QUANDO A VIDA TE OFERECE LIMÕES

CAPITULO 02 – QUE PASA?

Apesar dos esforços dos três Weiss, somente após um mês descobriram o tal esconderijo de Masafumi Takatori e suas assistentes. Um mês confuso e irreal para o pobre Omiitchi, do qual ele ia se lembrar aos poucos depois. Tudo era um borrão, em que ele estava constantemente dopado, sempre com um soro na veia, tomando injeções doloridas, se sentindo muito estranho... Hell e Schöen estavam sempre ao lado dele, ajudando-o a sentar e caminhar após alguns dias, anotando todas as suas reações, mas nunca, nunca respondendo às suas perguntas diretamente.

Até que um dia... o galpão recebeu visitas, que levaram o convidado de honra embora, mais alguns arquivos secretos e explodiram com tudo, irritando muito os donos da festa.

Aya olhava com os olhos semi-cerrados para o jovem deitado na cama, querendo ler a mente adormecida.

"O que terá acontecido em um mês? Por quais tipos de torturas psicológicas ele terá passado? E porque ele tem uma cicatriz no abdômen?"

Yohji entrou no quarto, pondo a mão no ombro de Aya.

-Vá descansar um pouco. Eu fico aqui com ele... Quando ele acordar, eu te chamo...

-Porque será que eles o mantinham tão continuamente dopado? Descobriu o que eram aqueles remédios?

-A maioria eram as drogas de sedação... mas...

-Mas?

-Alguns eram hormônios femininos...

Aya ficou olhando para o rosto de Yohji, pasmo. Aquele mês era mesmo um quebra-cabeças de três mil peças, onde nada fazia sentido... Mas com persistência e paciência, as três mil peças se encaixam. E essas duas coisas, ele tinha de sobra. Saiu do quarto de Omi para o seu, para deitar e pensar calmamente...

Yohji se aproximou da janela e acendeu um cigarro.

-Hormônios... Se não fizeram operação de troca de sexo contigo, meu camaradinha, pra que injetariam hormônios em você? Que tipo de experiência macabra esses malucos tinham em mente?

Foi no "turno" de Ken que Omi abriu os olhos, totalmente atordoado, sem saber onde estava... No começo achou que era uma alucinação, sua mente, de tão dopada, já estava lhe pregando peças... Quando viu que era verdade, pensou que ia morrer de felicidade. Finalmente estava em casa! Ran queria virá-lo do avesso e saber tudo, tudo... Mas se forçou a ter paciência... Omi mesmo não sabia de muita coisa...

Lógico que o jovem arqueiro não tomava mais nada, a partir de quando chegou em casa, só que ao contrário do que esperavam os outros, o fato do organismo estar se limpando de tudo não fazia o garoto se sentir melhor. Ele se sentia horrível. Começou a ter febre e sentir muitas dores no abdômen.

Levado aos laboratórios da Kritiker, foi constatado que a cicatriz na barriga do Tsukiyono era de uma cirurgia de implante de útero e ovários, cultivados com tecidos da família Takatori, o que impedia a rejeição total do organismo, mas sem a absorção dos hormônios femininos, eles apodreceriam dentro de Omi, levando-o à morte por septicemia.

-Isso é ridículo! – berrou Aya. – Quantas mulheres não fazem uma operação pra retirarem tudo e não morrem?

-Veja bem, Fujimiya-san, as mulheres têm tudo bem definido em seu organismo, podendo ser retirado sem complicações. O gênio aberrativo de Masafumi só se preocupou com os resultados, não com a cobaia, digamos assim. O útero de Omi simplesmente está grudado na sua parede abdominal. Uma cirurgia de remoção, com o organismo dele ainda se recuperando da primeira o mataria sem dúvida.

O ruivo tremeu de indignação. Se antes tinha motivos suficientes pra eliminar a família Takatori, agora sentia que era capaz de matar até a quarta geração, QUALQUER UM que apresentasse um cromossomo deles.

Yohji recostou na janela aberta e acendeu um cigarro.

-Ok, temos que voltar aos hormônios. Como explicar isso ao chibi? Daqui a pouco ele vai começar a menstruar. Já pensaram nisso? Que agora ele é um hermafrodita? Que aquele monstro que se diz irmão dele o transformou numa aberração?

O cigarro voou pela janela aberta, o playboy pela sala. Ken teve muita dificuldade em segurar um Aya Fujimiya fumegante, que queria continuar socando o assustado Kudou caído em frente ao sofá:

-NUNCA MAIS USE ESSA PALAVRA! – o ruivo pontuou bem cada palavra. – OMI NÃO É NEM SERÁ UMA ABERRAÇÃO!

-Claro que não, Aya. – Ken se esforçava pra conter o espadachim. – Nós vamos cuidar dele, não vamos, Yohji? Hein, YOHJI?

-Claro que vamos. – resmungou o loiro, esfregando o queixo dolorido. – Foi só uma expressão idiota, desculpe...

N/A: Affe, agora a coisa vai piorar... Fujimiya protection mode on e superativado... 24/12/05.