Capítulo Nove

Eu estava lá, no meu desespero, pensando, toda confusa, no que eu faria. Nesse momento, eu ia me levantar, porém fui interrompida por um beijo. É, o Takafumi beijou o meu pescoço. Aí eu congelei. Quase dei um berro. Mas você também quase daria um berro se: você beijasse um youkai; ele retribuísse o beijo; você acorda na manhã seguinte e descobre que tem um namorado; ele te beija no pescoço.

- Tudo bem, Rin? – perguntou o Takafumi, me abraçando.

- Sim... – respondi, tentando fazer a melhor voz possível.

- Escuta, eu preciso te mostrar uma coisa. – disse o Takafumi se virando para o outro lado, abrindo uma gaveta e pegando um gravador. Depois ele se virou novamente para mim, e estendeu o aparelho.

- O que é isso? – eu perguntei, pegando o gravador. Claro que eu sabia o que era um gravador, né? Mas não sabia o conteúdo.

- Escute. – pediu o Takafumi, fazendo uma cara de preocupação.

Então eu apertei o botão Play. Foi a pior gravação de que eu já ouvi em toda a minha vida. Sinceramente foi. Eu odiei. Eu não podia acreditar que aquilo estava acontecendo. Por que justo comigo? E foi a vez que eu mais senti vontade de chorar, mas não chorei naquele momento.

A gravação era assim:

- E então, o que você vai fazer? – perguntou a voz daquela idiota da Brittany.

- Irei conquistá-la. – disse a voz do filho da puta do Sesshoumaru. – Assim eu poderei pegar o dinheiro dela. E ainda aproveitar um pouco mais...

E a gravação terminava assim. Você pode acreditar nisso? O próprio Sesshoumaru dizendo isso? O Sesshoumaru que me beijara ontem... E que retribuíra o meu beijo... Era por isso que ele havia me beijado. Idiota, canalha, falso, filho da mãe... Eu gostara do beijo. Apesar de tudo, eu admitia que eu beijo fora muito bom... Mas então ele só queria se aproveitar de mim, apenas porque ele é um youkai? Eu não acreditava que isso podia estar acontecendo... Era a pior coisa que eu já podia ouvir! Tudo o que eu não entendia era: por quê? Por quê? Por que ele havia feito isso? Dinheiro... Sim, o dinheiro manipula as pessoas... Que são gananciosas de mais! POR QUÊ?

Senti vontade de chorar. Sim, eu senti. Mas eu não queria. Eu não queria chorar por um... um... idiota. Eu me levantei da cama, derrubando o gravador no chão.

- Aonde você vai, Rin? – perguntou o Takafumi.

- Não interessa. – respondi o mais friamente possível. Peguei uma roupa simples, vesti no banheiro, saí do quarto, e saí da casa também. Comecei a andar pelas ruas. Sem saber a direção certa.

Mas também não importava. O que importava, afinal? Aí eu não resisti, e comecei a chorar. As pessoas na rua me olhavam, mas eu não me importava. Para mim nada mais importava naquele momento. Eu caminhava sem rumo, chorando. Aquilo havia me chateado muito.

Foi aí que eu vi o Sesshoumaru. É, eu vi ele. E ele também estava caminhando. E parecia que sem rumo também. Os olhos frios dele não estavam expressando frieza como sempre. Dessa vez, pareciam estar expressando sofrimento e tristeza. Eu nunca havia visto ele desse jeito. Eu o encarei, ainda chorando. E comecei a chorar mais ainda. Por que ele havia feito isso comigo? O que eu senti vontade de fazer, foi dar um belo tapa na cara dele e mandar ele desaparecer. Mas eu não fiz isso. Enquanto passávamos, e ficamos lado a lado, eu perguntei:

- Por quê?

Mas o que me surpreendera, foi que ele segurou o meu braço. Eu me virei para ele, toda triste. E dessa vez, os olhos expressavam frieza novamente. Mas o que acontecia, era que por mais que eu tentasse, eu não conseguia sentir ódio dele. E acho que eu nunca ia conseguir sentir ódio dele. Por quê? Eu ia descobrir depois...

Então eu o beijei. É, eu o beijei. Eu beijei e ele retribuiu. Ficamos nos beijando por um tempo, e as lágrimas não paravam de escorrer. Depois de um tempinho, eu o empurrei, com raiva. Ele me olhou, todo confuso. E eu, mesmo chorando, consegui falar.

- Acho que você gosta disso, não? – perguntei.

Depois eu saí correndo. Eu esbarrava nas pessoas mas não ligava. Para que ligar? Então eu tropecei e caí no chão, de quatro. Me levantei, com ódio. Não do Sesshoumaru. Ódio de todas as pessoas. Ódio por todas elas serem tão gananciosas. Ódio por não haver compaixão nesse mundo. Ódio por ter preconceito e outros problemas sociais.

Esses dias foram terríveis para mim. Eu estava mais fria do que nunca, e não me relacionava com ninguém. Não demonstrava sentimentos. A Satsuki tentava me animar, mas mesmo assim eu não ligava. Eu queria demonstrar que sentia gratidão por ela, mas eu não conseguia. Porque a dor dentro de mim era mais forte. E quando se está tomada pela dor, você não pode demonstrar seus sentimentos. Porque você não é capaz.

Eu estava indo dormir, e enquanto isso passava pelo corredor. Entrei no meu quarto e deitei na minha cama, pensando em quem me causava maior dor: Sesshoumaru. Nesse momento, o Takafumi entrou no meu quarto. Eu nem olhei para ele. Virei para o outro lado da cama, e fechei os meus olhos. Mas eu os reabri, quando senti ele beijando o meu pescoço.

- O que você está fazendo? – eu perguntei, me virando para ele.

Porém, quando eu me virei, ele beijou os meus lábios. Me senti confusa. Aí eu me lembrei do Sesshoumaru. Eu me lembrei do gravador. Me lembrei da Brittany... E aí eu retribuí o beijo do Takafumi. Então as coisas aconteceram. É, elas aconteceram do jeito que você está pensando. E pode apostar que foi o pior erro que eu já cometi em toda a minha vida. E esse erro fora acreditar que mesmo sofrendo, você acha que pode recuperar o bom da vida, com outro amor. E pode apostar que isso não funciona.

Na manhã seguinte, o Takafumi não estava na cama quando eu acordei. Eu tomei um bom banho, vesti uma roupa normal e desci as escadas. Resolvi dar uma volta, e me lamentar pelo erro que cometi na noite anterior. Eu estava me sentindo péssima. Eu não devia ter feito aquilo. E fiz porque sou uma idiota. Uma completa idiota! Como eu me odiava...!

Quando eu voltei para a minha casa, o Takafumi disse para mim ir com ele. Entramos no carro dele, e ele foi dirigindo para algum lugar que eu não sabia onde era.

- Onde estamos indo? – perguntei, confusa.

Então ele me fez colocar uma venda nos olhos. Eu coloquei, e ele parou o carro. Me ajudou a sair dele, então me guiou até algum lugar. Aí ele disse para mim tirar a venda. Eu tirei a venda.

- Que tal? – perguntou o Takafumi.

Foi então que eu vi. Eu estava em frente a uma enorme casa. Uma casa muito linda. Uma casa perfeita!

- Uma casa para apenas nós dois. – disse o Takafumi, me abraçando por trás.

Eu me virei para ele. Sorri, encantada pela gentileza dele. Então eu o beijei levemente, e ele retribuiu. Tipo, era uma coisa muito legal da parte dele, comprar uma casa para nós dois morarmos juntos... Uma coisa que muitos homens não fariam isso... Nem youkais...

- Ora, ora, se não é a Rin e o Takafumi?

Nos viramos, e vimos a Brittany, junto com o Sesshoumaru. Meu coração bateu mais forte quando eu vi o Sesshoumaru. Eu desviei o olhar. E ele também. Percebendo o clima, a Brittany resolveu dizer algo.

- Vão morar juntos, sozinhos, nessa casa? – perguntou a Brittany, sorrindo.

- Sim. – respondeu o Takafumi, sorrindo também. – Depois da noite que eu e a Rin tivemos...

- Que noite? – o Sesshoumaru perguntou, me encarando.

Eu o olhei, e senti meu rosto ferver. Me senti envergonhada... Não sei por que, mas eu me senti.

- A noite que todos os casais tem algum dia. – respondeu o Takafumi, como se quisesse irritar o Sesshoumaru.

Aí eu me senti pior do que nunca. Não conseguia olhar para o Sesshoumaru. E senti que ele me olhou decepcionado também. Mas por quê? Não éramos nada também...

- Pois em breve temos uma surpresinha para vocês também. – disse a Brittany, sorrindo.

Então eu comecei a chorar. É, eu chorei. Todos me olharam, mas então eu saí correndo, entrando na nossa nova casa. Eu fechei a porta com força e depois desci, encostada nela, até o chão.

- Sesshoumaru... – eu disse. – Por quê...!

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Renée: Oie! Estou bem, também! Que bom que gostou do capítulo anterior! É... O segredo do gravador se revelará depois... É verdade! Bem que o Sesshy podia pedir a ajuda do Inu! Eu só coleciono o mangá de InuYasha... E você? Beijos! Ah! O meu e-mail é (o u p a t h o t m a i l. c o m) é tudo junto, mas eu escrevi separado porque senão não aparece!

Carine: Oie! Tudo bem? Que bom que gostou da parte da piscina, hehe! É verdade, para o Sesshy pedir a ajuda do Inu... Só amando mesmo! Eu gosto de Cavaleiros do Zodíaco, mas não entendo nada! XD Eu via nas férias, quando passava antes de InuYasha! Oba, quando você fizer uma de InuYasha eu quero ler, hein? Beijos!

Manu Higurashi: Oie! Tudo bem? Pois é, primeiro beijo! Parece que nada está se resolvendo... A Rin receber um gravador igual... O Sesshy e a Rin se afastarem um pouquinho... Ambos sofrerem... . Mas é só uma fase ruim! Espero que tenha gostado do capítulo! Beijos!