oOoOoOo

- Quem quer tomar banho primeiro? – Sally perguntou.

- Eu que não! Eu num vô tomá banho nem moitinho! – Duo avisou.

- Então vai vivinho mesmo. – Wu Fei debochou.

Duo fez carinha brava e se encostou à porta.

- Então, quem quer tomar banho primeiro? – Sally insistiu.

Um olhou para o outro, como se cedesse a sua vez para o próximo. Wu Fei, vendo que ninguém pretendia se banhar, resolveu analisar o nível de imundice de cada um, pra ver quais é que precisavam urgentemente de um banho.

- Hum... Duo e Heero tomam banho primeiro.

- Sempre eu, sempre eu! – resmungou Duo, chutando o ar.

- Certo. – Sally concordou – Heero, você já sabe tomar banho sozinho, não?

- Claro, né, mamãe! Eu já sou um homenzinho.

- Ai que graça! – mamãe Sally se derretia a cada fala e gesto dos pequenos – Está bem, Heero toma banho no banheiro do outro corredor, enquanto eu dou banho no Duo no daqui.

- Peraí, mamãe, puique que eu não posso tomá banho sozinho, que nem o Heero?

- Porque eu ainda não estou louca a ponto de te deixar tomar banho sozinho numa banheira!

- Hein? o.õ – Duo não entendeu, afinal, aos seus olhos não havia mal nenhum.

- Deixa pra lá. Eu vou com vocês pegar sua roupas e depois os levo aos banheiros. Wu Fei, tome conta dos outros dois, sim? – passou Quatre para o colo do seu koi.

- Ok.

Wu Fei levou os outros dois até a sala e os deixou vendo TV. Sally, depois de mostrar-lhes os banheiros, deixou Heero e foi vigiar o banho de Duo. Mas quem diria que o pequeno Shinigami fosse gostar tanto da banheira quem nem queria sair de lá? O menino brincava com um barquinho:

- Uuóónnn! E o navio de tainspóite (transporte) de chocoiate tá chegano na casa do Duo! Hehehehehe, mamãe, já imaginô se o navio chega aqui em casa? – Duo sorria, imaginando uma tonelada de chocolate só pra ele, guloso desde sempre.

- Você adoraria, não? Mas, agora, o que acha de sair dessa banheira, hein? Seus dedinhos já estão ficando enrugados. – falou meigamente.

- Ah! Só mais um pouquinho, vai?

- Só mais cinco minutos, tá?

- Hun-hun! – Duo voltou a brincar com o barquinho.

Para Sally não havia constrangimento em ver seu amigo tomar banho, pois ela via isso com naturalidade, ele era só uma criança.

oOoOoOo

O sem-noção do Wu Fei deixou os dois assistirem um filme de ação. Trowa, apesar de não entender muita coisa, até que estava gostando do filme. Já pra Quatre... A cena mostra um carro explodindo, o que fez o pequeno abrir o berreiro:

- Buuuuuuááááááááááá!

Wu Fei levou um susto com o choro do loirinho e, sem entender o por quê disso, o colocou em seu colo:

- Calma, Quatre, calma. O que foi, por que está chorando?

- O cáio (carro), snif, snif, ispudiu, snif! Buuuáááááá!

- Não, aquilo foi de mentirinha, o carro não explodiu de verdade.

- Mas eu vi! Buuuááá! O cáio fez BUUUMMM, eu vi! Buuuáááááá!

- Não, Quat, é um filme e, nos filme, é tudo armação. O carro parece que espodiu, mas ele não esplodiu de verdade, porque você acha que ía espodir o carro com as pessoa lá dentro e depois elas ía sair de lá que nem eles tão sainu agora? Óia lá, a menina e moço tão saino de lá, óia. Só que se ele tivesse espodido de verdade, eles num iam conseguir saí, né?. – Trowa explicou. (N/A: A lógica desse menino é impressionante XP só não é maior que a sua alta capacidade de se expressar ¬¬)

- É? – Quatre, se acalmando, enxugou os olhinhos com a mão.

- Está mais calminho? – Wu Fofo perguntou e, à resposta afirmativa do pequeno, continuou – Que bom, eu vou desligar a TV.

Mal ele fez isso e Sally chegou, dando a mão a Heero e Duo correndo às suas frentes.

- Pronto, estes dois já estão limpinhos, agora só faltam vocês. – Sally olhou para a cara vermelha de Quatre e estranhou – Ele estava chorando?

- Sim, ele viu um carro explodindo num filme.

- Wu Fei, você deixou eles assistirem a esse tipo de filme?

- Ué, e não podia? ó.ò

- Claro que não! Depois eu te explico um monte de coisa que você precisa saber. ò.ó

Sally pegou o bebê no colo:

- Vem cá, amorzinho. Vamos tomar banho. – deu a mão à Trowa e foi com eles.

Sally dava banho no menor, enquanto Wu Fei tentava conter os ânimos dos outros dois pequenos.

- Eu quero comê, eu quero comê, eu quero co... (N/A: hehe xP, essa frase já é típica das minhas fics com os chibis)

- EU JÁ SEI, DUO! – Wu Fei elevou a sua voz, já irritado com a birra do americano.

- Mais eu quero agora!

- Agora não, eu já avisei que você tem que esperar os seus irmãos e a sua mãe.

- MAIS EU QUERO COMÊ AGORA! – Duo gritou.

- Hurrr! PÁRE COM ISSO! AGORA, SIM, EU VOU TE DAR UM MOTIVO PRA GRITAR! – Wu Fei, perdendo totalmente a paciência, deu um tapa no bumbum do pequeno.

Duo começou a chorar, por causa da dor. Heero, assustado (!) com os gritos e com o tapa que Duo levara, se escondeu atrás do sofá.

- Buuuuuuuuáááááááááá!

Sally, lá de cima, escutou a barulheira de Duo e, já imaginando pelo pior, se desesperou.

- Meu Deus, o que será que houve? – pegou uma toalha e enrolou o bebê nela, correndo para o andar de baixo.

Trowa, que acabava de vestir sua roupa, escutou o barulho também e foi ver o que acontecia.

- Wu Fei! Wu Fei! – Sally chegou esbaforida aonde o circo pegava fogo – O que aconteceu?

- Mamãeeee! Buuuuááááá! O papai bateu nimim! – Duo choramingou, correndo até a ruiva e se agarrando à sua perna.

- Wu Fei! Você bateu no menino? – inquiriu, brava.

- Ora, ele estava me perturbando! – o chinês fez pouco caso.

- VOCÊ NÃO PODE BATER NELE! ELE É SÓ UMA CRIANÇA! – Sally colocou Quatre no chão e, com algum sacrifício, pegou o menino triste – Calminha, amor, já passou. – falou docemente, acariciando seu cabelo fininho.

Trowa chegou e viu somente o bumbum de Heero, atrás do sofá. Foi até ele:

- O que que aconteceu, Heero?

- O papai bateu no Duo. – cochichou.

- Ahh... E o que cê tá fazendo aí?

- Tô garantino que não vai "sobrá" pra mim.

- Hum... – Trowa pensou um pouquinho e fez o mesmo que o seu irmão, abaixando-se ao seu lado.

No meio da confusão, Quatre largou a toalha e foi saindo de lá sem que ninguém percebesse.

- Proonnto, já passou.

Duo parava de chorar aos pouquinhos e, ainda abraçado à mamãe, fez manha:

- Tá doeno, mamãe...

Sally olhou aquele rostinho inocente e, voltando-se para Wu Fei, exigiu:

- Peça desculpas a ele, Wu Fei.

- O que? Foi ele quem provocou!

- Mas ele é só uma criança e você é quase um adulto. Quem tem que ter juízo e ser responsável é você. – falou, ríspida.

- Mesmo assim, eu não vou pedir desculpas. – relutante, o chinês fazendo mais birra que o menino.

- Se você não fizer isso, vai passar as próximas noites no sofá. – ameaçou com a cara feia.

-Ghlgh! – nesse momento ele se convenceu de que deveria fazer o que sua namorada mandava – Tá bem, tá bem. Me desculpe, Duo. – pediu por fim, a contragosto.

Duo olhou pra ele, analisando se devia aceitar ou não, mas, como toda criança, que não é rancorosa, desculpou o seu pai:

- Tá desculpado.

- Que bom, agora vá esperar pelo jantar, meu bem. – Sally colocou o menino no chão.

- Acho que a gente já pode se levantar. – Trowa falou.

- É, a barra tá limpa.

Os dois se levantaram, revelando-se para os demais:

- O que vocês dois estavam fazendo aí? – Wu Fei perguntou.

- Nóis? Nóis tava... tava procurano bala ali atrás, papai. – Heero inventou.

- Bala? – o casal perguntou ao mesmo tempo.

- É, pra gente comer.

- Vocês não vão encontrar balas aí. Ó-o – Wu Fei informou.

- É, nóis percebeu. – Trowa falou, se afastando dali.

"Essas crianças têm cada uma!", Sally pensou, enquanto se virava para pegar o loirinho e terminar de banhá-lo. Mas qual a sua surpresa ao encontrar só a sua toalha ali!

- Cadê o Quatre?

- Você não estava com ele? – Wu Fofo estranhou.

- Estava, mas... Eu o coloquei um minutinho no chão e ele sumiu! – ela estava desesperada.

- Calma, ele deve estar em algum lugar. Crianças, vocês o viram?

- Não, papai. – foi a resposta geral.

Duo chegou bem próximo a Wu Fei e, olhando pra cima, para poder vê-lo, perguntou, assustado:

- Papai, o Quatre foi embora?

- Claro que não, Duo! Vamos, nós temos que procurá-lo.

- Eu vô vê lá em cima. – Heero avisou.

- E eu vô vê na cozinha. – Trowa falou, indo ao seu destino.

- E eu vô... – Duo começou a falar, mas foi impedido pelo pai.

- Você vem comigo. – deu a mão pra ele, pois sabia que o menino acabaria aprontando mil e uma sem a supervisão de um adulto, aquele garoto era um perigo – Nós vamos procurá-lo no jardim.

- Tá, eu vou ver se ele está com a empregada. – Sally se retirou, junto com os dois.

oOoOoOo

Quatre corria peladinho pelo jardim atrás de uma borboleta amarela:

- Vem cá, bissinhu! – o pequeno pulava no ar e batia as mãozinhas, tentando prendê-la entre elas, mas sem obter resultados.

Sem ver pra onde ía, deu um pulo em falso e caiu numa poça de lama.

- Íí! Ahahaha! – gostou daquilo e ficou brincando com a lama – Esculinho, eba! Hihi!

Wu Fei e Duo chegaram ao jardim e logo o avistaram, já que ele não estava longe.

- Nossa, eu não imaginava que o Quatre gostava de se sujar.

- Achamo, papai, achamo! – Duo comemorou.

Chang olhou de soslaio para o moreninho e, imaginando, ou melhor, tendo a certeza de que ele ia se jogar na lama como o outro, teve uma idéia:

- Duo, faz um favor pro... papai?

- Qual? – perguntou, curioso.

- Vai avisar a mamãe que ele está aqui, ela vai ficar contente.

- Ah, tá bom! – Duo saiu correndo, voltando pra dentro.

Wu Fei foi caminhando até o pequeno e parou à sua frente, de braços cruzados:

- Que coisa feia, hein, Quatre!

O pequeno virou-se pra ele, todo sujo de lama, nem os cabelos fininhos escaparam. Estava tão engraçado que Wu Fei não conteve o riso:

- Ahahahahahahahahaahaha!

- Du ti ti cê tá rino, papai? – perguntou, inocentemente.

- Haha... De... Hahahaha... nada. – o chinês conseguiu se controlar.

Pegou o menino, mas deixando-o afastado de si, esticando os braços para frente, como o G fizera.

- Não saia mais de perto da gente sem a nossa permissão, está ouvindo?

Quatre o olhou com uma carinha de quem não entendia coisa alguma.

- O que eu quero dizer é que... Se você sair de perto de mim ou da mamãe, vai levar umas boas dumas palmadas.

O pequeno entendia muito bem que apanhar não era legal, então decidiu obedecer ao seu pai:

- Tá bom, papai.

Sally enfim chegou, mas surtou ao vê-lo imundo daquele jeito.

- Ah! Quatre, você está todo sujo! Ah, meu Deus, pode pegar uma doença!

A ruiva o tomou em seus braços rapidamente e o levou para dar-lhe um banho tão bem dado que nenhuma bactéria sobreviveria.

- Hahaha! Mulher é sempre exagerada! – Wu Fei ria-se, mais risonho que o habitual.

oOoOoOo

Mais tarde, quando todos estavam limpos, incluindo os adultos, foram jantar. Sally, que estava sentada ao lado de Quatre, cortou a carne do pequeno, depois de ver que ele não tinha capacidade pra tal coisa.

- Bigadu, momy.

- De nada, meu anjinho. – sorriu pra ele.

Duo, ficando com inveja, empurrou seu prato pra sua mãe:

- Mamãe, corta pra eu.

- Você sabe cortar sozinho, amor.

- Hum... – Duo colocou os cotovelos sobre a mesa, encostando sua cabecinha nas mãos e fazendo beicinho – Pro Quat cê cortô...

- Não precisa ficar com ciúmes, Duo querido. Eu só cortei pra ele porque ele não conseguia cortar a carne, mas você já é um homenzinho e consegue fazer isso sozinho, não é?

Duo, ficando orgulhoso, encheu o peito e falou:

- Claro, mamãe, eu já sou um homenzinho!

O resto do jantar correu bem. Depois de um tempo e de algum sacrifício, todas as crianças foram dormir, enquanto Sally ensinava algumas coisas para seu impaciente namorado. Por fim, dormiram, exaustos.

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Sally acordou cedo, tentando fazer o mesmo com Wu Fei que, para a sua sorte, não costumava mesmo acordar tarde. Deu alguns beijinhos em sua face:

- Meu amor, já é hora de se levantar. – falou suavemente.

O chinezinho abriu os olhos aos poucos, sorrindo ao ver sua amada à sua frente:

- Bom dia. Que horas são?

- Oito e meia. – sorriu-lhe, dando-lhe um beijinho nos lábios – Nós temos que nos arrumar e acordar os meninos.

- Hum... É, que saco. – afinal, em vez de "aproveitar" a manhã com a namorada, teria que cuidar dos pequenos.

- Ora, Wu, coração, não faça tanto drama, até que você está se divertindo, não é? – ao olhar para a cara de Wu Fei, fazendo careta, soltando uma risada gostosa – Eu acordo o Trowa e o Duo, que do jeito que eu o conheço, você não tem paciência para acordar aquele dorminhoco.

- Tá bem.

Depois de se arrumarem, foram acordá-los. Sally foi ao quarto de Trowa, mas, para a sua surpresa, ele já estava em pé, trocadinho:

- Olá, Trowa! Já se levantou?

- Mamãe! – Trowa se abraçou a ela, que o beijou na face – Eu num gosto muito de ficá na cama...

- Haha! Algumas coisas não mudam!

Trowa não entendeu do que ela falava, mas também não quis saber.

Wu Fei estava chacoalhando Heero, que não queria abrir os olhos:

- Anda, Heero, acorda!

Heero se remexeu na cama e, esfregando o olho, sussurrou:

- Deixa eu mimi mais!

- Já está na hora de acordar. Olha, você não quer ir brincar?

- Brincar? Quando?

- Você precisa se arrumar primeiro e tomar café, depois vocês podem brincar.

- Eba! – falou com mais ânimo, já se levantando.

"Hum, com essas crianças é só na base da chantagem", pensou, sorrindo. Assim que sua "missão" se cumpriu, Wu Fei foi acordar Quatre. Entrou em seu quarto e encostou sua mão nele, chamando:

- Quatre, acorde. Já está na hora.

Como tinha o sono leve, o loirinho acordou facilmente. Ficou algum tempo olhando para Wu Fei, até que largou o coelhinho branco com que dormira e sentou-se na cama, balançando os pezinhos:

- Eu quéio fazê pipi. – falou, inocentemente.

- Você sabe onde fica o banheiro, vá lá.

Quatre continuou olhando-o, sem entender nada. Pegou na mão de seu pai e pulou da cama, indo para o banheiro e levando junto Wu Fei; este estava com cara de tacho.

- Ei, ei! Quatre, pra onde você tá me levando?

Quatre virou o rostinho para Wu Fei e, entrando no banheiro, falou:

- Eu quéio fazê pipi.

- Isso você já falou! O... O que eu quero saber é porque você está me levando junto.

O pequeno parou em frente à privada, olhando com cara de bobo para seu pai. Na verdade, não sabia o porquê disso, mas seu instinto "dizia-lhe" que assim devia ser. Wu Fei é que não tinha se "tocado" de que crianças muito pequenas ou... menos habilidosas... deviam ser acompanhadas por um adulto ao irem para o banheiro.

- Papai, tila a falda! – mesmo usando um fraldão, Quatre preferia fazer xixi na privada. (N/A: hahaha! Imagina a cara do Wu Fei! Adoro aprontar com ele, hehe!XP)

Wu Fei, totalmente sem jeito, se abaixou e tentou tirar a fralda com a qual ele dormira.

- Anda, papai!

- Har, calma! Eu tô tentando.

Vendo que aquela era uma tarefa impossível de ser realizada, rasgou a fralda com as mãos.

- Consegui!

- Consiguiu istagá (estragar) a minha falda! – olhou, decepcionado.

- Deixa de ser mal-agradecido, moleque, e senta logo nessa privada!

Quatre subiu na privada num pulinho custoso e sentou-se, pra fazer suas necessidades. Wu Fei, super constrangido, virou o rosto para o lado, "Só espero que os outros não queiram a minha compainha também", pensou. Assim que o pequeno terminou o que tinha pra fazer, inclinou-se pra frente:

- Limpa, papai!

Wu Fei pulou pra trás, espantado:

- O-o-o q-que?

- Limpa, papai! – repetiu, sem maldade.

- Limpe você! – quase gritou.

- Uhun... – Quatre fez biquinho, pronto pra chorar, assustado com o grito.

- Calma, Quatre, não chora...

- Uhun... uhun... Buuááá!

Wu Fofo, já imaginando a bronca que levaria se Sally soubesse disso, resolveu fazer o sacrifício.

- Tá bem Quatre, eu limpo! Mas pare de chorar. (N/A: Parece que ele não queria fazer só xixi ;-)

Aos poucos ele foi parando, então Wu Fei pegou um pedaço de papel e, olhando

para o lado mais uma vez, limpou o bumbum dele.

- Pronto, já te limpei!

- Bigadu, papai. – sorriu – Papai?

- O que?

- Tô sem falda!

oOoOoOo

Todos estavam tomando o café na sala de jantar. Assim que terminaram, as crianças foram brincar no jardim e óbvio que seus papais ficaram ali, a vigiá-los. Os quatro estavam numa rodinha, pensando na brincadeira:

- Vamu brincar de u mestre mandou! Eu sou o mestre. – Duo mais impôs do que sugeriu.

- Não, eu naum quero brincá dissu! – Heero se opôs.

- Eu quéio brincá de contá históinha.

Os outros três olharam com essa cara ¬¬ pro Quatre, que resolveu se calar. Acabando com aquele impasse, Trowa sugeriu uma brincadeira com a qual todos concordaram: pega-pega. E claro que começaria com o americaninho, que contou, enquanto eles se afastavam:

- Um... Dois... Três! Lá vou eu! – saiu correndo, atrás de uma vítmia.

Duo estava no encalce de Trowa, mas como este era maior, corria mais rápido, então o pequeno desviou de seu alvo e foi na direção de Quatre. O loirinho mais tropeçava do que corria, tentando encontrar algo de velocidade em suas pequenas e gorduchas perninhas, portanto, foi presa fácil de Duo.

- Tá cum você! – Duo gritou, correndo.

Quatre foi atrás de Heero, mas este se desviava facilmente, então tentou pegar Duo, que o provocava, ficando à sua frente e fazendo caretas. Como o americaninho era bastante ágil, também fugiu sem grandes dificuldades, o que obrigou o caçula a mudar o seu trajeto mais uma vez e partir pra cima de Trowa. Só que, se nem Duo fôra páreo pra ele, que dirá Quatre! Por isso, cansando daquilo, parou de correr e, cruzando os braços, falou com a vozinha manhosa:

- Num vale! Tudu ucêis corre mais rápido que eu!

- Hehe! – Duo sorriu, diante da desvantagem do menor.

Heero se aproximou, disposto a consolar o irmãozinho, entretanto, quando chegou, Quatre esticou o bracinho, tocando na barriga do japonês:

- Tá cum ocê! – Riu maliciosamente e saiu correndo.

Heero estava abobalhado, não acreditando que caíra naquela. Mas as risadas de Trowa e Duo o despertaram e ele pôs-se a correr.

Sally e Wu Fei assistiam a brincadeira, com certa saudade da infância. Não que tivessem gostado de suas infâncias, já que muitos daqueles envolvidos na guerra tiveram tristes passados, mas apenas gostariam de ter a liberdade e a alegria das crianças.

Cortando bruscamente a nostalgia de seus pensamentos, uma cena aterrorizadora, aos olhos de Sally, aconteceu: Duo estava fugindo de Heero e, por alguns instantes ficou olhando para trás, para ver a que distância Heero se encontrava de si, que, na verdade, era bem pouca. Nesse meio tempo o pequeno não pôde ver que se dirigia ao canteiro de rosas. Heero bem que gritou, mas não a tempo de impedir a tragédia (?) :

- Cuidado, Duo!

Duo voltou sua cabeça para a dianteira, bem quando tropeçou no canteiro, caindo em cima das flores.

- Aaaaiii!

Os papais correram acudi-lo, seguido de três curiosos:

- Meu amor, você está bem? – Sally perguntou, preocupada.

Duo já estava chorando, o que os preocupou ainda mais, pois algum espinho podia ter furado seus olhos. ( N/A: isso é bem possível, tá? Um amigo do meu pai ficou caolho por causa de um capim! ú-ú )

- Buuuuáááááááá!

Wu Fei cuidadosamente pegou-o no colo:

- Você está bem? – passou os olhos pelo corpo do pequeno e viu que apenas seus braços, mãos e joelhos estavam com alguns cortes e espinhos – Calma, não foi nada!

- Snif, snif! Tá doeno, papai! – falou, fazendo uma carinha de dar dó.

Sally esticou os braços:

- Dá ele aqui, que eu vou cuidar dos machucados. Você fica tomando conta dos outros.

Wu Fei passou o menino para o colo de sua namorada, sob os olhares atentos das três crianças.

- Calma, meu bem, já vai passar, tá bom? – falou meigamente.

- Snif... Snif, tá bom, mamãe.

A ruiva o levou pra dentro de casa.

- Papai, o Duo tá bem? – Heero perguntou.

- Claro, foram só uns arranhõezinhos de nada. Voltem a brincar.

Meio que com medo de também se machucar, Heero sugeriu mudar de brincadeira e assim o fizeram. Enquanto isso, Sally cuidava do americanozinho, que aproveitava pra fazer um draminha e ganhar uns mimos a mais.

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À noite, na hora do jantar, um pequeno reboliço atrapalhava aquela "calma" família:

- Uahhh! – Duo arremessou, com a colher, um bocado de sua salada de ervilha na cara de Heero.

Bem que isso irritou bastante o chinês, mas o que se sucedeu foi tão bizarro que ele teve que parar pra rir: Heero começou a CHORAR!

- Tá tudo bem, Heero, não foi nada. – Sally afagou seu cabelinho, limpando-lhe a sujeira.

- Hehe! – rindo, Duo preparou mais um disparo e acertou-o em Trowa.

- Ah, é? Você vai ver só! – Trowa juntou tanta comida na colher que chegou a derrubar boa parte quando tacou-a no americano.

- Hei! – Duo tentou acertá-lo novamente, mas errou de alvo, acertando Quatre.

O loirinho também chorou e, recuperado do susto, Heero arremessou mais comida em Duo. Assim, a guerra de comida estava feita. Como tudo acontecera muito rápido, não dera tempo de fazer nada, mas agora Wu Fei perdera a paciência:

- Já chega! – falou bem alto, fazendo todos se calarem.

Como a ruiva estava presente, não poderia dar o chilique que gostaria, mas mesmo assim foi bem severo:

- Vão todos para os seus quartos! E se limpem!

- Mas, papai, e a sobimesa?

- Duo, vocês não terão sobremesa. Agora vão logo antes que eu os coloque de castigo pela semana toda!

Todos fizeram carinhas tristes e levantaram-se da mesa, menos Quatre, que continuou chorando:

- Momy... Snif! Snif!

- Calma, meu bem. – Sally foi até ele e o pegou no colo, balançando-o levemente.

- Eu tamém, papai? – perguntou, ingenuamente, se referindo à sobremesa.

- Não, Quat, você não tem culpa de nada. – de todos, Quatre fôra o único que não correspondeu à guerra de comida.

- Eba! Snif, snif...

Trowa e os outros saíram de lá e mal chegaram no piso superior que Duo já desatara a falar:

- Cêis viram só? O Quat é o preferido da mamãe e do papai, ele sempre leva vantage.

- É mesmo... – Heero concordou.

- Issu num tá certo! A gente têm que se vingar.

- Sei não, Duo... – Trowa não gostou muito da idéia. (N/A: por que será, non? Rsrsr x)

- É, sim, Towa. Aí ele aprende a num sê o preferidu.

- Hum...

- Eu tô com o Duo. – Heero disse, ficando ao seu lado.

- Tá bem. – por fim, o maiorzinho concordou – Mas o que nóis vai fazê?

- Eu num sei... Mas amanhã eu já vô te um plano.

- Bão, então eu vou dormir. Tchau pro cêis! – Heero se despediu, indo pro seu quarto.

- Tchau. Boa noite. – os outro dois também se foram.

Duo teria um bom tempo pra pensar em um plano nefasto aquela noite. O que será que aguardaria o pobre e inocente Quatre?

No próximo capítulo...

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Março/06: n-n Hehe, que coisa, não pensei que tanta gente fosse ler uma fic com crianças, já que normalmente as minhas nunca tem mts reviews...O-o (que? Eu acho isso bastante sim!u-u) Bem, de qualquer jeito, já animei para escrever o restante do cap. 3 que faltava, porque andei lendo umas fics bem nesse clima e deu vontade agora/o/ Só não se conseguirei entrar no clima desta fanfic e, acima de tudo, manter uma escrita similar. Por falar nisso, hehe, não pude conter meus dedinhos famigerados de aprontar essa pro Wufei!XP (isso pq vocês não viram o que eu fiz com o Zechs, huahuahuaXD) Além, é claro, de ter adorado a idéia de um Quat fofucho e peladinho correndo pelo jardim!XD Huahuahua, que fofinho! Sim, Heero chibi é muito kawaii, ele e, principalmente, o Trowa. n-n Bem, gente, por enquanto tenho já um voto por yaoi; se alguém não quer yaoi, tem que se manifestar também! Ou senão, novamente haverão dois marmanjos se pegando pelos cantos. XD Huaaasssss!

Matta ne e, reviews, please! Onegai, pra eu saber o que estão achando!

Xauzinho, bjuss

Escrito originalmente em: 23/10/04