A olhei. Ela não e minha verdadeira mãe. Ela mentiu para mim todos esses anos. Eu vivo com uma mulher que nem parte da minha família. Por que não estou muito surpreso? Não entendo. É como se eu já soubesse disso... Talvez pelo casal da praia... Eu ano entendo, eu deveria estar muito surpreso com isso, mas não estou. É como se... Como se no fundo eu já soubesse disso... Pensando bem, eu sempre duvidei que ela fosse a minha verdadeira mãe. Mas... Por quê?

-Hana? – chamou a moça.

-Então onde estão meus pais? – perguntei, comecei a sentir algo no meu olho, ele começou a coçar.

-Quando você tinha apenas nove meses, uma pessoa que nós achávamos ter derrotado, voltou. – começou tio Ryu – Era a tarefa de seu pai, Asakura Yoh, junto de sua mãe, Asakura Anna, derrota-lo.

-Então eles foram e me deixaram aqui? – perguntei meio triste, será que meus pais tinham me abandonado?

-Não Hana. – começou a moça – Eles resistiram por muito tempo, diziam que não iam abandonar você de maneira nenhuma.

-E o que fez eles mudarem de idéia? – perguntei.

-Esse cara, ele ameaçou fazer algo terrível com você. Por isso que eles foram. – explicou tio Ryu.

-Por que só me contaram agora? – perguntei olhando para eles, Droga! Minha voz pareceu mais triste do que eu queria mostrar!

A moça me olhou, e sorriu tristemente. E depois ela me perguntou:

-Você, algumas vezes, já sentiu como se eu não fosse sua verdadeira mãe?

Logo, o casal da praia me veio à cabeça. Depois a lembrança. E também outras cenas antes, onde suspeitei que aquela moça não fosse minha mãe. Muitas vezes eu senti isso... Estou confuso.

-Sim... Muitas vezes... – disse confuso olhando para baixo – Por quê?

Ela sorriu de novo.

-Quando você tinha um ano e meio, eu já tinha contado a verdade, e tinha fotos dos seus pais com você por toda a casa.

-E... Por que eu não me lembro? E as fotos? O que aconteceu?

-Você tinha quase dois anos... Quando fez um desenho de você e de seus pais... Você nunca tinha feito isso antes. – disse ela – Então, eu fiquei preocupada de você talvez seja infeliz ate seus pais voltarem... Por isso eu escondi as fotos dos seus pais e nunca mais comentei sobre o assunto. E você esqueceu, mas por dentro sempre soube a verdade, tanto que não está surpreso...

-Eu... Vou pro meu quarto... – disse subindo as escadas.

Então, ela realmente não é minha mãe de verdade. Mas eles estão voltando! E isso é bom! Eu vou conhecer meus pais... Como será que eles são?

Quando cheguei no meu quarto. Passei por uma mesinha que tinha. Abri uma gaveta, onde eu e aquela moça colocamos todos os nossos os meus desenhos. Eu procurei o que a moça contou. Mas foi difícil encontrar. Eu tinha vários desenhos com eu mais duas pessoas. Imagino que eu tenha desenhado meus pais muitas vezes e nem percebi...

Finalmente achei um desenho bem velho. Era eu, e tinha uma mulher de cabelos loiros, como o meu. E tinha um cara de cabelo castanho. Eu estava no meio dos dois, e estávamos... Acho que em casa... Não entendi o lugar. E tinha umas cosas escrito, com a letra daquela moça, estava escrito "Mamãe, papai e eu."

De repente, na minha cabeça me veio outra lembrança.

Memória do Hana

-Hey, Tamao. – chamou o pequeno Hana.

-Sim pequeno Hana? – perguntou Tamao se aproximando do filho de Yoh e Anna.

-Você pode escrever uma coisa para mim? – perguntou o pequeno Hana apontando para o desenho.

-Claro Hana. – disse Tamao sorrindo e pegou o desenho de Hana para escrever nele – Desenhou os seus pais e você de novo pequeno Hana?

-Sim. Eu vou dar todos os meus desenhos para eles. Quando eles voltarem. E nos seremos muitos felizes vivendo aqui! – disse Hana sorrindo.

Tamao o olhou sem sorrir e perguntou.

-Você só será feliz quando eles voltarem Hana?

-Sim. – disse o pequeno Hana sem pensar, arrumando seus lápis de cera – Quando eu estiver com os meus pais será tudo muito melhor! Terei uma mamãe e um papai que nem as crianças lá da creche!

Tamao ficou apenas olhando para o desenho de Hana, ela não estava sorrindo. Estava pensativa. E foi a voz do pequeno Hana que a acordou.

-Tamao? Tamao? – chamou Hana.

-Hum? – Tamao sacudiu a cabeça, como se tivesse acordando de um transe – Sim? O que foi pequeno Hana?

-Você pode escrever para mim Tamao? Por favor? – perguntou Hana, de pé, dando um dos lápis de cera para ela, segurando os outros na outra mão.

-Claro Hana. – disse Tamao docemente pegando o lápis de cera – O que você quer que eu escreva?

-Mamãe, Papai e eu. – respondeu Hana sorrindo.

Fim da memória

Eu fiquei olhando para o meu desenho. Eu ainda vou da-lo para os meus pais... Quero que os dois cheguem logo! Mas... Também estou um pouco nervoso...

-Pequeno Hana! – Tamao me chamou de baixo – Hana! Tem duas pessoas aqui embaixo que querem te ver!

Meus Pais! Meus pais chegaram! O que eu faço! Estou nervoso para conhecê-los.. O que eu faço agora! Pense Hana! Você é um Asakura! Pense! Aqui tem que ter algo que me de uma idéia...

-Hana! – chamou Tamao de novo.

O meu futon! São seis horas da tarde. Mas a Tamao e os meus pais podem achar que quando eu subi, eu me deitei no meu futon e acabei dormindo! Isso!

Deitei no meu futon, sem largar o desenho e nem arrumei minha bagunça. Eu deitei de frente para a parede e fechei os olhos. Espero poder ter mais coragem mais tarde.

Continua...

Notas:

Bem, esse vai ser o final alternativo, próximo irei acabar essa fic, e irei começar a minha próxima, que já tem dois capítulos prontos.

Dessa vez eu peguei um pouco mais leve com a Tamao... Nem sei se o Yoh e a Anna iram ficar sabendo da mentira dela...