PARTE III NINGUEM VAI ME AMAR MELHOR

EU PRECISO ME PRENDER A VOCE SEMPRE

NINGUEM VAI ME LEVAR ÀS ALTURAS

EU PRECISO ME PRENDER A VOCE

VOCE SABE DAR O MEU VALOR

EU PRECISO ME PRENDER A VOCE, MEU AMOR

NINGUÉM ME FEZ SENTIR DESSE JEITO

EU PRECISO ME PRENDER A VOCE

Kureno chega do trabalho mais cedo, e para numa doceira e decide levar algumas coisas para casa. Ele se senta na mesinha para esperar o pedido, e pensa na mudanças da sua vida.

Fazia dois meses que tinha abandonado a sede e pedido Uo-chan em casamento, o trabalho foi afcil de arranjar, ele mexia em computadores de uma empresa multinacional, o salário era bom e ainda mais com o dinheiro que ele recebia da sede e havia economizado, teve o suficiente para logo mobiliar toda a casa ao gosto de Uo-chan, Tohru e Hanajima, é claro. Elas adoraram arrumar toda a casa e ela ficou linda, um verdadeiro lar. Porem desde que ele havia deixado a sede só tinha mesmo contato com Hatori, o único que tinha seu endereço e que lhe podia responder sobre o estado de Akito. Apesar dele ser muito feliz com Uo-chan, se sentia culpado por te-la abandonado

-Sr. Sua encomenda- disse uma bonita garçonete.

Kureno paga e sai da loja, ele entra no carro e quando chega em casa percebe um carro da família Sohma na sua porta, com os corações ao pulo ele entra correndo em casa.

Na sala uma cena um tanto inimaginável. Uo-chan na sala oferecendo chá a Akito.

-A..A.Akito- finalmente disse Kureno.

Akito que tudo observava e reparava em cada movimento de Kureno disse amigavelmente.

-Olá Kureno, como você não teve coragem de me convidar a sua casa, decidi fazer uma visita surpresa.

Kureno abaixa a cabeça e nada diz.

-É que nos mudamos a pouco tempo, nem tivemos tempo de chamar as pessoas- disse Uo-chan a encarando.

Akito com um leve tremor de raiva nos lábios pensa- Garota insolente.

-Desculpe-me se atrapalho, quer que eu me retire?- Insinua Akito

-Agora que está aqui tanto faz- Uo-chan fecha a cara para o patriarca.

Desde que Akito entrara na casa Uo-chan sentia algo estranho, como se uma energia muito pesada tivesse rondando aquele garoto, e só confirmou sua hipótese quando viu um Kureno impotente perto daquela tão magnânima figura.

Akito abaixa a cabeça.

-Você acha que pode ser uma boa esposa para o Kureno, acha que esses seu modos são apropriados para uma pessoa do nosso nível...- ela a encara com os olhos queimando de raiva.- ACHA QUE TEM O DIREITO DE TIRA-LO DE PERTO DE MIM...VOCE NÃO É NADA...VOCE NÃO SE COMPARA A MIM...O DEVER DELE É FICAR AO MEU LADO- Akito se levanta gritando.

Kureno corre e logo tenta acalmar Akito, a abraçando. Que só para provocar Uo-chan, Akito aceita, mesmo o rejeitando por ter escolhido ir embora da sede, mas naquele momento o que importava era tirar aquela garota do caminho, definitivamente.

NINGUEM VAI ME AMAR MELHOR

EU PRECISO ME PRENDER A VOCE SEMPRE

NINGUEM VAI ME LEVAR ÀS ALTURAS

EU PRECISO ME PRENDER A VOCE

VOCE SABE DAR O MEU VALOR

EU PRECISO ME PRENDER A VOCE, MEU AMOR

NINGUÉM ME FEZ SENTIR DESSE JEITO

EU PRECISO ME PRENDER A VOCE

Uo-chan perde a paciência e se levanta para esmurrar aquele garoto. Quando se lembra da Tohru e da Dona Kyoko, daquela família que antes lhe despertava ira mas que hoje ela tinha tanto que agradecer. Uo-chan vai afrouxando a mão e encara Akito que estava esperando a reação de Uo-chan ao ver ela abraçada ao Kureno. Ele já não sabia mais o que fazer tinha ido consolar Akito, mas talvez não tenha sido uma boa idéia, ao ver Uo-chan naquele estado.

-Eu te entendo- finalmente Uo-chan disse a Akito.

-Como?- riu com desprezo ela

-Entendo o que é se sentir deslocado em algum lugar, se sentir menosprezado por não se encaixar...é um sentimento ruim, como se você estivesse..suja.- Uo-chan senta calmamente no sofá.

Kureno se solta de Akito e olha atônito para Uo-chan, que continua.

-Eu também passei por isso, por iss não lhe culpo, sei já me senti deslocada, com inveja de um carinho de alguém- Uo-chan tinha lagrimas nos olhos ao lembrar dos tempos em que conviveu com elas.

-Inveja? Eu...você está enganada garota..eu nunca sentiria inveja de vocês dois..pelo contrario, eu tenho pena..

-Tem certeza?- Uo-chan encara ela e se aproxima Uo-chan era um pouco maior que Akito (não sei se isso é verdade, gomem)- Tem realmente certeza? Tem certeza que não sente falta de ter alguém lhe esperando ao entardecer, com uma janta pronta, alguém que te espera sorrindo e aguardado sua chegada para você contar as novidades do dia, alguém com quem você possa assistir o telejornal e se sentir em casa.

Akito recua um passo mas Uo-chan lhe pega na mão.

-Tem certeza..que você na tem inveja disso?

-Isso são detalhes insignificantes..eu não ligo- Akito se solta revoltada

Kureno que refletia pelas palavras de Uo-chan abraça Akito.

-Não são detalhes Akito-san, são momentos..momentos que parecem sem importância, mas que são muito preciosos, principalmente para gente...

-Cale-se Kureno

-Momentos que ansiamos um dia realiza-los, Akito...me desculpe por ter saído da sede, mas agoras são esses momentos que eu mais anseio, algo com que eu sonhei minha vida toda, eu sempre quis ter alguém que me esperasse depois de um dia normal e quem pudesse ouvir sobre meu dia...Akito você também deve desejar isso mais do que ninguém...

-Kureno, eu lhe proíbo de dizer isso- Akito começa a chorar.

Uo-chan, se aproxima e abraça os dois. Eles ficam um tempo abraçados cada um em seu pensamentos relembrando momentos dolorosos mas esperando dias melhores.

-Tudo bem, Akito-san, será difícil aceitar, mas saiba que estarei de portas abertas a você e espero me tornar sua amiga- Uo-chan, pega no rosto de Akito e a encara nos olhos- bem em breve.

Akito sai da casa se sentindo estranha, aquela casa, uma simples casa conseguiu toca-la fundo no seu coração...

-É modo simples e medíocre que eles vivem que me deixou assim? Ou porque em toda essa casa eu vejo o amor espalhado?- Se pergunta Akito olhando para pequena casa verde.

Ela entra no carro e parte pensativa.

FIM

"Em cada lugar da cidade,

tem pessoas retornando para casa

É só eu que ando sozinha?

Ou alguém mais precisa de um lar?"