Capítulo 3- Ren
Os Juunishi haviam todos se libertado da maldição após Akito ter se libertado, eles se reuniam em um dos salões da Sede e apesar de desejaram viverem suas vidas como bem entendessem, eles não tiveram coragem de abandonar Akito e prometeram a ela que não a abandonariam, Pela primeira vez ela tinha aparecido diante deles usando um bonito quimono feminino lhes revelado seu segredo. Akito tinha mudado, era evidente isso, todos podiam perceber, mesmo antes de ter se libertado da maldição, ela tinha decidido libertar o Kyo e tinha mandado destruir o local que ele deveria ficar trancado. Mas nem todos estavam contentes com as mudanças de Akito, principalmente Ren que ficara sabendo do que tinha acontecido e adentra o salão onde todos estão reunidos em fúria.
- Então os rumores são verdadeiros? Você se libertou da maldição? E já pensa que pode ir contra as tradições dessa família. Porque o Kyo foi libertado? Porque você mandou destruir o cativeiro? Porque mandou derrubarem os muros que separam a ala dos internos e dos externos? O que pensa que está fazendo?-grita Ren- onde já se viu acabar com as tradições da nossa família, fazer o que bem entender sem pedir a minha autorização. Quem você pensa que é?
- Sou o patriarca ué- responde Akito calmamente- e não tenho que pedir autorização de ninguém sobre minhas atitudes. Tenho certeza de que meu pai ficaria orgulhoso de mim. Eu fiz o que era certo fazer
- Como se atreve a falar assim. Seu pai jamais teria orgulho de alguém como você- observa que Akito usa um quimono feminino e está abraçada a Shigure na frente de todos, e que seu quimono está ligeiramente aberto- Já não esta contente em ter o Shigure e o Kureno para você? Precisava contar nosso segredo para todos eles e se oferecer dessa forma?- aportando para o quimono semi-aberto- Pensa que pode ter todos só para você?
Os Juunishi olham assustados perante as palavras da Ren, eles sabiam que Shigure e Kureno eram muito próximos de Akito mas jamais podia imaginar que ela mantivesse algum tipo de relação com eles.
- Você se libertou da maldição- recomeça Ren- e agora vai ficar sozinha, você não é mais nada , eles vão te abandonar e você vai ficar sozinha, SOZINHA.. além disso eu já tive o seu querido Shigure em meus braços- ri
Os Juunishi olham incrédulos para Ren, e Shigure tem vontade de sumir dali, parece que havia chegado a hora de pagar pelo seu erro do passado.Akito perde toda a calma e se aproxima de Ren.
- Saia agora daqui- diz ela...
Ren ri satisfeita- vocês querem saber porque Shigure saiu da sede? Ele foi expulso, Akito o expulsou porque ele dormiu comigo.
Todos olham assustados, Akito olha para todos os Juunishi e para Ren- Se vocês querem as respostas que eu não soube lhes dar, perguntem para ela agora. Tenho certeza que ela saberá lhes explicar porque decidiu me criar como garoto e esconder de todos.
- Isso Ren- diz Hatori com uma voz calma- acho que Akito e todos nós merecemos ouvir uma explicação sobre isso.
Ren olha para Hatori de forma sedutora- Pena que você nunca sedeu aos meus encantos, é realmente uma pena, mas aposto como também dormiu com Akito. E não, não devo explicações para nenhum de vocês, a maneira como eu decidi criar minha filha só interessa a mim.
Todos continuam incrédulos com o que estavam ouvindo. Jamais se passou por suas cabeças que talvez a forma ciumenta e obsessiva com a qual Akito os tratava podia ser pela forma que Ren a tratava, sempre a ameaçando e a amedrontando. Aquela palavras eram tão cruéis vindas de uma mãe. Eles finalmente entenderam que Akito sempre foi tão vitima como eles, vivendo ao lado de uma mãe que a rejeitava e a agredia sempre com palavras cruéis.
- Eu não vou permitir que você saia vitoriosa depois de todo mal que causou a nossa família- diz Ren percebendo o olhar de compreensão para com Akito vindo dos Juunishi.
Akito olha indignada- Mas que você me fez causar, envenenando meus pensamentos todos esses anos me fazendo acreditar nas suas palavras cruéis - uma lágrima cai dos olhos de Akito- você tem sido tão cruel como as outras mães dessa família, renegando e abandonando os filhos. Eu nunca tive uma palavra de carinho vindo de você, nunca tive um olhar, um gesto de mãe partindo de você, eu nunca tive uma mãe de verdade. Mas apesar disso eu nunca estive sozinha e não ficarei sozinha agora.
- Não vai ficar sozinha mas vai morrer e tudo será meu- diz Ren com olha de fúria, tira uma faca de dentro das vestes e parte para cima da Akito.
Shigure puxa Akito pelo braço, mas já era tarde, Ren tinha conseguido atingi-la.
O quimono dela mancha rapidamente de sangue em uma das mangas. Shigure a abraça desesperado, a garota cai de joelhos pela dor. Hatori corre rápido para socorre-la enquanto os outros tentam interceptar Ren que tentara fugir.
Hatori abre o quimono dela achando que a facada tinha pego na região lateral, mas não há nenhum ferimento ali, então ele retira a manga do quimono e percebe que o corte foi na região interna do braço e parece ter sido profundo. Ele a pega no colo e a leva para seu consultório, Shigure vai atrás mas Hatori pede para que ele volte ao salão para ajudar a colocar as coisas em ordem.
Em seu consultório, Hatori aplica uma anestesia e em questão de minutos ele limpa o corte, costura e faz o curativo, e então lhe dá um curativo para dor.
Acaricia o rosto dela- Não se preocupe, não foi tão sério quanto parecia. Não pegou nenhuma região importante, você ficará boa em alguns dias, agora venha comigo que precisa descansar- pega ela no colo e a leva para seu quarto. Separa um quimono limpo e lhe entrega- vista isso e procure relaxar, vou buscar o Shigure.
Enquanto isso no salão as coisas não vão nada bem. Os Juunishi conseguiram forçar Ren a confessar porque decidiu criar Akito como um garoto, ela finalmente acabara por dizer o que Shigure já desconfiava: que ela não queria nenhuma outra mulher entre ela e o marido e muito menos não queria nenhuma outra mulher para competir com ela por beleza. Aos Juunishi não lhes restava mais nada a não ser sentir pena daquela mulher que amava seu marido de forma tão doentia e obsessiva e eles sentiam mais pena ainda de Akito sendo forçada a viver uma vida de submissão, de renuncia da própria felicidade por eles, pela família. Apesar de sentirem pena de Ren também por ela ser doente, ela tentou matar Akito e deveria ser expulsa da sede, mas essa decisão só caberia á Akito.
Todos olham Hatori entrando no salão ansiosos por noticias de Akito.
- Como ela está?- pergunta Shigure preocupado
- Ela está bem, o corte não foi tão profundo como pensei, ela está descansando.
Shigure se levanta e sai correndo do salão. Kureno também tem vontade de ir atrás dela mas contém seu impulso, muitas vezes ele ainda se esquece que agora ela tem Shigure ao lado dele.
- Ren você fugiu do limite da sanidade- começa Hatori- já não é a primeira vez que tenta agredir Akito. Eu não tenho autoridade para decidir o seu futuro, mas sugiro que se recolha no seu quarto e não ouse mais se aproximar de Akito e muito menos de fugir. O que vai acontecer com você agora é conseqüência de seus atos. Saiba que eu tenho provas suficientes para que seja presa por tentativa de homicídio. Você está nas mãos de Akito- chama duas empregadas e pede que levem Ren para seu quarto e a vigiem para que ela não saia dali.
Shigure entra correndo no quarto, Akito está sentada na cama e sorri ao vê-lo, ele a toma em seus braços com lágrimas nos olhos.
- Nunca mais faça isso, não quero te perder de novo, não suportarei te perder porque eu te amo e isso é definitivamente verdade- diz ele.
Akito beija ele- não irá me perder.
Então ele a acomoda na cama e abraça ela bem apertado- descanse, ficarei aqui com você a noite toda
Não demora muito para que os dois adormeçam abraçados.
