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No capítulo anterior...

Ginny começa a questionar a sua escolha de aliados e Draco começou a conhecer a ruiva um pouquinho melhor.

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Capítulo 6 – A Sra. Muller ataca novamente

Após a sessão de humilhação pública, com a exibição das fotos de infância, foi a vez de Ginny atormentar o seu noivo. Dividido entre demonstrar o desagrado com o gatinho preto e tentar agradar a sogra, o que podia ser visto no rosto de Draco era um sorriso amarelo muito sem graça. Ele carregou tão desajeitadamente o bichano, que Molly resolveu pegar o gatinho de suas mãos e ensiná-lo a acariciar o animal. O fato de a ruiva ficar atrás da mãe fazendo micagens não estava ajudando em nada o loiro. Depois de algum tempo, conseguiu se desvencilhar da matriarca com a desculpa de que teria um compromisso em poucos minutos, colocou o gato no bolso das vestes e sumiu pela lareira.

"Coitadinho! Ficou tão feliz com o presente! Mas não sabia nem carregar o bichano!" - Ginny balançava negativamente a cabeça enquanto sua mãe disfarçava uma ida para a cozinha, na tentativa de esconder as lágrimas.

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Ginny vestia-se para a festa, mas não parecia feliz, na verdade estava furiosa. Milagrosamente, o gatinho conquistou o duro coração do ex-sonserino. Malfoy passara a tarde toda rolando no chão com o bichano. Um ultraje, pensava a ruiva, era para ele sentir-se constrangido, deslocado e infeliz.

"Onde eu coloquei a minha sandália prata?" – Enquanto procurava freneticamente em cada canto bagunçado do quarto, resmungava sozinha.

"Mas não... ele tinha que estragar os meus planos novamente! Ele tinha que ficar brincando com o gatinho o tempo todo." - A ruiva não se conformava, o tiro tinha saído pela culatra, novamente! O loiro tinha a irritante mania de contrariá-la em tudo. Mas isso iria acabar! Ela é que deveria estar se divertindo e não ele. Estava abaixada, com metade do corpo embaixo da cama, quando escutou a voz do loiro à porta de seu quarto:

"Que posição comprometedora, Ginny! Tsk, tsk, tsk, sua mãe ficaria horrorizada!" – Na pressa de sair daquela posição, bateu a cabeça no estrado da cama, o que aumentou seu grau de irritação para limites nunca imaginados. Estava tão fora de controle que não podia nem falar, estava corada e com os cabelos despenteados. Apesar de posicionar-se ameaçadoramente à frente dele, não conseguia assustá-lo, estava descalça, seu olhar furioso estava na altura do peito dele. Draco tinha um olhar divertido e... o canalha ainda ria! E o pior de tudo era que ele estava perfeito, com vestes de gala e nem um fio de cabelo fora de lugar. Ótimo! Pensou a ruiva, e eu toda descabelada.

"Mas veja bem, não posso reclamar. Foi a visão do céu na terra!" – Ele divertia-se com a irritação dela. Se não se precavesse, seria destruído pela bruxa. Ela estava com os cabelos soltos levemente encaracolados nas pontas, usava um vestido longo justíssimo e estava descalça, nunca tinha visto uma mulher mais linda. Então tudo mudou. Ela avançou lentamente, com os punhos cerrados, ameaçadora. E ele sentiu um estranho frio na barriga, um gelo. A proximidade dela estava provocando sensações estranhas nele. Draco sentia a magia em torno dela, sabia o que ela estava sentindo, e o pior, seu corpo parecia reagir também. Seu coração disparou e a respiração falhou. Ginny demorou ainda alguns segundos para perceber a mudança no comportamento dele. Seu olhar encontrou-se com o dele, esperava ver medo, ou até divertimento, mas o que viu a perturbou muito. Ele parecia perdido e confuso. Sua raiva passou.

"Malfoy me espere na sala, estou terminando de me arrumar." – Não esperou resposta, virou-se e foi até o espelho. Ele também não falou nada, saiu do quarto e fechou a porta. Ginny tentava não pensar no que tinha acontecido momentos atrás e terminava a sua maquiagem. Assim que fez um último feitiço no cabelo, empunhou a varinha e falou:

"Accio sandália prata".

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Draco entregou os casacos na portaria e ofereceu o braço:

"Pronta?" - Sua voz era desafiadora. Já haviam combinado que interpretariam um noivado perfeito. Para ambos, o melhor era que todos acreditassem que estavam apaixonados. Ginny não queria macular a sua imagem, afinal, o que ela estava fazendo não era nada ético. Draco, por sua vez, não queria que as pessoas soubessem da situação vexatória que vivia. Era quase um escravo de uma Weasley.

"Chegou a hora do show" - Ela respondeu, aceitou o braço e colocou um sorriso nos lábios. Os dois entraram muito confiantes no salão, apesar de sentirem que quase todos os olhos estavam voltados para eles. A comunidade bruxa estava em êxtase, os dois solteirões mais cobiçados estavam juntos realmente!

A festa de reveillon estava deslumbrante. A decoração era toda branca e prata, com muitas flores e estrelinhas prateadas flutuando pelo grande salão. Ginny olhava tudo maravilhada, enquanto cumprimentava os conhecidos que encontrava pelo caminho. Eram amigos da escola, do trabalho, das baladas. Draco estava impressionado com a popularidade da moça, todos faziam questão de receber um cumprimento, um sorriso ou um olhar. O que mais o incomodava eram os olhares masculinos. Mas a ruiva dava atenção semelhante a todos. Mais à frente estava o clã dos cabelos vermelhos, chegara a hora da verdade. Parecia a maior concentração de Weasleys por metro quadrado. Todos em volta da matriarca, que assim que os viu se aproximando, abandonou a rodinha e abraçou-os carinhosamente.

"Que bom que você veio Draco. Você trabalha demais, querido! Venha conhecer os outros membros da família". Malfoy precisava admitir, Molly Weasley era a melhor bruxa do mundo. Apesar dos filhos estarem claramente desconfortáveis em ter que apertar a mão de um Malfoy, nenhum deles queria sofrer nas mãos dela. Nenhum tinha a coragem de contrariá-la, isso, ou ela tinha feito algum tipo de ameaça explícita.

"Encrenca à vista!" – Era Ginny que murmurava em seu ouvido, seguindo o seu olhar observou um incomum grupo que abria caminho na multidão. Aparentemente, o homem cicatriz, Ron e a esposa vinham ao encontro deles.

"Quer evitar o confronto?" – Perguntou o loiro, enquanto buscava a resposta nos olhos dela. Ela fez um leve gesto afirmativo com a cabeça e mordeu o lábio inferior. Draco pegou a sua mão, fez uma mesura e convidou-a para dançar, ela aceitou com um sorriso. Foram para o meio do salão.

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Harry Potter estava furioso, o fato de sua futura esposa estar noiva de outro era um absurdo. Ela estar noiva de um Malfoy era o fim do mundo! E já que o mundo estava para acabar, era melhor acabar logo com o traste do Malfoy. Ao tentar desviar de um bruxo que queria cumprimentá-lo, perdeu o casal de vista. Mas logo os localizou no meio da pista, dançando. Apertou o passo e sentia que o amigo Ron vinha logo atrás. Hermione tentava detê-los, mas nada que ela falasse os impediria de acabar com esse noivado ridículo e sem cabimento. Ele descobriria o tipo de feitiço que o loiro estava fazendo para manter Ginny ao seu lado e a salvaria. Como tinha que ser. Já estava quase chegando à pista de dança, quando Mione conseguiu segurá-lo pelas mangas das vestes.

"Pára, Harry. Não faça isso." – Ele tentou liberta-se mas ela o segurava firmemente.

"Não te entendo Mione. Você está do lado dele?" – Agora era Ron, seu marido que a questionava. Ela olhava de um para outro, estava exasperada, eles fariam alguma besteira.

"Não é isso. Eu não estou no lado de ninguém. Mas a Ginny está com ele por opção, é isso o que ela quer. Vocês precisam superar!"

"Não seja ridícula! É claro que ela não sabe o que está fazendo." – Novamente, Harry tentou libertar-se, mais uma vez ela agarrou-se a ele, agora com as duas mãos.

"Aposto que ela foi enfeitiçada. Deve ser a maldição 'Império'." – Ao ouvir essa frase, Ron começou a caminhar decido em direção à pista de dança. Na tentativa de segurá-lo também, ela deixou que Harry escapasse. Mas uma frase, os fez parar imediatamente:

"Tudo bem, é um feitiço!" – Os dois se voltaram para ela.

"Você sabe que é um feitiço e não fez nada para ajudá-la, que espécie de amiga é você? – Desanimadamente, a moça levou as duas mãos às têmporas e disse:

"OK, vocês venceram. Vou contar a história toda. Mas vocês não podem me interromper, e nunca, nunca mesmo podem repetir esta história para alguém.

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Draco Malfoy era um excelente dançarino, tratava-a com delicadeza. O momento constrangedor do quarto já estava esquecido.

"Ginny, até quando estou liberado de inclinar-me para os Weasleys?" – O tom dele era amistoso. Ela aceitou o desafio e entrou na brincadeira.

"Não pensei nisso ainda. Ficaria muito estranho você ficar curvando-se, com todos esses ruivos por aqui." – Ela acompanhou o riso dele. Dançaram por quase uma hora, não pararam de conversar, brincar e o que era mais estranho, não conseguiam parar de flertar.

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Assim que soube da história toda, Harry conseguiu relaxar um pouco. Só podia ser isso mesmo. Ela não gostava dele, só queria fazê-lo pagar por tudo que ele tinha feito de errado. Essa era a sua garota, essa era a Ginny que ele conhecia. Depois de buscar uma bebida e cumprimentar todos os conhecidos, voltou sua atenção para o casal. Eles ainda estavam dançando. E o Malfoy não parecia estar sofrendo nem um pouco. Na verdade, ele parecia estar se divertindo muito, abraçando a sua garota. Seus olhos se arregalaram quando ele percebeu onde a mão do loiro estava, muitíssimo à vontade, espalmada nas costas nuas da ruiva. Alguma coisa estava muito errada. Precisava achar o Ron e a Mione.

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"Estava pensando em uma coisa..." – Draco acariciava as costas da ruiva. Sem querer, sua voz estava ficando mais rouca e sensual.

"O quê?" – Aquela era a melhor dança da vida dela, o loiro poderia falar o que ele quisesse, desde que não se atrevesse a parar de dançar.

"Eu não te dei um presente de Natal". – Ela riu e respondeu:

"Mas você me dá tantas alegrias, querido!" – Ele afastou-se um pouquinho, para olhá-la nos olhos. A ruiva estava flertando novamente!

"Eu queria dar-lhe algo tão especial quanto o presente que você me deu".

"Impossível. Você e aquele gato são almas gêmeas."– Desta vez, foi ela quem se afastou para ver a reação dele. Ele ria abertamente, mas quando seu olhar cruzou com o dela, aproximou sua boca de seu ouvido e murmurou:

"Realmente, será difícil. Que tal, rubis, esmeraldas... Já sei! Diamantes." – mais um sorriso da ruiva, que respondeu:

"Não, nada disso está à altura do presente que te dei." – Aceitando a brincadeira, ele admitiu:

"É verdade... Vou pensar em algo, preciso achar um presente que te agrade." – Depois de alguns segundos, completou:

"Feche os olhos. Estou falando sério, feche os olhos. Isso, vamos fazer um jogo, eu falo uma palavra e você responde. Seja verdadeira, daí saberei das coisas que você realmente gosta." – Mesmo de olhos já fechados, ela questionou:

"E porque eu tenho que fechar os olhos?"

"Para concentrar-se".

"OK".

"Comida?"

"Lasagna".

"Bebida?"

"Vinho".

"Time de quadribol?"

"Puddlemore United".

"Ei! É o meu também! Você tem bom gosto." – Novamente o olhar de aprovação.

"Eu sei".

"E é tão modesta!" – A resposta veio acompanhada de uma risada.

"Somos tão parecidos!" – Sarcasmo da melhor qualidade.

"Feche os olhos."

"Mas já é quase meia-noite. Está começando a contagem regressiva!"

"Feche os olhos." – A frase foi a mesma, mas dita de forma diferente, os lábios do loiros estavam a alguns milímetros do ouvido da Ginny. A voz era tão rouca e séria. E esse era um daqueles raros momentos, a música parecia ter parado, o seu coração encontrava-se em alguma de suas amídalas, e ela não conseguia pensar ou respirar. Ginny estava com os olhos arregalados e só conseguia olhar para os lábios que desciam lentamente em direção aos seus. Então, ela fechou os olhos no exato momento em que os lábios macios de Draco tocaram os seus. Foi perfeito. Com os lábios entreabertos, ela não sabia se estavam assim pela surpresa ou para ajudarem na respiração, mas no momento em que suas bocas se encaixarem tão perfeitamente, sabia que tinha valido a pena.

Entre o fechar de olhos e o beijo, o ano mudou, as pessoas comemoraram a chegada de um novo ano, mas para eles nada disso interessava. Na verdade, Draco estava torcendo para que tempo parasse e o beijo não acabasse nunca mais.

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Harry não conseguiu arrastar os amigos, o casalzinho estava de mãos dadas, esperando a contagem regressiva. Exasperado, ele voltou sozinho, mas ao avistar sua amada beijando o inimigo, no meio do salão, sentiu-se paralisar. Alheio ao que acontecia a sua volta, não percebeu que todos comemoravam a virada do ano. Foi tirado, drasticamente, de seu estado de choque. Alguém o puxou pelo colarinho e tascou-lhe um beijo na boca. Era a Sra. Muller que atacava novamente.

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No próximo capítulo...

Ginny tem medo das conseqüências do beijo e Draco (finalmente) dá um presente de Natal para a sua noiva.

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Olá td mundo. Espero que vcs não estejam muito bravas comigo... Mas minha vida tá um pouco complicada ultimamente... Faculdade, trabalho, namorado... Tudo em crise... rs...

Estou torcendo para vcs gostarem deste cap. A fic está no fim, faltam uns dois caps só. Deixem reviews, deixem sugestões! Amo os comentários de vcs...

Beijos para td mundo e pra minha beta Rafinha em especial!