O Escorpião Escarlate

Capítulo Anterior – No capítulo anterior Milo passa a noite na casa do francês e já começa seu jogo de sedução. No dia seguinte todos repassam os crimes e levantam hipóteses. O criminoso pede dinheiro ao Virginiano e dá um jeito de conseguir falar com Afrodite.

...o grego discou um número. Tocou quatro vezes antes de atender.

- Alô ? – uma voz sonolenta falou.

- Dido ? – sorriu - É o Milo.

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O Escorpião Escarlate – Capítulo V – Encontrando Afrodite

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A policial aguardava o Escorpiano na porta do banheiro. Milo saiu todo sorridente.

- E aí, Marin ? O que vamos comprar ?

A menina tirou o palm top da bolsa e conferiu os itens.

- Vamos começar pelas roupas.

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Já estavam com várias sacolas na mão. Marin era uma excelente companhia. A policial tinha bom gosto e sugeriu várias roupas que destacavam a beleza do grego. Procurou não indicar nada muito ousado, mas o Escorpiniano ficava realmente lindo em roupas mais justas. Compravam há pouco mais de uma hora, quando o criminoso fez um pedido à policial.

- Marin, podemos voltar naquela primeira loja ? Eu queria ver um sapato lá perto para comparar com os outros.

Os dois desceram as escadas rolantes até o piso térreo. Milo perdeu uns dois minutos olhando o sapato até que a policial avistou uma beldade desfilando pelo shopping. Não tinha quem não olhasse. Era um homem alto e de cabelos azuis claros. Tinha feições andróginas e era lindo. A garota ainda o comparou com Aioria. Gostava do Leonino, mas aquele jovem de pintinha no rosto era realmente deslumbrante.

O belo seguia em direção ao banheiro, mas antes lançou um olhar discreto em direção aos dois.

- Marin, segura para mim. – e entregou as sacolas para a menina – Me deu vontade de ir no banheiro. Acho que vou demorar um pouco. – e saiu rapidamente.

A policial sorriu. Passou rapidamente todas as sacolas para uma das mãos e apertou o botão do transmissor algumas vezes. Em seguida foi atrás do grego e entrou no banheiro, ficando escondida por uma meia parede. A jovem já havia aberto a bolsa e pego uma pequena câmera, a qual ligou, e empurrou discretamente para dentro do banheiro a fim de captar a imagem dos dois.

- Dido ! – aproximou-se do rapaz para beijá-lo, mas o outro se esquivou.

- Oi Milo. – disse sem olhar para o Escorpiniano.

Em seu palm-top a policial via o resultado da gravação. Com o pequeno computador em sua mão, conseguiu ajustar o foco e a inclinação da câmera. Queria que a gravação ficasse perfeita.

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Enquanto isso, na IPF...

- ...isso mesmo. Te mando um e-mail agora.

- Kamus ? – o Leonino interrompeu sua ligação telefônica – É a Marin.

- Te ligo em cinco minutos. – disse ao interlocutor e desligou.

Aproximou-se de Mu, que estava na frente de um gráfico no computador.

- E aí ? Quantos toques ?

- Primeira pergunta: Homem ou Mulher ? - o tibetano lia as questões escritas no computador e comparava com a quantidade de toques emitidos pela policial - Um toque. Primeira opção. Resposta: Homem.

O Aquariano sorriu levemente. Sabia que estava certo.

- Segunda pergunta: – o Ariano prosseguiu - Perigoso ? Sim ou Não ? Dois toques. Segunda opção. Resposta: Não

- Terceira pergunta: - Aioria falou – Os dois se encontraram ? Sim ou Não ? Um toque. Primeira opção. Resposta: Sim.

- Quarta pergunta: - Mu retomou – Consegue seguí-los ? Sim ou Não ? Um toque. Primeira opção. Resposta: Sim.

- Quero a identificação exata da policial Marin e os três cães de caça (1) prontos para colar no garoto. – Kamus ordenou – Quero garantir que o nosso novo Escorpião Escarlate NÃO vai escapar. – completou com um sorriso nos lábios.

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No Shopping, dentro do banheiro masculino...

- Nossa, Dido ! – disse sorrindo – Isso é jeito de me receber ?

Marin continuava atenta à tela do palm-top, observando se os dois trocavam algum objeto, papel ou senha. Com o distintivo em punho a policial impedia qualquer um de entrar.

- Você está fora tem quase um ano e meio, como queria que eu te recebesse ? Com uma banda ? – perguntou azedo.

- Ei, desculpa, mas se você não lembra, eu estou preso, não estava viajando. Tem até uma policial lá fora esperando por mim.

- Eu vi.

- Dido, – o ladrão se aproximou – Vendi minha alma só para sair daquele inferno e te ver. Eu estava morrendo de saudade. Você não estava com saudade de mim ? – perguntou sorrindo.

- Milo, – deu uma pausa - eu só vim até aqui para te contar que eu voltei para o Carlo (2).

- Como ? – perguntou sem acreditar.

- Eu nunca escondi que era apaixonado por ele.

- Mas Dido, você disse que me amava. – replicou um pouco ofendido.

- Eu estava tentando me convencer disso.

- Eu não acredito que eu estou ouvindo isso. Qual é o problema ? – perguntou irritado – Não me ama mais só porque eu não te espancava ?

O Pisciano lançou-lhe um olhar mortal.

- Desculpa.

- Isso foi antes. – respondeu ao grego – Eu dava motivos. Agora ele não me bate mais e diz que me ama.

- E você acredita ?

- Milo, por favor, - disse suplicante - eu nunca escondi de você que era ele quem eu amava.

- Mas eu tinha esperanças que você esquecesse dele.

- Talvez. Se você não tivesse sido preso...

- Então a culpa por você ter voltado para ele É MINHA ?

- Não Milo. – disse baixinho - A culpa é minha. Eu menti para você.

- Dido, como você tem coragem de falar assim comigo ? Fiquei quase um ano e meio na Clairvaux, SOZINHO, sem receber NENHUMA visita. Você não tem coração ? - falou com a voz sumida. – Ou será que sou TÃO desprezível assim ?

- Não Mi. – aproximou-se do grego e passou a mão por seus cachos – Você é um anjo. É uma das coisas mais maravilhosas que já aconteceu na minha vida. Você me tirou da rua, me amou, cuidou de mim e isso eu NUNCA vou esquecer.

- Então por que você está me machucando desse jeito ?

- Porque você ainda vai ficar pelo menos dois anos e meio na prisão. – deu uma pausa - Milo, se eu não tivesse conhecido o Máscara, se ele não existisse, eu juro por tudo que é sagrado, juro pela minha mãe, que eu te esperaria. – deu uma nova pausa - Eu poderia continuar nas ruas, vender o meu corpo, deitar em outras camas, mas meu coração continuaria sendo exclusivamente seu.

- Eu não entendo porque você veio até aqui para me dizer que ama outro.

- Eu sei que estou sendo cruel, mas eu seria muito mais cruel se te fizesse acreditar que eu estaria lá fora no dia em que você sair, sendo que não estarei.

- Você não vai estar lá ? – perguntou com os olhos marejados.

- Não. – pensou em tocar o rosto do grego, mas desistiu, era melhor não tocá-lo.

- Afrodite, chega de brincadeira. – disse um tanto temeroso - Eu estou quase acreditando neste monte de bobagens que você está falando. Deixa disso e vem me dar um abraço. – abriu os braços e sorriu.

- Mi, eu sinto muito. – disse com os olhos marejados - Estou te deixando livre. Me deixe livre também. – pediu.

- Dido, me diz que não é verdade. – suplicou sem conseguir evitar que uma lágrima caísse – Me diz que isso não é um adeus... por favor. – implorou.

- Me desculpa, Mi. – disse com emoção e virou-se para sair. Tinha lágrimas nos olhos.

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Afrodite levou um pequeno susto quando viu a policial na entrada do banheiro e saiu correndo, mas a investigadora não o deteve. Marin apenas apertou o transmissor uma última vez para avisar que ele estava saindo. Não precisava se preocupar com isso. Sabia que os espiões seguiriam o jovem. Estava mais preocupada com o silêncio que vinha de dentro do banheiro.

A policial entrou vagarosamente e viu o grego com lágrimas no rosto e olhando o vazio.

- Você está bem ?

Tentou responder e não conseguiu. Encostou-se na parede e deslizou até o chão, abraçando os joelhos. Escondeu o rosto, mas os soluços denunciavam que chorava.

- Milo, – a policial se abaixou compadecida – não fique assim. – e acariciou os cabelos do Escorpiniano.

De repente um senhor entrou no banheiro e a menina se deu conta de onde estava.

- Quer alguma ajuda senhorita ? Seu namorado está passando bem ? – o velhinho perguntou.

- Obrigada. Está tudo bem. Eu vou levá-lo até lá fora e ele vai melhorar. – a policial respondeu.

A garota desligou a câmera e colocou-a novamente na bolsa. Em seguida colocou todas as sacolas em uma mão e pegou a mão do grego com a outra, ajudando-o a se levantar.

– Venha Milo, vamos conversar lá fora.

Os dois saíram de mãos dadas até a saída de incêndio.

Sentaram-se na escada e o Escorpiniano voltou a abraçar os joelhos e baixar a cabeça.

- Milo, não fique assim. – e acariciava os cachos do jovem.

O corpo do grego deu uma leve sacudida.

- Como foi que ele ficou sabendo que você estava aqui ? – a policial perguntou suavemente.

- Eu liguei para ele. – respondeu ainda com a cabeça baixa.

- E como foi isso ? – questionou ainda acariciando os cabelos do ladrão.

- Eu pedi dinheiro para o Shaka e comprei um minuto de um celular – respondeu levantando o rosto e mostrando os olhos vermelhos. – No começo eu pensei em roubar o aparelho, mas eu não sou batedor de carteira. – disse choroso.

- Claro que não é. – a menina afirmou retirando os fios que colaram no rosto do Escorpiniano.

- Por que ele fez isso comigo ?

- Milo, ao menos ele foi verdadeiro e não te enganou. Já pensou acreditar que ele te amava e depois que você saísse descobrisse que não era verdade, que ele estava com outro ?

- Eu preferia que ele continuasse fingindo para mim. – e as lágrimas recomeçaram a cair.

Marin abraçou o preso e acariciou seus cabelos. Ficaram assim por algum tempo até que ele parou de chorar.

- Sabe o que eu faço quando estou triste ? – perguntou se soltando do abraço e secando o rosto do grego.

- O quê ? – perguntou com a voz sumida.

- Tomo um belo shake de chocolate. O que você acha de me acompanhar ?

O Escorpiniano sorriu levemente.

- Se isso foi um sorriso, então é sim, não é ?

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O grego não quis almoçar. Marin comprou pães de queijo para ela e os dois tomavam, cada um, um milkshake de chocolate.

A policial discretamente retirou o gravador da bolsa e sem que o outro percebesse, o ativou.

- Como você está se sentindo ? – a garota perguntou com suavidade.

- Tudo acabou.

- O quê acabou ?

- Acho que nasci amaldiçoado. Como Midas (3). Tudo o que eu toco acaba.

- Não diga isso.

- É verdade. – deu uma pausa – Já começou no meu nascimento. Minha mãe conheceu um cara que prometeu trazer ela para a França. Ela era jovem e era óbvio que ele só queria sexo. Transaram e ela ficou grávida. Ele sumiu. Ela descobriu que todo ano ele vinha para um congresso na Grécia e no ano seguinte ela avisou que ele tinha um filho. Ele não quis me dar o nome dele, mas ao menos me deu a dupla nacionalidade. Todo ano ela me levava na frente do congresso para encontrar com ele. Até que ele era legal e algumas vezes ia lá em casa, mas depois que fiz seis anos... ele sumiu. Vai ver que saiu da empresa que trabalhava e aí não tinha mais motivos para ir até a Grécia. – disse tristemente.

Marin ficou penalizada. Como um pai abandona uma criança deste jeito ?

- Na adolescência eu comecei a trabalhar e eu e minha mãe juntamos uma grana boa para a faculdade. Meu sonho era fazer museologia, mas como era integral, eu tinha que ter dinheiro suficiente para sustentar a nós dois neste período. – explicou – Mas aí quando faltava apenas um ano para eu entrar na faculdade, minha mãe ficou muito doente. Todo o dinheiro que tínhamos juntado foi gasto em remédio, internação especial e tratamento. Eu não estou reclamando. Sei que a minha mãe faria o mesmo e até muito mais por mim, mas aquela doença maldita que ninguém descobria o que era... – lembrou com raiva - O dinheiro acabou e a gente teve até que vender a casa. Eu e ela viajávamos de um lugar para o outro atrás de novos médicos, novos tratamentos, novas drogas... tudo em vão.

A jovem observou o ladrão. "Deve ter sido um período muito difícil" pensou.

- As pessoas começaram a se afastar. Tinham medo de ser contagioso. Minha mãe envelheceu trinta anos em três. – deu uma pequena pausa - Finalmente falaram que era uma doença degenerativa e só tinha um centro de estudos na França e outro na Inglaterra. A passagem para a França era mais barata e eu vim. Para falar a verdade eu também pensava em conseguir encontrar o meu pai e pedir alguma ajuda. Minha mãe não veio porque a gente não tinha dinheiro para pagar a passagem e nem para pagar uma enfermeira para ela aqui na França. Aqui é tudo mais caro que a Grécia e lá ela ficava com uma vizinha cega.

- E como ela conseguia tomar conta da sua mãe se era cega ?

- Ela tinha trabalhado em hospital. Ficou cega depois de adulta. Fazia qualquer coisa que uma pessoa normal faz. Na verdade se esta vizinha não fosse cega, talvez não aceitasse ficar com a minha mãe. A doença fazia com que a pele da minha mãe ficasse murcha, parecendo que estava se desprendendo dos ossos. – deu uma pequena pausa – Mas era bom para as duas – replicou sorrindo – ela cuidava da minha mãe e a minha mãe era os olhos dela.

- E você encontrou o seu pai ?

- Eu não achei nenhum Dominique de Lusié na lista telefônica, mas liguei para todos os "De Lusié" que encontrei. Nenhum deles era o meu pai. – deu uma pequena pausa - Talvez ele tenha dado um nome falso para a minha mãe.

- Ela deve ter ficado muito triste.

- Eu menti. Eu disse que tinha encontrado com ele, e ele tinha ajudado financeiramente, mas estava com uns problemas pessoais e não podia ficar com a gente. Ela entendeu. Na certa achou que ele tinha comentado que tinha uma família oficial.

- E como você ia justificar a ajuda financeira sem o dinheiro ?

- Eu já tinha começado a roubar.

- E como você conseguiu permanecer na França sem emprego ?

- Eu tinha emprego. Como eu tenho dupla nacionalidade não foi difícil arrumar um emprego como caixa em uma lanchonete. Até porque no começo eu não queria me tornar um ladrão. Antes de entrar para o crime eu fiz algumas visitas no centro de estudo hospitalar e tentei uma cirurgia gratuita, só que o tempo de espera para uma intervenção cirúrgica sem custo era de nove a doze meses... DOZE MESES ? Minha mãe poderia morrer antes disso.

- Eles pagariam tudo ?

- Não. Os aparelhos do pós-operatório e os remédios mais recentes de tratamento, para tentar reverter a doença não estavam incluídos. O problema é que só isso já dava uma pequena fortuna. Eles disseram que se eu quisesse, a cirurgia poderia ser em vinte dias, mas teria que pagar particular. Nem se eu vendesse o corpo todos os dias, trabalhando todo o mês, eu conseguiria levantar toda a grana. O jeito era roubar.

- E você já vendeu o corpo ?

- Não oficialmente, mas já saí com umas coroas que pagaram um "agradinho" depois. Também só saí por causa do dinheiro.

- E com homem ?

- Pagando para mim ? Umas duas vezes. O cara era casado e gostava de ser passivo. Eu tinha quase dezoito anos e estava muito curioso para saber como era transar com homem. Só tinha medo da minha mãe descobrir.

- E este seu namorado que estava com você no banheiro ?

- Ah, o Afrodite foi minha grande paixão. Por ele eu me entreguei por completo. – respondeu sonhador - Só que com ele foi diferente. – sorriu – Fui eu que paguei.

- Ele é garoto de programa ?

- É. O ponto dele era perto da lanchonete onde eu era caixa. Eu já estava no segundo mês de roubo quando conheci o Dido pessoalmente. Ele estava chegando no ponto e eu saindo da lanchonete. Convidei ele para tomar alguma coisa.

- Aí vocês começaram a namorar. – afirmou.

- Que nada. – respondeu sorrindo - Ele me olhou de cima a baixo e disse "Desculpa gato, você é muito gostoso, mas só vou se você pagar adiantado".

- E aí ? – perguntou também achando graça.

- Nesta época o trabalho de caixa já era só fachada e eu já estava com um pouco da grana dos roubos. Eu tinha saído do quarto que eu tinha alugado e agora estava em um apartamento. Levei ele até lá e paguei.

- Ele é muito bonito. Afrodite realmente é um nome perfeito para ele.

- É. – replicou com um sorriso – Mas não é só isso. O Dido é um doce. Ele me tratava como um príncipe e é um vulcão na cama. Depois de duas semanas que a gente saia, eu ofereci o que ele ganhava no mês para ele deixar as ruas e ficar comigo.

- E você tinha todo este dinheiro ?

- Eu já estava com um pouco de dinheiro e esperava conseguir mais em breve. No começo tinha um cara para quem eu vendia, mas depois acho que ele foi preso e não consegui mais vender nada para ele.

- E o Dido ? Ele aceitou as suas condições para sair das ruas ? – insistiu no assunto pois queria pegar mais informações sobre o outro.

- Não. Ele é muito independente, mas me prometeu todas as sextas e sábados. – replicou sorrindo – E cumpriu.

- E quando você parou de roubar ?

- Eu fiquei mais de um mês sem conseguir vender os meus roubos, mas aí, no começo do quinto mês eu conheci um cara que fazia negócios com o exterior e comprou praticamente tudo. Levantei uma grana muito boa, então eu trouxe a minha mãe. Dava para pagar a cirurgia, uma enfermeira, os remédios, uma equipe especial e até dar entrada em uma casinha. – deu uma pausa - Apesar de ter uma boa grana, o Afrodite era o meu único luxo. Eu não gastava nada. Economizava tudo. Queria o melhor para a minha mãe.

A menina sorriu. Claro que não era a favor do roubo, mas aquele jovem à sua frente fazia este crime parecer muito mais ameno.

- Eu consegui a cirurgia para duas semanas depois. Fui receber a minha mãe no aeroporto e... – respirou fundo, mas não conseguiu segurar uma lágrima que caiu - ... ela estava usando uma burca (4) para esconder o corpo e vinha em uma cadeira de rodas. – secou as lágrimas – Eu levei ela para casa e quando ela tirou aquela roupa... – parou de falar e colocou a mão no rosto. Ficou assim por alguns instantes e depois secou as lágrimas - ...ela estava ainda mais doente e aparentando ainda mais velha. Eu fiz o Afrodite jurar que não contaria para ela sobre o dinheiro.

- Ele sabia do dinheiro ? Ele te ajudava nos roubos ? – perguntou se aproveitando do assunto. Sabia que Kamus adoraria saber esta resposta.

- Só sabia do dinheiro, mas não me ajudava nos roubos. Ele se ofereceu para ajudar, mas eu nunca quis. Era melhor assim. Se tivesse qualquer problema, somente eu seria o culpado.

- E quando a sua mãe chegou o que ela achou ? Ela sabia que você estava com um homem ?

- Não. Ela não sabia, mas eu menti e disse que o Dido era rico e que ia pagar a cirurgia.

- E ela aceitou numa boa ?

- Achou que o Dido estava me comprando e chorou muito. Disse que não queria que o filho virasse viado por causa da saúde dela.

- Pobrezinha.

- Eu pedi para ele falar com ela. Ele é muito bom de papo. Ele disse para ela que não estava me comprando, disse que a minha felicidade... – parou um instante de falar e respirou fundo - ... era a felicidade dele e que era um prazer poder cuidar da mãe da pessoa que ele... – fechou os olhos e suspirou profundamente - ... amava.

- Você gosta muito dele, não é ?

Assentiu positivamente e respirou fundo.

- Muito... mas de nada adianta. – replicou olhando para a garota - Ele não me ama. Ama o cafetão dele, um sujeito grosseiro e mal educado. Duas semanas antes de sair comigo a primeira vez, o tal cara bateu nele porque pegou ele na cama com outro garoto de programa. Era óbvio que era um chifre, mas eu jamais faria isso com ele. Eu respeitava o Dido e entendia a situação dele. Nunca encostei um dedo nele e sempre tratei ele carinhosamente.

- É Milo, amor é uma coisa muito complicada.

- Demais.

- E agora, o que você vai fazer ?

- Não sei. Depois que a minha mãe morreu era pelo Afrodite que eu vivia e lutava contra a Clairvaux. Ele me dizia que o que mais gostava em mim era meu jeito doce e marcante. – deu um sorriso, mas logo o sorriso morreu em seus lábios. – Acabou. – disse baixinho e seus olhos ficaram marejados.

- Milo, não desista... – falou colocando a mão sobre a mão do grego - ...eu sei que você vai voltar para aquele inferno, mas não se entregue às corrupções da Clairvaux.

- Marin, - disse secando os olhos – a cadeia muda as pessoas. Quem é bom sai mau e quem é mau sai pior. Ninguém se salva. Eu só suportei o máximo porque eu vivia lá dentro, mas com o coração aqui fora... Só que agora... – o jovem olhou para o vazio - ...eu não sei. – deu uma pausa – É por isso que eu queria que ele tivesse mentido. Eu não quero ficar sozinho. – suplicou para a menina.

A policial se penalizou.

- Milo, você não pode se entregar. Um dia você vai sair de lá e vai achar alguém que goste de você.

- Fala sério, Marin. – replicou sem esperanças – Quem vai querer um cara pobre, desempregado e ex-presidiário ? E ainda por cima grego ?

- Eu não vejo problema algum nos gregos.

- Você é uma pessoa muito boa, Marin. – disse à policial - Espero que se entenda logo com o Aioria.

A garota ficou muda.

- Eu... não sei.

- Você gosta dele, não gosta ?

- Gosto, mas tenho medo de tomar a iniciativa e ele interpretar mal e achar que só quero me oferecer. Eu não quero ser só um passatempo como...

- Como a Fleur ?

- Até você sabe ? – perguntou desolada.

- Eu vi os olhares dela para ele, mas é de você que ele gosta. – afirmou - Não tenha medo. Ele te adora. Ele vai se jogar pela janela se você convidar ele para sair.

A menina sorriu e os dois ouviram um bip. A policial olhou no relógio e arregalou os olhos.

- Sei de alguém que vai nos jogar pela janela se a gente não chegar com todas as roupas e sapatos antes das duas.

- O Kamus é muito sério, não é ?

- Ele é boa pessoa, mas passou por momentos muito difíceis.

- O que aconteceu ?

- Perdeu os pais assassinados na infância. Descobriram os criminosos, mas os juizes não puderam condená-los como deveriam. Poucas provas.

- Os assassinos eram ricos ?

- Eram.

- Podem ter pago para destruírem as provas.

- Talvez... – respondeu, porém cética que era isso que tinha acontecido.

- Então foi por isso que ele se tornou investigador ? Para que os criminosos não deixassem de ser presos por insuficiência de provas ?

- Foi. – deu uma pausa - Pega leve com ele. Ele já tem muitas marcas na vida.

- Ok. – disse baixando os olhos. – Ele é viado, não é ? – perguntou voltando a olhar para a garota.

- Milo !

- Ora Marin, por quê o espanto ? É uma pergunta como qualquer outra. Ele é ou não é ?

"Responda, Marin. Eu sei que ele é".

A policial demorou um pouco para responder.

- Bem, já é de conhecimento público que ele teve um relacionamento com uma pessoa do mesmo sexo...

- Ele também era policial, não era ?

- Como sabe ? – perguntou surpresa.

- O Kamus me parece muito seletivo e discreto. Acho que só aceitaria um relacionamento assim, com alguém do meio dele.

- Não o julgue mal.

"Julgá-lo mal, Marin ? Por mim ele já estaria condenado. Se dependesse mesmo de mim ele arderia no inferno".

- Não se preocupe, não farei isso. – deu uma pausa – O namorado largou dele, não foi ?

- Ele te contou ?

- Não precisava. Dá para ver a carência nos olhos dele.

- Milo, por favor...

- Não se preocupe Marin. Não farei nada. Não gosto do Kamus. Gosto do Dido... infelizmente.

- Bem... – a menina falou - ...você sabe que terei que contar a ele tudo o que aconteceu aqui, não é ?

- Eu sei. Acho que ele vai me levar de volta e me colocar na solitária. Eu desobedeci às ordens dele. – disse abatido.

- Mesmo que ele faça isso, não se entregue. – pediu pegando uma das mãos do grego.

O jovem apertou as mãos da menina levemente entre as suas.

- Obrigado. – e deu um beijo na mão da garota.

- Não perca a esperança. – pediu apertando a mão do Escorpiniano.

- Vou tentar. – disse ainda com um sorriso um tanto triste.

Milo abaixou-se para pegar as sacolas, mas percebeu quando a policial discretamente recolocou o gravador na bolsa. O grego sorriu.

"Você é fxxx, não é Kamus ? Usando a garota contra mim. O que você quer saber ? Se eu gosto de você ? Agora você já sabe que não".

Seguiram até o carro e o grego teve um estalo. Se Kamus ia ouvir a gravação, isso poderia ser usado a seu favor. Ele não havia sido grosseiro ao falar do francês. Até dissera que apesar de ter visto a carência nos olhos do outro não faria nada.

"Milo, agora você só não foge se você for muito tonto".

Seu objetivo de fuga tinha mudado. Não queria mais fugir para encontrar o Afrodite.

"Eu vou fugir, Carlo de Angelis, eu vou fugir e quando eu te encontrar, eu vou arrancar o seu coração sem piedade. Se você não existisse o Dido ficaria comigo, não é ? Ótimo. Você vai deixar de existir, Máscara da Morte. Pode contar os seus minutos de vida, pois o Dido vai voltar a ser meu."

Enquanto compravam o resto das coisas, a menina analisava as possibilidades. Um jovem sozinho, sem dinheiro, sem nível superior, estrangeiro de nascença e ex-presidiário realmente teria muita dificuldade em conseguir aceitação da sociedade francesa ao sair da cadeia, isso se ainda continuasse com o comportamento doce que tinha hoje.

"É Milo, realmente vai ser muito difícil" a policial pensou.

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Guardaram as sacolas no carro e Marin voltou a algemar o ladrão. Apesar do Escorpiniano querer vingança, ainda estava muito abatido. Não conseguiu evitar que algumas lágrimas corressem ao se lembrar dos momentos felizes vividos com o garoto de programa.

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Enquanto isso, em um orelhão na frente de um apartamento no subúrbio.

- Kamus ? Cão número Um falando. Já descobrimos a toca da raposa (5).

- Ótimo. Não façam nada por enquanto. – o francês respondeu ao telefone – E não deixem a raposa fugir.

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Inteligência Policial Francesa. Mesmo dia – 14:15 h

- E então, Milo ? – Mu perguntou assim que os dois entraram na sala – Como foi o passeio no shopping ?

Marin viu o Escorpiniano engolir seco e baixar o olhar.

- Vou até o banheiro rapidinho. – disse e logo saiu.

Kamus fez um sinal e Aioria o seguiu. A menina sabia que o grego queria evitar que o vissem chorando.

- O que aconteceu ? – o tibetano perguntou.

- Ele está um pouco chateado. – a policial respondeu. – Posso conversar com você Kamus ?

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Na sala particular do investigador, a jovem narrou rapidamente os acontecimentos do shopping e mostrou-lhe o vídeo e a gravação.

- Desculpa por falar da sua vida pessoal. – a menina pediu.

"Que droga Kamus. Esse moleque não significa nada e você ainda deixa que ele perceba que era observado ?" recriminou-se "Você precisa melhorar sua postura se quer mesmo ser um Superintendente. Isso foi um absurdo. O garoto perguntou se você era viado, VIADO ! Ora, pelo seu modo de se portar nos últimos dias, a resposta já era óbvia, não ? Do jeito que você está, agora só falta agora passar batom e sair à noite vestido de mulher. Sinceramente, Kamus, este seu comportamento não é o comportamento de um policial sério. Se parece mais com as atitudes de uma garotinha de doze anos." - martirizou-se.

- Tudo bem, Marin. – disse tranqüilamente.

- Ele ainda secou algumas lágrimas no carro.

- Então ele sabe que vai para a solitária ? – refletiu.

- Kamus, por favor – suplicou – se você fizer isso agora, vai destruí-lo.

- Sei o que estou fazendo. – respondeu à policial – Mas gostei do seu relacionamento com ele. – replicou mudando de assunto - É bom que ele confie em você. Podemos usar isso a nosso favor.

- Certamente.

- Obrigado Marin. Você pode chamar o Shaka ?

- Claro. É... – deu uma pausa – Kamus, - disse devagar - tenta pegar leve com o Milo. Ele já está bem abatido.

O francês balançou a cabeça levemente, em uma imperceptível afirmativa.

-o-

Assim que saiu a menina chamou o Virginiano, que se encontrava ao lado do preso.

- Shaka ? O Kamus quer falar com você.

- Ai, ai. – disse depois de ser informado pelo próprio ladrão o que tinha sido feito das moedas que lhe dera.

-o-

- Sente-se. – pediu ao indiano.

O loiro obedeceu.

- Ele desconfiou de alguma coisa ?

- Não Kamus. Ele acha mesmo que eu estava com receio de falar com você por causa do dinheiro.

- Ótimo. Ele não sabe que já conversamos. Foi bom você me informar imediatamente que lhe deu as moedas. Você deve preservar esta amizade. É muito bom que ele pense que você está do lado dele.

- Pode deixar.

- Interessante. Eu não esperava que ele te pedisse dinheiro.

- Nem eu, mas ainda bem que eu tinha as moedas e melhor ainda que eu te avisei imediatamente.

- Seu raciocínio foi perfeito. Foi bem como você previu. Ele usou mesmo o dinheiro para falar com o ex-namorado.

- E parece que ele é mais esperto que nós, pois comprou um minuto de um celular no banheiro, longe de todos os ouvidos.

- Ele é inteligente. Acho que até daria um bom investigador.

- Acho que sim. – deu uma pausa – Que bom que tudo deu certo. A Marin foi ótima. Pelo jeito ele não desconfiou de nada mesmo. Nem deve ter percebido que você mandou uma mensagem alertando que ele tinha dinheiro. – deu outra pausa - Sabe Kamus, confesso que fiquei com receio. Era a primeira experiência na Marin na equipe e eu detestaria saber que o policial disfarçado que os seguia o tempo todo no shopping tivesse usado a arma.

- O Gerald é um policial muito competente. O Escorpião encontrou com o namorado no banheiro masculino. Depois que o outro saiu, a Marin foi ver como o Milo estava. A câmera ainda gravava e deu para perceber que o grego nem desconfiou que o velhinho perguntando se ele estava se sentindo bem era um policial disfarçado.

- Felizmente o Escorpião Escarlate também não parece ser um sujeito agressivo, mas tomara que este nosso pensamento esteja correto. Eu já te disse que ele tem algumas atitudes estranhas. Não posso afirmar que ele está fingindo, mas não dá para confiar.

- É. Não dá. – concordou com o Virginiano – Peça para ele entrar. Ele me desobedeceu e agora terá que se explicar.

- O menino parece bem abalado. Pega leve.

- Quantos mais vão me dizer para ser suave com ele ?

- Não quero me intrometer na conversa, apenas seria bom deixá-lo tranqüilo.

- Não se preocupe. Serei duro apenas o suficiente.

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- Milo, pode entrar. – o indiano falou assim que saiu da sala.

O grego entrou lentamente.

- Feche a porta. – Kamus mandou.

O ladrão obedeceu.

- Sente-se.

O preso sentou-se obediente.

- Milo, imagine que você é um investigador. – começou a conversa – Você vai até um presídio de segurança máxima e apesar de ser contra os seus princípios, você faz um acordo com um ladrão.

O Escorpiniano baixou o olhar.

- Então você diz ao preso que se ele tentasse te enganar ele se arrependeria de ter nascido. Você traz este presidiário até o seu trabalho e por interferências externas ele acaba dormindo na sua casa e comendo da sua comida. – disse em tom de desaprovação.

O grego continuava olhando para baixo. Seu coração estava apertado pela tristeza.

- Então você o envia ao Shopping para comprar roupas e na primeira oportunidade que ele tem, ele chama o comparsa para ver como estão as coisas.

- O Afrodite não é o meu comparsa. – replicou olhando para o francês ainda com um semblante pesado.

- O que você faria quando o ladrão voltasse, Milo ? Ele acabou de quebrar o acordo e te enganou. O que você diria ao preso ? – perguntou sem se importar com o comentário anterior do outro.

- Eu...

- Você ?

- Eu...

- FALE ! – ordenou.

- Eu sei que você quer me mandar de volta para a Clairvaux. Tudo bem. – resignou-se – Mas eu não acho que seria justo me colocar na solitária. Eu estou te ajudando nos crimes.

- Eu acho que não ouvi o que você me disse. – replicou um tanto sarcástico – Depois do que você fez, você ainda acha que está em condições de argumentar e barganhar comigo ? – questionou rispidamente.

O criminoso engoliu seco e baixou o olhar.

- Você é mesmo muito petulante, grego. Acha mesmo que na condição de presidiário pode decidir o que é ou o que não é justo ?

O Escorpiniano fechou os olhos, respirou fundo e baixou a cabeça. As palavras do outro doíam como uma chicotada. Elas o faziam se lembrar que, para o policial, não passava de um ladrãozinho, escória da sociedade.

- Eu te fiz uma pergunta, RESPONDA.

- Não senhor. – respondeu baixinho.

Milo sabia que pelo tempo que Marin tinha ficado lá o francês tinha ouvido as gravações. Pelo jeito Kamus não tinha gostado do jeito que o grego falou dele para a policial e nem das perguntas que fez.

- Será que eu não posso ficar na solitária em outra cadeia ? – pediu levantando o olhar – Se eu entrar na solitária da Clairvaux serão quatro semanas e...

- Não se dê o trabalho de me pedir nada. Você não tem moral para pedir coisa alguma. – replicou ríspido.

O grego baixou a cabeça. Detestava ser tratado desta forma. Kamus estava fazendo com que se sentisse um lixo. Seu coração que já estava dolorido, ficou mais. Sentiu os olhos querendo marejar, mas agüentou firme. Não ia chorar na frente daquele monstro.

- Eu vou mesmo te mandar para a cadeia. – o Aquariano continuou - Hoje você irá para uma delegacia e como castigo, passará a noite no chão, sem colchonete. Você vai ficar lá por todos os dias até que se completem os cinco dias que combinamos, aí você volta para a Clairvaux.

O grego não levantou o olhar. Apenas assentiu com a cabeça e enxugou rapidamente uma lágrima que tentou descer.

- Antes eu ia te permitir um passeio, mas por sua desobediência, você também perdeu este passeio. Irá da delegacia para a IPF e da IPF para a delegacia. – deu uma pequena pausa – Vá lavar o rosto. Sairemos em cinco minutos.

Milo apenas se levantou e saiu. Não suportou a dor e as lágrimas recomeçaram a cair depois que saiu da sala. Foi rapidamente até o banheiro. Shaka seguiu-o.

Marin bateu na porta do Aquariano.

- Licença ?

- Sim ?

- Desculpe perguntar, mas você brigou com o Milo ?

- Por quê ? – questionou secamente.

- Ele foi chorar no banheiro.

- Marin, por favor, cuide dos seus afazeres.

- Sim senhor. Desculpe. – e saiu.

Assim que ficou sozinho, Kamus passou a mão no rosto e suspirou forte. Suas mãos tremiam um pouco. Quando ouviu na gravação o grego perguntando à policial se Shura o tinha abandonado, segurou suas emoções.

Claro que também era de carne e osso e tinha se apiedado do Escorpiniano pelas duras palavras de Afrodite, mas não podia se deixar levar e fraquejar.

Realmente Milo respirava sedução. Sua simples presença já era perturbadora. O francês sabia que qualquer tipo de sentimento para com o grego deveria ser exterminado então a única solução que via para isso era maltratar o preso. Sabia que assim Milo passaria a ter raiva dele e deixaria de ser tão terrivelmente encantador. Kamus precisava ser duro. Qualquer forma de aproximação com o outro seria um desastre então era melhor manterem distância. Estavam em lados opostos da lei. Esta mistura certamente não teria futuro.

Balançou a cabeça em desaprovação a seus pensamentos. "Futuro ?" pensou "Futuro é uma palavra que jamais poderá ser utilizada para nós dois, mesmo porque não existe e nunca existirá nós dois".

- Ok, Milo. – o francês disse para si mesmo – Tenho que fazer o meu papel. Preciso que você me odeie e vou me esforçar para isso.

Respirou fundo e abriu a porta.

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Próximo Capítulo – O presidiário leva o francês até o artesão que fez os escorpiões e eles fazem importantes descobertas. Kamus arma um plano para pegar Afrodite. Uma situação fora do previsto faz o policial se aproximar ainda mais do ladrão.

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Notas da autora – Explicações

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( 1 ) Policiais ou espiões que seguem as pessoas.

( 2 ) Carlo di Angelis, forma como a Pipe chama o Máscara da Morte e colocado aqui devidamente autorizado pela mesma. Beijão mestra .

( 3 ) Tudo o que Midas tocava virava ouro, até seu animal de estimação preferido, comidas e bebidas.

( 4 ) Roupa utilizada por mulheres do oriente médio que cobre o corpo todo, inclusive o rosto.

( 5 ) Suspeitos, neste caso, o Afrodite.

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Notas da autora – Agradecimentos

Milhões de beijos a todos que acompanham, principalmente a quem escreveu: Ana Paula, Anjo Setsuna, Dana Norram, Gisele, Guilherme, Ilia, Lininha, Litha-Chan, Megara-20, Nana, Ophiuchus no Shaina, Shakinha, Srta Nina, Teffy e Volpi. Bilhões de beijos e continuem a escrever.

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Nota da autora – contato

Podem me contatar, brigar, criticar (é sério), reclamar, dar dicas ou só escrever para bater papo no erika(ponto)patty(arroba)gmail(ponto)com ou via review neste site. Prometo que respondo todos os e-mails e reviews.

Bela Patty .

- Janeiro / 2006 –