Se melhorar, estraga.


No capítulo anterior...

Draco (infelizmente vestido) definitivamente entrou numa pior!


Capítulo 3 – Quanto custa uma contrariedade!

"Pois é Mione, essa é toda a história! Foi assim que, eu aceitei ser noiva do famoso Draco Malfoy!" – Hermione olhava assombrada para a amiga e cunhada, ela nunca esperaria uma história dessas! Ginny Weasley noiva de um Malfoy! Agora era só esperar os cavaleiros do apocalipse.

"Mas Ginny, você não acha que será um sacrifício muito grande ter que se casar com aquele traste? Quer dizer, você tem opções muito melhores." – Ela ainda não estava conformada com a atitude da amiga, não aprovava o seu comportamento.

"E quem disse que eu irei me casar? Não! Só vou curtir essa oportunidade. Nem consegui dormir, estou fazendo uma lista de tudo que eu quero que ele faça" – Hermione olhou penalizada para a amiga, Ginny estava agindo estranhamente nos últimos dias, ficara sabendo que a amiga tinha dançado, vestida de odalisca, no meio da redação do jornal. Se as coisas não melhorassem, precisaria conversar com a família da moça, não queria nem pensar na reação do seu marido Ron Weasley.

"Ginny, e a sua família? Como reagiu?" – Enquanto procurava a tal lista na bolsa, a ruiva fez um gesto com os ombros.

"Não sei. Não parei pra conversar com ninguém, também não escutei nenhum dos berradores que me mandaram, usei um feitiço de surdez temporária, cada vez que chega um berrador eu fico surda... Prático, né?"

Ginny Weasley morava sozinha num apartamento, perto do jornal. Depois do 'anúncio' do seu noivado, que tinha sido lá na redação mesmo, no dia anterior, ela bloqueou a lareira de seu apartamento. Não que ela tivesse planejado anunciar o noivado tão precocemente, ela preferia usar e abusar do Malfoy antes de ser obrigada a assumir qualquer compromisso, mas o cara tinha que desmaiar no seu escritório? Ela foi obrigada a chamar um medi bruxo e quando ele pediu para avisar alguém da família, ela teve que dizer que era noiva do desmaiado. Uma afirmação dessas, numa redação de jornal bruxo, é a maneira mais eficaz de espalhar uma notícia.

Enquanto o medi bruxo o examinava, deu tempo de a ruiva fazer a tal dança do ventre, lançar feitiços em alguns engraçadinhos do jornal – que ficaram muito empolgados com a dança, aparatar em casa e proceder com todos os feitiços de segurança. E quando voltou, descobriu que o loiro ainda estava dramatizando no sofá do seu escritório. Como não tinha tempo para perder, dispensou o medi bruxo, que foi embora agradecido, pois não agüentava mais as reclamações do loiro. E ordenou que o Draco aparatasse e só voltasse quando ela o chamasse. Desde então, não tinha mais visto seu noivo.

"Meu horário de almoço está quase acabando, preciso voltar para a redação do jornal... Onde coloquei essa lista... Achei! Escute só!" – E então desenrolou um pergaminho, que certamente era encantado. Pois parecia não ter fim!

"Você não vai ler tudo isso, vai"? – Perguntou Hermione.

"Claro que não! Só vou contar os mais divertidos. Coisas como ajudar as pessoas, ajudar na cooperação mundo bruxo/mundo trouxa, curvar-se diante de um Weasley..." – Uma olhou para a outra e deram uma gostosa gargalhada.

"Mas... Ai meu Deus! haha... haha... Pare Mione..." – Mas elas não conseguiam parar de rir, um mundo de possibilidades se abria diante delas!


"Que droga! Onde se enfiou essa coruja?" – Ginny andava de um lado a outro de seu apartamento, já tinha ido até a janela várias vezes. Precisava mandar uma carta para o Malfoy, mas a peste da sua coruja não aparecia! Estava muito ansiosa, e pelo que parecia a milésima vez, sentou-se no sofá. Mal acabou de tocar o assento, uma forte batida à porta da frente assustou-a. Ao levantar-se, um pouco rápido demais, pisou na barra das suas vestes e caiu espetacularmente, estatelada no meio da sala.

"Mas que droga"! – Murmurou a ruiva, enquanto tentava se livrar do cabelo que lhe caia sobre os olhos.

"Ginny, você está bem? O que está acontecendo? Porque eu não consigo aparatar aí dentro? Por que a porta não abre com magia? Ginnnyyyyyy!" – A voz de Harry Potter ecoava pelo corredor do prédio. Ele tentava abrir a porta aos murros, completamente desesperado!

"Ótimo! Era só o que me faltava... Harry Potter! Pára de gritar HARRY! Eu já estou indo!" – Com um pouco de esforço conseguiu chegar até a porta e abriu-a com uma força desnecessária. Harry, que tinha tomado distância para arrombar a porta, vinha correndo desembestado, de olhos fechados. Passou como um raio pela ruiva e foi parar dentro do armário de casacos do outro lado.

"Francamente, Harry! Isso são modos? É assim que você entra na casa dos outros?" – Ginny estava encostada na porta ainda aberta, com as mãos na cintura, e fazia o maior esforço para não rir. O grande auror Harry Potter, que destruiu aquele-que-não-podia-ser-nomeado, estava caído no meio dos casacos e das galochas.

"Eu estava tentando te salvar, sua mal-agradecida" – Com muito custo Harry conseguiu se livrar de um guarda-chuva que estava espetando as suas costas.

"Pois eu não preciso ser salva!" Respondeu exasperada. Mas outra voz, do outro apartamento respondeu:

"Eu preciso, bonitão! Venha me salvar!" – Era a Sra. Miller, uma velhinha simpática do apartamento ao lado, mas muito, muito "assanhada". – Ginny riu para senhora, deu uma piscadinha e fechou a porta do apartamento.

"Se você não está em perigo, porque toda essa segurança?" – Harry, já em pé, estava se dirigindo para a cozinha, sempre com fome esse homem...

"Onde você estava? Pensando bem, faz tempo que você não assalta a minha geladeira..." – Ginny percebeu que ele não sabia do seu noivado. E o seguiu até a cozinha, quando chegou, viu que o rapaz estava quase dentro da geladeira, só via uma infinidade de comida e bebida que estava sendo colocada sobre o refrigerador.

"Eu estava em missão no Tibet. Fiquei três meses lá! E você nem percebeu!"

Harry tirou a cabeça de dentro da geladeira somente pra lançar um olhar de reprovação e depois voltou para sua pilha de comida. A ruiva revirou os olhos, como se ele fosse um exemplo de zelo! Ginny mexeu nervosamente nos bolsos de suas vestes, tinha que mandar o bilhete, mas a sua coruja não voltava. Resolveu dar mais uma espiadinha, desta vez pela janela da cozinha, e quase morreu de susto! Deu de cara com a coruja do amigo. Depois de alguns segundos de pios e gritos, a coruja conseguiu se desvencilhar dos cabelos vermelhos da bruxa e indignada entregou a carta para Harry. Alheio ao que acontecia, Harry fechava a geladeira com o pé e equilibrava precariamente uma quantidade enorme de comida, com a carta no topo.

"Obrigada, Edwiges!" – Sentou-se à mesa e abriu a carta. A mulher observou que seu sorvete importado de chocolate com amêndoas, caríssimo por sinal, estava no meio do "lanchinho" do moço. Indignada, pegou o sorvete e uma colher, ela tinha trabalhado muito por aquele sorvete.

"Ginny, o que você tá aprontando?" – O moreno tinha uma ruguinha de preocupação, bem abaixo da sua famosa cicatriz.

"Tô tomando sorvete, não tá vendo?" – Isso mesmo garota, mantenha-se sempre na defensiva!

"Esta é uma carta da Mione e do Rony. Eles dizem que precisam conversar urgentemente comigo. Tenho a leve impressão que você aprontou alguma coisa." – Harry tomou um grande gole de suco de abóbora, enquanto se servia de um generoso pedaço de pudim.

"Imagine. Que absurdo! O que te deu essa idéia?" O seu olhar estava pregado na janela e nem sinal da aparvalhada da sua coruja.

"Talvez este P.S., escrito pelo seu irmão: é melhor você se despedir da Ginny, antes que eu acabe com ela!" – Harry encheu a boca de pudim e olhou para a ruiva, que aparentemente, estava mais preocupada com a janela do que com o seu próprio assassinato. A ruiva fez um sinal de pouco caso com uma das mãos e tomou mais um pouco de sorvete.

"Você conhece o Ron... Só ameaças... Tive uma idéia!" – Pulou do balcão que estava sentada e caminhou em direção à coruja de Harry, que instintivamente deu um passo para trás.

"Harry, me empresta a sua coruja?" – Sem nem ao menos olhar para Edwiges, Harry assentiu com a cabeça. Se olhar matasse, Harry seria morto pela sua própria coruja. Percebendo o desconforto da criatura e para provocar um pouquinho mais, ela brincou: "Dá o pé, louro!".


Draco Malfoy estava trabalhando no escritório da sua mansão. Pelo menos alguma coisa estava perfeita em sua vida: seus negócios. Desde quando começou a negociar na chamada bolsa de valores dos trouxas, sua fortuna só fez aumentar. Em pouco tempo, ele aprendeu tudo sobre tendências e comportamento de mercado. Fechou um contrato de prestação de serviços com um corretor trouxa, que tinha muito talento para os negócios. Esse corretor trabalhava exclusivamente para ele e vivia acompanhando a saúde e o comportamento das empresas que interessavam. Estava analisando o excelente relatório da última hora, quando avistou uma coruja das neves. Olhou-a, voltou a sua atenção para o documento que estava lendo e depois olhou novamente para o animal, o que a coruja do Potter estava fazendo na casa dele? Ele havia colocado um feitiço que nenhuma carta relacionada com o seu noivado poderia entrar na mansão. Somente, é claro, cartas de Ginny Weasley. A coruja, teimosamente, ficou encarapitada no patamar da sacada, sem mexer uma pena sequer em direção ao Malfoy. Portanto, ele precisaria se levantar.

"Pássaro idiota!" - Com muita má vontade, Draco levantou-se e pegou a carta, com força desnecessária.

Agora era um fato, nem ele nem a coruja se tolerariam jamais! Indignada, Edwiges saiu voando em disparada. Já com o pássaro esquecido, Draco encostou-se na sacada e preparou-se para abrir a carta. O momento havia chegado. Três dias depois do desastroso noivado, aquela era a primeira carta da Weasley. Que começasse o sofrimento e o ranger de dentes.

"Prezado Escravo Loiro,

Venha até o meu apartamento, hoje, às 19h00.

Sua ama e senhora,

Ginny Weasley"

A indignação era tão grande, que todo o seu corpo tremia. Como ela se atrevia? É claro que ele não iria, não merecia e não iria ser tratado dessa forma.

"Isso é um absurdo! Não vou de jeito nenhum passar por essa humilhação! Ela que vá para o inferno!" – mal terminou de pronunciar essas palavras, o telefone vermelho tocou. Esse telefone trouxa era exclusivo para ser usado em emergências, ligava-o com o seu corretor da bolsa de valores. Essa era a primeira vez que o aparelho tocava, Draco demorou alguns segundos para atendê-lo, até conseguir identificar o barulho. Alguma coisa estava muito errada...

"Alô, Malfoy falando."

"Sr. Malfoy, não sei como te dar a notícia, mas as suas ações estão caindo! Contrariando todas as tendências do mercado!" – o corretor estava em pânico.

"Como assim estão caindo? No relatório da última hora as ações estavam em alta!"

"Estavam, estavam mesmo! Não sei o que está acontecendo. Nunca vi isso. De repente, as ações começaram a ser vendidas a preços decrescentes, sem aparente razão. O que eu faço? Vendo também?" – o rapaz estava desesperado. Draco tentava se controlar, tentava pensar com clareza e objetividade.

"Quanto caiu?"

"20"

"Quando começou?"

"Há mais ou menos 2 minutos, eu liguei imediatamente! Agora a queda já está em 25. Vendo ou não?"

"Espere um pouco, já volto." Draco tampou o bocal do telefone, levantou-se, sentou-se novamente, deixou a testa cair sobre a mesa, não contente, começou a bater a cabeça no tampo da mesa de carvalho repetidas vezes e cada vez mais forte! "Não acredito! Não (tum!) pode (tum!) ser! (tum!) (tum!) (tum!) Droga! (TUM!) Essa doeu..." – Desanimado, pegou o telefone novamente.

"Miguel, quanto está agora?"

"Onde o senhor estava? Está a 31! O que eu faço?"

"Aguarde mais um pouco" – Draco tampou novamente o bocal do telefone, pegou o pergaminho que tinha recebido da Weasley, escreveu algo no verso e despachou com a sua coruja. Limpou o suor da testa e passou as mãos pelos cabelos.

"E agora Miguel?" – Sua voz estava cansada e muito séria.

"O senhor acredita se eu disser que estabilizou em 32?" – A incredulidade do rapaz não tinha fim. Era o comportamento mais estranho do mercado em todos os seus anos de corretagem.

"Acredito" – Draco massageava as têmporas, além de ter perdido uma pequena fortuna, ainda estava com uma baita dor de cabeça! E ordenou:

"Acho que ela vai subir um pouco agora, mas não irá voltar ao que era. Por favor, espere chegar ao patamar máximo e venda todas as ações. Vamos comprar lotes diferentes. Essas vão ficar 'marcadas'."

"Mesmo assim, o senhor tem consciência que vai perder um bom dinheiro, não tem?" – O corretor ainda estava nervoso. Mas a sua voz denunciava um pequeno alívio.

"Poderia ser pior, Miguel. Bem pior. Vou desligar, você sabe o que fazer, é melhor não me ligar ou mandar relatórios. Chega por hoje, não quero saber quanto perdi."

Malfoy ficou muito tempo olhando para o telefone vermelho. Ficou pensando na vida, na sorte ou na falta dela. Se não tomasse cuidado, perderia toda a sua fortuna. Ele tinha muito, muito dinheiro mesmo. Mas aquela criatura, que agora era sua noiva, era irritante demais! Se apenas a menção de não atender o seu bilhete já causou esse problema em seus negócios, o que aconteceria se ele fizesse tudo o que vinha sonhando e almejando nos últimos dias? Ainda estava maquinando um jeito de se livrar da Weasley quando ouviu uma pequena batida na porta.

"O que é?" - O elfo doméstico entreabriu a porta e anunciou:

"Com licença Sr. Malfoy, o seu café." - A criatura estava aterrorizada, a voz de seu patrão nunca esteve tão séria. Draco se serviu de um pouco de café e encostou melhor na cadeira, foi quando percebeu que o elfo ainda estava ali, parado em frente à mesa. A criatura olhava-o assustada.

"O que foi? Por que você está aqui ainda?" – O servo não emitiu nenhum som, somente contorceu o trapo que usava e arregalou ainda mais os seus olhos. Então, a criatura apontou o dedo nodoso para o rosto de Draco. Sem entender, o homem colocou a mão no rosto e olhou para o elfo, que imediatamente fez um sinal de confirmação com a cabeça. Bem devagar, Draco passou a mão pela testa e abaixou-a para olhar, havia tingido verde em todos os seus dedos. Draco viu que a carimbeira estava aberta sobre a mesa, e lentamente, foi até um grande espelho que ficava sobre a lareira, e olhou para a sua imagem. Havia tinta verde nos cabelos, na testa, no nariz... Só não chorou na frente do elfo doméstico porque a sua moral já estava mais baixa do que a conta bancária dos Weasleys.

Continua...


Recadinho 1. Um beijo para a Rafinha M. Potter que betou este cap.3, vc é um amor! Obrigadinha!

Recadinho 2. Um beijinho para: Bruna Granger Potter, Lolli Black, miaka, Dessinha McGuiller, MIlady of Dragons, nicole weasley malfoy, Fini Felton , Helo, suzi black, liccaweasleymalfoy, Fláviz, rebeca, Mione G. Potter RJ.

Segundo a Rafinha, fiquei devendo mais interação direta entre o Draco e a Ginny, então prometo bastante interação no próximo cap. Vai ter até um beijo roubado! OK? ;-)

Vcs gostaram? Deixem sugestões nos reviews! Beijos pra todo mundo e Feliz Natal!