Notas:

1. Este trabalho foi desenvolvido com árduo trabalho, motivado por um desafio no qual dita autora deveria escrever sobre uma Viagem à Costa do Marfim em quinze minutos. A insana fanfiction abaixo é o resultado.

2. Costa do Marfim e Argentina se enfrentaram pela Copa do Mundo no dia 10 de junho de 2006, e a Costa do Marfim perdeu de dois a um.

3. Como não poderia deixar de ser, esta insana obra é dedicada à vetora de sua realização: Queen Krishna, louvada seja.

VIAGEM À COSTA DO MARFIM

em quinze minutos.

A última empreitada de Lorde Voldemort era, se não ambiciosa, extremamente original.

De fato, já fazia alguns anos que a Última Batalha tinha sido travada, e todos imaginavam que ele havia sido derrotado para todo o sempre. Bem, é claro que "para todo o sempre" nunca é "para todo o sempre", a não ser que estejamos nos referindo a novelas, romances de banca e contos de fadas.

Observando atentamente seu reflexo no espelho sujo, Voldemort, ele mesmo, tinha certeza de que não era fadinha nenhuma. Muito menos protagonista de novela (é claro que um bruxíssimo como ele não fazia idéia dos procederes de uma novela, ou mesmo da mídia trouxa, televisão, imagine! Mas... um amigo que passara alguns anos em um orfanato, um amigo, não ele, é claro, dera-lhe alguma base a respeito da vida no mundo não-mágico).

"Você está conservadíssimo, colega!", pensou, alisando as escamas que despontavam por baixo de sua peruca permanente loira.

Fazia, sim, alguns anos desde que tivera... bem, desde que seu amigo tivera contato com a cultura trouxa, mas supunha que ninguém acharia assim tão estranho vê-lo caminhando pelas ruas daquele país afastado em calças grudadas de couro, tênis brancos de cano alto e um coletinho jeans com suas bandas favoritas bordadas.

De fato, reavaliando a produção, percebeu que chamaria, sim, muita atenção.

Rumou para o guarda-roupa, onde escondera sua mala, e retirou um aplique de tatuagem em forma de dragão chinês, posicionando-o cuidadosamente de forma que parecesse perseguir a própria cauda, em volta do umbigo do Lorde das Trevas.

Deu um sorrisinho satisfeito, levantou os polegares para o reflexo, e ganhou as ruas.

Todas aquelas pessoas terrivelmente magras e fora de moda, com panos coloridos enrolados pelo corpo, lançavam-lhe olhares desconfiados, como se soubessem de seu fantástico, brilhante e infalível plano.

Voldie não era um cara que gostava de se gabar, mas dessa vez tinha acertado em cheio. Quero dizer, se não era possível dominar o mundo mágico, nada mais conveniente do que ruir a sociedade bruxa pelas entranhas mais escondidas, coroando-se imperador primeiro do mundo trouxa, para depois lidar com aquelas inconvenientes maldições Avada Kedavra lançadas por bruxos inexperientes e com cabelo desarrumado.

Seu brilhante plano, portanto, baseava-se na conquista do povo Costa do Marfinho (?), através daquilo que os trouxas tanto reverenciavam como o unificador de nações, o promotor da paz: futebol.

Assim, armado de gloss, escovas e secadores de cabelo, tornara-se o técnico da seleção nacional, e agora, no dia da estréia, orgulhava-se em proclamar aos quatro ventos:

Era favorito.