Olha, vocês nem sabem como foi difícil começar o segundo capítulo.

Tinha tanta coisa engraçada pra acontecer que eu nem sabia por onde começar... Uma vez que eu resolvi o problema, foi fácil ir em frente.

Espero continuar agradando a gregos e troianos...

E novamente: Eu não possuo nenhum dos personagens mencionados, são todos do Sr. Kurumada.

"Feliz Aniversário!"

Capítulo 2 – Altas preparações!

Agora que tinham um plano definido, cada cavaleiro foi tratar de sua festa praticamente particular. Definitivamente aquela tinha sido a melhor a idéia do ano, e todos queriam fazer da sua a mais inesquecível, ou talvez a mais adequada ao seu próprio gosto particular.

Marin, Shina e Kiki ficaram encarregados de montar e organizar a Casa de Aquário, já que Camus tinha sido escolhido para passar a tarde com Afrodite, e não teria tempo de arrumar sua casa. Os três tinham recebido ordens estritas de como decorar o lugar, então resolveram separar as funções para ir mais rápido.

- Kiki, você vai à vila comprar as coisas desta lista, enquanto Marin e eu ficaremos na casa para tirar as coisas que estão no sótão.

- Por que eu tenho de ir fazer compras?

- Porque sim, e pare de reclamar. Estamos fazendo um favor ao Camyu.

- Certo, certo... Mas isso só porque mestre Mu não vai me treinar hoje também por causa dessa festa maluca...

Tarefas resolvidas, as duas mulheres subiram para a casa de Aquário. Lá chegando, encontraram tudo na mais perfeita ordem, como se era de esperar de Camus. Ao tiveram dificuldade em achar o quarto principal, e por conseqüência o banheiro que tinha acesso para o sótão.

As duas nem imaginavam que tinha sótão nas doze casas, mas o que não esperavam era o espaço que tinha lá em cima.

Quando entraram se depararam com um imenso aposento atulhado com caixas e mais caixas de papelão, todas devidamente enfileiradas e etiquetadas.

- Agora eu sei o que ele fica fazendo quando não sai pra balada com os rapazes...

- Falou e disse, Shina. Nunca imaginei que o Camus tivesse tanta coisa... Olha essa caixa! – Marin tinha avistado uma caixa com os dizeres "Brinquedos".

- Fala sério... O Camus tem uma caixa assim? Podemos abrir?

- Sei lá, mas vamos ver as que importam primeiro...

Na lista estava escrito que era para pegar as caixas "Paris 5", "Almofadas", "Cristais" e "Armário". Cada nova caixa era uma surpresa, pois estava cheia de itens dos mais variados. E eram pesadas também, mas esse era o menor dos problemas: as caixas não passavam pelo buraco. O problema foi descer com tudo aquilo item por item.

- Marin, tem certeza de que é pra usar tudo??

- Não se esqueça que a casa é grande. E cada item de decoração tem um etiqueta indicando aonde vai... Esse cara não pára de me surpreender...

Depois de umas duas horas, elas desceram com doze cortinas de veludo azul, oito toalhas de mesa de linho, quatro jogos de doze taças de cristal, diversas peças de decoração, uma variedade de roupas elegantes (as quais não tinham a menor idéia do que fazer), uma variedade ainda maior de almofadas bordadas, pintadas, e até algumas escritas, todas belíssimas. E é óbvio que desceram com 16 bichinhos de pelúcia, entre eles uma adorável foquinha branca e uma espécie de filhote de lodo cinzento.

- Certo. E agora?

- A lista diz... "vocês devem pegar as mesas desmontáveis de madeira do salão. São do tamanho certo para as toalhas". Olha isso, Shina! Tem até um mapa de como devemos organizar o salão! Adoro a organização desse cara...

- Como você acha que vai ficar?

- Não sei, mas vamos logo, o salão estará fechado e temos de convencer o Saga a abrir pra gente.

- Vamos...

Enquanto isso, Kiki estava no centrinho da vila do Santuário procurando pelos itens da lista.

- Queijo emmental, queijo roquefort, queijo sei-lá-das-quantas... Quanta coisa chata de achar. Olha isso! Champanhe, vinho branco não-sei-da-onde, vinho tinto daquele-lugar-lá... Se não fosse o Camus, eu jurava que era brincadeira. Brincadeira também é a bolsa de dinheiro...

A pesada dita cuja continha aproximadamente 1000 euros, os quais Kiki tinha a sincera impressão de que foram conseguidos por meio não muito... usuais. Mas já que a maioria dos itens na lista não eram baratos, aqueles 1000 euros iam fazer toda a diferença.

Kiki começou sua jornada pelos empórios nacionais, pois às vezes eles importavam alguma coisa e sempre saía mais barato. Começou pelo primeiro lugar que viu. Entrou e já foi perguntando:

- Bom dia, será que pode me ajudar?

- Vejamos o que você quer, não é mesmo?

- Eu tenho está lista... Se o senhor tiver alguns itens, estou disposto a pechinchar. Se não tiver, pode me indicar algum lugar?

E assim foi que, depois de muito pechinchar, comprar, argumentar brigar (e até fugir) Kiki veio parar na frente do Bazar do Adriático, o melhor empório da vila, propriedade de italianos. O único problema é que na verdade era no porto, e por isso nem todos gostavam muito de ir até lá, mas com apenas três itens faltando e a garantia de que ali ele encontraria os itens mais difíceis, Kiki foi de qualquer jeito.

Entrou e congelou. Viu o que não deveria ter visto. Diante dele, na maior tranqüilidade, estava Máscara da Morte, escolhendo o que pareciam ser ingredientes para um prato tipicamente italiano. Desconsiderando o fato de aquele era um lugar de italianos, de que ali se vendia de quase tudo, incluindo alguns itens questionáveis, e também o fato de que Máscara estava vestindo regata, bermuda, sandálias, e uma bandana, era uma cena absolutamente normal. Tão normal que Kiki ficou boquiaberto.

-Che cosa state guardando, diavolo? Despacha-te daqui ou te viro numa panqueca, capisce? – Máscara tinha o hábito de falar em italiano quando estava irritado. O que era uma boa coisa, pois aí você podia dizer que ele estava irritado, mas correndo sério risco.

Kiki engoliu em seco e se dirigiu ao balcão, sob o olhar severo de Máscara. A balconista, uma bonita italianinha de uns dezesseis anos, veio falar com Kiki.

- Espero que o uomo ali não te incomode. Ele é um cliente regular nosso, e fala o que dá na telha... O que posso fazer por você, angelo?

- E-eu preciso disso daqui... – E entregou uma lista com vários itens riscados. Nesse momento Kiki se deu conta de que sua mochila estava enorme, e que não tinha gastado nem dois terços da bolsa de dinheiro, o que o deixava muito satisfeito.

- Certo, angelo. Já pego pra você.

Ela voltou com um pequeno pacote e o entregou a Kiki, que pagou os últimos itens da lista e saiu quase correndo da loja, ainda sob o olhar malévolo de Máscara.

- E tu, maledetto, vai parar de mexer com todos que vem aqui?

- Ah, Nina, você não é a única dona deste lugar. Eu faço o que quero.

- Faccia come desiderate... A culpa vai ser sua.

Um tomate perfeitamente redondo acertou em cheio a parede ao lado do rosto de Nina, que desatou a rir...

Bem... voltando ao assunto, Kiki já voltava ao santuário, agora um pouco mais tranqüilo. Passou pelos portões e começou a subir pelas doze casas.

Ao passar pela de seu mestre, notou que estava vazia, então se recordou que aquela casa ficaria vazia, afinal, Camus e Afrodite precisariam de algum lugar para se arrumar. Foi avançando para a segunda casa quando reparou num grupo de pessoas fazendo fila na porta de Touro. Quando perguntou para alguém o que era aquilo, um rapaz lhe disse que o proprietário procurava por um tocador de cavaquinho., pois aparentemente queria montar uma roda de samba

Aquilo não resolveu nada para Kiki, que ficou ainda mais encafifado. Como não conseguiu achar Aldebaran naquela multidão resolveu ir em frente.

Entrando em Gêmeos, ele viu espelhos, algumas luzes coloridas, lasers e outras coisas estranhas, além de dezenas de máquinas de fazer bolinhas de sabão. "Realmente... você só conhece alguém até essa pessoa dar uma festa..."

Saindo de Gêmeos Kiki saiu correndo para ficar o menor tempo possível em Câncer... Aquelas poucas cabeças que restaram depois da "faxina" ainda lhe davam arrepios. E é óbvio que o fedor continuava tão insuportável quanto antes. Foi um alívio poder respirar ar puro novamente...

Atravessou Leão sem maiores problemas, Aioria estava ocupado instalando alguns sprinkler no teto, com vasos e mais vasos por todos os lados. "Vai entender..."

Virgem também foi tranqüilo, desconsiderando o fato que o cheiro de incenso estava atordoante, de que havia mais almofadas no chão do que chão propriamente dito, seda pendurada nas janelas criando efeitos interessantes e alguns narguilés aqui e ali.

Atravessar Libra foi demorado apenas por causa de uma conversa com Mu, que queria saber como iam as coisas em Aquário. Kiki disse não saber muito e logo o papo mudou de figura, indo para a questão do treino. Kiki resolveu interromper antes que ficasse ali e atrapalhasse Mu e deixasse as amazonas esperando.

Escorpião foi meio diferente. Kiki quase bateu nas coisas pois Milo estava testando suas novas luzes negras e o globo de espelhos. Depois de se desculpar diversas vezes e acender as luzes, para revelar uma sala caótica, mas cheia de objetos curiosos, Milo mostrou a Kiki onde estava a saída, que por acaso estava bloqueada por um lençol negro para escurecer mais ainda o salão.

Agora, Sagitário estava vazia, não fosse pelas caixas e caixas de coisas. "Ainda bem... odiaria encontrar o Máscara agora...".

Em Capricórnio Kiki se deparou com uma senhora pista de dança e um pequeno grupo de músicos. Aparentemente Shura estava praticando alguma dança difícil, enquanto os músicos observavam. Depois de cumprimentá-lo Kiki seguiu para Aquário, sua última parada.

Quando entrou na sala principal, viu as amazonas tendo dificuldade com uma cortina particularmente teimosa:

- Eu já disse que é pra puxar!

- Puxa então, Shina, mas eu tou te avisando: não vai agüentar...

- Você que acha Marin... – E Shina começou a puxar o luxuoso veludo azul para este assentar na trave de bronze, mas a trave resolveu que era força demais e desabou, em meio a uma chuva de reboco e palavrões coloridos por parte de Shina.

- Onde está o Kiki quando se precisa dele...?

- Aqui!

- Onde você esteve?

- Fazendo compras, como você mandou...

- Tá... Nos ajude a pôr isso no lugar, depois de pôr as coisas na geladeira.

Kiki foi e voltou rápido, e ajudo as amazonas a consertar a trave da cortina. Colocou no lugar e ainda deu um jeito de arranjar reboco.

Com isso feito, pôs a cortina no lugar, e Marin aproveitou para pedir para ele pôr todas as cortinas no lugar, enquanto ela e Shina arrumavam o salão principal da Casa. Arrumar as mesas tinha sido moleza, o problema agora era montá-las. Não seria uma tarde muito fácil, mas pelo menos elas já sabiam o que fazer, enquanto que Camus não tinha muitas idéias.

oOoOo

Todos os cavaleiros, sem exceção, que viram Camus e Afrodite saindo no Peugeot 307 conversível de Camus acharam a cena muito estranha. Primeiro porque ninguém sabia de onde Camus tirara grana para comprar aquele carro. E segundo porque aquele carro era o xodó do francês e ele estava saindo com o Afrodite. Cada um na sua, como diriam os mais sensatos.

Mas nem todo mundo era muito sensato, ou muito ligado para falar a verdade, para deixar os dois em paz, e é assim que nos deparamos com o Misty saindo à surdina para ver aonde ia o seu rival com o cubo-de-gelo.

- Larga mão de ser bobo, Misty.

Misty gritou enquanto se virava.

- Quer me matar do coração, Asterion?

- Seria uma boa idéia.

- Fala logo o que quer.

- Te chamar para um treino. Vem... – E Asterion saiu puxando Misty.

- Me soltaaaaa! Brutamooooontes! Eu quero ir atrás deleeeee!!!

Asterion apenas riu do escândalo. Aquela tinha sido por pouco. No momento em que viu Afrodite saindo de carro, se lembrou de que era aniversário do dito cujo, e de que os dourados provavelmente tinham algo em mente para ele. E que por isso o francês estava levando a flor para passear. Falando dele...

- Aonde vamos, então?

- Num... lugar.

- Qual...?

- Algum...

- Ai, que mistério... Adoro surpresa!

Camus puxou violentamente o carro para o acostamento, chegando a frear bruscamente. Afrodite olhou assustado pra ele, achando que tinha falado besteira e de que agora iria virar gelinho.

- Certo. Vou te falar uma coisa. Mas vai ter de jurar antes!

-Tá, tá... Tou te estranhando, mas vamos lá. Eu juro. Agora fala, já estou curioso.

- Vamos a um lugar que me pertence. E eu não gostaria que os outros soubessem. Pode ser?

- Claro, minha boca é um túmulo.

- Certo. Conto com você.

Camus ligou o carro novamente, e partiram de novo. Passaram pelo centro da vila, saíram para Atenas, foram pelo centro da cidade, mas acabaram atravessando-a. Afrodite achava aquilo muito estranho. Depois de meia hora chegaram nos subúrbios, numa região muito tranqüila e arborizada, e Camus estacionou diante de um casarão antigo muito bem conservado.

- Olha! Eu já vim aqui! Não sabia que você conhecia também. Agora, aonde vamos?

- Afrodite. Chegamos.

Afrodite arregalou os olhos, abriu a boca e quase desmaiou. Deu um gritinho de emoção, pulou do carro e saiu correndo até a entrada do lugar. Uma bonita placa de metal pendurada numa estaca continha os dizeres: "Centro Estético Madame Bovary".

- Eu. Não. Acredito. VOCÊ é o dono disso daqui?

- Vamos dizer que... sim. Sou o sócio majoritário, se quer saber. Minha sócia é Camille, acho que você a conhece, ela vive falando de você. Ela que é Madame Bovary.

- Ela? Nossa! Sempre achei que fosse alguma velha decrépita por aí, mas não a Camille! Que coisa... é daqui que vem todo sua fortuna?

- Adivinhou. – Camus sorriu, enquanto entrava no velho casarão, e segurou a porta para Afrodite. – Hoje é sue dia, Afrodite, e por isso pode fazer o que quiser, que não irei te cobrar.

Uma moça foi logo perguntando se tinha hora marcada, mas quando viu Camus ali, se levantou e ficou ao lado da mesa.

- Monsieur Camus, que prazer em vê-lo. Veio ver as contas da administração?

- Não, Julie, eu vim para trazer o Afrodite. Ele esqueceu de marcar horário.

- Oui, monsieur. Tem algo que eu posso fazer por você?

- Prepare um café para mim, estarei na sala de Madame.

- Oui, monsieur.

Afrodite estava com os olhos marejados. Aquele era o melhor presente que alguém podia lhe dar: uma tarde no Madame Bovary, o centro mais caro de toda Atenas, de graça. Era um sonho realizado.

- Oh, Camyu... Obrigada!

- Não tem nada demais, Dido, afinal, hoje é seu aniversário e você merece.

Os dois rapazes subiram por uma escada até o segundo andar, onde ficavam as salas de tratamentos mais diferenciados. Entraram no escritório pessoal de Camille, uma sala de massagem, e lá encontraram a própria, lendo uma revista. Ela se levantou, jogando a revista na mesa, e foi abraçar Camus.

- Cá! Você veio afinal!

- Eu achei que não, mas eu não tinha para onde ir, Mi. Desculpe vir assim.

- Pelo menos você telefonou, então não teve muito problema. Afrodite, meu querido, parabéns! O Cá me contou.

Afrodite não parava de sorrir. Estava radiante com a idéia de passar uma tarde inteira fazendo praticamente nada, só sendo paparicado. Logo desandou a conversar com Camille, e não viu quando Camus saiu da sala por alguns minutos para voltar logo depois com uma caixa.

- Afrodite, eu tenho algo pra você. Prefiro te dar aqui a dar lá no santuário, assim ninguém vai achar que você não fez compras, e também não vão achar que eu sou extraviado. Foi a Mi que escolheu, então pode reclamar com ela.

- Ai, não precisava! – Afrodite não parava quieto no lugar, e quando pegou e abriu a caixa deu um novo grito de emoção. Era um estojo com produtos sofisticados, todos muito caros. E Afrodite não sabia se ria ou chorava de tanta felicidade. Resolveu rir, e abraçou Camus e Camille.

- Obrigada! Vocês são os melhores!

- Que bom que gostou. Vamos experimentá-los então.

E ali ficou Afrodite, sendo paparicado por todas as moças do lugar, passando pelos mais diversos tratamentos e experimentando todas as novidades.

Camus resolveu que ficaria na sala administrativa, dando uma olhada nas contas, e que depois resolveria o que fazer com Afrodite, pois eventualmente teriam de almoçar.

Agora, isso já era outro problema...

oOoOo

Primeiro, quero bater minha cabeça na parede por ter escrito isso.

Segundo, não me levem a mal, mas pensem comigo antes de me matarem: O Camus nasceu na França, é um cavalheiro e é muito bonito. Por que não conseguiria algum tipo de parceria com todas aquelas marcas famosas da França? Por que ele não pode trazer uma amiga dele de Paris para cuidar do lugar? Hein? Agora faz mais sentido, né?

Olha, não sei se vocês gostaram deste capítulo, mas eu gostei. Foi muito legal pensar de onde poderia vir toda aquela grana do Camus.

De novo: se quiser criticar, critique. Mas NÃO me leve a mal.

Vejo vocês por aí.