Clark entendia perfeitamente o que Lana havia dito. Ele nunca quis magoá-la, mas também não podia prosseguir numa relação sem futuro, na qual só ele sairia perdendo. Sabia que com Lois, ele não podia ficar na defensiva, pois acabaria perdendo-a. Clark teria que ousar. E ele estava disposto a fazer isso.
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À noite os três estavam sentados no sofá assistindo Gênio Indomável.
-Você não acha que deveríamos estar assistindo uma coisa mais apropriada pra idade dela?
-Qual é Clark! O que você queria que eu alugasse? Branca de Neve? Barbie?
-Não.
-Então fica quieto! E assiste o filme. Além do mais eu acho que a baixinha gostou do Matt Damon.
-Que outros filmes você trouxe?
-A Identidade Bourne, A Supremacia Bourne e O Talentoso Ripley.
-Acho que não é só ela que gosta do Matt Damon por aqui.
-Eu juro que foi ela que escolheu todos.

Durante o filme Lara acaba adormecendo. Sem tirarem os olhos do filme, ambos acariciam o bebe, e suas mãos acabam se cruzando. Lois já ia tirando a mão quando Clark a segurou. O coração de ambos estava disparado. A troca de olhares foi inevitável. Clark inclina-se e a beija. Ela queria fugir, mas não dava por causa de Lara que estava em seu colo, e além do mais o beijo de Clark era algo incrivelmente bom, a fazia sentir algo até então, inédito dentro de si. Ela se rende ao beijo de Clark, que fica surpreso com a reação positiva da garota. Mal sabendo ele da luta que havia dentro de Lois. Ele para de beijá-la e encara seu rosto. Nessa hora, como se acorda-se de um sonho, Lois se afasta de Clark.

-Eu tenho que colocar ela pra dormir.

Lois vai para o quarto e coloca Lara na cestinha, que era o seu berço temporário. Aquilo só podia ser um sonho, ou um pesadelo, até por que no mundo real Clark nunca se apaixonaria por ela. Mas aquilo não era um sonho, e ela tinha que parecer o mais natural possível.
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Na manhã seguinte Lois agia como se nada tivesse acontecido. Até por que naquele momento su preocupação era outra. Não que os beijos de Clark, não lhe atordoassem os pensamentos, mas é que o fato de ter que se separar de Lara, mexia com ela e isso não dava pra negar.

-Hoje é o grande dia! -dizia ela enquanto descia as escadas com Lara no colo.
-É! Vou sentir falta dela.
-A gente tem mesmo que fazer isso?
-Lois, a gente não.
-Quer dizer, a gente nem sabe se alguém vai adotá-la, ou se ela vai ter bons pais. Pelo menos aqui ela teria tudo o que precisa.
-Lois você não pode adotar uma criança. Eles dão preferência a casais.
-Eu sei! Por isso que seria uma ótima idéia falar com os seus pais.
-Os meus pais? Lois, eu não sei se eles vão querer uma criança.
-Eles chegam hoje à noite, nós preparamos um jantar especial e falamos com eles.
-Será que vai dar certo?
-Não sei, mas eu estou disposta a tentar.
-Você se apegou muito à ela, né?
-Pois é! Eu não faço a mínima idéia do porquê.
-Instinto maternal?
-Talvez! Ou então, o desejo de me redimir com o mundo, com o meu pai, ou comigo mesma -Uma segunda chance pra não repetir os erros cometidos com a Lucy.
-Exatamente!- ela o encara, e recebe dele um olhar solidário e apaixonado. Se continuasse ali, ela sabia perfeitamente o que iria acontecer.- Bem tá na minha hora. Tenho que abrir o Talon e vou aproveitar e ir lá na delegacia pra falar com a xerife.
-Que horas você volta?
-Lá pelas três. Você pode ir procurando algumas receitas da sua mãe. Quando eu chegar nós decidimos tudo, ok? Agora eu vou antes que eu chegue mais atrasada. Como eu gostaria de ter supervelocidade! Será que os meteoros poderiam fazer isso por mim? Tchau Clark!
-Tchau.

continua...