i Seu navio... Está tudo bem. – Mas seus olhos diziam outra coisa. E ela os desviou para que ele não visse.

Vamos Logo, Saori.

Sim. — apressou-se ela. /i

Capítulo 5

b NO HOTEL, SOB AS ESTRELAS... /b

O grande hotel estava todo em polvorosa, por causa desta promoção. Era um hotel ricamente decorado, com flores e imagens de deuses gregos por todo lado. Uma pequena estátua de Atena chamou atenção de Ikki, ele mexeu com ela.

- Ora, Cavaleiro, não me importune... - ela riu.

Como chegaram mais cedo, o maitre os levou a uma saleta reservada, com quartos contíguos.

- Sabe Ikki... Estive pensando: não podemos ir jantar vestidos desta maneira. – disse referindo-se aos seus próprios trajes. – Aqui não tem umas lojas no andar térreo? – perguntou à copeira que os servia.

- Sim, senhora.

- Então? – falou, olhando para ele.

- Então o quê? –perguntou confuso.

- Oras, vamos fazer umas compras... Ikki... Você é muito desligado... - riu ela.

- Humf... Qual é o problema de comermos com estes... – parou por um instante e olhou para si mesmo. – é talvez você tenha razão... – riu. – Não estou muito acostumado a querer e ter ao mesmo tempo... – Olhou-a de soslaio i "Eu quero você e não posso..." /i – mas vamos, antes que nos atrasemos.

Ela ficou pensando no que ele disse enquanto experimentavam algo na loja do Hotel. ib"Não tenho o que quero" /i/b. Será que foi isso mesmo que ele quis dizer? i Ah, Saori Kido... Por que tinha que se apai... Não, não poderia... Mas este dia... /i Seria para sempre, se ela pudesse escolher...

- E então, Saori? Já escolhi tudo e você ainda está parada. – questionou Ikki – No que está pensando? – disse ele, aproximando-se.

- Em nada... – disse ela distraída – Também já terminei.

Ele ficou olhando-a no caixa e pegou as sacolas. Ele estranhou o fato de que quando voltaram para a saleta ela não dizer uma palavra, mas...

- Bem, eu vou me trocar. – falou ela, entrando no banheiro. – Você quer se lavar antes? – olhou pra ele, quando percebeu que ele não lhe respondia. – Ikki? Ei... Ikki... – ela tocou o ombro dele. – O que foi?

- Não foi nada, minha querida... Acho que vou usar o banho da saleta, não se preocupe, fique a vontade.

Ela meio que sorriu e saiu sem dizer nada.

Ele riu um riso sem graça... Saori estava tão animada, parecia uma criança, mas ele não conseguia parar de pensar que estava indo embora. "Como poderei abrir mão disso? Não, é por isso que partirei..." refletiu ele, com o olhar distante. Suspirou, pegando a sacola, com um terno, que ela escolhera, sorrindo. "Vamos lá, Ikki, você não teme nem a morte, aprendeu a viver sozinho, está com medo de quê?" e uma vozinha no fundo de sua mente lhe dizia: i "Solidão" /i.

- Ikki, você viu a minha bolsa? – perguntou Saori, voltando à salinha, sem muito alarde.

Ainda sem se virar pra ela, disse:

- Não, você... – ele virou-se e parou surpreso, olhando-a. Era muito difícil vê-la com algo que não fosse seus longos vestidos de princesa (tipo bolo de noiva). Era um longo, porém, justo vestido, num tom azulado, totalmente bordado e decotado nas costas. i "Engraçado tenho certeza de que ela experimentou outro..." /i Mas, se havia algo que realmente o impressionou foram os longos cabelos cuidadosamente arrumados num coque, no alto da cabeça, deixando os ombros à mostra e as costa nuas... Ele rapidamente sacudiu a cabeça, sorrindo. O vestido não era muito conservador. Hipnotizado como estava, nem percebeu que ela continuava falando:

—... bem aqui. Ah, encontrei! – exclamou ela, empurrando uma sacola. Abriu a bolsa e tirou de lá um colar que imitava perfeitamente o que fizera na praia, com uma pequena conchinha em ouro pendurada. –Que tal? – ela inclinou a cabeça, piscando os olhos – Ikki? ... O que foi? – disse, aproximando-se dele, ao notar sua cara de espanto. – Alguma coisa errada?

Ele riu da cara engraçada que ela fez... i "Saori..." /i

– Você está... Arrebatadoramente linda, se é que é possível... Nem sei o que dizer... – falou ele – Parece até que nunca a vi – i "e nunca desejei tanto tê-la em meus braços" /i, pensou desconsolado.

Ela riu, ficando vermelha.

– Oras, lembre-se de que sou eu mesma, Saori Kido. – sorrindo, falou-lhe ao coração: i "Atena está no santuário"/i. – Me ajude a fechar este cordão. – ele não se mexeu. – Vamos, Ikki!

Ela estremeceu ao sentir o toque dele em seu pescoço, para fechar o cordão. Alguns fios de cabelos soltaram-se do penteado e caíram sobre as mãos dele. i "Isso já é provação demais... Ninguém a merece..." /i, refletiu ele. No mesmo instante, ela voltou-se pra ele, com o olhar brilhante, sorrindo de um jeito maroto:

– Estou bem?

– Um escândalo.

– O que? – indagou confusa.

– É que acontecerá quando chegarmos ao salão. Talvez tenha que usar meus poderes para cegar alguns rapazes mais afoitos... – implicou ele. Mas, lá no fundo, sentiu-se um pouco possessivo a respeito dela. i "Ciúmes... humf!" /i– Vamos – disse ele – dando-lhe o braço. Ela sorriu, e o mundo parecia deles.

Continua...