DISCLAIMER: Duuuh, Full Metal Alchemist não pertence a mim. Que idiota pensaria isso?

N/A: Eu TINHA que postar esse capítulo! Eu sei que MLCL era um one-shot, mas não tem como, eu tive idéia pra um outro capítulo e tive que postá-lo. Oh céus, que indecisa eu sou.

Meus Longos Cabelos Loiros - versão Riza
Cabelos longos são considerados uma parte importante da aparência. Deixam as mulheres mais elegantes, mais sedutoras, mais atraentes. E mais femininas também. Permitem que se faça diversos tipos de penteados, emoldurandoo rosto.

E, sendo loirinhos como os de Riza Hawkeye, muitas vezes eram considerados ainda mais bonitos.

Ela nunca ligara muito para os comentários positivos, mas com uma pontade inveja, das amigas de escola. Segundo elas, o que elas mais queriam era ter cabelos sedosos e dourados como os dela. Ela, por sua vez, achava aquele cabelão um empecilho.

'Ter que lavar, tratar, pentear, secar todo dia cansa muito,' dizia ela, com seu costumeiro rabo-de-cavalo para afastar os fios do rosto. 'E é uma perda de tempo. As mulheres perdem uma grande parte da vida delas na frente do espelho, quando poderiam estar fazendo algo de útil.'

Ela dizia "as mulheres perdem", pois ela mesma se considerava um ser extraterrestre. Ela não gostava do que as mulheres normais gostam – maquiagem, roupas, jóias para ela eram dispensáveis. Ela não era uma mulher, se ser mulher englobava tudo aquilo.

Suas amigas haviam ficado muito escandalizadas quando ela entrara para o exército. Uma moça bonita, talentosa, inteligente como ela – num campo de batalha? Empunhando um revólver? Matando pessoas? E, ainda por cima, ela cortou o cabelo curtinho!

Oh, o desperdício! Tantas pessoas calvas necessitadas de uma cabeleira abundante como a dela, e ela jogando tudo fora!

Uma Riza de vinte e poucos anos estava sentada em sua mesa, no escritório do Tenente-Coronel Roy Mustang, vasculhando as gavetas à procura de alguns documentos importantes. Tinha de tudo naquelas gavetas; cartas, certidão de nascimento, recibos, listas de compras, carteirinha da biblioteca. Isso tudo ela estava empilhando em cima da mesa.

'Tenente Hawkeye,' chamou Mustang, lá da mesa dele, preguiçosamente. Riza olhou para ele. 'Ainda não encontrou?'

'Ainda não, senhor, e peço desculpas por isso, mas o farei muito em breve,' disse ela, levantando-se e fazendo continência para ele. Depois sentou-se de novo e continuou sua busca.

Mustang piscou algumas vezes, cada vez mais surpreso com a formalidade dela. Está certo que ele era seu superior e ela lhe devia respeito, mas ela lhe fazia continência até quando ele perguntava as horas. Ficou algum tempo em dúvida se saía de sua muito agradável posição na cadeira; mas, por fim, suspirou fundo, levantou-se e (depois de se espreguiçar sem cerimônia alguma) marchou para a mesa dela.

'Minha nossa, você é organizada até para fazer bagunça,' comentou ele, impressionado. De fato, toda a quinquilharia que ela tirara das gavetas estava em pilhas bonitinhas sobre a mesa. Estava até separado por cor e tamanho.

'Obrigada, senhor,' disse ela, concentrada em dedilhar os trocentos papéis que tinha no colo. 'Procuro fazer minhas obrigações da melhor forma possível.'

'Admirável,' disse Mustang, erguendo a sobrancelha. E então, algo chamou a atenção dele. 'O que é isso?' perguntou, curioso, pegando alguma coisa de cima de uma das pilhas.

Riza arregalou os olhos.

'Vejam só, essa é você?' perguntou ele, segurando a foto, não conseguindo evitar um sorriso com a moça retratada nela.

Riza poderia ter cavado um buraco no chão, ali do escritório mesmo, e se enterrado lá dentro para nunca mais ser vista. 'Sim, senhor, essa sou eu no primeiro ano ginasial,' disse ela, com toda a dignidade que conseguiu reunir. E era bastante. Mas não conseguiu olhar para o Tenente-Coronel.

Aquela foto era ridícula! Ela, de vestido cor-de-rosa, chapéu de palha com um laço de fita branco, de braços dados com uma colega de sala (que por sinal ela já não via há quase meio ano). Seus cabelos compridos escorriam-lhe por sobre os ombros, e, em contraste com o vermelho-vivo cacheado do da colega, ficava meio bizarro. As duas tinham aquele tipo de sorriso idiota das meninas adolescentes tirando foto.

Argh! Que humilhação. E ela nem podia arrancar a foto da mão dele, ele era seu chefe!

E continuava com aquele sorrisinho maldito. Ah, raiva. 'Você não parece um dia ter sido uma garotinha serelepe assim, Tenente,' disse ele.

'Eu já fui adolescente um dia, senhor.'

'Eu também já fui,' retrucou ele, ainda olhando a foto. 'Mas por que você cortou os cabelos?'

'Cabelos compridos são dispensáveis no meu caso,' disse ela, séria. 'Eu preciso de um corte de cabelo prático e que não tome tempo para ser cuidado.'

Mustang também ficou sério. 'Ou será que você quer dizer que não pode ser como uma mulher normal estando no exército?'

Riza se engasgou por um momento. 'Eu não disse isso, senhor.'

'Eu sei que não disse.' Ele voltou a olhar para a foto, e o sorriso reapareceu em seu rosto. 'Mas você ficava muito bonita antes, sabia? Ainda é, mas entenda, esse penteado combinava com você.'

Com isso, retornou a foto para o topo da pilha, desejou-lhe um bom trabalho e voltou para a sua mesa, disposto a continuar não fazendo nada. Riza ficou uns dois segundos de boca semi-aberta, mas rapidamente voltou ao trabalho – depois pensaria nisso! Tinha coisas mais importantes para fazer!

Misteriosamente, depois disso ela começou a deixar o cabelo crescer. Quem entende as mulheres…

Segunda tentativa de Royai, viva!

E então? Reviews, tá? Eu vivo de reviews, me alimento delas. Vocês querem me matar de fome? (chora)

>> Zu