QUANDO A VIDA TE OFERECE LIMÕES

CAPITULO 09 – E TUDO FICA BEM QUANDO ACABA BEM...

Quatro anos se passaram desde o nascimento dos gêmeos... Omi continuou tomando hormônios femininos até os quatro meses deles para amamentá-los. Depois se submeteu a uma operação de histerectomia e retirou todos os órgãos femininos que tinha... Mesmo assim, Aya ficou com um certo receio de fazer amor com Omi sem proteção. Um dia em que a camisinha rompeu, Omi apenas mandou uma carta de reclamação à companhia e recebeu uma nova caixa com um pedido de desculpas. O ruivo ficou quarenta dias sem dormir.

Depois que desmamou os gêmeos, Omi voltou a se concentrar nos estudos. Quando passou na faculdade, pediu à senhorita Kitty Sune que cuidasse dos bebês. E os "tios" babões colaboraram bastante. Yohji, principalmente, ensinou tudo que podia de errado para Ichihiro, conforme prometera...

Com o passar do tempo, as personalidades vieram à tona. Abby Hime era uma loira de olhos violetas que não gostava muito de abraços de estranhos nem que lhe tratassem como criança. Vivia brigando com o irmão, de vez em quando lhe dando uns tabefes se achasse que o ruivinho estava extrapolando, o que era quase sempre. Ichihiro era um ruivo de olhos azuis da pá virada. Sempre alegre, sempre rindo e sempre aprontando. Omi ria muito mas Aya ficava horrorizado, apontando Yohji o culpado por "desvirtuar" seu filho.

Ken procurava abafar os "casos", procurando manter Ichii-chan sempre ocupado com atividades, mas o garoto era bem discípulo do tio Yotan. Um dia, quando o famoso suéter laranja sumiu da gaveta aparecendo dias depois enterrado na estufa, Aya quase deu à luz pelo umbigo.

-Não! NÃO TEM EXPLICAÇÃO! Kudou, você é uma ameaça à saúde mental de qualquer pai...

-Mas como você pode me acusar de tudo que o Ichihiro faz de errado?

-Oras, como. Tudo que ele sabe, ele aprendeu com você! Desde os quatro meses de idade, com quem ele aprendeu a fazer bolinha de cuspe?

-Era tão kawaii...

-E com quem ele aprendeu a tocar trombone com a mão nas axilas?

-Um talento, Aya! O moleque nasceu pra isso!

-Você desvirtuou meu filho, isso sim! Veja Abby-chan! Vê se ela apronta alguma coisa!

-Ela é um mini clone seu, que eu posso fazer... –e baixou a voz – não foi por falta de tentar... Oras, Aya, o suéter é só lavar.

-E a mancha de suco de uva no meio dele? Agora com terra ficou pior! Você vai é me comprar outro, igualzinho!

-EU?

-Você. E quanto a você, Ichii-chan, está de castigo! Por ter aprontado e por ter escondido o erro...

-Touuuusan...

-Não tem Touuuusan nem meio Tou-san. Eu vou acabar de cabelo branco assim. Kudou, quando você vai parar de enrolar aquela coitada e se casar, hein?

O playboy deu uma risadinha amarela e saiu pra comprar outro suéter laranja, para não ter que responder... Mas não se pode fugir pra sempre. E um dia, Yohji Kudou deu adeus à agenda de telefones e se amarrou de vez. Estranhamente, Schuldig estava no meio dos convidados na festa de casamento, com um sorriso estranho no rosto. E mais estranho foi o aperto de mão que ele e Aya trocaram...

Yohji só foi perceber que tinha sido vítima de uma conspiração quando dez meses após o seu casamento estava andando pra lá e pra cá no corredor da maternidade. Schuldig e Aya o acompanhavam, rindo de uma piada particular.

-Tudo bem, eu me rendo. O que foi que você fez, Schul?

-Te dei um presente de casamento, seu mal-agradecido.

-Mas...

-Lembra do nosso papo quando você me entregou a Tot?

-Sim, eu te contei que não podia ter filhos facilmente...

-Pois é... Às vezes, um pouco de encanação também trava as pessoas, sabia?

-Você mexeu com a minha psique no dia do meu casamento?

-Nãããooo... eu só te dei uma boa sugestão telepática de que você podia tudo na lua-de-mel... o resto foi com você.

-Sr. Kudou? Parabéns! Sua esposa acaba de dar à luz. São dois meninos...

Yohji olhou para Aya, que sorria malignamente... E sentiu um arrepio...

-É, parabéns, Kudou... Não se preocupe... eu serei um ótimo tio para seus filhos...

-Não, espera um pouco... Schul, vocês nem dominaram o mundo ainda... O quanto Aya te pagou para que você me desse tal presente?

-Nada, oras... e o prazer de te sacanear, não conta?

-Como diz o comercial, há certas coisas que não tem preço, Tio Yotan.

E os dois ruivos abaixaram a cabeça, escondendo a boca no braço, para que a gargalhada não saísse alto. Yohji bufou e foi ver seus filhos no berçário, resmungando "A ingratidão taí pra ser usada mesmo... Eu mereço..."

Os ruivos pararam de rir um pouco para segui-lo. Cada um colocou o seu braço sobre um dos ombros do ex-playboy e Aya soltou, para maior diversão de Schuldig:

-Como eu sempre disse ao Omi: "Quando a vida te oferece limões, não reclame, nem os chupe... faça uma limonada!"

-Acho que vou preferir uma caipirinha, se não se importa... – retrucou o loiro, ainda mau-humorado.

-Tudo bem. Eu também. Com vodka a minha, por favor. – emendou o alemão.

-Vocês não sabem apreciar a beleza de um provérbio antigo... – suspirou Fujimiya.

-To vendo tudo... Meus pobres filhos, nas mãos desse tipo de tio...

-Bem... não vai ser tão ruim quanto os MEUS nas suas mãos.

De repente até Schuldig achou que tava na hora dele ser tio também... Tot, longe da influência dos Takatoris e com uma pequena ajuda sua, tinha se tornado uma jovenzinha "adorável", pra não dizer, tragável. É... seu pequeno ficaria feliz com a idéia e ele teria mais diversão... Deu uma risadinha... Conviver com aqueles gatinhos era fonte de boas idéias...

N/A: nhaaaaa... e esse é o fim da história... porque daqui pra frente seria "encheção de lingüiça" e eu não tenho cacife pra escrever um Chimaera ou Ever After... Talvez um dia tenha uma continuação, com os bebês (tanto os gêmeos do Kudou quanto os de Aya já maiores aprontando...) Por enquanto, é tudo que minha pobre mente insana pode oferecer. Mozzie, espero que tenha gostado do presente, agradeço a todas as outras fãs dessa fic, m-preg é realmente um gênero difícil de se escrever, porque pode cair no absurdo e/ou no mau gosto. 14/05/06.