativos. Saint Seiya não me pertencem e sim ao Kurumada e Cia, portanto, não me processem...Meu primeiro suspense! Fic Yaoi, se não gosta do gênero, não leia.
Um grito de socorro
Final de expediente. Olhou pela janela de seu escritório e sorriu. Diferente dos outros dias, este era um dia especial, pois anunciava mais um belo fim de semana. Riu internamente ao olhar o calendário indicando uma sexta-feira 13 do mês de agosto. Nunca fora supersticioso – ao contrário de seu amado, que agora deveria estar com trevos de 4 folhas espalhados pela casa, um pé de coelho como par de brincos e tudo o mais que havia direito. Se ele contasse o resumo de seu dia, o namorado certamente enlouqueceria...
No início da manhã, havia passado sob a escada de sua casa. O que muitos considerariam mau agouro, a ele trouxe sorte, pois logo após a passagem, o telefone tocou. A voz do outro lado anunciava um aumento de 73 no valor de algumas ações que ele já considerava perdidas. Não foi a única boa notícia! Havia ganho um fim de semana no Hotel mais luxuoso da região – com direito a acompanhante. Certamente faria uma enorme surpresa a ele, quando este soubesse onde comemorariam seu aniversário de namoro. Ironicamente, naquela manhã, não estava vencendo fechar todos os acordos e receber todas as boas novas que lhe eram dirigidas.
Olhou o céu límpido e sem nuvens. As estrelas brilhavam num convite mudo ao romance e a imensa lua cheia dava novos ânimos a todos. Era uma pena que as luzes da cidade ocultassem a verdadeira resplandecência daqueles astros luminosos que tanto mexiam com os apaixonados, mas sabia que isso era de menos. Logo estaria ao lado de seu amado...
Levantou-se da cadeira e dirigiu-se à janela, contemplando a vista. Olhou mais uma vez o relógio do computador, esperando que aquele dia chegasse e ele pudesse, enfim, estar ao lado do seu belo namorado. Novamente a imagem daquele sublime rapaz veio-lhe à mente e então chegou a soltar um sorriso de canto de boca ao lembrar-se da serenidade e meiguice que tanto o encantavam naquele ser de faces angelicais.
Não se conteve ao perceber o fim do expediente. Correu ao elevador e apertou o botão do estacionamento do edifício. Com seu porte altivo, saiu majestosamente do cubo metálico – como havia apelidado o elevador – e dirigiu-se à sua vaga. Assoviava uma canção romântica quando um barulho o fez ficar em guarda. Olhou para os lados, temendo ser um assalto, mas logo percebeu tratar-se de uma briga de gatos. Um dos felinos, de pelagem inteiramente negra, passou correndo pelo homem que agora recuperava o fôlego e sorria ao "ver" seu namorado ao seu lado.
– Era um gato preto!... Sabe o que isso significa? – diria o rapaz.
– Mau agouro, trocentos anos de azar... – tentava adivinhar o outro, que certamente receberia um olhar de protesto e provas de que aquilo era um assunto sério. Também deveria encher-se de mandingas pra evitar uma tragédia em sua vida.
Calmamente, o rapaz voltou a caminhar até seu carro. As vagas eram numeradas e ele sempre estacionava na vaga de número 7. Não por superstição, mas por comodidade e para garantir que, quando chegasse, encontraria seu carro no lugar. Também havia a possibilidade do namorado vir visitá-lo no trabalho e pedir para usar o carro ou pegar algo lá dentro.
– Certamente aquele cabeça-de-vento não encontraria o automóvel se viesse hoje... – murmurava o homem, com um sorriso de canto de boca.
Não que o jovem fosse distraído, mas, para aquele homem tão seguro de si, a carência e, em parte, inocência do rapaz faziam com que seu ar super-protetor se aflorasse. Às vezes o namorado parecia um pouco alegre demais, o que não era motivo de crítica – muito pelo contrário, pois sabia que, se dependesse de si, a relação não teria passado das conversas amistosas. Um bibelô! Era isso que o amado lhe representava... Um boneco de porcelana. Esboçou um sorriso enquanto lembrava dele.
Acordou de seu transe e passou a procurar o carro, lembrando-se de todas as atitudes que tivera desde o momento que adentrou aquele ambiente. Quando chegou, havia encontrado a sua vaga ocupada e fora obrigado a estacionar seu conversível em outro local. Caminhou até o número 24, onde deveria estar seu carro e o encontrou com um pequeno amassado na frente. Algum barbeiro havia dado ré ao invés de engatar a primeira marcha e, com isso, amassara seu precioso veículo. Não sabia o que faria ao maldito que estragara sua amada máquina.
Balançou a cabeça negativamente e entrou no carro. Seus longuíssimos cabelos loiros destacavam-se no estofado escuro do veículo e os profundos olhos azuis turqueza destacavam-se em sua face extremamente alva e pálida, deixando-o com cara de anjo. Shaka era um homem realmente lindo, embora tivesse uma beleza levemente andrógina às vezes. Ligou o som numa estação qualquer, acionou a capota para poder apreciar a noite de lua cheia e saiu, dando aulas de volante. Todos conheciam a sua habilidade, disciplina e responsabilidade à frente do volante.
Ao sair do edifício, esperando uma brecha para entrar na rua, olhou o céu límpido à procura da lua, mas os prédios a encobriam. Suspirou, encarando o engarrafamento. A música instrumental e suave fazia com que ele se lembrasse de Mu. Tranqüilidade, ternura, discrição, um pouco de carência, superstição e hesitação – graças à sua insegurança, humildade... tudo isso definia seu amado. Se bem que o namorado muitas vezes era tão calmo que nem lembrava as características do signo sob o qual nascera, o signo de Áries! Seria pelo fato do jovem ser tibetano e ter recebido uma educação especial? Seria uma personalidade própria? Não podia responder, por mais que o conhecesse. Mas e ele? Shaka teria algo a ver com o signo de virgem?
Apesar de ser loiro, Shaka era indiano e, conseqüentemente, fora educado pelos ensinamentos budistas. Por isso não ligava muito para astrologia - mal sabia as características de seu signo! Na verdade, o indiano saíra de sua terra natal em busca de um rumo para sua vida, independência e uma ótima oportunidade de trabalho que lhe fora feita. Olhou à frente. O grande engarrafamento era incômodo a todos, menos ao virginiano que sentia a brisa em sua cútis delicada. Fechou os olhos e logo uma sinfonia de buzinas e insultos podiam ser percebidos vindos de trás, avisando que o sinal abrira e havia um grande espaço a percorrer. Assim que o carro movimentou-se, logo entrou numa rua à esquerda indo em direção à própria casa a fim de tomar um banho, colocar seu perfume e vestir-se para seu anjo.
O conversível preto rasgava ferozmente as ruas da cidade, imponente. O clima estava tão agradável que até o caseiro Shaka tinha vontade de sair e decidira que convidaria Mu para jantar fora essa noite! Ligaria ao tibetano quando chegasse em sua casa.
Mal mentalizou a palavra ligar, logo ouviu o tom de seu celular. Identificou o número, mas só atendeu após parar o veículo na primeira vaga que encontrou.
– Alô, Mu?
– Shaka, por favor, venha à minha casa...
O tibetano estava muito nervoso. Tinha acontecido algo errado! O coração de Shaka acelerou ao imaginar seu delicado namorado de graciosos e longuíssimos cabelos lavandas – como os de uma bela boneca – passando por algo ruim, mas conteve-se ao lembrar do lado supersticioso do amado. Mu morava do outro lado da cidade. Seria mais fácil acalmá-lo por telefone do que ir até ele em horário de pico.
– Mu, acalme-se! Sei o que esse dia representa pra você, mas...
– NÃO! – gritou o tibetano, em prantos. – Shaka... você não entende... todos estão perdidos... – falava entre soluços.
– O que está acontecendo, Mu? – perguntava, preocupado.
– Eu... eu to com medo... – O jovem parecia chorar e tremer do outro lado da linha. – Ele é tão cruel... e impiedoso! Já matou até criança... – falava de forma confusa devido ao medo e angústia pelos quais estava passando.
CONTINUA
Esse é só o prólogo... espero que tenha deixado vocês curiosos. Gostaria que mandassem reviews para que eu possa saber onde e como melhorar. Até a próxima!
