Capítulo 3 – Ataque?
Setembro 2001
- Você disse que não ia acontecer nada com ela. O que fez? Kyra não quer falar comigo. – questiona Allan a uma pessoa na calçada em frente ao WTC. – Eu vou contar tudo a ela.
O homem sorri e não reponde nada. Allan vira as costas e sobe em direção ao escritório de Kyra.
Em outro ponto da cidade, Kyra está dirigindo em meio ao enorme congestionamento da cidade. Ela olha no relógio, oito e quarenta e cinco, ela precisava estar até as dez no escritório, iria dar tempo de sobra.
"Vou poder saborear um bom café"
Mas parece que foi só pensar nisso que seu carro resolveu dar problema e parar subitamente. Ela para e escuta o buzinar de carros atrás de si e grita:
- Deu algum problema, vocês podem esperar um pouco. Que droga!
Ela tenta girar a chave de novo e nada de pegar.
"Não acredito estou tão perto. Tinha que dar problema justo aqui?"
Mas uma vez ela tenta girar a chave e nada. Ela observa ao longe um avião se aproximando baixo. Ela esquece o que estava fazendo e observa a trajetória daquele avião. Foi com enorme pavor que ela viu o avião atingir uma das torres do WTC.
- NÃAAAOOOOOOO.
Kyra sai do carro rapidamente e leva as mãos ao rosto pasma com o que vê. Sem pensar ela corre em direção ao acidente. Havia muita gritaria na rua. E então exatamente 15 minutos depois outro avião se aproxima atingindo a segunda torre. Kyra não consegue parar de chorar, e continua correndo em direção ao WTC. Algum tempo depois ela chega ao local e observa a extensão dos danos. Ela faz menção de querer entrar no prédio, mas um braço a pega, quando ela volta o olhar, ela se depara com Hermes.
- Não, você não deve ir.
- É minha vida, me largue.
- Não há mais nada que possa ser feito.
- Não, me deixa – ela se debatia, tinha que fazer alguma coisa. Mas ele a segurou firme afastando-a dos prédios atingidos.
- Deixe os bombeiros trabalharem, eles são mais experientes.
- Não – ela estava histérica, Hermes lhe dá uma bofetada no rosto e a carrega o mais longe que pode daquele local.
Ela fica ali presa nos braços dele, esperando algum tipo de salvação que não viria. A correria era enorme de um lado para outro. Pessoas gritando por todos os lados, o caos se instaurou. Corpos caiam na rua, eram pessoas desesperadas com o fogo que se alastrava na parte superior das torres. Mas o pior não era isso e sim os pedaços de corpos por todo lado.
Kyra virou o rosto para fugir o olhar de tanta desgraça acontecendo.
E o ápice daquela desgraça culminou. A torre Sul entrou em colapso caindo. Ela sentiu as mãos fortes de Hermes levando-a fora daquela nuvem negra nefasta.
Ele parou e colocou o rosto dela em seu peito, protegendo-a da onda de poeira que os alcançava. Um cosmo imperceptível a olhos humanos ali presentes surgiu de Hermes, formando uma barreira de proteção para ambos.
Quando acabou ele a pegou tomou o rosto dela entre a mãos firmemente e disse:
- Kyra você precisa vir comigo.
- Não...eu não quero...
- Preste atenção no que vou dizer, olhe – ele virou o rosto dela em direção a torre caída- veja toda esta destruição. Você acha que quem fez isso?
- Não sei..
- Kyra, este ataque vão dizer que foram terroristas, mas no fundo quem bancou isso e realmente está por trás deste acontecimento é Athena.
- Como? Porque matar tanta gente?
- Ela queria te destruir Kyra.
- Me destruir?
- Seu amigo, Allan me procurou, disse que estava sendo ameaçado, exigiram que ele parasse de investigar. E que avisasse para você se manter longe de tudo, caso contrário, iriam destruir todo seu patrimônio e principalmente tirarem sua vida. Ele estava lá esperando por você para contar tudo.
- Allan...- ela começa a chorar ainda mais.
- Porque eu? Porque?
- Você tem algo importante para eles Kyra. Está num jogo perigoso, não pode mais ficar sozinha. Venha comigo, deixe-me ajuda-la a se proteger.
"Como tiveram coragem de fazer uma barbaridade destas?" – uma raiva crescente aumentava dentro dela – "isso não vai ficar assim, eles destruíram minha vida e de milhares de pessoas, isso deve parar". Ela se vira com um outro ar agora para Hermes.
- Eu aceito. O que eu puder fazer contra Athena farei em memória dos meus pais e de todas estas pessoas.
Ele sorri.
- Excelente.
E então eles ouvem um estrondo, a segunda torre começa a cair.
- Feche os olhos – ele mandou. Neste momento as duas figuras desaparecem daquele cenário trágico.
– Pode abrir agora.
Ela se assusta ao se deparar com uma imagem completamente diferente a sua frente. Era um templo enorme em estilo grego, com vários objetos em ouro e pedras preciosas, era de uma beleza sem par. Havia várias imagens de uma figura masculina com asas nos pés. O local era todo iluminado por tochas que pareciam ter um fogo contínuo. A sua frente havia uma enorme piscina, com uma água cristalina. Havia uma paz ali, completamente diferente do local onde estava.
- Que lugar é este?
- Meu templo, aqui ficará segura.
- Você também é um ...como dizem...cavaleiro?
- Não minha querida, eu sou...-ele começa a elevar seu cosmo, suas roupas somem e dão lugar a uma longa túnica azul, com um cinto dourado em torno da cintura. Toda a poeira havia desaparecido – eu sou um deus. – venha comigo pequenina, eu cuidarei de você agora.- ele estende as mãos para ela.
Kyra estava com medo, mas estava desgastada demais com os últimos acontecimentos. Queria apenas alguém para cuidar dela. "Hermes, seria o deus grego?"
Ele se aproxima dela e passa mão suavemente pelo seu rosto. Como que lendo seus pensamentos ele responde.
- Sou um dos deuses olímpicos, Hermes. Mas haverá tempo para conversamos sobre isso.- ele olha para ela fixamente - Para ficar conosco, você deverá pagar um preço Kyra. Esta disposta a isso?
Ela relembra aquelas imagens horríveis a sua frente, estava mais do que certa. Toda sua vida e sonhos foram enterrados naquelas duas torres.
- Sim, qualquer coisa.
Ele volta a ficar atrás das costas dela e um cosmo azul escuro e branco começou a envolve-la. Ela fecha os olhos momentaneamente, sentido a agradável sensação.
"Sinto um calor tão confortante. Não quero que acabe."
Aos poucos o cosmo diminui e Kyra fica surpresa, estava completamente nua.
- Vá para a piscina. Ao entrar lá ressurgirá como minha guerreira.
Ela obedece sem se virar para trás. A sensação da água morna era prazerosa, retirando todo aquela sujeira de seu corpo. Parecia estar se purificando. Um leve vapor começa a surgir. Kyra começa a tossir, mas se mantém firme. Hermes a observa e aos poucos caminha para perto da piscina. Estende suas mãos, um enorme pano vermelho surge. Aos poucos ela começa a sair dali em direção a Hermes, este estende o pano e a cobre. E então olha para seus olhos, percebe um novo brilho. Ele lhe dá um sorriso, a qual ela retribui. Estava feito.
- Há roupas e comida naquele quarto – ele aponta a direção. – Vá e descanse, mais tarde iremos conversar. Eu vou orienta-la no que deve fazer, agora vá.
Kyra anda até o quarto e fecha a porta atrás de si.
Hermes encaminha-se para outra parte do templo, há uma figura masculina ali o esperando.
- Ela é nossa.
- Sim, desta vez não iremos cometer o mesmo erro, como aquela garota chinesa. –responde Hermes.
Este é outro fic que será desenvolvido, referente a Shun-rei.
