No capítulo anterior...

Draco (nu o tempo todo) conseguiu sair de uma enrascada, mas aparentemente, entrou numa pior!


CAPÍTULO 2 – Nasci para bailar!

"Bom dia a todos! Falem a verdade, o dia está maravilhoso, não está? Nooooossa! Que vestidinho mais fofo que você está usando, Júlia! Ânimo, pessoal! Hoje faremos a nossa melhor reportagem!" - Todos encaravam boquiabertos a repórter-chefe que chegava saltitante. Ginny Weasley, a melhor repórter do Profeta Diário, estava sempre calada no período da manhã. Ela era famosa pelo mal humor até às onze horas da manhã. Ninguém pedia, falava ou sequer olhava para ela antes desse horário. O estagiário Felipe olhou para Júlia, que olhou para Isabel, que pegou o caderninho de anotações e se preparou para descobrir o motivo de tamanho milagre. Isabel era a assistente pessoal da famosa Ginny Weasley. Fazia dois anos que estava nessa função, e gostava do que fazia. Ginny, sua chefe, era famosa no mundo bruxo. Vivia nas baladas e namorava os bruxos mais poderosos e famosos.

Assim que chegou a sua sala, Ginny deu um rodopio e sentou-se à mesa. Era toda sorrisos. Isabel seguiu-a, fechou a porta, sentou-se – obedientemente – com o caderno de notas e aguardou.

"Curiosa?" - Perguntou Ginny com um sorriso divertido.

"Muito." - Respondeu Isabel.

"Já, já, irei satisfazer a sua curiosidade. Antes, preciso fazer alguns contatos, pedir pro Júlio preparar as fotografias..." - Mal teve tempo de formular a próxima frase, pois um grande alvoroço na sala da redação podia ser ouvido. Algumas vozes exaltadas e depois 'bum' a porta foi aberta bruscamente. Ginny não precisava nem olhar para saber quem estava parado, na soleira da porta, desta vez completamente vestido. Ginny cruzou as pernas, colocou as mãos sobre o colo e perguntou:

"Que surpresa agradável, Sr. Malfoy. A que devo a honra de recebê-lo aqui?" – Sem desgrudar os olhos da ruiva, Draco fez um gesto com a cabeça, para que a assistente saísse da sala. Isabel olhou para Ginny, como que pedindo permissão. Sem desviar o olhar do loiro a sua frente, Ginny falou:

"Isabel, deixe-nos a sós, por favor." – A moça levantou-se, saiu e fechou a porta.

"Você sabe porque estou aqui, precisamos conversar." – Draco tentava manter uma conversação amistosa, mas Ginny tinha outra coisa em mente:

"Francamente, Malfoy! Não temos nada para conversar. Eu presenciei uma cena divertida, que você protagonizou. Vou publicá-la, para que todos tenham o mesmo direito de diversão que eu tive, fim da história. Nada mais para conversar!" – Um sorriso diabólico brincava nos lábios da ruiva.

"Weasley, tem muita coisa envolvida com este assunto. As coisas não são tão simples. Você não sabe da história completa. Existem fatos importantes, e até trágicos, que você desconhece..." – Algo no discurso do rapaz aguçou a curiosidade dela:

"Fale, Malfoy! Mas devo alertá-lo que a matéria já está toda pronta na minha cabeça. Sei que você é um especialista na arte do convencimento, mas você deve saber que eu sou a pessoa mais teimosa do mundo! É mais fácil eu fazer a dança do ventre no meio da redação, do que deixar de publicar essa matéria." - O sorriso satírico da ruiva estava colocando o seu sangue a ferver. Não conseguia manter-se impassível diante dessa criatura, tudo ficava exacerbado: a raiva, a irritação... Ginny observou o moço que, apesar da aparente indiferença, travava uma intensa luta consigo mesmo. Novamente ele voltou seu olhar para ela, e mesmo querendo provocá-lo, ela teve que admitir que ele era muito bonito e atraente. Se não tomasse cuidado, aquele sorriso galanteador que estava se formando nos lábios do 'diabo loiro', iria destruir todos os seus planos de divertimento. E então ele falou:

"Não é que eu deseje vê-la em trajes de odalisca, mas tenho a péssima impressão de que essa será a sua opção. Você preferirá não publicar a matéria." - Ginny riu do olhar desconsolado que ele lhe lançava, e disse:

"Não vou cair nessa sua farsa, Malfoy! Poupemos nosso tempo que é precioso e..." - Mas Ginny foi interrompida, pelo moço que já estava um pouco impaciente:

"É melhor você não me interromper até eu terminar de falar, é doloroso para mim." - Draco levou as mãos às têmporas, como se estivesse com uma grande dor de cabeça e toda a postura do poderoso e único herdeiro Malfoy demonstrava derrota. Ginny ficou curiosa, o que poderia fazer com que um Malfoy demonstrasse tamanha fragilidade diante de uma inimiga? Sentou-se confortavelmente na cadeira e gesticulou demonstrando que ficaria calada, pelo menos até que sua curiosidade fosse saciada.

"Bem, por onde começar... Como isso é complicado. Bem, eu estava em uma situação nada agradável" - Ginny fez menção de fazer alguma pergunta, mas o olhar que ele lhe lançou acabou por calá-la. "E, para escapar de tal situação, fiz um voto mágico. Antes de vir até aqui, procurei um bruxo especializado em encantamentos e maldições, mas ele só confirmou que esse voto não pode ser quebrado. Não terminei ainda Weasley!"

"Desculpe-me, mas eu não sei o que eu tenho a ver com isso!" - Ginny estava impaciente, parecia que o loiro estava tentando ganhar tempo. Mas mudou novamente de posição e cruzou as pernas, sem deixar de lançar um olhar fulminante ao moço a sua frente. Malfoy retribuiu o olhar na mesma medida e continuou sua dolorosa explanação:

"Para simplificar, eu prometi que me casaria e realizaria todos os desejos da primeira mulher que eu visse... Até o fim da minha vida..." - Malfoy tinha fixado seu olhar no quadro que estava atrás da cabeça de Ginny, que tinha um grupo de jovens sentados num campo, fazendo um piquenique, embaixo da árvore. Enquanto os personagens do quadro mostravam, claramente, que estavam escutando a conversa, ele dava um tempo para que ela compreendesse o que ele precisava falar, mas não conseguia por em palavras. Depois de alguns segundos, ainda sem resposta, ele arriscou olhar para a repórter, e encontrou-a com uma das sobrancelhas levemente levantada, demostrando um pouco de confusão. Ele não conseguiu falar nada, só sustentou o olhar, até que a fisionomia da mulher a sua frente começou a mudar, os olhos castanhos ficaram enormes e a boca foi se abrindo involuntariamente. Ela mexeu a cabeça e tentou falar, mas não saiu nenhum som de sua boca. Então, tentou novamente, mas ela parecia um peixe. Pela terceira vez, a voz saiu meio esganiçada:

"Não me diga... não... Eu fui a primeira pessoa que você viu?" Draco não tinha forças para formular a frase, só fez um aceno afirmativo com a cabeça.

"E você não pode desfazer isso?" - Novamente, só um gesto negativo com a cabeça, quase imperceptível.

"Não pode ser! Eu não posso ser obrigada a esse sofrimento! Foi você quem fez a promessa, não eu!" - Ginny já estava em pé, com as duas mãos espalmadas sobre a mesa, e lançava um olhar furioso. Então, Draco deixou escapar o ar que ele estava, inconscientemente, segurando.

"Certo, também concordo! Mas temos uma saída. Tecnicamente, eu tenho que fazer TUDO o que você me ordenar, então, se você me ordenar que eu não cumpra a promessa, então, não precisaremos manter esta situação desagradável para ambos! Você não é obrigada a nada, é só você verbalizar que não quer se casar comigo e me liberar da promessa, não é ótimo? E você poderá até publicar as fotos e a historinha no jornal, a comunidade bruxa irá adorar, os exemplares se esgotarão pela manhã! Bem, verbalize a quebra da promessa, e tudo se resolverá!" - Draco notou, naquele instante, que algo estava muito errado. E quando seu olhar encontrou o da ruiva, seus temores se confirmaram. Ginny estava paralisada, com o olhar brilhante e um sorriso quase indecente nos lábios. As pernas do moço bambearam, seu coração disparou e ele foi obrigado a se sentar novamente. O peito começou a ficar apertado, e desesperado, percebeu que não se lembrava como respirar. Ginny não percebeu nada disso, sua cabeça estava trabalhando rapidamente. Até que, finalmente, ela sentou-se novamente na cadeira.

"Então, eu tenho duas possibilidades. Ou eu te libero da promessa e publico a matéria... Ou eu aceito ser sua noiva, ter todos os meus desejos realizados, você sendo magicamente obrigado a atender a todos os meus caprichos, até quando isso for conveniente para mim... É isso?" - Draco nem respondeu, continuou com a cabeça entre as pernas, tentando respirar. Ele tinha certeza que iria desmaiar a qualquer momento... Como fazia para o ar entrar nos pulmões, mesmo? A gargalhada de Ginny Weasley ecoou por vários quarteirões. Ela levantou-se, ainda rindo como uma louca, foi até a porta, abriu-a e chamou a sua assistente, que já estava atrás da porta, com metade da redação tentando espiar dentro da sala.

"Isabel querida, conjure um traje de odalisca para mim. Preciso cumprir uma 'promessa'." - Ninguém entendeu nem o pedido, nem o sorriso maligno da repórter-chefe, mas todos escutaram o barulho surdo, de um corpo que caia, dentro da sala.

Continua...


Recadinho: Desculpem-me a demora, mas agora que as férias chegaram, vou conseguir fazer + capítulos! Espero que vcs gostem deste cap.2...

Pobre Draco... Dias piores virão... rs...rs... Deixem sugestões nos reviews!

Milhões de beijos para Dessinha McGuiller, Lou Malfoy, Fefê, Rebeca e LullabyNight.

Brigadinha pela força! Vcs são uns amores!