Ela abriu os olhos devagar. Sorriu, pensando no presente que ia dar pelo Dia dos Namorados. Levantou-se e percebeu que havia uma carta em cima do seu criado-mudo, acompanhada de uma tortinha de abóbora. Sorrindo mais uma vez, ela abriu e leu:

Mione, vá até o quadro das bruxas de Salem no quinto andar Esteja sozinha e aproveite a tortinha. Eu sei que você ama abóboras. Beijos, Ron.

Vestiu-se rapidamente, comeu o doce, pegou a carta e desceu a escada. A sala comunal estava vazia. Ela calculou que ainda era cedo demais. Atravessou o buraco do retrato e foi na direção que Rony havia indicado. Depois de cinco minutos, ela conseguiu encontrar o quadro, onde várias bruxas estavam reunidas ao redor de um caldeirão, pronunciando encantamentos desconhecidos. Uma delas virou e lhe disse:

- Você deve ser Hermione Granger, certo? Pegue o pergaminho que está no compartimento atrás desse quadro.

Cuidadosamente ela virou o quadro e pegou o pergaminho.

Talvez você não goste muito dessa parte. Mas vá às masmorras, na sala de poções. A Dama de Prata lhe dará as próximas instruções.

Ela estava começando a gostar da brincadeira. Então Rony planejou tudo? Agradeceu à bruxa (que nem lhe deu ouvidos porque já estava mexendo no caldeirão) e desceu até as masmorras. Tudo estava perfeito... até o momento em que Snape apareceu.

- O que você quer aqui, Granger?

Sem hesitar, ela respondeu:

- Falar com a Dama de Prata.

Os lábios de Snape se crisparam e seus olhos brilharam quando disse:

- A Dama de Prata é da Corvinal, Granger. Eu sei que você está tramando alguma coisa com seus amiguinhos. Dez pontos a menos para a Grifinória e é melhor você sair logo daqui.

Hermione bufou de raiva, enquanto Snape saía arrastando sua capa preta. Mas, ao olhar para as duas cartas que ela tinha recebido até agora, sorriu e caminhou até a sala de poções. A Dama de Prata estava parada, conversando com Pirraça.

- Olá, senhorita Granger. – cumprimentou ela, sorrindo.

- Olá. – ela respondeu.

- Olá. – Pirraça disse, fazendo uma imitação grotesca de Hermione.

- Um certo ruivo me pediu para te entregar isso. – ela disse, entregando uma carta para Hermione, que abriu e leu mais uma vez.

Essa parte é a mais difícil. Você deve procurar pelo cavaleiro maluco, o sir Cadogan. Ele te dará as instruções finais. Boa sorte.

Ela agradeceu ao fantasma e, com os três pergaminhos na mão, começou a revistar os corredores. De vez em quando, encontrava alguns alunos do primeiro e segundo anos que a olhavam curiosos. A maioria dos outros alunos estava em Hogsmeade, aproveitando o belo dia de sol. Ela perdeu a conta de quanto tempo estava procurando por Sir Cadogan, mas já deviam ter passado horas. Finalmente, o achou brigando com Barnabás, o Amalucado. Exausta, mas feliz, ela apenas olhou para Cadogan, que bradou, levantando a espada:

- Venha brigar se tem coragem! – e, em outro tom, - ah, você é Hermione Granger, Pegue a carta ali na próxima armadura que você ver.

A garota correu até a armadura enquanto ouvia os gritos de Cagogan (covarde, volte e lute!) e tirou a última carta de dentro dela.

Desculpe por te fazer passar por toda essa aventura, mas quero que saiba que apesar de todos os obstáculos que nos separam, estaremos sempre juntos. Espero que você tenha gostado da brincadeira. Seu presente está na nossa sala comunal.

Sorrindo, ela começou a correr e, quando chegou na sala comunal, viu que ela estava totalmente diferente. A iluminação estava mais fraca do que de costume e vários corações de papel flutuavam por toda sala redonda, que estava praticamente vazia. Só Rony estava lá, em frente à lareira. Quando Hermione chegou, ele se levantou e disse:

- Feliz Dia dos Namorados.

Sem palavras, Hermione apenas o beijou e sorriu. Ela tinha acabado de ganhar o melhor presente do mundo.