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No capítulo anterior...

Ginny descobre que um beijo pode levá-la tanto ao paraíso quanto ao inferno. Draco chega à mesma conclusão.

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Capítulo 7 – Quem precisa de terapia?

"Ginny, saia já dessa cama!" – Hermione tinha perdido o restinho de paciência que tinha com a cunhada. Ela estava enrolada nos edredons há dois dias. Como não teve resposta, deixou o livro que estava lendo no sofá e foi até o quarto da ruiva, que ainda continuava embaixo das cobertas.

"Ocasionalmente, você terá que conversar com as pessoas. Você não vai poder ficar na cama até o fim da sua vida". – Gritinhos desesperados e abafados vinham da cama. Nada que pudesse ser compreendido, é claro.

"Sua mãe quer falar contigo. Esse negócio de bloquear todo mundo de conversar com você já está chato. Você está muito anti-social". – Mais grunhidos vinham das cobertas, mas nenhum fiozinho vermelho estava descoberto.

"O Malfoy também quer falar com você". – Silêncio. Nem gritinhos nem grunhidos. A ausência de sons era enervante.

"Ginny, você precisa de terapia!" – Mione assustou-se com o rompante da ruiva, que de pronto sentou-se na cama. Que a despeito de parecer uma louca, estar toda descabelada e enrolada no edredom, bradou:

"Eu não preciso de terapia!"

"Não, não precisa mesmo, sou eu quem precisa. Por tentar te entender". – A morena sentou-se sobre um baú, aos pés da cama. E olhou intensamente para a ruiva.

Desanimadamente, Ginny deixou-se cair novamente na cama, abraçou um dos travesseiros e olhou para a cunhada:

"Por que eu tinha que beijá-lo?" – Não esperou por uma resposta, imediatamente enterrou o rosto no travesseiro.

"E depois você afirma que não precisa de terapia!" – Mione fingia que analisava as suas unhas enquanto sentia o olhar feroz que ela agora lhe dirigia.

"Tudo bem, Ginny. Você não é mais criança. Onde já se viu beijar o Malfoy daquele jeito! Nem parecia fingimento, como eu poderia convencer aqueles dois do encanta..." – Imediatamente a morena interrompeu o seu discurso acalorado. Colocou as duas mãos sobre os lábios e fechou os olhos.

"Não... não... não..." Era a ruiva que se levantava da cama.

"Não acredito nisso. Você teve a coragem de contar a verdade para o Harry e para o Ron?"

"Ginny... Eu..."

"Eu não acredito que você me traiu! Que vergonha Hermione Granger Weasley!" – A ruiva estava furiosa e andava de um lado a outro do quarto.

"Eu não tive escolha! Ginny, por favor... Escute." – Mas a outra não dava muita chance.

"Não acredito, minha melhor amiga me traindo! É como se um punhal me atravessasse o peito! E eu sempre te conto tudo, o que mais você contou? Com quem eu já fiquei?" – Mas foi interrompida:

"Ginny Weasley! Agora você foi longe demais! Chega de sandices. Fui obrigada a contar, sim. Fique quieta!" – Sem querer a ruiva obedeceu. Mas continuou com as mãos na cintura e batendo, sistematicamente, o pé direito no chão.

"Aqueles dois estavam dispostos a fazer uma besteira, e você os conhece muito bem pra saber que eu não estou exagerando!" – Imediatamente o clima entre elas mudou. Trocaram um olhar cúmplice que falou mais do que todas as frases do dia. Lentamente, as duas sentaram-se lado a lado na cama. Hermione foi a primeira a falar:

"Apesar de saber que o Harry gosta de você, fiquei realmente preocupada com a reação dele". – Aquilo chamou a atenção da ruiva que perguntou:

"Mas o que aconteceu com ele?" – Sua curiosidade era genuína.

"Você não soube? Onde você estava quando nós chamamos os medibruxos?"

"Medibruxos? Pelas barbas de Merlim! O que aconteceu?" – Ginny segurava as mãos dela entre as suas e parecia realmente preocupada.

"Onde você estava? O que aconteceu depois do beijo?" – Muito corada, a ruiva parecia realmente constrangida.

"Eu larguei o Draco no meio do salão e aparatei". – Ela soltou as mãos da amiga e cobriu o rosto.

"Desde então, não conversei mais com ele. Estou tão envergonhada". – Porém a amiga não mostrou compaixão, e respondeu:

"Não sei por que. Você já beijou um cem número de rapazes e isso nunca te incomodou antes! Porque você está tão preocupada, foi só um beijo, não foi?" – A ruiva levantou os olhos e seu pior pesadelo se concretizou, a morena a observava com olhos de lince, buscando qualquer indicativo para as suas loucas teorias. Só Deus saberia quantas idéias estavam se formando na cabeça da sabe-tudo.

"Err.. Bem..." – E conseguindo recuperar um pouco de autocontrole, continuou:

"É claro que foi só um beijo, mas não fuja do assunto, o que aconteceu com o Harry?" – Instantaneamente a expressão da morena alterou-se. Parecia bastante preocupada.

"Ele foi encontrado caído perto da pista de dança, em estado de choque. Tinha os olhos arregalados e só repetia frases desconexas. Coitado".

"E o que ele falava?" – Nesse momento, o olhar da Mione ficou mais acusativo e respondeu:

"Sobre o beijo, é claro!"

"Coitado. Estou me sentindo culpada". – Ginny estava realmente se sentindo mal.

"E deveria estar mesmo, você precisava ver o estado dele. Estava irreconhecível. Falava coisas sem sentido como beijo, mulher louca, vizinha que não deve ser nomeada". – Ginny olhou estranhamente para a amiga e perguntou:

"O quê?"

"É isso mesmo, falou sobre vizinhas do mal e beijos... Se o Harry pirar, a culpa é sua!" – A ruiva não queria nem acreditar no pensamento que cruzou a sua cabeça, mas todos os indícios levavam-na à mesma conclusão: a Sra. Muller estava passando dos limites.


"E foi isso o que aconteceu, Leopoldo. Depois disso, ela não quis mais falar comigo. Ela pode ser bonita, mas é muito problemática, você me entende?" – O gatinho lambeu a patinha direita enquanto se enroscava ainda mais no colo do loiro.

"É claro que me entende. Só você me entende, Leopoldo." – Draco afagava carinhosamente atrás da orelha do gatinho, que parecia estar no paraíso.

"A única coisa boa disso tudo é que ela não me deu mais nenhuma ordem maluca, isso é bom." – O loiro queria parar sua conversa com o bichano por aí, mas algo o impelia a continuar falando. Aquele gatinho era realmente especial, e o melhor, sabia ouvir.

"A única coisa ruim é que eu gostei daquela noite." – O gato ronronou, chamando-lhe a atenção.

"Não me olhe assim, eu tentei não me envolver. Mas ela é tão especial, tão diferente das outras mulheres." – Leopoldo acomodou-se melhor nas pernas dele e mirou-o com seus grandes olhos azulados.

"Assustador não é? Ela consegue ser inteligente e linda, esperta e bondosa, e... E aquele sorrisinho sarcástico? O que significa aquilo? – Para a sua surpresa, o gato parecia concordar com o loiro. Rindo, Draco concluiu":

"Estamos perdidos, os dois caidinhos por ela...".


"Tudo bem, pode me dar o presente. Mas você está proibido de falar sobre o que aconteceu naquela noite, tudo bem?" – Depois de tentar falar com ela, sem sucesso, por três dias, mandou um recado pela Hermione. Se ela quisesse receber o presente de natal, teria que ser naquela tarde, às 16h00 em ponto. E aqui estava ela, olhando para os pés e dando ordens sem sentido novamente. Preparando-se para pagar o preço de contrariá-la, Draco abriu a carteira e pegou um punhado de galeões.

"Francamente Ginny, às vezes você parece tão imatura! Foi só um beijo!" – Todo o dinheiro sumiu de sua mão.

"Que não deveria ter acontecido!"

"Foi só um beijo!" – O restinho de seu dinheiro, que estava na carteira também sumiu.

"Totalmente inconveniente!".

"Pelas barbas de Merlim! Foi só um beijo!" – Foi assim que ela conseguiu com que o loiro perdesse a compostura novamente. Agora estava feliz! Até a carteira havia desaparecido. Sorrindo, respondeu:

"Não fique tão abalado, Draco! Foi só um beijo". - Mais um ponto para a mulher. Em questão de segundos, ela conseguia exterminar toda a paciência que lhe restava. Além da fortuna, que diminuía dia-a-dia. Respirando fundo, o loiro foi buscar alguma coisa para beber, já estava quase chegando à cozinha, quando escutou a ruiva berrar da sala:

"E meu presente, Draaaaaco?"


"Que bom que você já está melhor Harry! Fico tão feliz!" – Mas o homem, que um dia foi o menino que sobreviveu, não parecia nada bem. Estava com um olhar perturbado e preocupado. Olhava para os lados e não ouvia nada do que lhe era falado.

"Sei não Mione, ele não parece nada bem!" – O ruivo examinava atentamente o amigo. Ignorando completamente o comentário do marido, ela repetiu a frase:

"Que bom que você já está melhor Harry!" – Afetuosamente, abraçou o amigo, como que tentando dar-lhe um apoio. Eles estavam deixando o hospital 'St. Mungos', Harry ficara internado por três dias. Segundo a junta de medibruxos, o pior do estado de choque já havia passado. Mas ninguém sabia o que tinha acontecido para deixá-lo assim. Todos desconfiavam que a Ginny, ou melhor, o seu noivado com o Draco, é que era o causador de tamanho estrago. Ao saírem do elevador, se depararam com uma enfermeira, que era fã do "Grande Harry Potter". A pobre mulher aproximou-se de seu herói, que distraído, levantou os olhos quando ouviu o seu nome. O assombro tomou conta de seu rosto, deu um grito e saiu correndo pela porta de saída. Os amigos foram atrás, tentando entender o que acontecia. O que ninguém sabia, era que a enfermeira só queria um autógrafo do famoso Harry Potter, mas infelizmente, ela era muito parecida com uma tal Sra. Muller.


"Feche os olhos" - Draco e Ginny estavam parados na soleira da porta do apartamento dela, finalmente ela receberia o seu presente de natal.

"Ah, não! Da última vez que eu fechei os meus olhos perto de você me dei muito mal!" - Apesar da enfática negativa, a ruiva corou até às raízes dos cabelos.

"Não vamos começar com essa conversa novamente, vamos?" - O loiro tentava entender como ela conseguia fazer isso, com uma só sentença, tirá-lo do sério.

"Não vou começar nada, só estou expondo um fato, a última vez que fechei os olhos você me colocou em confusão". - Durante a explanação, ela gesticulava muito e finalizou sua colocação com o dedo em riste na altura do peito dele.

"Não me venha com essa, você é tão culpada quanto eu. Você também queria aquilo. Não coloque a culpa toda em mim!" - À medida que ele falava, seu rosto ficava mais corado. Ginny esqueceu sobre o que falavam, só conseguia pensar em como ele era um homem bonito. Ao perceber que estava falando sozinho, Draco deu um grande suspiro. Levou a mão direita à cabeça e passou-a repetidamente sobre os cabelos. Esse gesto sempre o acalmava.

"Tudo bem, feche os olhos." - Dessa vez ela não respondeu, mas olhou-o desconfiada.

"Eu prometo não beijá-la." - Novamente a mão no cabelo, estava um pouco despenteado agora, e ela achou-o mais bonito do que nunca. Involuntariamente um sorriso formou-se nos lábios da moça. Desconcertado ele completou:

"Tudo bem, eu prometo não beijá-la se você não fizer essa cara".

"Que cara?" - Tão dissimulada essa Ginny.

"Essa... Essa cara...".

"Draco, eu só tenho esta cara" - Ela estava se divertindo novamente, às custas do desconforto do loiro!

"Ginny!" – Imediatamente ela fechou os olhos. Toda a irritação dele sumiu como magia. Ali estava o seu maior problema, e ao mesmo tempo, a sua solução. Cuidadosamente, o loiro envolveu-a em seus braços, nunca deixando de olhá-la no rosto. Com o contato, Draco percebeu que o sorrisinho cínico da ruiva havia desaparecido, e ela parecia prender a respiração. Muito bom, eram dois sentindo-se da mesma forma.

"Vamos então, mas primeiro passaremos em Gringotes. Você acabou com meu dinheiro". Os dois aparataram rindo.


"Chegamos. Pode abrir os olhos". Depois de passarem no banco, aparataram novamente. Draco posicionou-se atrás da ruiva, mas não a soltou do abraço. Ela também parecia não fazer questão em manter distância dele. Lentamente, Ginny abriu os olhos e ficou maravilhada. À sua frente estava o maior campo de quadribol nacional, preparado para o jogo de seu time preferido. Já eram as semifinais do campeonato.

"Draco, não acredito! A gente verá o jogo?" – A ruiva virou-se e o encarou. Seus olhos brilhavam muito. O loiro só confirmou com a cabeça.

"Mas é tão difícil conseguir ingressos." – Ele colocou as mãos nos bolsos e mexeu o pé direito sem jeito. Não estava acostumado a fazer as pessoas tão felizes assim.

"Eu adorei!" – Dessa vez foi ela quem o abraçou. Draco ainda demorou alguns segundos para refazer-se da demonstração de afeição.

"Bem, você tem tudo. Não sabia o que te dar. E você gosta tanto do Puddlemore United." – Ela o olhava como se ele fosse um herói. Mas ele não era nenhum bom moço, ele não era o Potter. Mas ela continuava olhando para ele, talvez ele pudesse ser o herói de uma só pessoa. Talvez ele pudesse ser um bom moço para ela, só para ela. Ao assumir esse pensamento, sentiu-se mais aliviado. Sorrindo, pegou-a pela cintura e falou:

"Vamos, temos um jogo para assistir" – Refazendo-se, a ruiva concordou:

"Isso mesmo! Temos um jogo para assistir e para comemorar! Vamos ganhar! - Alguns torcedores uniformizados, que estavam atrás deles, deram um grito de guerra e levantaram-na nos braços. Foi assim que entraram no campo: Ginny sendo carregada pela torcida e o Draco correndo atrás, tentando alcançá-los.


Olá pessoal! Tentei atualizar mais rápiduuu desta vez, espero que vcs gostem deste cap. Foi feito com carinho!

Obrigada pelos reviews, eu adorei todos! Adoro ver a opinião de vcs, pra saber se gostaram da msm parte que eu, se não gostaram de algum trecho, etc... A fic está na reta final.

Deixem sugestões e comentários, se der eu encaixo no último cap.

Rafinha M. Potter, adoooooro os seus comentários! Fazem o meu dia mais feliz!

Bjs pra todo mundo!