Bom, depois de um longo e tenebroso inverno, aqui está o segundo capitulo...
A principio ele pode parecer T/G, mas isso não irá persistir... É que o relacionamento entre Tom Riddle e Gina é muito importante para o desenvolvimento da fic, mas D/G's queridos não se desesperem! Não tem action T/G, (nem D/G, afinal a Gina só tem 11 anos!)
Também não se assustem com a personalidade do Draco. Ele não é "sensível", ele é fraco. É diferente.
Bom, espero que gostem!
A Filha do Mal
Capitulo 2
O Diário e a Câmara Secreta
Aconteceu algo muito importante na minha vida quando eu estava no primeiro ano de Hogwarts. Mas eu vou voltar um pouco antes do primeiro dia de aula, para poder esclarecer melhor.
Eu e os Weasley fomos ao Beco Diagonal comprar os materiais necessários. Aquele lugar estava lotado de gente. E eu detesto lugares com muita gente, muito movimento, luzes, vozes, perfumes misturados. Pessoas escandalosas berrando e correndo. Mas o pior é que a minha Família fazia parte desse grupo escandaloso que corria e gritava. Eu tentava andar um pouco mais atrás para não ficar no meio daquela muvuca toda.
"Gina!" – minha mãe berrando. – "Venha mais perto ou vai se perder de nós!"
"Era justamente me perder de vocês que eu queria!" – pensei, mas a minha resposta foi outra.
"Nem que eu quisesse eu me perderia! Sou uma Weasley reconhecível há quilômetros de distancia." – disse com certa frieza olhando uma mecha dos meus cabelos vermelhos intensos.
Minha mãe me olhou com ternura e apertou minhas bochechas. Ah que ódio! Eu não merecia ter as bochechas apertadas e trituradas em pleno Beco Diagonal lotado!
Foi quando entramos na Floreios e Borrões. Um erro. Minha mãe logo viu um aglomerado de pessoas alvoroçadas e foi investigar o que era. Voltou eufórica dizendo que Lockhart estava autografando livros. Foi a pior noticia que eu poderia receber! Óbvio que eu tive que passar a vergonha de ficar com minha mãe na maldita fila. Aí teve uma cena "fantástica" do Potter com o Lockhart. Sinceramente, eu não sei como o Potter faz esse papel ridículo. Só porque sobreviveu aos ataques do Lorde sabe Merlin como, ele acha que é uma celebridade!
Enquanto Potter saía daquela situação, eu estava parada num canto com a maior cara de tédio, segurando meu novo caldeirão. Potter passou por mim e enfiou seus livros dentro do meu caldeirão fazendo-o ficar inúmeras vezes mais pesado.
"Fique com eles... eu vou comprar os meus." – só porque tinha mais dinheiro que minha família ele se achava o bom!
"Aposto que você adorou isso, não foi, Potter?" – foi uma voz arrastada quem falou atrás do Potter. Olhos cinzas faiscavam na direção de Harry, mas só quando ingressei em Hogwarts é que soube que aquele era o Malfoy. – "O Famoso Harry Potter", não consegue nem ir a uma livraria sem parar na primeira página do jornal." – eu estava adorando o jeito petulante com o qual o garoto se dirigia a Harry e principalmente a cara de indigestão que Potter estava fazendo.
E antes mesmo que Potter pudesse responder as provocações de Malfoy meu irmão Rony e a Granger apareceram por lá. Seguiram-se mais provocações da parte do Malfoy, desta vez humilhando a minha família e também uma tentativa de agressão física de Rony, fracassada, claro! Potter e Granger o seguraram antes que pudesse arrancar sangue da cara pálida de Malfoy.
Então papai nos chamou para ir embora, mas um homem alto, loiro e com olhar superior chamou a atenção do meu pai. Olhei bem para ele e vi que aquele era o retrato do garoto Malfoy no futuro. As feições eram muito idênticas. Aquele era Lucius Malfoy.
Meu pai e o Senhor Malfoy começaram um diálogo frio até que o Senhor Malfoy enfiou a mão no meu caldeirão e puxou do meio dos livros de Lockhart um exemplar velho e surrado se segunda mão que minha mãe havia comprado. Malfoy agrediu a miséria humilhante da minha família e então partiu para agressões mais sérias. Dizendo que não andávamos em boas companhias, se referindo a Família trouxa da Granger. Então meu pai teve um surto de coragem e se jogou em cima do Senhor Malfoy e não sei como meu caldeirão saiu voando de minhas mãos. E foi aquele vexame! Que vergonha ver meu pai atacando um nobre e elegante senhor. Apesar de ser arrogante, aparentava ser um homem importante.
Depois de muita confusão meu pai saiu da briga com o lábio cortado e o Senhor Malfoy com um olho roxo. Ele ainda segurava meu livro velho e me atirou-o de volta com demasiada força e olhos brilhando em malícia.
"Aqui, tome o seu livro, é o melhor que seu pai pode lhe dar..." – então ele chamou o filho e eles saíram da loja. Fomos embora também e eu dei graças a Merlin. Já havia bastado de humilhações naquele dia.
Em casa, trancada no meu quarto eu estava arrumando meu malão quando deixei cair o livro velho que o senhor Malfoy havia pegado. O livro caiu aberto no chão revelando um pequeno caderno de capa preta. Abaixei-me para pegar o tal caderno com curiosidade. Abri-o. Na primeira página estava escrito em uma letra caprichosa T.S. Riddle. Aquilo parecia um diário, mas as folhas amareladas estavam totalmente limpas, sem nada escrito além dos dias e meses marcados em cada folha. Eu não fazia a mínima idéia de quem seria Riddle, tampouco sabia a idade dele, visto que o diário tinha uma aparência um pouco antiga.
Sentei-me na cama e comecei a folhear o caderno na esperança de achar alguma coisa escrita nas outras páginas, mas não havia nada ali. Mas tinha algo que me chamava para ele. Como se Riddle fosse vivo e chamasse por mim. É difícil de explicar, e eu também demorei a entender. Até que eu me irritei por não encontrar minhas respostas. Decidi que aquele seria o meu diário ao qual eu contaria todas as minhas duvidas e anseios que eu não ousava falar a ninguém. Então eu peguei uma pena, molhei no tinteiro e olhei atentamente para o diário em busca de uma nova pista. Como não houve nenhuma mudança eu escrevi meu nome na primeira folha.
Me assustei quando o meu nome "Virgínia Evelyn Weasley" fora sugado para dentro da folha. Eu virei a folha na esperança de ver meu nome atravessado, mas ainda ali, mas estava tudo em branco. Fiquei intrigada até a tinta surgir novamente sobre a folha. Mas não era a minha caligrafia que estava escrita ali.
"Olá, Doce Virgínia!"
O diário nunca tinha me visto na vida e me chamava de "Doce"? Aí que eu fiquei confusa mesmo. Quem estaria falando comigo? Logo aquelas palavras também sumiram.
"Quem é você?" – escrevi de volta vendo as palavras serem sugadas.
"Meu nome é Thomas S. Riddle".
"E o que você é afinal?" – eu estava cada vez mais assustada.
"Uma lembrança, eu poderia assim dizer..."
"Lembrança de quantos anos?"
"Exatos Cinqüenta." – ae eu me assustei de vez! Então eu estava falando com uma "lembrança" presa num diário de cinqüenta anos de idade! Aquilo era assombroso até mesmo para alguém que crescera no mundo bruxo.
"Não confie em algo que seja capaz de pensar se você não pode ver onde fica seu cérebro" – frase clássica que meu pai usava para nos alertar sobre os artefatos mágicos que encontraríamos pela vida afora. Daí eu pensei na possibilidade da Magia Negra. Será que havia Magia Negra ali? Eu ainda não me sentia segura para perguntar à Riddle.
"Porque eu encontrei seu diário? O que você quer de mim?"
"Somente o destino seria capaz de por minha simples e tosca lembrança nas mãos de uma bruxa tão poderosa e determinada como você!" – Eu tive a leve impressão que o diário estava tentando me seduzir, mas não era bem isso.
"Poderosa?"
"Claro! Você não tem idéia do poder que existe dentro de você! Eu posso confiar cegamente no seu potencial mágico e psicológico" – pronto! Ele havia dito tudo o que eu precisava ouvir (ou ler no caso). Alguém finalmente confiava em mim. Mesmo que ele não fosse realmente "alguém".
"Então, eu posso ser seu amigo enquanto você me quiser por perto..."
"E como eu saberei se posso confiar em você?"
"Você não saberá, doce Virginia... Só terá certeza disso se arriscar..." – e eu arrisquei, confiei.
Tom se tornara "alguém" de suma importância na minha vida. Somente ele sabia de tudo que se passava comigo e ele sempre me dava as respostas que eu precisava ouvir (ou as que eu QUERIA ouvir). Era sempre atencioso e carinhoso, como se falar comigo fosse a única coisa que ele fazia (e eu acho que era mesmo). Cheguei a um ponto em que não saberia viver sem aquele diário, com registros apressados durante o dia e longas conversas à noite. Tom foi trabalhando na minha mente. Vibrou com muito entusiasmo quando eu ingressei em Hogwarts e fui para a Sonserina. Então ele me contou que também fora de Hogwarts e que era Monitor-Chefe da Sonserina. Era incrível como nós éramos parecidos. Ambos Sonserinos, ambos com uma história de vida não muito agradável (ele era órfão e além de tudo mestiço! E pobre) e nós dois tínhamos sede de poder. E Tom colaborou para que essa sede crescesse em mim. Tom acreditava que nós seríamos grandes juntos e me fez acreditar nisso também. Ele achava que um dia ele seria liberto do diário e voltaria a ser um bruxo normal, deixaria de ser uma lembrança para viver no presente junto comigo. Sim, junto comigo! Tom me conquistara, mesmo sem eu nunca ver o seu rosto, mesmo sabendo que o sonho de ele se tornar real poderia não se realizar. E que noção de realidade tem uma garota de 11 anos? Quase nenhuma. Por isso foi tão fácil com que eu me apaixonasse (sim, esta era a palavra) por Tom. Até que um dia, depois de muito tempo da nossa amizade, eu quis conhece-lo melhor.
"Tom, às vezes eu não me sinto a vontade em ser tão intima sua sem nem ao menos ver seu rosto..."
"Mesmo? Sente falta disso Virgínia?"
"Sim.. eu sinto..."
"Pensei que a minha companhia fosse o suficiente..."
"Não! Claro que é!" – me preocupei. Mesmo sem ver seu rosto ou ouvir sua voz eu percebi que Tom estava magoado.
"Então...?"
"É que.. você tem o poder de vencer o tempo neste diário... não teria como você aparecer pra mim?"
"Eu entendo você, minha doce Virginia... e eu acho que seja mesmo a hora de você me conhecer..."
Quando Tom disse isso foi uma verdadeira injeção de felicidade em mim. Enquanto eu curtia meu intenso momento de felicidade a torre em que eu estava escondida começou a ficar mais escura. As folhas do diário viraram sozinhas e um estranho vento invadiu a torre fazendo meus cabelos vermelhos voarem para trás iluminados pelo fogo da tocha que iluminava a torre.
Senti como se estivesse sendo sugada para dentro do diário numa mistura alucinada de cores e formas que rodavam em volta de mim. Cai em pé num chão de pedra. Olhei em volta e aquela parecia ser a mesma torre em que eu estava antes. Estava distraída observando o local quando vi uma mão de dedos magros e longos se estendendo em minha direção. Ergui a cabeça e o vi. Sorria para mim. Tom era muito mais bonito do que eu havia imaginado. Era alto, cabelos negros e lisos, olhos azuis convidativos. Estava elegantemente vestido num uniforme Sonserino e havia um emblema de monitoria reluzindo em seu sobretudo. Levei minha mão de encontro com a dele que ainda estava estendida para mim. Ele segurou forte em minha mão e eu pude sentir seu toque extremamente gelado. Ficamos em silencio por algum tempo. Olhos azuis fitando olhos castanhos. Até que ele quebrou o silencio.
"Eu não esperava que a minha doce Virgínia fosse tão bela..." – ele tinha um sorriso extremamente galante que me fez viajar mais longe do que eu já me encontrava. Ele então me puxou levemente pela mão e me abraçou apertado. Novamente seu toque era gelado. Senti-me amedrontada, mas a voz dele soava terna e calorosa, me acalmando.
"Minha criança... um dia estaremos juntos de verdade... "– ele afagou meus cabelos vermelhos com dedos longos e hábeis. Ali eu era uma criança deslumbrada.
"Eu não pensei que pudesse te tocar... pensei que te veria como num retrato, distante... artificial..." – minhas palavras saíram num tênue fio de voz. Ele me soltou do abraço e me olhou sorrindo. Passou os dedos delicadamente pela minha face.
"Em breve, muito em breve, quando você estiver preparada, você vai me ajudar a me libertar e deixar de ser apenas uma lembrança. Então ninguém mais vai nos separar..."
Eu confirmei sorrindo. Faria tudo pra ajudar Tom. Ainda mais agora que eu o conhecia, que podia olhar em seus olhos que brilhavam de uma maneira estranha e funda.
Eu não sei por quanto tempo fiquei na torre com Tom, mas foram muitas horas. Conversamos muito. E então ele me contou todos os seus planos para poder se libertar. Planos do qual eu participaria. E o plano logo seria posto em prática.
Tom me explicou tudo que eu precisava saber sobre a Câmara Secreta e o monstro que ela continha. Chamava-se Basilisco e matava as pessoas com o olhar, bastava apenas olhar diretamente para ele. Ele vivia na Câmara Secreta de Slytherin e somente o herdeiro de Slytherin poderia abrir a Câmara. E esse herdeiro era Tom Riddle.
Tom precisava de mim para abrir a Câmara, precisava da minha energia e meu vigor jovem. Tom não tinha energias. Era como se ele fosse uma força estranha, invisível. Como ele mesmo viva dizendo, era apenas uma "lembrança". E só quando ele se tornasse real é que ele poderia realizar seu grande sonho: Purificar a raça bruxa. Tom não era um Puro-Sangue. Era mestiço, e justamente por isso ele tinha tanto ódio dos trouxas. Seu pai havia abandonado sua mãe no inicio da gravidez quando descobriu que ela era uma bruxa. Isso fez com que Tom tivesse ódio e sede de vingança pelos trouxas. E eu o ajudaria nisso. Não foi difícil me convencer, pois eu também acho que deve-se separar o mundo trouxa do mundo bruxo. Esses dois mundos não devem se misturar. E eu estava disposta a tudo para ajudar Tom nisso.
Tudo que eu tinha que fazer era matar os galos da escola, já que era a única coisa que era fatal ao Basilisco. E eu abriria a Câmara Secreta para soltar o Basilisco pela escola para os ataques. E no final de tudo, quando chegasse a hora, eu entraria na Câmara Secreta e cederia minhas energias para Tom voltar. Tom havia me jurado que quando voltasse seria um bruxo muito poderoso, como fora no passado e com isso ele conseguiria me resgatar, já que minhas energias seriam esgotadas para ele voltar. E eu não tinha medo de não voltar. Confiava em Tom. E faria tudo por ele.
Quando voltei da minha "viagem" ao passado voltei desacordada no chão da torre, com o diário nos braços. A sorte foi que eu acordei antes de amanhecer e pude voltar ao dormitório sem ser percebida.
No outro dia eu acordei com olheiras enormes. Fiquei com aspecto cadavérico com todo aquele cabelo ruivo e liso cobrindo parte do meu rosto, olheiras fundas e pálida. E aquele era o dia em que eu iniciaria todo o nosso plano. Era Dia das Bruxas. Todos estariam ocupados festando e eu teria tempo e tranqüilidade. Fiquei o dia todo trancada no dormitório combinando com Tom tudo o que deveria fazer. Só parei quando Malfoy veio foi me buscar para almoçar. Ele ficou muito desconfiado e queria saber qual era o meu problema. Despistei-o com uma dor de cabeça.
À noite, os alunos já estavam no Salão Principal desfrutando da festa. Arrumei-me como se fosse para lá também, mas despistei as garotas do dormitório dizendo que queria tentar dar um jeito nos meus cabelos e que aquilo poderia demorar. Quando finalmente me vi sozinha no quarto peguei o diário e saí na direção do ultimo corredor do segundo andar. Até o banheiro feminino com a insuportável Murta-Que-Geme.
"O que faz aqui?" – ela me perguntou desconfiadamente surgindo de dentro de uma privada.
"O que você acha? Isso não é um banheiro feminino?" – rebati indiferente.
"Mas este é o MEU banheiro! Ninguém mais vem aqui. Ninguém gosta de ficar aqui comigo, me fazendo companhia. Todos me xingam, Murta Feia, Murta Espinhenta, Murta Chorona..." – incrível como todos achavam que eu tinha cara de "ouvidora de desabafos".
"Tudo bem Murta. Olha só, eu gosto de você."
"Gosta mesmo? "– disse engolindo o choro – "Ah você só está dizendo isso pra me enganar "– mas ela tinha uma falsa esperança.
"É serio. Você é uma das pessoas mais sensatas dessa escola". – Até hoje eu não entendi porque eu disse isso. Mas funcionou. Ela abriu um grande sorriso.
"Bom, agora eu estou atrasada."
"Vai pra festa do dia das bruxas?" – estranhei.
"Não, vou à festa de aniversário de morte do Nick Quase Sem Cabeça."
"Quem é ele?"
"Fantasma da Grifinória."
"Ah.. Pouco me importa..." – dei de ombros.
"Ah você não é Grifinória né..." – disse encompridando os olhos em meu uniforme por trás dos grossos óculos.
"Merlin me livre disso. Sou Sonserina."
"Não gosto dos Sonserinos... mas de você eu gostei!" – deu um sorriso enjoado, acenou um tchauzinho e mergulhou na privada novamente de tal forma que quase me encharcou.
Finalmente eu estava sozinha na droga do banheiro. Fui em direção a uma das pias. Tom já havia me dado algumas instruções do que fazer. Procurei uma pia que tivesse uma pequena cobrinha bordada em sua torneira. Achei-a e abri o diário por sobre a pia. Era chegada a hora. Fechei meus olhos e apenas esperei. Não demorou muito para eu sentir uma estranha energia percorrendo todo o meu corpo. Era como se eu estivesse sendo possuída. Algo quente e ao mesmo tempo gelado corria dentro das minhas veias, fazia as pontas dos meus dedos latejarem e eu sentia meus olhos arderem. Senti-me fraca, mas ao mesmo tempo disposta a terminar o que fazia. Abri meus olhos novamente e abri também minha boca, ordenando que a pia se abrisse, mas o som que ouvi não foi o da minha voz. Isso me assustou na hora, mas não foi maior que o susto de ver a pia se precipitando para o lado e revelando um grande cano suficiente para uma pessoa passar por ele. Aquela era a entrada da Câmara Secreta.
Novamente eu falei, mas não era minha voz. Dessa vez ordenava que o monstro abrigado na Câmara saísse e ganhasse liberdade. E ele saiu. O Basilisco do qual Tom havia me falado realmente existia e estava ali, na minha frente. Era aterrorizante. Gigante, capaz de engolir uma pessoa. Mas não era essa a sua função, não era isso que ele fazia para matar. Para matar bastava um olhar, apenas um olhar direto nos seus grandes e redondos olhos amarelos e era o fim. Olhos do qual eu estava imune. Nada me aconteceu quando ele me olhou, talvez porque eu estivesse de alguma forma possuída pela lembrança de Tom. Sim, Tom estava dentro de mim, era a voz dele que saiu de minha boca, era os olhos dele que o Basilisco viu quando me olhou. E o Basilisco não mataria seu mestre. E então eu estendi meu braço em direção à porta, indicando que ele ganhasse o corredor em busca de suas vitimas. Ele então abaixou a cabeça em sinal de obediência e foi para a porta. Eu podia ouvir a voz sedenta do monstro dizendo "rasgar, romper... matar!", "fome, sangue... sangue humano...".
E eu o segui. Mas naquela noite todos os alunos estavam no Salão Principal comemorando o Dia das Bruxas, então se o monstro tivesse uma boa vitima seria muita sorte. O máximo que conseguiu naquela noite foi paralisar a gata nojenta do Filch. Até pra morrer ela foi imprestável. Ela fitou os olhos grandes e amarelos do Basilisco através do reflexo de uma poça d'água no chão que estava escorrendo do banheiro interditado da Murta-Que-Geme. Sendo assim, ela ficou paralisada. . Mas o impacto daquilo deveria ser maior, então eu precisava tomar algumas providencias. Ordenei ao Basilisco que se escondesse novamente e pendurei a gata no suporte de tochas. Então conjurei um pouco de tinta e escrevi uma frase com grandes letras entre as duas janelas. Uma frase de aviso.
A CAMARA SECRETA FOI ABERTA
INIMIGOS DO HERDEIRO, CUIDADO!
Tomei o cuidado de desaparecer dali o mais rápido possível. Logo apareceria alguém, mas eu queria estar por perto para ver as reações. Então me escondi e esperei. Qual não foi a minha surpresa ao ver o trio maravilha aparecer! Claro, só podia ser o Cicatriz ambulante do Potter, a Sangue Ruim da Granger e o Baba-Ovo do meu irmão Rony! A cena foi incrível, hilária. Dois babacas correndo atrás do Potter que dizia estar ouvindo alguma coisa... e de repente... dão de cara com a gata pendurada e a escrita na parede. E nem deu tempo de fugir, pois os alunos irromperam atrás do trio maravilha! Então, eles estavam no lugar errado, numa hora mais errada ainda!
"Inimigos do herdeiro, cuidado! Vocês vão ser os próximos, sangues-ruins!" – era a voz de Draco que trovoava dentro do corredor. Eu nunca gostei tanto de ouvir a voz do meu loiro pálido preferido como naquele momento! Então me estiquei do meu esconderijo só para poder ver as expressões faciais. O trio maravilha estava branco como um leite. Já Draco estava corado, os olhos prateados faiscando e com um grande sorriso, olhando para o gato pendurado.
Filch apareceu em seguida, de certo guiado pelo grito de Draco. Fez um tremendo escândalo ao ver sua idolatrada gatinha pendurada e logo de cara acusou o cicatriz. E então o velho babão do Dumbledore apareceu e deu um fim na bagunça levando o trio e Filch para a sala do Lockhart. Todos os presentes deram uma ultima olhada na pichação da parede e foram dispersando já que não havia mais nada de interessante para se ver. Apenas uma pessoa ainda ficou ali, com as mãos para trás, olhando para a pichação. Era Draco. Eu ainda fiquei ali, quando me espichei mais um pouco para verificar se ele faria algo minha varinha escorregou do meu bolso e caiu no chão fazendo um fino e discreto barulho. Tentei voltar à posição normal, mas Draco foi mais rápido que eu.
"Virginia?" – chamou erguendo uma sobrancelha e estreitando os olhos prateados em cima de mim.
Não adiantava fugir.
"Me achou Draco!" – tentei brincar meio nervosa. Ele jamais poderia desconfiar que tinha dedo meu metido com os últimos acontecimentos.
"Seria impossível eu não enxergar seus cabelos vermelhos balançando ao tentar se esconder no vão da parede. Estava ali o tempo todo?"
"Hu-hum."
"Fazendo o que? Só não diga que não é da minha conta!" – ele se defendeu antes que eu o atacasse, mas eu não faria isso.
"Assistindo de camarote!" – sorri nervosa.
"Viu isso mais de perto?" – apontou a pichação com interesse.
"De perto não..." – dei uns passos à diante. – "Quem você acha que pode ter feito isso?"
"Provavelmente quem abriu a câmara secreta."
"E você desconfia de alguém?" – joguei um verde esperando colher um maduro.
"Não faço idéia, mas já é meu ídolo!" – ele disse com olhos brilhando.
"Por que?"
"Porque seja lá quem for, encrencou o Potter!" – e deu uma grande gargalhada. Isso me fez rir também.
"Vai se empenhar em descobrir?" – eu disse ainda olhando a pichação. Eu evitei olhar nos olhos cinzas instigativos de Draco, eu não sabia se conseguiria continuar mentindo.
"Adoraria descobrir, mas seja lá quem for, ou o que for, é poderoso o suficiente para não ficar dando o ar de sua graça pelos corredores às vistas de 'pobres mortais como nós'." – a ultima parte ele disse com uma pitada de sarcasmo. Eu gostei do que ele disse, apesar de todo o poder pertencer a Tom.
"Virginia?"
"Hum?"
"Como veio parar aqui? Sabia disso?" – apontou a pichação e eu senti que ele me olhava. – "E eu também não me lembro de ter te visto na Festa do Dia das Bruxas."
Eu estava encrencada. Precisava de uma desculpa rápida.
"Han.. eu? Ah, não queria ficar curtindo festinhas idiotas. Estava dando um passeio pelos corredores." – É. Foi horrível, eu sei!
Draco ergueu as duas sobrancelhas.
"Passeio pelos corredores há essas horas? Você é mais estranha do que eu pensava!" – e deu um suspiro. – "Bom, seja lá como foi, como vi que você não estava na festa... "– enfiou a mão no bolso e tirou algo embrulhadinho num papel celofane. – "Resgatei isso pra você." – me entregou. – "É de cereja." – sorriu.
"Obrigada Draco." – então eu olhei para ele. O olhar dele mexeu comigo. Eu sabia desde aquele momento que eu sempre poderia contar com Draco.
"Vamos, não vai comer?"
Eu ri. Abri o papel e foi revelada uma grande trufa de cereja. Sorri e dei uma grande mordida no doce. Naquele momento percebi que estava com fome.
"Muito bom Senhora Faminta. Agora, me acompanha até o Salão Comunal?" – ele disse fazendo uma debochada reverencia.
"Claro que sim."
Ao constatar que todos haviam ido dormir e que não havia uma alma penada no Salão Comunal, eu sentei-me ao lado da lareira do Salão com meu diário a mão. Estava ansiosa por relatar a Tom o que havia acontecido.
E assim foi transcorrendo nossos planos. Agora a escola inteira se perguntava sobre o que seria a Câmara Secreta. Os mais enxeridos, como a Granger, procuravam informações em fontes inesgotáveis, livros e até mesmo os professores. E conseguiram algumas poucas informações. A versão mais comentada era que o Fundador da Sonserina, Salazar Slyterin, tenha construído a Câmara e abrigava ali um monstro enorme e perigoso. Então ele brigou com os outros fundadores para defender seu objetivo nas seleções escolares onde só se admitiria a raça pura. Então abandonou Hogwarts. Só o legítimo herdeiro de Slytherin poderia abrir a Câmara e usar seu poder para expulsar todos que não eram dignos de estudar magia (trouxas e mestiços). E ouvir os alunos comentando o assunto pelos corredores foi ótimo. Um dia na biblioteca eu escutei o trio conversando aos cochichos. Escondi-me atrás de uma estante bem próxima e me pus a ouvir.
"Mas quem é que pode ser?" – Granger iniciou o assunto.
"Vamos pensar." – Rony. – "Quem é que conhecemos que acha que os nascido trouxas são a escória?"
"Se você está pensando no Draco..." – Granger
"Claro que estou!" – exclamou Rony. – "Você ouviu quando ele disse 'Sangue ruim vocês serão os próximos!', vem cá, a gente só precisa olhar para aquela cara nojenta de rato para saber que é de..."
"Draco, o herdeiro de Slytherin?" – Granger não acreditava muito.
"Olha só a família dele." – Agora era Potter quem falava. – "Todos eles foram da Sonserina e vivem se gabando disso. Podiam muito bem ser descendentes de Slytherin."
"Poderiam estar passando a chave da Câmara há séculos, de pai para filho..." – Disse Rony viajando.
"Pode ser que seja possível... "– disse Granger ainda cética. Eu me segurei para não rir. O que o coitado do Draco tinha a ver com o pepino? Ta certo que eu jamais deixaria Draco se prejudicar por minha causa, mas até que gostei dessa desconfiança. Isso tiraria o "meu da reta". Nem me preocupei com o resto da conversa. Saí de lá antes que eu explodisse em risos.
E assim foi se seguindo. Repeti o mesmo procedimento. E quem caiu dessa vez foi Colin Creevey, Grifinório idiota, fã do Potter.
A noticia espalhou-se como um rastilho de pólvora. Agora os alunos andavam sempre juntos, morrendo de medo de serem atacados.
Alguns dias depois eu desci ao salão comunal de manhã e ainda havia alguns alunos lá. Dentre eles Malfoy. E pela cara que ele me olhou eu devia estar parecendo um monstro com minhas olheiras fundas e os cabelos vermelhos escorridos tapando metade do meu rosto.
"Hey Gin. Está tudo bem contigo? Porque você está péssima!" – Uma gentileza logo pela manhã.
"Ah obrigada Draco! Eu realmente fiquei feliz com seu comentário a cerca da minha beleza estonteante."
"Verdades são feitas para serem ditas!" – ele se levantou da poltrona e caminhou até mim com um sorriso sarcástico.
"E a verdade de que você é um idiota, foi feita pra ser dita também?"
"Nossa! Eu deveria ter te analisado melhor antes de propor amizade. Posso sair tosquiado ainda."
"Que bom que notou Malfoy!" – e comecei a me dirigir para o salão principal. Malfoy foi atrás de mim.
"Mas mudando de assunto Gin, estão dizendo que irão reabrir o Clube dos Duelos. Sabe o que é?" – ele disse enquanto caminhava despreocupado junto comigo, mas demonstrava grande excitação.
"Hum, já ouvi falar..."
"Começará hoje à noite. Sabe, eu adoraria pegar o Potter e fazer picadinhos dele!" – os olhos cinza-prateados de Draco brilhavam.
"Que grande coisa você poderá fazer com o Potter? Se nem Lorde Voldemort conseguiu derrota-lo, o que você poderia? No máximo iria fazê-lo sentir cócegas, que é o que realmente se aprende nessa droga de escola nos primeiros anos." – falei indiferente. Mas Draco pareceu nem perceber a minha zombação com ele, o que chamou sua atenção foi outra coisa.
"O que? Você disse "Lorde Voldemort"?" – ele me perguntou receoso.
"Disse. Qual o problema?"
"Não tem "medo" de pronunciar o nome do Lorde?"
"Porque eu deveria ter?"
"Hum, ta igual ao Potter. Ele que é exibido e prefere chamar o Lorde das Trevas pelo nome..." – foi interrompido pela minha mão direita agarrando fortemente o colarinho da sua camisa.
"Compare-me ao Potter novamente e você vai ver o que posso fazer com você!" – eu sentia a velha "irritação-Weasley" subir pelas minhas veias e ir pulsar nas minhas orelhas e nas pontas dos dedos. Draco me olhava com olhos prateados arregalados.
"Calminha Virginia. Só fiz uma brincadeira."
"Brincadeira comigo tem hora!" – disse soltando-o.
"Você anda muito estranha Virgínia. O que há?" – ele disse arrumando a gratava verde e prata.
"Eu sou estranha. Não tente me entender." – disse num tom que cortava o assunto.
"Voltando então ao Clube dos Duelos... Você vai?" – ele perguntou enquanto chegávamos ao Salão Principal.
"Depende. Quem vai comandar?"
"Lockhart." – Draco disse torcendo o nariz.
"Que ridículo!" – eu não segurei a risada. – "Eu não vou perder meu tempo com isso..."
"Ora vamos Virginia! Para me ver derrotar o Potter."
Olhei para ele e revirei os olhos. Draco então pegou uma maçã na mesa da Sonserina e me ofereceu tentando me comprar. A maçã era muito vermelha. A partir daquele dia Draco começou a me dar maçãs bem vermelhas freqüentemente. Ele dizia que eu ficava linda quando comia uma maçã tão vermelha quanto os meus cabelos.
"Ok Draco. Eu vou." – o que eu vi em seguida foi um loiro animadíssimo dando um grande beijo na minha bochecha.
"Eu vou acabar com ele."
"Não promete muito Draco. Fale menos e aja mais."
Fiquei então o dia todo na expectativa do tal Clube dos Duelos. Escrevi ao Tom contando sobre o que eu sabia. Ele ficou animado. Disse-me que era pra eu ir sim e contar tudo pra ele depois. Quando a noite chegou os alunos se dirigiam apressados para o Salão. Amontoaram-se perto de uma passarela e vimos o imbecil do Lockhart entrar acompanhado do profº Snape que seguia sério e com cara de enfadado. Lockhart falou algo sem importância sobre o Clube e desafiou Snape para o primeiro duelo. Ficaram em posição e tudo parecia um teatro muito enfadonho até que Snape lançou o Expelliarmus no Lockhart que o fez voar até a parede oposta e se estatelar no chão. Isso eu achei engraçado. Nós da Sonserina demos vivas pelo golpe de Snape. Lockhart se levantou e disse algumas baboseiras dando a entender que ele deixou Snape fazer aquilo. Ao ver a expressão assassina de Snape Lockahrt achou melhor partir para os finalmentes. E foi com grande rapidez que Snape chegou até o Potter e Rony que estavam formando duplas. Eu não pude ouvir o que eles diziam, mas Snape se virou para nós da Sonserina e chamou por Draco. Na hora eu percebi que Draco e Snape haviam combinado aquilo antecipadamente, pois Draco estava muito certo de sua participação no duelo com o Cicatriz. E foi com um grande sorriso nos lábios e uma pequena e discreta piscada pra mim que Draco saiu em direção a Potter. A cara do Cicatriz ambulante foi hilária. Parecia que Draco era uma grande ameaça que causaria destruições e ruínas.
Draco e Potter reverenciaram-se com uma quase imperceptível inclinação da cabeça, sem tirarem os olhos um do outro por um milésimo de segundo. Prepararam as varinhas e começaram a contar. Como eu já esperava, Draco começou pelo "dois" e atingiu Harry atirando-o para longe. Potter não perdeu tempo e atacou Draco com um ridículo feitiço de cócegas. Draco tomou fôlego e atirou outro feitiço imbecil no Cicatriz. Desta vez Snape interviu e interrompeu os feitiços. Outros alunos ainda estavam duelando e Lockhart quis ensinar um feitiço de bloqueamento-de-não-sei-o-quê. Quis chamar o idiota do Longbottom e Finch-Fletchey, mas claro, Snape não deixou e chamou justamente o Cicatriz e Draco.
Lockhart foi tentar ensinar alguma coisa para o Cicatriz, mas nem manejar a varinha ele sabia. Já Snape sussurrou algo no ouvido de Draco e este sorriu satisfeito. Ele sentia-se preparado para o duelo, já Potter parecia perdido. Lockhart contou até três e rapidamente Draco berrou:
"Serpensortia!"
E uma imponente serpente apareceu da ponta da varinha de Draco e começou a se rastejar na direção de Potter. Eu enfim estava começando a me divertir. Lockhart tentou dar um fim na cobra, mas o máximo que conseguiu foi fazê-la rodopiar no ar e cair violentamente no chão. Isso a enfureceu e ela avançou para Finch-Fletchey, pronta para o bote. Potter então, num ato de heroísmo caminhou lentamente até a cobra e disse algo que ninguém entendeu. A única coisa compreensível ali foi que a cobra amansou-se completamente em plena atitude de obediência ao Potter. O Cicatriz sorriu para o Finch-Fletchey, mas este pareceu não gostar e berrou com Potter:
"De que é que você acha que está brincando?" – e saiu furioso do salão enquanto todos olhavam para Harry como se ele fosse um trasgo (o que não era muito diferente). Snape deu um fim na cobra e Rony e Granger logo puxaram Potter pra longe dali. Enfim eu teria algo de sumo interesse para contar a Tom.
"Então Potter falou em uma língua diferente com a serpente e ela obedeceu-o?"
"Exatamente. O que é isso Tom?"
"Ele é um Ofidioglota"
"Um o que?"
"Ofidioglota, minha doce Virginia. Potter pode falar com as cobras"
"E o que isso tem demais? Não seria apenas mais uma das milhões de habilidades do Cicatriz?"
"Não. Esta é especial. Só o herdeiro de Slytherin teria esse dom."
"Mas você é o herdeiro. Não é o Potter!"
"Eu sei. Justamente por isso que estou estranhando a idéia."
"Isso muda nossos planos?"
"Ainda não sei. Tenho que pensar sobre isso. Continue de olhos bem abertos sobre o Potter."
"Sabes que pode contar comigo Tom."
"Sim, eu sei minha Doce Virginia..."
"Agora preciso ir Tom, ouço passos se aproximando."
"Durma bem, meu anjo. E prometa estar sempre junto comigo."
"Eu prometo Tom."
"E então Virginia, gostou da minha atuação contra o imbecil do Potter?" – era Draco quem entrava radiante no Salão Principal enquanto eu guardava o meu diário dentro da capa. Veio-me na ponta da língua para dizer que ele só soube aquele feitiço porque o Snape cochichou em seu ouvido, mas eu seria cruel demais.
"Foi magnífico Draco!" – sorri.
"Acha mesmo?" – eu começava a pensar em Draco como um garoto de 12 anos carente de atenção e carinho.
"Sim, eu acho."
"Mas não me conformo pelo Potter ser um ofidioglota! Ele é um grifinório idiota! E é mestiço! Eu que sou um Sonserino Sangue-Puro não tenho essa capacidade." – ele gesticulava inconformado. – "E sabe o que já estão dizendo por aí? Que Potter é o Herdeiro!"
Eu não agüentei e explodi em risos.
"Ah! Não mesmo Draco!"
"Como pode ter tanta certeza?"
"Acha mesmo que Slytherin teria um descendente babaca como o Potter? E o pior: da Grifinória!"
"Pode ser, mas eu conheço muitas histórias de pessoas que renegam sua família e saem completamente ao contrário do esperado."
"Pode conhecer e achar o que quiser Draco, mas o Herdeiro de Slytherin não é um idiota qualquer!"
"O que sabe a respeito do herdeiro?" – ele ergueu a sobrancelha direita e me examinou com olhos prateados faiscantes.
"Nada. Apenas o óbvio: O Herdeiro, seja quem for, é sonserino!"
"Acha que ele está então no meio de nós?"
"Isso é obvio Draco, senão como ele estaria agindo?"
"Tá, mas... Por que não sou eu?" – eleperguntou indignado.
"Porque nem tudo é como a gente deseja Draco!"
"Mas eu não vou sossegar enquanto não descobrir quem é o grande felizardo."
"Felizardo?"
"Claro, quem não gostaria de ser o herdeiro legitimo de Salazar Slytherin?"
"Talvez o Potter!" – brinquei. Draco deu um riso sarcástico.
"Ele seria o único imbecil."
Os comentários que se seguiram após o Clube dos Duelos eram que Finch-Fletchey seria a nova vitima do Potter. A escola inteira acreditava que era o Cicatriz quem provocava os ataques, que ele era o Herdeiro. Então já que era assim... eliminamos Justino Finch-Fletchey também. Mas pra variar ele também não morreu. E mais uma vez Potter estava no local errado, na hora errada. Eu não sei, parece que tudo sempre acontece com o Potter! Dessa vez quem se encarregou de espalhar a noticia foi Pirraça. Mais encrencas para o Potter Podre.
"Virginia, tente fazer com que o Potter ache o diário"
"Mas porque?"
"Tem algumas coisinhas que eu quero mostrar a ele."
"Isso é seguro Tom?"
"Confie em mim."
"Eu Confio."
Então um dia, passeando pelo corredor da Murta-Que-Geme eu vi que Potter e meu irmão estavam se aproximando, então joguei o diário para dentro do banheiro (que estava sendo freqüentado pelo trio freqüentemente, não sei porque). O diário acertou a Murta e não demorou muito para eles acharem o diário. O que Tom mostrou para Potter eu fiquei sabendo depois quando revirei as coisas do Cicatriz e resgatei o diário.
"Ele está convencido de que quem abriu a Câmara Secreta à primeira vez foi Hagrid."
"Como fez isso Tom?"
"Me mostrei a ele da mesma forma como me mostrei a você, só que eu não podia vê-lo. Ele penetrou em uma lembrança minha, do dia em que armei uma armadilha para pegar Hagrid."
"Foi uma jogada brilhante Tom."
"Eu não teria conseguido sem você, minha doce Virginia"
Eu estava cada vez mais próxima de Tom. Isso era inegável. E por abrir a Câmara Secreta tantas vezes para liberar o Basilisco, eu estava cada vez mais fraca. E Draco notou isso.
"Virginia, qual o problema?" – disse um dia se largando numa poltrona ao meu lado.
"Que problema?"
"Perguntei primeiro. Olhe só pra você: está pálida, com olheiras fundas, não come nada. Está doente?"
"Me esquece Draco!"
"Pelo menos a arrogância continua a mesma." – ele disse azedo.
Draco se preocupava comigo. E eu me sentia cada vez pior por estar escondendo dele tudo isso que estava acontecendo. Eu tinha medo de olhar em seus olhos. E eu tive surpresas enquanto conhecia Draco melhor. De longe, com os trouxas e mestiços Draco era uma pessoa desprezível, desses que você tem vontade de lhe chutar as partes baixas quando o vê. Um garoto mimado, chato e metido a besta. Longe dos olhos curiosos, quando estávamos só nós dois, ele era totalmente diferente! Era apenas um pouco sarcástico e mais nada. Não vou dizer que era sensível, não chega a tanto, mas é uma pessoa fraca. E eu tinha um pouco de pena dele. Eu estava vendo o momento que ele deitaria no meu colo e pedisse um cafuné até ele adormecer. Ainda bem que isso não aconteceu, eu não conseguiria.
"Desculpa Draco, não quis ser grossa. Eu acho que ando meio doente mesmo."
"Está acontecendo alguma coisa e você não quer me contar o que é."
"De onde tirou isso?" – fui me levantar e senti-me tonta, Draco me amparou e me colocou sentada na poltrona de novo.
"Ta respondida a sua pergunta?" – ele estava mais azedo que o normal.
"Draco, posso te fazer uma pergunta?"
"Até duas se quiser."
"Quando você atingir a idade certa, pretende entrar para o circulo do Lorde das Trevas?" – acho que exagerei na excitação da pergunta. Draco ergueu uma sobrancelha me analisando.
"Com certeza! E serei o braço direito do Lorde se meu pai vier a faltar."
"Quanta pretensão..."
"Pretensão porque?"
"Por que precisa esperar seu pai faltar?"
"Está insinuando que eu passe por cima dele? "– ele perguntou incrédulo.
"E por que não?" – perguntei indiferente.
"Talvez por ele ser meu pai!"
"E daí? Eu pensei que um dos lemas dos Sonserinos fosse "passar por cima de quem quer que seja para conseguir o que quer"."
"É sim, mas isso não conta quando esse alguém é seu pai de quem você vai herdar uma fortuna incalculável no futuro."
"Hum, tocou numa parte interessante."
"Você passaria por cima dos seus, não passaria?" – ele me perguntou serio. – "Afinal, você não tem o que herdar mesmo."
Eu fiquei em silencio por um momento. Eu não sabia se estava sendo injusta com minha família. Nunca mandara uma carta sequer. Nem havia me lembrado. Era como se não existissem. Os únicos indícios de Família Weasley que eu me lembrava era que eu tinha quatro irmãos insuportáveis que estavam em Hogwarts ainda.
"Eu não sei."
"Você deve estar sendo a aberração da Família por estar na Sonserina."
"Obrigada Draco, você sabe como animar uma pessoa!"
"Ah, foi mais forte que eu!" – ele sorriu um sorriso lindo que deixaria qualquer garota boba.
"Tudo bem Lagartixa fluorescente!" – provoquei.
"Repita isso!"
"Lagartixa Fluorescente!"
Draco apontou a varinha pra mim. Eu apenas sorri e segurei na ponta da varinha dele, abaixando-a.
"Eu deveria buscar alguma coisa pra você comer?" – ele perguntou num ato de cavalheirismo.
"Não precisa Draco. Eu estou bem."
As aulas estavam correndo normalmente. Ainda não tinha me enturmado direito com as garotinhas fúteis que dividiam o dormitório comigo, elas bem que tentavam, mas eu não gostava delas. Então minha única e constante companhia era Draco. E isso estava desagradando o trio, principalmente Rony. Tanto que um dia, após eu ter ajudado Draco a zombar com eles, ele me chamou para conversar.
"Virginia Evelyn Weasley! O que acha que está fazendo?" – as orelhas dele estavam vermelhas, mau sinal para um Weasley.
"Me divertindo." – respondi indiferente.
"Se divertindo? As custas dos outros? E o que é pior: na companhia do nojento do Malfoy!" – ele estava indignado.
"Qual é o problema com o Malfoy?"
"Qual é o problema com o Malfoy?" – ele repetiu berrando. – "Por Merlin Gina! Você cresceu ouvindo a nossa família falar sobre a Família Malfoy! Deveria ter um mínimo de bom senso!"
"Ah me poupe Rony!"
"Por acaso esqueceu dos valores que sua família te ensinou?"
"Estou pouco ligando para os tais valores a que você se refere."
Um espasmo de tristeza passou pelos olhos de Rony.
"É essa a importância que você dá pra gente então? A Sonserina virou a sua cabeça, não foi? Somos pobres, grifinórios, não podemos dar o que a "princesinha" sempre quis. Então é isso?"
"É." – me virei para ir embora, mas ele me puxou pelo braço.
"Se afaste do Malfoy."
"Em primeiro lugar, solte meu braço. Em segundo, não vou me afastar dele."
"Ele não é companhia pra você!"
"E por acaso a Sangue-ruim da Granger é companhia boa?"
Eu senti que Rony teve uma vontade imensa de me bater na cara, mas ele não teria coragem, não bate nem em uma mosca. Ele apenas apertou meu braço com mais força, estava começando a machucar.
"Nunca mais repita isso!"
"Repetir o que? Que você anda com uma Sangue Sujo? E que é apaixonado por ela?"
"A Mione não é Sangue Sujo, e eu não sou apaixonado por ela!" – ele falou entredentes. – "E por falar em apaixonar, se por algum acaso você vier um dia a se envolver com o Malfoy..."
"Ah cala a boca Rony!"
"Um dia você vai crescer sua pirralha! E o Malfoy vai estar lá, de braços abertos e com a cabecinha loira cheia de ideiazinhas sujas!"
"Eu jamais ficaria com o Draco!"
"Draco? Nossa quanta intimidade!"
"Ah não enche!"
"Você esta fazendo uma grande burrada Gina!"
"Não pedi sua opinião sobre isso."
"Mas eu estou dando-a na posição de irmão mais velho."
"Escuta, não vai soltar meu braço não, ele já está dormente!" – falei num tom enfadonho. Rony o soltou.
"Você é quem sabe, foi avisada. Mas se o Malfoy aprontar alguma com você eu..."
"Você o que?"
"...Eu o arrebento!"
"Ta bom, agora me dá licença. Draco está olhando ali de longe, está me esperando." – falei provocando e apontando Draco que estava um pouco mais adiante.
Rony apenas ficou me olhando partir. Estava com as orelhas até mais vermelhas que os cabelos e as sardas do rosto até haviam desaparecido com a vermelhidão do rosto.
"Levou bronca do irmão mais velho?" – Draco perguntou debochando.
"Ah cala a boca!"
Fomos para o Salão Comunal. Eu estava lendo um livro de Poções e Draco estava fazendo uma redação de História da Magia. Por trás do livro eu comecei a olhar pra ele. Alto, esguio, com um ar superior. Olhos prateados estreitados em cima do livro de Historia da Magia, os cabelos loiros penteados exageradamente para trás. Fiquei pensando naquilo que Rony havia me dito. Seria possível eu ter alguma coisa com Draco no futuro? Draco tinha algum tipo de intenção comigo? Que ele vivia se preocupando comigo, isso era fato. Mas, interesses "românticos"? Eu nem sabia se Draco tinha coração pra essas coisas. Eu decidi que passaria a observá-lo mais de perto.
"Eu sei que sou lindo, mas não precisa se esconder atrás do livro para me olhar." – ele disse sem desviar os olhos da sua redação, mas com um sorriso sarcástico nos lábios.
"E quem falou que eu estou te olhando? Estou lendo."
"Não precisa ninguém falar, eu senti. Sabia que mesmo sem ver eu posso sentir quando as atenções estão voltadas para mim?" – ele respondeu com a pena balançando agitadamente sobre a redação.
"Seja menos convencido Draco, me faça esse favor."
Chegando perto do fim do ano letivo chegara a hora do golpe de misericórdia. Faríamos nosso ultimo ataque e Tom me disse que era chegada a hora dele retornar, e eu estava ansiosa por conta disso. E saiu quase como o esperado. A vitima foi a Granger. Ah como eu queria ter visto aquela Sangue Sujo cair dura e gelada no chão, morta. Mas ela é uma estúpida, tinha que ser esperta o suficiente! Àquela altura do campeonato ela já descobrira todo o mistério, já sabia que o monstro era um Basilisco e sabia como lidar com ele, sabia que jamais deveria olhar nos olhos dele diretamente. E foi isso que ela fez! E ainda advertiu uma outra aluna, namoradinha do Percy. Elas estavam perto da biblioteca quando foram atacadas, olharam para o outro lado do corredor através de um espelhinho, fitaram os grandes olhos amarelos do meu "bichinho" através do reflexo e apenas se paralisaram. Ah! Como que queria que a Granger fosse eliminada! Infelizmente não deu.
Fiquei sabendo mais tarde tudo o que acontecera, o outro lado da historia. Como o trio descobriu como funcionavam os ataques, por isso o plano não foi concluído como o planejado. Só de me lembrar dessas coisas todo o ódio que eu sinto por toda essa escória nojenta se aflora dentro de mim. Eu só tinha 11 anos na época, mas já os odiava. Eu não imaginava que com apenas 11 anos poderia sentir tanto ódio, rancor e desprezo. Mas eu sentia tudo isso. Tom também os odiava. Draco também.
Aquele seria o ultimo ataque, tudo estaria consumado depois daquilo. Tive uma longa conversa com Tom a respeito disso.
"Minha doce Virginia, sabes que é chegada a hora?"
"Sim, eu sei."
"Sente-se preparada?"
"Acredito que sim."
"Ainda podes desistir."
"Não creio que haja volta."
"Mas se houvesse, voltaria?"
"De maneira nenhuma. Prometi minha lealdade a você."
"Sabes que não terás riscos."
"Acredito em você."
"Eu farei você voltar. Você vai voltar."
"Eu sei disso Tom. E mesmo que não voltasse... eu estou disposta a dar a vida por sua volta."
"Mas não, a minha volta não teria sentido se você não estivesse comigo."
"Confio em você."
"Então é a hora."
E eu fui. Sabia os riscos que corria. Tom iria esgotar todas as minhas energias para voltar.
Após o ataque, com um giro de varinha eu escrevi a seguinte frase logo abaixo a antiga:
O CORPO DELA JAZERÁ NA CAMARA SECRETA PARA SEMPRE
Desci até a Câmara. Imediatamente que cheguei frente à grande estátua de Salazar Slytherin segurando o diário fortemente nos braços, já senti meu corpo se enfraquecer. O diário que estava preso em meus braços parecia fazer uma força enorme para se soltar de mim, como se tivesse vida própria. E tinha. A vida de Tom estava se libertando dele. Minha vista estava se embaçando, mas eu podia ver uma luz muito forte saindo de mim (ou do diário). Eu caí de joelhos. Estava com o corpo dolorido, quente, como se ele estivesse em chamas. Doía muito. Era como se eu estivesse sendo espancada por no mínimo 15 trasgos e eles estivessem me chutando, enfiando facas gigantes por todo o meu corpo. Enfim, é difícil descrever aquela dor única. Eu apoiei as mãos no chão, me esforçando para ficar com a cabeça erguida. A luz foi diminuindo. Vi em meio à luz uma silhueta conhecida. Era Tom que estava voltando. Conforme eu ia ficando mais fraca o contorno dele ficava mais forte.
Eu já estava caída no chão, esforçando-me para não fechar os olhos. O teto rodava a minha frente, longe, distante de mim. O diário ainda estava seguro em minhas mãos. Ouvi passos caminhando em minha direção. Senti a presença de Tom bem perto de mim. Ele abaixou-se e tocou no meu rosto levemente. Quando ele me tocou eu tive uma pequena pontada de dor, mas que me permitiu ver o rosto dele nitidamente.
"Minha doce Virgínia. Eu voltei!" – ele sorria pra mim e continuava com a mão no meu rosto. – "Pode ver isso? Eu estou aqui, no mundo dos vivos. Já não sou mais uma lembrança."
Eu não conseguia responder. A única coisa de que tinha consciência era dos olhos azuis vivos de Tom olhando para mim.
"Eu vou fazer você voltar, Virginia. Eu antes preciso destruir alguém. A única pessoa que me impede de estar aqui. Potter. Isso não vai demorar muito. Eu vou trazer você de volta, e te recompensar por tudo o que fez por mim, pode ter certeza."
Ele sorriu. No momento em que ele tirou sua mão da minha face eu senti mais uma pontada de dor, mais insuportável que a primeira. O meu corpo inteiro formigava e queimava, até o momento que tudo ficou escuro e eu não vi mais nada.
E tudo foi silencio e escuridão. Eu não tinha noção do que acontecia dentro da Câmara, do que Tom estava fazendo. A única coisa de que eu tinha consciência era que eu já não sentia dor nenhuma. Eu estava num lugar estranho, que era todo escuridão, meu pequeno corpo de 11 anos de idade flutuava, sem peso nenhum. Pensei que tivesse morrido. Mas algo dentro da minha mente dizia que não, que eu iria voltar.
E foi quando aconteceu. Uma nova onda de dor arrebatadora me puxara de volta à realidade. Acordei novamente dentro da câmara. Imediatamente me senti forte o suficiente para me levantar. Sentei-me e o que vi foi Potter com um dente do Basilisco cravado bem no centro do diário do qual saía uma grande quantidade de tinta azul e ouvi um grito agudo e cortante atrás de mim. Olhei na direção do grito, e lá estava Tom, uma luz muito forte saía dele como se estivesse cortando-o ao meio. Ele estava agonizando, contorcendo-se. Potter estava matando-o. Eu o vi olhar para mim pela ultima vez, seus olhos azuis morrendo diante da luz que o matava. E ele desapareceu.
Olhei ao redor tentando assimilar todos os acontecimentos. O Basilisco jazia morto no chão. A Fênix de Dumbledore sobrevoava a Câmara. E Potter estava ali, olhando para mim com o maior sorriso do mundo, todo encharcado de sangue e com o diário nas mãos ainda pingando tinta e com um enorme buraco no meio.
"Gina, acabou. Riddle desapareceu!"
Reuni todas as forças que aos poucos estavam voltando em mim.
"O que você acha que fez seu idiota?" – berrei a plenos pulmões.
Ele ficou aturdido.
"Como assim? Estou te salvando ué!"
"Eu não preciso que ninguém me salve!" – me esforcei para me levantar.
"Claro que precisa, você não está entendendo. Riddle estava te matando!"
"Ele não estava me matando droga nenhuma!" – eu estava descontrolada. – "Se eu estava aqui deitada nesse chão gelado dessa câmara, cedendo toda a minha energia à Tom foi porque eu quis!"
"Não estou te entendendo." – Potter estava com cara de idiota.
"Eu fiz os ataques!"
"Isso eu sei, Riddle me disse isso. Mas você estava inconsciente..."
"Quem te disse essa de "inconsciente"? Eu não estava inconsciente droga nenhuma. Eu fiz tudo porque eu quis. Eu queria destruir os Sangues Sujos dessa escola, eu queria que Tom voltasse a vida!"
"Você está maluca! Sabe quem é o Riddle? Ele é Voldemort!"
"Eu sei! Não me venha querer me ensinar coisas que eu sei muito melhor que você." – caí sentada e desatei a chorar.
"Vamos sair daqui Gina."
Não sei como, mas eu aceitei sair dali com ele. O que se seguiu depois disso foram Weasleys grudentos e melosos me abraçando e perguntando se estava tudo bem comigo. Xingaram Tom por tudo o que ele fez e eu xingava de volta dizendo que participei de tudo e que queria que ele voltasse, que nós seríamos grandes juntos. Chegaram a conclusão de que estava maluca.
O que acontecia era que eu não sabia o que seria de mim dali para frente sem Tom. Eu me fechei em meu pequeno mundo particular, totalmente sozinha.
Eu fugi de todo mundo na volta pra casa. Não queria que os outros ficassem me investigando sobre o que acontecera. Mas teve uma pessoa da qual eu não consegui fugir.
"Virginia, eu queria falar com você."
Eu apenas olhei para ele. Seus olhos prateados olhavam-me com preocupação. Ele chegou perto de mim e eu me joguei nos braços dele, chorando.
"Se acalme Virginia, acabou."
"Mas eu não queria que tivesse acabado... "– eu disse em meio a lagrimas.
"Por que não me contou?"
"Eu jurei a Tom que nada falaria."
"Mas Virginia, tem certeza de que ele gostava mesmo de você? Eu no lugar dele, jamais deixaria suas forças se esgotarem ao meu favor."
Ele passava a mão pelos meus cabelos. Seu abraço era confortante.
"A gente tinha planejado purificar a raça bruxa juntos!"
"Ia fazer isso sem me convidar, pequena?" – Draco perguntou divertido, tentando quebrar o clima. Era a primeira vez que ele me chamava de "pequena".
Eu não pude conter o riso.
"Você seria meu braço direito."
"Eu sei que sim." – ele disse baixo, quase num sussurro.
E foi assim que eu voltei para casa no Expresso Hogwarts. Abraçada com Draco que afagava meus cabelos. A calmaria era tão grande que eu acabei adormecendo no caminho.
E aí? Passei no teste? Rsrs... Deu um pouco de trabalho escrever esse cap... mas eu gostei do resultado.. finalmente eu fiz um capitulo que ficou do jeito q eu queria!
Vamos aos agradecimentos...
Angelina Michelle: Pronto fofíssima, taí o 2º cap... me diz o que achou, sem sua opinião eu me sinto uma formiguinha! Bjus
Mila Black: Obrigada pelos elogios à personalidade da Gina. Ela tende a piorar! Rsrs.. bjus
Dre: Não sei se sensível seria a palavra certa para o Draco, acho que ele pode ser classificado com uma pessoa Fraca. É isso que eu quero mostrar aqui. Espero que se acostume! Bjinhus
Sabrina: Obrigada fofa! A nossa caçulinha na sonserina é apenas o começo.. aguarde! Rsrs.. bjinhus
Miaka: Demorei né... mas táqui.. espero q tenha gostado! Bjuss
E é isso pessoal... to cheia de idéias... aguardem...
Beijos
Pequena Kah
